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Palavra ao Leitor p. 3
Tribuna:
A Declaração Conjunta de Luteranos e Católicos
Sobre a Doutrina da Justificação p. 5
Paulo W. Buss
Artigos:
A Parábola do Bom Samaritano nos Escritos de Lutero p. I]
Cláudio L. Flor
Filosofia Luterana de Educação p. 39
Egon M. Seibert
A IELB e o Aproveitamento de Candidatos não Ministeriais p. 59
Ivonelde SepÚlveda Teíxeíra
Liturgia:
Dança Litúrgica p. 73
:\Iúsica:
Kyrie Eleison p. 80
Sempre em Deus Confia p. 82
Auxílios Homiléticos p. 85
Livros Recebidos p. 99
Deomar Roos
Editor
-3 -
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TRIBUNA
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Paulo W, Buss
-5 -
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-~-
entre luteranos e católicos romanos em vários lugares. A Declaração Con-
sores dos dois ~;;:.C'rnin~i:~i
junta sobre a Doutrina da Justificação (DC) foi elaborada entre] 995 e j 997 =
U111 SLlITlário da
por teólogos católicos romanos e luteranos sob os auspícios do Vaticano e
depois clique em
da Federação Luterana Mundial (FLM).
existência do
A primeira versão da DC foi enviada às igrejas participantes em
igreja luterana,
1 995. Várias igrejas luteranas enviaram suas reações à comissão. Uma ver-
!ogia t~llha, sua
são final foi distribuída pela FLI\l em fevereiro de 1997. Após a aceitação
~ua faIta de honestidad~~'
do dOCU111ento pelas igrejas rnernbras da FLrvI, a igreja católica r0111ana
que Li De não é urna C~-~1-:-:-"
enviou sua resposta oficial à FUvl em junho de 1998. Essa resposta foi
renças dourrinirias
emitida pela Congregação para a Doutrina da Fé e o Pontiffcio Conselho - - ,-
açoes na.O torarn
para a Pro111oção da LTnidade Cristã. p.~ nota catÓlica ofiC1tll reconhece que
deias refere-se Ú
urn alto grau de acordo roi alcançado. I\·'1as.deixa claro que o·alnda não
caçao t' "if/n
)JOde1110s falar de 11111 ~ elin1inaria
consenso tal Que toda a diferenca , entre
sões Luteranas,
católicos e luteranos na c0111preensão da justificação~'. Ela passa então a di,-'~'n nç
,A-,-iérn
citar vários pontos da DC que não são aceitáveis para a igreja católica. l\
maior dificuldade é encontrad:.i no ponto 4A dei De. Para os católicos a
fórmula "ao mesmo tempo justa e pecadora", como explicada no parágrafo
é inaceitÚvei. Para os católicos, no batismo, tudo o que realmente é
pecado é removido. Por isso, diz a nota, para os católicos fica difícil enten- transpan:ce é urna rendiçÜo
der como a doutrina do Sililll! iustus et peccoto}" tal como apresentada na
nal.i\ De é iguai111ente 01T1 >~, '~, ;
-6 -
..;lrês. A Declaração Con- sores dos dois seminários da igreja. (O texto das avaliações, acrescido de
entre 1995 e 1997
unl sU111Úrio da CTCI<-, pode ser acessado pela internet: \v\v\v.lc111s.org,
:mspfcios do Vaticano e depois clique enl cLer/does.) Essas avaliações vêern corno algo positivo a
existência do diálogo C0111 ll1na igreja que tenl rn.uito en1 C0111UlTI C0111 a
igrejas participantes em igreja luterana. -[\,1as.,a De é tarnbén1 forten1ente criticada por sua inetodo-
_.~>::s à comissào. Uma ver- logia falha., sua linguagern teológica irnprecisa, anlbfgua e perigosa, e por
1997. Após a aceitação
_=
sua falta de honestidade em relação à história. Afirma-se expressamente
igreja católica rOlnana que a De não é urna cont'lssão apropriada da doutrina da justificaçào, Dife-
.1:: 1998. Essa resposta foi renças doutrinárias fundarnentais, que no entender dos autores dessas avali-
F~ e o Pontiffcio Conselho
ações não foranl superadas na De, tarnbérn sào 111encionadas. 1.'\. prilneira
que
delas refere-se à li11portância da doutrina da justificação. I'Ía De, a justifi-
claro
~,==-l~i~a que ·~ainda não cação é '"UU? critério , e,nquanto que para Lutero e as Confis-
r1:1 toda a diferença entre SÔêS Luteranas, ~1. 6 () centro integrador de toda fé e teologia .
. Ela passa então a i~lérl1 disso,. os !uteranos afirrnarn o caráter forense. da ,.iüstificação~ " isto é~
~ls pzu:a a igreja católica. J/}.!" Deus declara o pecador justo por causa de Cristo~ enquanto que os católicos
De. Para os católicos a defincl1J ~"ljustificação COill() unIa transfonnação interna do crente, U11i tor-
lY;Oexplicada no parágrafo nar-se justo. }6... De não resol\leu essa fundanlental. O que
tudo o que realmente é transparece é unIa rendição dos lnteranos frente à posição católicu tradicio-
~ ·~'atólicos fica difícii enten- nal. A DC é igualmente omissa na definição de graça. Ela até pode admitir
;. tal con10 apresentada na o solo gratio porque católicos e !uteranos tem cOll1preensões diferentes do
tridentino sobre o pecado que seja graça. Quando se entende graça corno o fa\lOr imerecido de Deus~
c:clê a importância atribuída à então as obras estão claranlente exclufdas no artigo da justificação, Ivlas,
:atólicos e luteranos. Para quando se fala elTI graça infusa~ UITl poder espiritual derraJnado na a1n1a
eJs católicos é uma doutri- pejo qual amamos a Deus e merecernos salvação, então as obras estão au-
. .1cs os pontos abordados na tomaticamente incluídas na justificação. Também as diferenças fundamen-
c::::.: .. o nível de concordân- tais na doutrina do pecado original não foran1 ren10vidas na De, no enten-
que as diferenças separan- der de autores dessas avaliações.
- ~= a justificação sejzl1TI SÚ11- Outra igreja não rnelnora da FLM que ÜUT1bénl se pronunciou corn
-.i'uagem. Algumas dessas respeito aos docunlentos de diálogo elTI foco foi a Selbsfiifulige Evollgelis-
·.~ia e não são portanto mu- ch-LlItherisc/le Kirche (SELK) da Alemanha (página na internet:
l·mado no parágrafo 40 [da \V\\;\v.selk.àe). Ela saúda expressarnente o fato de a doutrina da justificação
_ ~Uc:: dificultaria a assinatura ter sido escolhida como objeto de discussão teológica entre a FLM e a igre-
-=- _ posterjores~ iniciados elTI ja católica ronlana. Sua conclusão, porénl, é de que () ';consenso en1 verda-
Conll11Tij~ C/}.~OC)
des bÚsicas ua doutrina da just1ficaçã.o'j afirrnado na De na \'erdade não
_.1 \ergencias remanescentes existe. Nurn segundo docurnento a SELr..: se crn relação à '"i\fir-
. ,ttura que confirmou a DC ITlação Oficial Conlunl~' e seus GGArK:xos",Ela reconhece que questões ainda
existentes por ocasião da apresentaçÜo da DC foram trabalhadas e que um
. _.c, a maior, em nÚmero de certo consenso foi alcançado especialmente em relação ao conceito de pe-
LCMS). Seu presidente, cado: na adoção do solu fide, alterando a expressão "em fé" (DC ] 5) para
_L" congregações de profes- "por fé sornente" (iu1exo 2C); na afirmação da função central da doutrina
-7-
- ----------- ----
- -- ---
para não pisar nos calo~~_
da justificação; na inclusão da dimensão escatológica na discussão; e na
quanto a trOlanos. /" c;u:::"
confirmação da paridade dos parceiros do diálogo. Ao mesmo terilpo, a
com fidelidade e elar:::,;:" _ .
SELK aponta questões ainda não resolvidas:
Desta perspecti\a. ~
1. O anexo 2A ainda afirma que a justificação nos toma justos. O si-
tradições presenk'
Iilll/ iu.\tus et peccator da Reforma não recebe expressão adequada.
reconhece a e\iq~'
2. O conceito de pecado. ou a questão da concupiscência. Não está
articulação teoi.",.", '.....
c]are a)~ que ponto se deve ainda falar da pecaminosidade do justificado
porém. que tai' df::'; .. ,,,.
quais luteranos e c',ltÓli c'.',· .,".
:L C sola .fi de - ou a relação entre justificação e santificação. Pela
para a outra c nlo anui~in:
primeira vez, numa declaração conjunta entre luteranos e católicos roma-
ca isso? Qual é o 11nlitc d~!."
nos, o sola gratio é complementado pelo solafide (Anexo 2C) e baseado em
diversidade"? Até que ponL' e: ..
Rm 3.28. Mas o valor das obras en1 relação à justificação não fica claro.
tórias sem cair num relati\ iq,
4. A preservaçào da graça - atnxvés àe boas obras? l~o Anexo lD a-
Não se está querendo ".
firma-se uma compreensão comum da questão. IVlas as citações das Confis-
questiona o esforço e a
sões Luteranas aduzidas como prova negam a participação de obras na
lizmente, não se chegou
preservaç5.o da vocação celestiaJ.
ineCluívoca
I da verdade bíb!icCl'~ -
5. O juIg<1111ento de acordo COITl as obras e a recompensa celestiaI. No
mesmo que chegar lá de fato. t.:" _
Ane);~o não fica claro o que reahnente nos salva no juizo final.
por cinco minutos ou por unn h:'
6. p~ doutrina da justificação COll10 critério. Afirma~se rnuito n1ais
claramente do que antes que "nenhum ensino pode contradizer este crité- fissõcs Luteranas que afirmo.l11 coce:
ou fazer alguma concessão, ai1'j,
rio" (Anexo 3). A SELK, porém, questiona por que não foi possível decla-
quer outra coisa" (AE,lIJI.5: \ç
rar a justificação como o critério.
CM, Do Credo, 33,54,55; FC L':,
7. O diálogo e a dimensão eclesioiógica. Afirma-se a paridade dos
diminuir o mérito, a glória e :,
parceiros do diálogo. Esta fora questionada na resposta da igreja católica
humanos aquilo que pertence Ui] _.
romana de 25 de junho de 1998 I\1as, a disparidade eciesiológica dos par-
ra Sagrada é clara, precisa e IÚC ~:::'
ceiros do diálogo, afirmada na DC (nota 9), não foi abolida.
tão: "pelil graça sois salvos. nk,~
Ao ler a De, a ACC e os Anexos, é importante ter em mente que os
mesmos são o resultado de anos de intenso trabalho por parte de vários Deus: não de obras para que n
Rm 4. I -8; 5.6-11. \e:U
{/O íl7lpio,
teólogos(as). Cada expressão e termo contido nos documentos foi cuidado-
cação pertenCê a Deus. ele ~L~,_
samente escolhido. Diante disso, cabe perguntar: são as formulações conti-
apóstolo é taxativo: "De Cri~t:
das nesses documentos aceitáveis do ponto de vista luterano confessional?
vos na lei, da graça decaístes.'·
Foi realmente alcançado um consenso em verdades básicas no que diz res-
Tendo dito isto, é preci,<
peito à doutrina da justificação? É possível afirmar que as condenações
doutrinárias mútuas do tempo da Reforma com respeito à doutrina da justi- nota que a primeira declara';5c ,
mana e a FLM tenha sido C':,Lc;
ficação não se aplicam ao ensino da justificação como apresentado por
luteranos e católicos romanos na DC? fato, já por si mesmo, cxprê',.,
É preciso lembrar sempre que não se está tratando de uma questão
mental deste w1iclIlus stontis c
se, passados quase 500 ano, eL
aberta ou de adiMoro. Está se tratando da definição e articulação do artigo
central da fé cristã. A questão ..por isso, não é se os documentos de diálogo igrejas como da sociedade ê1" ;:::'.
cnst!anlSmO
'." " (CA XX l'
~'..~_~.o\. Qj1.:ç .
têm ginga ou jogo de cintura suficientes para contornar todos os obstáculos,
- oo ~
para não pisar nos calos de ninguém e para, assim, agradar tanto a gregos
=~-:,C; êscatológica na discussào~ e na quanto a traianos. A questão é se os documentos conseguiram reproduzir
.:lC' diálogo. Ao mesmo tempo, a com fidelidade e clareza suficientes o ensino escriturístico sobre o tema.
Desta perspectiva. é forçoso dizer que sérias ambigüidades, lacunas e con-
'ustificação nos toma justos. O si- tradições presentes nos textos depõem contra eles. O parágrafo 40 da DC
~.=::be expressão adequada. reconhece a existência de "diferenças remanescentes na terminologia, na
~ct2co da concupiscência. Nào está articulação teológica e na ênfase da compreensão da justificação". Declara,
.:h; Decaminosidade do justificado porém, que tais diferenças são "aceitáveis" e que "as formas distintas pelas
quais luteranos e católicos articuiam a fé na justificação estão abertas uma
:= justificação e santificação. Pela para a outra e não anu~anl (}consenso nas verdades básicas.'; O que signifi-
-::ntre luteranos e católicos rOlna- ca isso? Qual é o limite da "diversidade reconciliada", e da "unidade na
'.' (Anexo 2C) e baseado em diversidade''') Até que ponto é possível estar aberto para posições contradi-
_~_~>.' ,~L'~ "';;'" -' .Ç;" ln"~
. : _c) o. Justd,ca.,uv nao uca C1Ü10. tórias sem cair num relativismo completo?
-::::_
de boas obras? No p"nexo 2D a- Não se está querendo minimizar ou negar avanços evidentes. Não se
=<ão. Mas as citações das Confis- questiona o esforço e a sinceridade dos participantes do diálogo. Mas, infe-
-2;am a participação de obras na lizmente, não se chegou ainda, nesses documentos, a uma confissão clara e
inequívoca da verdade bíblica sobre a justificação. Chegar quase lá não é o
:bras e a recompensa celestial. No mesmo que chegar lá óe fato. Em termos óe resultado final, perder o avião
.-:-nos salva no juizo final. por cinco minutos ou por uma hora de atraso não faz óifcrença. São as Con-
critério. i~finl1a-se muito rnais fissões Luteranas que afirmam que "óesse artigo a gente não se pode afastar
- ,:,inopode contradizer este crité- ou fazer alguma concessão, ainda que se desmoronem céu e terra ou qual-
.: por que n50 foi possível deda- quer outra coisa" (AE,Il/I,5; veja também CA XX,8; Ap IV,2; XII,3,] O;
CM. Do Credo, 33,54,55; FC, DS, III,6). Ceder neste artigo significaria
_"'. Afirma-se a paridade dos diminuir o mérito, a glória e a honra de Cristo, pois se atribuiria a seres
..h na resposta da igreja católica humanos aquilo que pertence unicamente a Cristo. A linguagem da Escritu-
_::~paridade eclesiológica dos par- ra Sagrada é clara, precisa e não deixa lugar para ambigÜidades nessa ques-
. não foi abolida. tão: "pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de
importante ter em mente que os Deus: não de obras para que ninguém se glorie" (Ef 2.8,9). Deus justifica
trabalho por parte de vários CIO (/77 pio, Rm 4.1-8; 5.6-11, veja também Fp 3.8,9. Toda a glória na justifi-
-:L.=,nos documentos foi cuidado- cação pertence a Deus, ele não a divide COI1OSco.Por isso, em GI 5.4, o
-untar: são as formulações conti- apóstolo é taxativo: "De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-
je vista luterano confessional? vos na lei, da graça decaístes."
básicas no que diz res- Tendo dito isto. é preciso reconhecer como muito positivo e digno de
=1 afirmar que as condenações nota que a primeira declaração conjunta oficial entre a Igreja Católica Ro-
_m respeito à doutrina dajusti- mana e a FLM tenha sido exatamente sobre a doutrina da justificação. Este
- --_:'l.'~ão como apresentado por fato, já por si mesmo, expressa o reconhecimento da importância funda-
mental deste m1icu/us stantis ct cadcntis ecc/csiac. Além disso, conseguiu-
,~::stá
tratando de uma questão se, passados quase 500 anos da Reforma, chamar ampla atenção tanto das
e articulação do artigo igrejas como da sociedade em geral para este "que é o artigo principal no
~ se os documentos de diálogo cristianismo" (CA XX,8). Queira Deus que toda a igreja cristã no mundo
.. _ contornar todos os obstáculos,
-9-
inteiro possa chegar a uma compreensão clara e biblicamente informada
desta doutrina e lhe atribuir o lugar central que lhe cabe. -.. j l--r-
_-Ár~ 1"]
Introdução
Há uma recO!T~ncLc
j 0.30-37) na produçilo têc
espelho, refletindo o prog,~
em sua luta contra o escoL,
sistema agostiniano de pen.<---
Lutero nunca fez unL
vez aparece uma exposi';'Jc) "
texto de forma alegórica, -'i
Professor na Escola
I i\!O:\SELEWSKI. Wernc:
pp,95-96,
- 10-
amente informada
ARTIGOS
Cláudio L. Flor
Introdução
-li -
desenvolvimento da compreensão da doutrina da salvação por parte do pecador nunca tem r!::;',,:
obra. mas o processe "~"'"
reformador e, especialmente, o momento em que começa a fazer clara dis-
I"Ja expo~içf_:"
tinção entre justificação e santificação,
dro: "'(O homem 'c"
Deus e ao seu
Primeiras preleções sobre Salmos (1513-1515)
aplicou óleo e \1'111
ma (Lc 10.34:","
A parábola do Bom Samaritano é citada três vezes nessas preleções,
O processo de ,'c'
A primeira citação ocorre no comentário do Sl 4.4, Segundo o texto;
capaz de cooperar COF: "
o Senhor não apenas fere, mas até mesmo esmurra a fim de curar
e castiga a fim de treinar (Jo 5,] 8) '" A lei somente mata, mas não (injÚndit) como uma prlL1-:- =
é capaz dê fazer revlver (isto é, 11l0stra COl110 a pessoa deveria Agora terá que esforçar.,s-:-
tas)."
morrer, mas não traz vida; isto é. não mostra como uma pessoa
N,esses "
prImeiros te\:,,',
pode revi ver), e o homem apenas sai machucado, mas não tem a
te o quanto Lutero era aind~l
sua dor aliviada, ao passo que Deus "derrama vinho e azeite" (Lc
JO,34),2
to teológico daqueie momen
longe da "'nova" teologia que '.:::
o texto reflete a arcaica teologia da cruz do jovem Lutero, Deus apa-
ção era ainda um processo qu-:- ",'
rece como o Bom Samaritano, A última sentença precisa ser lida à luz da
obra de Deus, o ser participa ~::'
primeira: A oçÚo de Delís é terapêutica, Ele atua através do sofrimento,
Enquanto a lei somente mata, a ação de Deus é dupla: Leva à morte e traz Prdecões sobre Romanos 'EE,) ~1--
de volta à vida, Deus estaria curando o homem ferido por meio do sofri-
mento,
Nessas preleções. a
A parábola volta a ser mencionada quando Lutero comenta o Sl 41,3, meira vez em Rm 4,7. onde
Forma-se a seguinte imagem: O Bom Samaritano é o Senhor CMt ] 1,28), O especialmente importante De
homem ferido representa cada cristão, O Senhor remove a tristeza e as feri- anos,
das, "mas isto acontece somente no fimÜ da existência", "Este é o signifi- O ser humano somem-:-
cado de trazer ajuda e modificar todas as coisas, isto é, tudo ao mesmo sua graça nele, A partir dai
tempo (tOtclliícr)", "0 Samaritano nos tem sempre na estalagem, onde alivia coração (carifas),
a pena com o óleo da graçu e, gradualmente, o cuidado do hospedeiro cura
Quando a pessoa de:=,.
os ferimentos":' te amar a Deus'} :\L. ~,
A ênfase aqui está em mostrar o que Deus está fazendo em nÓs. Lu- portanto, o amor ,,1=
- 12 -
-~- ~ - ---~-~-
-- -_.~ ~
---.-
pecador nunca tem plena certeza da sua salvação. Deus está fazendo a sua
.aç:io por parte do obra. mas o processo termina somente no final desta vida.
T;ê,;a a fazer clara dis-
Na exposição do Si j 04.16, soma-se um novo componente ao qua-
dro: "'(O homem semimorto) está agora de forma apropriada predisposto a
Deus e ao seu próximo por meio da palavra de Deus. Então o Samaritano
aplicou óleo e vinho no seu próximo. Deveríamos proceder da mesma for-
ma (Lc ]0.34)".-+
.. ::, .ezes nessas preleções.
O processo de justificação foi iniciado por Deus. Agora o homem é
Segundo o texto, capaz de cooperar com a obra de Deus. Óleo e vinho foram derramados
esmUl'ra a fim de curar
(infÚndit) como uma primeira graça. Agora ele é capaz de amar (caritas).
,'C:, somente mata, mas nao
Agora terá que esforçar-se muito para assemelhar-se a Cristo (collfonni-
.. ~. como a pessoa devena tas).)
mostra como uma pessoa
Nesses primeiros textos, o uso da parábola do Bom Samaritano refle-
-nachucado, mas não tem a
te o quanto Lutero era ainda filho do seu tempo, o quanto refletia o contex-
·.lerrama vinho e azeite" (Lc to teológico daquele momento. Há sinais de mudança, mas ele ainda está
longe da "nova" teologia que surgiria apenas alguns anos depois. Justifica-
-:lc jovem Lutero. Deus apa- çÜo era ainda um processo que envolvia toda a vida do ser humano. Embora
_ ça precisa ser lida à luz da obn de Deus, o ser participa ativamente em todo o processo.
::cÚULl através do sofrimento.
__. existência". ·'Este é o signlfi- o ser humano somente pode cumprir a lei depois que Deus derramou
~'oisas, isto é, tudo ao mesmo sua graça nele. A partir daí o ser humano pode amar a Deus com todo o seu
'C'mpre na estalagem, onde alivia coração (caritas).
_u:~ c cuidado do hospedeiro cura Quando a pessoa deseja e ama alguma outra coisa, pode realmen-
te amar a Deus? Mas esta concupiscência está sempre em nós e,
._ Deus está fazendo em nóS. Lu- portanto, o amor de Deus nunca está ern nós, li menos que seja i-
e santificação. O poder da niciado pela graça, e até que a concupiscência que ainda perma-
ainda segue o pensamento de nece e que nos impede de "amar a Deus de todo o nosso coração"
.:.:'c,cessO que dura toda a vida. O
011 lhe Psul/llS ( 1513/] 5] 5), in Luther's
4 Fin'l LeCI/lres W OIks, Am. Ed. (lI, Ps 76-] 26), ed.
Hilton C. Os\vald (St. Louis: CPH. 1976), V. 11, p. 335.
\. Am. Ed .. (I. Ps ] -75). cel. Hilton .i HAGGLUND. Bcngt. Hilton 0/ Tlzeology. Trad. Gene j, Lund (St. Louis/London: CPH,
!96í\).pp. ]]4-140.
P,i/!ms (1513), LW, At. 1O:192.
- 13 -
(Lc 10.27) seja curada e, por misericórdia, não imputada a nós
curado,
como pecado, e até que ela seja completamente removida e o per-
çou a cur2-1:~
feito amor de Deus seja dado aos crentes e àqueles que persisten-
temente 1_uram por e.e
1,
ate o j"i 1m.6 A fórmula
nificado pleno que- 1=:-...:
Indubitavelmente. o texto reflete o pensamento de Santo Agostinho.
totalmente. O sel =:',=
Quando Deus concede sua graça ao pecador, este pode dirigir seu amor
injusto. Foi reno\~j' ::"
para o alto. em direção ao bem supremo. Concupiscência é a enfermidade
No con1enLiric:
que não permite o "pelfeito amor". Como um ser enfermo, o ser deve lutar
física de Âristóte]es e:
contra a moléstia e precisa ser curado. "Curar" equivale aqui a "por miseri-
ao esco]asticismo. A di ":
córdia. não imputando a nós como pecado".
batismo aparecerá sempre: ..::::
A exposição de Rm 4.7 é, portanto, um dos textos que melhor repre-
Os escolásticos afirm(l\~:l' -
senta a teologia do jovem Lutero. Observe-se como ele usa a parábola:
permanecia pecado no
Cristo, nosso Samaritano, trouxe o seu semimorto para a hospeda- I ",
lon1el11 eSpirItual para (1 .~ _
ria para ser atendido e começou a curá-Io, prometendo-lhe cura 'I110. I'- O ser I1Umano preCiSe.,
.
completa até a vida eterna e não imputa pecados ... mas, enquanto
isso, na esperança da prometida recuperação, proíbe-o de fazer ou Apenas àqueles "i"-
suas faltas, i!1vOC(l;:,-'-
omitir coisas pelas quais sua cura possa sofrer interrupção e seu
a carne é a sua
pecado. isto é, sua concupiscência, possa incrementar-se. i
lei de Deus, ele é ,= ,,,"-
Segundo o texto, a justificação não foi completada. Deus apenas co- vos. mostra a debil:..:_~c
meçou a cura, mas durante o tempo em que a cura está em andamento, ele em processo de CUL:
não condena o ser enfermo. Não apenas "não imputa os pecados", mas ao
"Desejos lascivos" kl'-,
mesmo tempo gera e"pemnço. Deve-se notar, no entanto, que não se fala bem".14
aqui que Deus imputa a justiça de Cristo. A expressão "não imputação" é
A próxima citação é un, ::'
típica do pensamento agostiniano. Por causa da confissão e da auto-
rábola do Bom Samaritano ; L'
acusação do homem. "Cristo encobre os pecados que permanecem. O pro-
QU"I'ulo
. Lt! "11""";"'-
o u(. 11d1 i \.._,
cesso real de cura ou renovaç5.o ... é, pelo menos em parte, a base da não
. _ - ,,:S mimorto), este 1120 :::_
llnputaçao .
cuperação. EntEio, I- ..•
O homem semimorto é justo apenas em esperança (in spe), mas não
cesso de melhora.. :=:-
ainda em realidade (in re).
Ele está realmente doente, mas está bem por causa da promessa
firme do doutor, em quem confia e quem já o vê como realmente
'I
Lec!ums on RO!/lalls (] 5] Si' ~,
10 Lec!ures 011RO!/lw/s (] 515: '"
(; LeClures 011ROI7lClIIS(]5í5!l516), in Luther's Works, Am. Ed., (St. Louis: CPH, ]972), V.
1I Lec!UresollRolllans (1515":
25. fl 262.
I~
11 Lecturcs 011 ROlll([!1S (] 51 5,..: '" ,"--
7 Lec{ures on RO!/lwo' 0515/1516), L\V. AE, 25:260.
.. LeClllles 01/ RO!/lans ( 1515.' " .c
S Saarnivaara. Umas. Lut!zerDisc01'frs the Cospe! (St. Louis. CPHl. p. 81.
I-lLeClllresonRomans (]515 "
- 14 -
,cila, nao imputada a nós curado, porque está seguro de que vai curá-lo. De fato, já come-
::,~imc:nteremovida e ° per- çou a curá-Ia e já não o identifica como um paciente terminal.9
~::' ç àqueles que persisten- A fórmula sim III iustus et peccator aparece no texto, mas sem o sig-
nificado pleno que terá no Lutem maduro, Ainda falta aqui o radical tatus -
_ <crnento de Santo Agostinho, totalmente. O ser enfermo ainda não é totalmente justo, nem totalmente
C'Ste pode dirigir seu amor
injusto. Foi renovado em parte, mas ainda está enfermo.]O
No comentário de Rm 7. j 7, Lutero está lutando contra "a falsa meta-
'.:upiscência é a enfermidade
ser enfermo, o ser deve lutar física de Aristóteles e a filosofia humana tradicional",]! Está referindo-se
.. equivale aqui a "por miseri- ao escolasticismo. A discussão presente sobre o pecado no homem após o
batismo aparecerá sempre de novo nos seus textos até o final da sua vida.
-", dos textos que melhor repre- Os escolásticos afirmavam que após o batismo ou arrependimento já não
:: como ele usa a parábola: permanecia pecado no homem, Lutero afirma que "permanece pecado no
: ,eu semimorto para a hospeda- homem espiritual para o exercício da graça, para tornar humilde o orgu-
curá-lo, prometendo-lhe cura Iho.l:' O ser humano precisa dar duro para eliminar o pecado.
Apenas àqueles que batalham corajosamente e lutam contra as
"'puta pecados ,,, mas, enquanto
suas faltas, invocando a graça de Deus, Ele não imputa pecado ...
::.:uperação, proíbe-o de fazer ou
a carne é a sua fraqueza, ou sua ferida, e na medida em que ama a
.' possa sofrer
,
interrupção
7
e seu
lei de Deus, ele é espírito; mas na medida em tem desejos lasci-
_.0, possa mcrementar-se,
vos, mostra a debilidade do espírito e a ferida da carne, que está
completada, Deus apenas co- em processo d e cura. 13
:'.:e a cura está em andamento, ele
.,não imputa os pecados", mas ao "Desejos lascivos" tem o mesmo significado de "fraqueza para o
bem".I~
:: 11:tar, no entanto, que não se fala
A expressão "não imputação" é A próxima citação é um exemplo típico do uso que Lutem faz da pa-
causa da confissão e da auto- rábola do Bom Samaritano (Lc 1 0,30 e ss.):
Quando o Samaritano derramou vinho e óleo nas feridas (do se-
_~ pecados que permanecem, O pro-
menos em parte, a base da não mimorto), este não recuperou-se imediatamente, mas iniciou a re-
cuperação. Então, nosso enfermo está tanto débil quanto em pro-
.::nas em esperança (i/1 spe), mas não cesso de melhora. Enquanto saudável, deseja fazer o bem, mas
- 15 -
- 14 -
-. - -~-- --
-
~-
como enfermo quer algo mais e é compelido a ceder à sua debili- enaltcce a
dade, o que ele mesmo não quer realmente fazer. 15 to nosso
gunao a caril'::::
Justificação aparece como um processo progressivo através do qual
Deus está purificando o pecador. Este início de caminhada terapêutica leva e rnalor do ~~''"'>_
o homem a contribuir na sua cura. A diferenciação entre "culpa por debili- que dos an l
Xl1110 na
dade" e "culpa movida pela vontade" sugere que o homem tem agora uma
opção. Ele pode desejar fazer a vontade de Deus. 16 Lutero continua
Segundo Lutero, Rm 14.23 significa "que qualquer pessoa que não elo honlerrt a Bíblia uso
] f'e peca mesmo quan d"o pratIca uma boa ora".
ten.1él b" 17 Q uan d o alguem
" cre, A
i11enl. Os apóstolos são n:l'c;
sua boa obra torna-se proveitosa. "Falta de fé" significa aqui o mesmo que
vezes a expressão é usad~i p~:
"deficiência de fé" ou "fraqueza de fé". Essa deficiência de fé é apenas um seguir, explica
L;\ Li razão CL.l
pecado venial, embora seria um pecado mortal se, em sua graça, "Deus não O hon1en1 é de.\ign~~,~
fosse misericordioso e não se abstivesse de imputá-Io como tal por causa da pois rcaiInente é \...'~ll-;--
., ll11Cla
cura .Ia ... I
d a ,,18 no .10mem rienao.
., "O·"
L OlS ueus '1,evantou-o' . ( aSSlII7I pSit. ) Poj.s deste I110UO Lll1
para aperfeiçoá-io e para fazê-Ia saudávei, como o Samaritano fez com o ça, sabedona e
]10mem que fOi
.. ' a b anronado
d .. melO morto "(L. c! 10"''''
._'}.J ss.). 19
pressar sern ênfase
Nesta passagem Lutero novamente está falando sobre todo o proces- comunhão enl carne: ~
so de salvação. que apenas iniciou-se. Não há uma diferenciação entre jus- são sinlplesrnente '_
tificação e santificação. Não aparece ainda tal coisa como "imputação da carne e sangue ern ~_
justiça de Cristo", mas o processo de cura está relacionado com a não im- enl carne c sangUe
putação de pecados. O hornem n5.o é salvo pelas obras da lei. Graça é a
Â---C]uiU.lnlbénl LuterD
grande palavra. Mas Lutero precisará ainda de mais tempo para fazer as
texto reflete a distinção entre
distinções apropriadas,
('({ritus). O hOrneIll agora e.l;ui
Cristo~ ou por causa da corn:
Preleções sobre Hebreus (1517/1518)
O}Jortunidade.
- 'r.
10-
~-
-;-ê lido a ceder 21sua debili- enaitece a abundância do amor de Deus, a saber, que Ele fez Cris-
.-~-lente fazer.I5 to nosso irmão não apenas segundo o espírito, mas também se-
gundo a carne~ de tal forn1â que ao iTlesrno tenlpO o 111eSi110 Cristo
progressivo através do qual é rnalor do que os anjos~ conlO nós, e está Dlais cerca de nós do
::lminhada terapêutica leva
que dos anjos. Portanto ele tambérn ChalTIa a si 1l'leSn10 nosso pró-
entre "culpa por debili- T r 1(';
vin-JO
-1-1'1
/\_~-- '1'1r'í'ool:1
(. rL~-('- J_~ Qt()
~ .S"nl'lrita ~ el'1
U.•• u..~••.(. no '" 0;0-17 • 21
'J. __
~L ~"'" _
se, em sua graça, "Deus não O hornern é designado pelo que ele é e tarnbél11 pelo que ele ama;
pois realrnente é carne e sangue; e tarnbénl arna carne e sangue .
. rnputá-lo como tal por causa da
-: Deus 'levantou-o' (assumpsit) Pois deste 1110do lfu11bénl é chanlado justo ... quando alTIf.1 a justi-
:omo o Samaritallo fez com o ça, sabedoria e bondade. Portanto aqui o apóstolo não quer ex-
'.~: 'n
Iv,.'.
'J,:\ ss ..) 19 pressar senl ênfase que os filhos sào carne e sangue, e que Htênl
-:: :: ,.1:,\ ralando sobre todo o proces- cornunhão enl carne e sangue", a fi1n de demonstrar que eles não
- hei uma diferenciação entre jus- sÜo simplesmente carne e sangue, mas que apenas compartilham
:Ll tal coisa como "imputação da carne e sangue ern Cristo~ que tarnbénl tern cOll1unhão C0111 eles
está relacionado com a não im- ern carne e sangue.
o pejas obras da lei. Graça é a .i4.qui lanlbénl Lutero segue o pensa.nlento de Santo i\gostinho. O
Hida de mais tempo para fazer as texto reflete a distinção entre o arnor inferior e o alTIOr superior (clfjJiditas et
('{{ritos). O h0l11ern agora está unido com Cristo. Por causa desta união corn
Cristo. ou por causa da cOlTIunhão C0111 ele, o hornern tern agora Ui11a nova
oportunidade.
Deus fez Cristo nosso irmão não apenas segundo o espírito (seclIn-
'c.·c',"P
,~ nn aVDOS1'Ca~0
~.o.. c.' dav Hb ').......•..
'\,1a·20
\....-.1\1
dum mas também segundo
spirirwJ!), a carne (seciflldllíll comem). Agora
entre a fraternidade que exis- Cristo estÚ mais perto de nós. Cristo, nosso irmão (frutrem nostrum), é i-
:n.1eexiste entre Cristo e nós. Ele dentificado CO!ll o próxlrno (pro).:inllfln) da parábola do BOlTI Sanlaritano de
, •. I' J~ ..,......, ,,-
unl f-ornla exclusl"/(l (unde et se SOlUl71 CljJpelLot prOXl!JiUIJ1).-- j:,sta e a res-
- - < :.lC1
posta ao intérprete da lei no texto. Segundo a cOl11preensÜo de Lutero nessa
época. as obras do cristão são oirecionadas a Cristo~ a grande ll1eta do que
destes também ele. igualmente. parli- .',;lh Merl/II Llllhl'!:\' Werkc (Kritische Gesammtausgabe). Weimm: Herman BÜhlalls,
I !-:!-:Ó. V. 42: 126
- 17-
-~ - -~~~
- ~------
~- ~ - ~~
~~~--
~-
nenhum e«
se produz de bom. Nosso próximo não é aquele que está ao nosso redor,
mas aquele que está num nível muito mais elevado, lá em cima, numa posi-
ção superior.
da teologia de L'.
Explanação das 95 teses (1518) \:ação de
cristão têTn
As referências à parábola na Explanação das 95 teses são escassas e próximo
um pouco diferentes das anteriores. Aparece uma referência na explicação santos são coloc;J.ck":- '_
da tese 80. Nela Lutero não usa a parábola de forma alegórica. Simples- estÚ ajudando e sêndc
mente compara a atitude dos bispos e teólogos do seu tempo com a do sa-
cerdote e do levita da parábola, que passaram pela vítima sem atendê-Ia. ~Preleções sobre Gá13tas
Lutero discute a forma correta de lidar com os ensinamentos distor-
cidos da igreja. O homem semimorto aqui seria a própria igreja: Está doen- En1 GÚlatas (15 I 9
"
te e precisa ser tratada. O que deveria ser feito então? Lutero 111enClOnaa ~, ~~
O reformador primeiramente identifica as obras dos heréticos: 2. j 7. E diffcil saber exm~llL:--
Esses pícaros, nossos próximos, ... um povo infeliz que se aiegra sagern. O contexto sugere ...
com o mau cheiro de Roma como o fariseu que se gabou do pu- prir a lei. O qüe Deus fez
blicano (Lc I8.l0), em vez de mostrar misericórdia dele ... e que fazer o que Deus dele
passa pelo semimorto (Lc 10.30) com a atitude de quem tem me- mente depois de 1530,
do de receber os respingos dos pecados de outros. risdição sobre o cristão. Eie
não existe. O cristão
Continua dizendo: "Por causa desse medo bobo, esses heréticos fi-
irnputada por Deus.
cam tão preocupados que não têm vergonha de vangloriar-se dizendo que
eles fogem para que não se tornem eles mesmos impuros. Tão grande é o
a conlentÚrio de (ii;
perto do seu conceito
seu amor". Segundo Lutero, não é possível "calar sobre esses temas e apro-
se anterior ainda dornina c~
vá-Ias". "Conhecemos nossa condição e sentimos tristeza por ela, mas não
são suficientemente
fugimos como os heréticos".2-\ Então conclui:
Enl Gl 2.16~ argurn~
V ejam de CJue forma miserável opera a igreja. Nós a defendemos
justiça das obras da 1ê1, p_~
com tanta lealdade e nos apressamos em ajudar com lágrimas, o-
Cristo. ft~firnla que hÔ. (IC
rações, admoestações e súplicas, pois o amor nos constrange a 1 •• ~
- 18 -
nenhum espinho dos pecados dos outros. Imaginem se Cristo e os
.....
~ está ao nosso redor,
,,' . seus santos tI.....
vessem agIdo ass1111,quem tena Si'd'0 sa Ivo.-· "OS
- 19 -
•••
-- -- ~-- --~
.----- - ~ ~~--- - ---- -
abre as portas do céu. Afirma que justificação "é nada mais que invocar o rações o seu
nome de Deus".26
amor e os taz ê' __ '
Lutero explica: sos sobre toclc :"
Mas invocar o nome de Deus ... mostra que o coração e o nome das as leis e oe:
do Senhor são um e estão grudados um no outro. Por esta razão, é tido e a lei é eu' '- ,
impossível para este coração não compartilhar das virtudes nas
Lutero está descrê' ce"
quais o nome do Senhor abunda. Mas é através da fé que o cora-
vor. Sem nenhum mérito. =:::"
ção e o nome do Senhor estão grudados (cf. Rm 10.17). A fé, no
entanto. vem pela paiavra de Cristo, pela qual o nome do Senhor seu amor. Este amor. junu:'.'~
é pregado".27 "Portanto, assim como o nome do Senhor é puro, pode ser cumprida por este L,
E' l'ml-Jol'!;)"te
.1 -!.~!!~·1l)e]"~el-"'-'r
"- L,,-~ '__ ,_~
santo, justo, verdadeiro ... assim também. se ela toca, ou é tocado,
pelo coração (o que acontece através da fé), faz o coraçâo inteiro não se fala aqui de imputa,;':::: "
como eia mesíllo".2S Segue o reformador:
Esta é uma justip
Lutero ainda usa o conceito "palavra de Cristo" como "radioativa", é dirigi da a Cristo _
isto é, ela irradia as suas virtudes para aquilo que toca. Mais tarde, em Lu- justiça de Cristo tê _
tero. "palavra" terá o significado de meio de graça, porque Deus dá a pala- com a outra de uma {:
vra de Cristo de forma completa ao homem. A palavra de Cristo transfere
Lutero chama esta
de forma transformadora os atributos ao coração. O coração está unido com
illstitia). mas ela não acontece
o que Cristo é.
coração do homem. Ante DêL',
Lutero continua: "Para aqueles que confiam no nome do Senhor, to-
dos os pecados são perdoados (dollentur 011111ia peccata) e a justiça é impu- valor e não ajustiça que pro\~--
tada a eles (illstitia eis implItetur) ... porque este nome é digno de confian- Nas páginas seguinte", L .:::
ça.
~,2()
tes espécies de obras (obras J: ::ce_
de paz e perfeito bem-estar i ;:~'.
A linguagem de Lutem aqui já é muito diferente daquela dos seus
primeiros escritos. A luta entre a terminologia antiga e a nova mostram que tem obras, nega que o home:-'
Lutero está chegando a uma compreensão mais clara do conceito de justifi- relação entre fé e justiça" F:ce . _
cação. Mas ainda não é a justiça de Cristo a que o homem recebe. Lutero Lutem afirmará que o crisÜ: _
continua: aqui ainda expressa a espeL::::
vive nele. Lutero continua:
Mas quando o coração tem sido assim justificado por meio da fé
que é em seu nome, Deus dá a eles o poder de tornarem-se filhos O apóstolo declar,:
de Deus (10 !, 12) ao derramar imediatamente dentro dos seus co- penas por meio Ó :~
mento da lei é j
bras, não se pode ê:C:ce.
2(;LeclUres 011 Colm/ol1s (] 5 19. caps, 1-6). in Lwhcr's W orks, AE. eu. Jaros]av Pelikan (SI.
Louis. CPH, 1964).27:119.
'; LeClures 011 Colot/olls (15] 9). LW. AE, 27:110 . .10 Lecllfres Oll Galatialls { 1:S 1
25 LeClUres 011 Colat/ol1s (1519), LW. AE, 27:221. 31 Lectures 011 Colot/c/I1s (151
29 Leclures 011 Culot/ul1s (1519). LW. AE. 27:111. .'2 LeClUres Oll Culm/ulls I ] 5]
- 20-
= ",:ida mais que invocar o rações o seu Santo Espírito (Rm 5.5), que os enche com o seu
amor e os faz pacíficos, alegres, ativos em toda boa obra, vitorio-
sos sobre todo mal, desdenhosos até de morte e inferno. Aqui to-
',' que o coração e o nome das as leis e obras da lei logo cessam; tudo agora é livre e permi-
, ;',::,outro. Por esta razão, é tI'd o e a Iel. e/ cumpn 'd a por meIO
. da f/e e dO amor.' 10
:~Jrtilhar das virtudes nas Lutero está descrevendo tudo o que Cristo conquistou em nosso fa-
e' através da fé que o cora- vor. Sem nenhum mérito, Deus concede isto ao homem. Infundiu-o com o
-, lef. Rm 10.17). A fé, no seu amor. Este amor, juntamente com a fé, cumpre agora a lei. A lei ainda
>~ia qual o nome do Senhor pode ser cumprida por este novo homem.
nome do Senhor é puro, É importante perceber que amor e fé aparecem associados, mas ainda
se ela toca, ou é tocado, não se fala aqui de imputação da justiça.
da fé)Jaz o coração inteiro Segue o reformador:
Esta é uma justiça p, dada ... d,e forma antecipada. De fato, como
"~ Cristo" como "radioativa". é dirigida a Cristo e seu nome, que é justo, o resultado é que a
justiça de Cristo e a do cristão é uma só e a mesma, unida uma
:;ue toca. Mais tarde, em Lu-
com a outra de uma forma indescritíve1.31
"~ ;raça, porque Deus dá a pala-
,,,- palavra de Cristo transfere Lutero chama esta justiça que justifica de "justiça de outro" (aliena
,::~iO,O coração está unido com iustÚio), mas ela não acontece extra nos. É o resultado da obra de Deus no
coração do homem. Ante Deus, apenas a justiça dada interiormente tem
.•·ifiam no nome do Senhor. to- valor e não a justiça que provém das obras da lei.
iU peccata) e a justiça é impu- Nas páginas seguintes, Lutem faz uma distinção entre quatro diferen-
:: e'ste nome é digno de confi,ll1- tes espécies de obras (obras do pecado, obras da lei, obras da graça e obras
de paz e perfeito bem-estar).32 Segundo ele, o apóstolo não nega que exis-
)1lO diferente daquela dos seus tem obras, nega que o homem seja justificado por meio delas. Qual é a
,:U, antiga e a nova mostram que relação entre fé e justiça? Fé é justiça porque ela cumpre a lei. Mais tarde
"',ais clara do conceito de justifi- Lutero afirmará que o cristão é absolutamente incapaz de cumprir a lei, mas
J, que o homem recebe. Lutero aqui ainda expressa a esperança de cumpri-Ia com a ajuda de Cristo que
vi ve nele. Lutero continua:
:,SSÚ11 justificado por meio da fé O apóstolo deClara de forma consistente que a lei é cumprida a-
::':5 o poder de tornarem-se filhos penas por meio da fé, não por meio de obras. Porque o cumpri-
.'idiatamente dentro dos seus co- mento da lei é justiça e isto é certamente matéria de fé, não de o-
bras, não se pode entender que as obras da lei signifiquem aquelas
Works. AE. eu. Jaros]av Pelikan (St.
- 21 -
..
obras pelas quais a lei é satisfeita. Então como seguimos? A regra
do apóstolo é esta: Não são as obras que cumprem a lei, mas o
cumprimento da lei produz obras. Ninguém se torna justo por pra-
ticar obras justas. Não, se produz obras justas depois de tornar-se
justo. Justiça e cumprimento da lei vêm primeiro, antes que as o-
bras sejam feitas, porque o posterior procede do anterior. ... O ú-
nico que fica é que as obras da lei não são obras de justiça."
Resumindo, Lutero afirma que aquele que crê em Cristo é justo (ius-
rus).Esta justificação ainda não acontece em realidade (in re), mas em es-
perança (in spe). No Gálatas de 1535, Lutero usará a mesma linguagem,
- 22-
_:':,0 seguimos? A regra mas lá refere-se totalmente ao processo de santificação no cristão."6 Aqui
, c :umprem a lei, mas o --' justificação ainda não é diferenciada de santificacão. É um ]JrDcesso 0lue
-' .'> -
,:'rto (Lc 10.30). Neste meio nessa época ainda não havia cheg,l,cloa UlTIé1. compreensão completa da jus-
,:::ndo justificado e curado. o tificação. O texto apresenta alguns conceitos antropológicos de Lutero. Ele
-utado a ele. Isto é assim por- está descrevendo a Juta entre a carne e o espírito. Para ele, os termos repre-
l'~cado, tornou-se um com o sentam o homem em sua totalidade. Já não é em parte justo e em parte pe-
,__ Pai .... Muito pecado ainda cador, o que aponta para uma nova forma de Lutero faJar sobre o ser huma-
;':1 condenação ... Portanto to- no.
devem ser entendidas da O mesmo homem ... é espírito na medida em que saboreia as coi-
, não é totalmente perfeito em sas que são de Deus (Mt ]6.23), mas é came na medida em que é
e perdoa-o por causa da influenciado pela sedução da carne; e se consente com ela, é to-
-" -;~
,..."
,,6 Lectlll'cs on Cu/miuns i] 535, caps. 5-6). in Lwher's IV01*.1, AE, ed. laroslav Pelikan (St.
Louis: ePH, 1964), 27:20ss,
.'! GREE:\, Lowell C. H(!II' M e/ullciltoll He/ped Lllthe!' Discover tile Cospe/, (Fallbrook:
Vcredict Publications. 1980). p, 167,
38 lbid .. pp, 167.168.
- 23 -
tal mente carne ... por outro lado, se consente com a lei, é total-
/. 39
mente espmto.
30 Lectlires 011 Galatialls 0535, caps. 1-4), in Luther's W orks, AE. ed. Jaros1av Pelikan (St.
Louis: CPH. ] 963) 26:363.
40 Lectllres 011 Galatians (535), LW, AE, 26:363-364.
41 Lectures 011 Galatial1s (1535). LW. AE. 26:363.
- 24-
- :)111 a lei, é tota1- Quatorze consolações (1520)
- 25 -
mente. Você é feito justo pela confissão dos seus merecidos so-
r • ~ Ll
rnmentos e pecados ...
- 26-
>:: seus merecidos so- permanece piedosa e justa pela fé, Deus não conta o pecado que
permanece na menor parte, a carne, para a sua con denaçao.
- 47
~ausa do espírito, este ho- Está Lutero aqui falando de justificação ou santificação? Este é um
dos textos de transição. A linguagem usada aqui é similar à linguagem de
-=- :lrn pecador '" E já que a
·.:.rte do homem, o espírito, santificação usada mais tarde. Mas o conceito de justificação também já
47 fJe(Í'l1se and Explal1atiol1 (~rA II lhe A 11ieles (1521), LW, AE, 32:21 .
.j' DefÍ'l1se and E\plwwtiol1 of A 11 lhe A nieles (1521), LW, AE, 32:28 .
IJ, in Luther's .j() Detcl1se ul1d Explwwtiol1 ofA fi the A rlieles (152 J), LW. AE, 32:28.
?:\::~,s. 1958)~ 32:28. :'0 fJetÍ'nse and Expl(/lwtiol1 Df Ali the A rtieles (1521), LW, AE, 32:24.
~27 -
------- -
~ . -
está l1nplícito aqui. Lutero ainda fala de salvação con10 UlTI processo~ não
sendo ainda totalrnente preciso na distinção de justificação e santificaç-ão,
O Sa111aritano é identificado corn Deus que já iniciou a sua obra tera-
pêutica no hOri1eln~ filas esta obra ainda não está cOlnp]eta. Por rneio do
batisrno e do arrependimento, Deus coloca ~~aatadura da primeira graça"
{der ersten GnCl{le) nas feridas do sernimorto. De agora ern diante o enfer-
nlO vai lnelhorar. Precisará de toda a sua vida para recobrar-se~ rnas estará
totalrnente recuperado na eternidade. Toda a obra de Deus está inlplíclta
(lC11Ui,desde a p. . rirneira ~ até a eternidade,
graca
"- É correta esta afirlnação?
-
L,utero está defendendo a tese de que o pecado perlYÚlneCe depois do batis-
1110. E este o ponto de partida para o novo homern? Provavelnlente Lutero
ainda não tinha unia resposta sufic!entenlente madura nesse ponto,
- 28 -
- - - ---
- - -
-
-..:;;:,.:::; - -
-
-
-- - - -
~-~- --
_emo um processo, não durante toda a sua existência terrena e suas obras são pecaminosas. Ao
e santificação . mesmo tempo, "não há nenhum pecado ou obra pecaminosa neles da pers-
1111Ciou a sua obra ter a-
. da graça de
pectlva - D
. eus " .-,4 "D eve .haver arrepenCdmento
l' - de
e renovaçao
completa. Por meio do tal forma que o pecado possa ser expelido enquanto há pregação, enquanto
I1a~ VI'd""
a '-' Entao
- Lutero mtro d,uz o texto O<l
T • ' para'b ola
- para l.ustrar
'1 o que
da primeira graça"
está dizendo:
::igora em diante o enfer-
Li,recobrar-se, mas estará A parábola do semimorto curado pelo Samaritano (Lc 10.30ss.)
C'E, de Deus está irnplícita
também relaciona-se integralmente e em primeira mão a este as-
E correta esta afirrnação? sunto. Este homem não foi curado de uma vez, mas.foi levantado
de limo sÓ vez afim de ser cumdo (Qui 11Oi1 simlll SaJwtliS, simul
permanece depois do batis-
Provavehnente Lutero tamen susceptus esT c/!mri). O levita e o sacerdote, ministros da
"""dura nesse ponto. lei, passaram por ele, mas não o ajudaram. Então, como tenho di-
to, a lei torna o pecado conhecido, mas é Cristo que sara através
da fé e resgata através da graça de Deus. Assim também João
I\ L1.
'", j'0\ "Q-,uem .Ia
J: . , se I'
oanl1ou ... esta" todo llmpo
,. " , a sa b er, pela
'
- 29 -
~28-
Epístolas católicas (1522)
's The COlho!ic El'isl/es (] 522 L in LlIlher's W OIh. AE, ed. Jaroslav Peiikan (St Louis:
CPI-!. 19(7).30:6:-\.
,lJ Tile Cill/lO/ic Epislles (i 522). LW, AE. 30:68.
W Tilc CUlilolic E/lisl/c.\' (1522). LW. AE, 30:68-69.
- 30-
--- ---~ - -
-
- - --=--
-
---~-~----
Nesse texto há clara diferenciação entre justificação e santificação. O
semimorto está em processo de santificaçào, "mas tem certeza de que so-
\ 522, a parábola do breviverá (.1st des lebens sicher.)". É a rimeira vez que Lutero exnressa
Dr • <
Sermões). A parábola nesses textos a certeza da salvação. E confirma esta certeza na aplicação do
-::'nelhantes dos de Contra texto: Também temos o Senhor Cristo completamente e temos certeza da
dJ. do batizado? Lutem vida eterna. É o mesmo que dizer: Fomos justificados. Agora o médico está
; Textos usados em Con- tomando conta de nós. Precisamos continuar recebendo os cuidados dele
(santificação). Este é o efeito. A causa foi a justificação. Mas "você está
atenção de que nenhum -
completamente 'd' posse
puro e em plena . ·61
a JusttÇZL'
~. puro." De acordo com ""',segunda referência à parábola do Bom Samaritano nessa obra apa-
~nterior, que é a fé, e ser rece na exposição de 4. j -3. O pensamento de Lutero flui da seguinte forma:
da perspectiva da fé, Cristo nos foi dado como dádiv(! e como exemplo. Como dádiva, nos é
-1:\\'1':1 de Deus não enCOl1- dado peltJ fé, Corno exernplo~ Cristo é
de tal forma que o um modelo a ser seguido, pois se agora temos Cristo como uma
.:oração totalmente limpo. dádiva através da fé, devemos ir adiante e proceder como ele pro-
'~'f=itas em fé.5~ cedeu conosco. Deveríamos imitá-Ia em toda a nossa vida e em
todo o nosso sofrllnento.62
_: uma parábola em Lc 10 De acordo com Lutem, como cristãos, faremos obras "através da
_=<eu de Jerusalém a }ericá e guais a fé é fortaiecida de tal forma que mortificarnos o pecado na carne e
- .ê::ram nele e o deixaram se- assIm r o nosso proxnno
. somos capazes d'e serVlf meihor ,. ..,,6' l\Jovamente aqUI.
: : correu-o, colocou ataduras justificação é uma coisa e outra a santificação. Estão diferenciados.
_ ~. e e encaminhou-o para que Temos dito com suficiente freqüência que ernbora sejamos justos
- ---le perceber aqui que desde pela fé e que tenhamos o Senhor Cristo como nosso, mesmo as-
iíc70 é mais um doente tcr- sim somos obrigados a realizar boas obras e a servir o nosso vizi-
erá. Falta apenas uma coi- nho, pois nunca nos tornamos perfeitamente puros enquanto vi-
Está vivo, mas ainda não vermos nesta terra e toda pessoa ainda encontra maus desejos ern
=ol:lr aos cuidados dos médi- seu corpo .. , a fé começa a matar o pecado e dar o céu, mas ainda
Da mesma forma, também não se tornou perfeita e realmente forte, como Cristo fala do Sa-
, temos cel1e;:a da vida eter- maritano (Lc j 0.33ss.), cujas feridas ainda não estão curadas.
:~ç:perfeita saúde. Algo do ve- Mas ele recebeu curativos e cuidados para que suas chagas pudes-
sem ser sanadas. Aqui também é assim. Se nós cremos, nosso pe-
cado, isto é, as feridas que trazemos desde Adão, receberam cura-
tivos e começam a curar-se. Mas em uma pessoa esse processo
- 31 -
curativo é mais curto, em outra é mais longo. Quanto mais cada
UI~11 (H'stia'lr
_u. b( e sub]·ua·,'·
~ :::,.:";'1 a c"rnp
a. 1 _o, ""'''' 'l'a'c.•.~.1 +;"'~e7'1
"'"'\..1:1: 1_:. 11 .u~_&-.<U c.lp rre,.,í 6-\ '--1;"./ '" l'~.
Lutero fez uso da parábola para descrever o processo de santificaçào,
enlbora a terrninologia específica venha a sürgir sornente rnais tarde. Na
terra. a realidade hunlana será sernpre a realidade das coisas lmperfeitas.
lvI'lS
L o crist'io
c. L
'-lut"r')
!.\. Ü CO'1tra
: _' u. '-'til. 1 . i: ;ww'o,·t"'r·tp
'" "''''-''e 1111}.!
J 1
.L.J'1"S;,-,·.1'1""qei
(.•. (1.,-_ l_ (a p'url''''ca
.I.. .•..( •. 1.• UU.l1 ~
~'"J~ 111U..:.::.d
Gálatas (535)
- 32-
-- - ~ - ~ - ---~--- - -
Quanto mais cada to ... Sornas aquele hornern ferido que caiu entre salteadores, cujas
::,':~zaele crerá.6~ feridas fOralTI lilTlpas pelo Samaritano corn óleo e vinho e a quem
ele sentou sobre o seu anÍ1nal, trouxe para a hospedaria e cuidou;
':êSSO de santificação,
a quern tanlbénl deixou encarregado ao hospedeiro depois da sua
,',,-,ente mais tarde. Na
partida corri as palavras: ~~Cuida deste hOD1ero;" (Le 10.30-35).
C" coisas imperfeitas.
Dessa fornla sornas nutridos enquanto esta1110S na hospedaria, até
aqui a mudança
que o Senhor estenda a sua lnão pela Segunda 'vez,,,,~65
,lê quanto mais o homem
::0 u sua obra nele; mas ..~qui Lutero prirneiramente enfatiza que está falando daqueles que já
"(neza ele crê. ,0., iuta do estão justificados. O resultado é ~·boas obras)}. Usa nO\lanlente a parábola
_. que foi justificado por para ilustrar a ação do Senhor corno o santificador, que está cuidando do
cristão com carinho.
>~qüência de pala\Tas que L,ucas 10,30-37. IvIesrno aquele que rne causou algurl1 tipo de in-
- amor. júria ou dano ... não deixa de ser meu próximo. Portanto, enquanto
é o nosSO próximo?
t=2u.elTi a natureza hUrnana perrnanece nele. o inandarnento de amar per-
rjl;]jleCe "O'1~1toa"] " ,'1"
••.. f,~.,·('"
v~~w... 66
nosso próximo. Agoru o ~ ~ 1.,..' 1 •. u"-+uC J_ •.
';:'}11 alguma necessidade. Já nào é Cristo o nosso prÓxirno. :r~ossos olhos não precisam fixar~se
_L tese proposta. Através das nas alturas, !nas olhar ao redor onde há pessoas em necessidade: ali está o
possível apreciar mudanças nosso vlz1nho.
'~ro jovem e o Lutero maduro,
.__ ·ustificação e santificação. O Contra Hanswurst (1541)
:ristologicamente, mas sem-
Ern ] 541 ~a parábola aparece DO escrito Contra I--Jans~Vllrst, nU1T1 con-
texto onde Lutero discute a relação entre "igreja" e "palavra de Deus",
Quando a igreja é juigada pela forrna de vida daque]es que pertencem a ela~
não aparece sem pecado, porque a vida nunca é sem pecado. Mas a função
__ de Gl 3.10, Lutero diZ:
da igreja é pregar n jJura palavra ele Deus. Onde pode ser encontrada a igre~
:<ificados, fazem coisas boas ...
ja? ~·O verdadeiro sinai da verdadelra santa igreja tern sido sempre humil-
--.'cs boas obras ... Mas porque , ' e teI110r na p(.Lavra
]' ae D
. , aude ! eus.' ,,67 -r-iIas
- ,
a palavra '" LJeus pura e sern
de
espmto ... e porque permane- 111isturas se!llpre é pregada por instrurnentos frágeis. Entào diz Lutero:
não guardanlos a lei per-
_,eic a nós que cremos em Cris- h) Lecrures O!l Caia/ia!?s (1535). L \\/~ AE, 26:260.
(;(,Lectures 011 Calatic!!Is (j 535), LW, AE, 26:58-59,
()! A [!,cÚnsr HOllS\I'llrSí (1541), Church anel lV!inistry; in Luther1s ~Vo!'ks, ed. Eric \V. Gritsch
IPhiladelphia: Forlress Prcss. 1966),41:218.
- 33 -
••
Mas a vida, que deveria diariamente conduzir-se, purificar-se e
santificar-se pela doutrina, ainda não é inteiramente pura ou san-
ta, enquanto este corpo bichado de carne e sangue estiver vivo.
Mas enquanto está no processo de purificação e santificação, sen-
do curada continuamente pelo Samaritano e não mais degradan-
do-se em sua própria impureza, é graciosamente desculpada e
perdoada pela palavra, pela qual é curada e purificada; por isso
precisa ser chamada de pura. Por esta razão a santa igreja cristã
não é uma prostituta ou pecadora, porque continua a sustentar-se
e a permanecer com a palavra (que é sua santidade) sem mancha e
- 68
com poder.
- 34-
~ - ~~~--- -- ~ - - -- ---
--
~)ZL-Se, purificar-se e maritano que cuidou do homem ferido, colocou-o sobre o seu a-
:::::-a_mentepura ou san- - - e -levou-o para a "_ospe
l1lmai h d',ana. 70
e ;': sZtngue estiver vivo.
Lutero novamente lembra-nos quem é o nosso próximo. O foco do
_.J'J e santificação, sen- texto é novamente a justificação vivida pelo cristão no mundo, o que signi-
__ '" não mais degradan-
fica santificação.
,amente desculpada e
:.lie purificada; por isso Gênesis (1544)
z50 a santa igreja cristã
__
e continua a sustentar-se
A parábola é citada duas vezes nesse comentário de 1544. Primeiro
<J.l1tidade) sem mancha e
na exposição de Gn 42.29-34. O tema é novamente o pecado na vida do
cristão. Lutero faz uma distinção entre pecado original e atual. Escreve
fica e santifica é pregada contra aqueles que negam o pecado original depois do batismo. Diz:
- ~J dessa seção. Lutero está As feridas do semimorto receberam atenção, como declara a pa-
pela parábola do Bom rábola em Lc 10.34. Óleo e vinho foram derramados sobre elas e
< Tia vida cristã. Já não se a dádiva do Espírito Santo (dollum Spiritus Sancti) começou. No
:us da palavra que concede entanto, os ferimentos ainda são mortais. Recebeu cuidado para
também é uma dádi- curá-Ias, mas ainda não está totalmente recuperado. Se você quer
afirmar que não há ferimento, que não há perigo, tente descobrir
se um semimorto pode caminhar, trabalhar e fazer tudo o que uma
.- ,-.- pessoa saudável faz. Foi carregado pelo animal em que foi colo-
cado. Não tem condições de trabalhar, não caminha. Da mesma
::l11preensão do mandamento forma, quando fomos batizados, fomos colocados sobre o animal
Ernprega a lei em seu tercei- de carga de Deus, isto é, o mais precioso sacrifício por nós (sacri-
i:' que deve ser seguido pelos ficiuIII 17m lZobis), ou a humanidade de Cristo, pela qual fomos
tábua dos mandamentos carregados. Embora tenhamos sido aceitos imediatamente, ainda
:,10 e ordena ajudá-Io nas ne- recebemos cuidados e somos curados dia a dia.7!
.. -,,69
. neceSSite ajuda ,
Percebe-se que Lutero refere-se tanto à justificação quanto à santifi-
cação, que estão diferenciados no texto. A justificação está marcada pela
~. e,.sidade e em apertos e pengo
frase: "aceitos imediatamente". Quando Deus nos chama, somos totalmente
= - por ele, corno o sacerdote e o dele, mesmo que agora seja começado o programa de recuperação, que
_:_:~a (Lc 10.31-37), de tal forma dura toda a vida (santificação).
___r c Sábado puro, acabe tornan-
_:.,,:_ o sirva e ajude, como o Sa-
- 35 -
••
-~----- - -- -_.--
-.-- -~ ~- ~- - --- - -
Descreve a \llda de santific.ação dizendo Que "as feridas aInda ;:;,tu
ITlortais':. Será urn retorno de Lutero à sua antjga 1inguagern? A:o- questão
aqui é diferente, O texto pode ser usado de duas útaneiras: Pode-se tOlTiar o
carninho da le.i ou (} do e\/ange.lho. O texto contérn (: 111ais pre.cIoso evange-
lho~ 1118.S relernbra que o cristão luta contra o pecado.
il~segunda citação aparece em Gn 45,14-15. Estes verslculos relerI1-
branl o ernotivü encontro entre José e Benjarrl1rn depois de anos de separa-
ção. José conforta o seu irmão. Lutero cOl11para o exernp10 de José COlil a.
ressurreiçÜo de Cristo. /1. I11eSrna coisa acontece G1ariarnente na igreja. Aqui
o Szunaritano s5.o os bispos e pastores que o seu trabalho através da
palavra das Santas Escrituras. LuterG ci1z:
Lecrures Oil G'elle~\'is (1544. caps. 45-50)~ in Luther's ~Voiks. A.E, eu. ]arosla\r Pelikan (St.
Louis. CPH, 1966). t::54.
-rerlCias pecado foi realmente perdoado; mas ainda não fomos totalmente cura-
d os. ,,73
J.~ questao
._~~_.-"Pode-se tOlTIar o
Conclusão
;~:1SprecIoso evange~
:- ,;:reç, 'versfculos relen1- Confirma-se que a parábola do Bom Samaritano como usada por Lu-
anos de se.para- tera serve de espelho que ajuda a perceber o desenvolvimento da sua teolo-
gia. Quando as citações são lidas pela primeira vez e fora do seu contexto,
_~-~rnentena igreja. p.~qui tem-se a impressão de que o reformador está dizendo sempre a mesma coi-
_.::',-l). trabalho através da sa. As palavras são quase as mesmas, mas há uma profunda diferença no
seu significado. Esta diferença é marcada especialmente pelo contexto em
..... ~ .
que aparecem.
de ter Oieo e. \:'i~
Pois A tradição medieval costumava aplicar o texto da parábola a partir
CinGe a pessoa do versículo 35 de Lucas 10. A mensagem da mesma estava relacionada
com o "tesouro de méritos" e às "obras de supererogação". Lutero mudou
e diligente CUidado esta tradição. O seu ponto de partida passou a ser o versículo 23 de Lucas
',-,::.:n do derrarnarnento de 10, o que levaria a Ullla leitura diferente do texto. Contra as obras de justiça
. .
1TIll1to cruel e a própria, diria que o homern é salvo apenas pela graça de Deus .
Como o exanle das citações rei.relou5 Lutero apresentava um conceito
de salvação que lTIudaria totaln1ente anos mais tarde. Primeiro~ salvação era
.iferença entre este texto e um processo que durava toda a vida. Deus operava uma "justificação sana-
- -='~_1S é apresentado como um
ti\r'a5~ que começava ül11 processo de cura. rv1ais tarde faria uma clara distin-
ção entre justificação e santificação: Deus aceita "todo o homem", que pela
justiça de Cristo, imputada a ele, já pode ter plena segurança da sua salva-
ção~ iniciando-se então o processo de cura ou santificação.
No Lutero jovem, o ser humano nunca estava completamente seguro
nlax1tanO aparece no U\Jitl-
da sua salvação; no Lutero lnadufo5 tinha certeza >6de que viveria". No Lu-
o reformado!' fez uso
tero jovem, o Senhor expunha à morte e castigava a fim de curar (ação
Lutero novarrlente CIta o
terapêutica), no Lutem maduro, as igrejas eram lugar de consolo (lei e e-
--.na vida do cristão. Nurn
vangelho compreendidos de forma apropriada). No Lutero jovem, o ser
descreve a queda e a re-
... ~~L
humano era parcialmente justo e parcialmente enfermo; no Lutero maduro,
~~-Te5entado corno o hornern
era totalrnente justo e totalmente pecador ao mesmo tempo. No Lutero jo-
_F:::fO afirrna: ~"Estan10S agora
vem, Cristo era um exemplo a fim de que o homem pudesse tornar-se um
esta vida é urn hospital; o
bom filho de Deus. No Lutero maduro, Cristo continuava sendo exemplo,
,Ó,,,E,cd. JrrToslav Pelikan (St. ,.; The Lasl 51'/7II0n in íVillenbelg (1546), Semwlls i, em Luther's Works, AE, ed. e trad.
John W. Doberstein (PhiladeJphia: MuhJenberg Press, ] 959), S] :373.
- 37 -
-------
•
--- ~ ~~-- - ~ - - --
mas não era o que fazia de alguém um cristão. No Lutero jovem, Cristo era
o meu único próximo; no Lutero maduro, meu próximo era todo ser em
necessidade, porque santificação significa justificação vivida no mundo.
- 38 -
-
_ .-::,'0 jovem, Cristo era FILOSOFIA LUTERANA DE EDUCAÇÃO
:mo era todo ser em
\1\'ida no mundo. Egol1 M m1in Seibert'
Introdução
Educar, eis um verbo que talvez esteja trazendo à mente de cada alu-
no de Pedagogia desta Universidade a seguinte preocupação com respeito
ao seu presente ou ao seu futuro como educador: educar, mas para que fim?
Com certeza, se a cada um de nós fosse dada a oportunidade de apre-
sentar o seu pensamento, poderíamos relacionar finalidades diferentes.
Ao manifestar meu desejo de apresentar, como trabalho de aula, a-
quilo que pensa sobre o assunto a Igreja à qual a mantenedora desta Uni-
versidade está fiiiada, foi-me permitido expor a vocês aquilo que julgo ser a
Filosofia Luterana de Educação.
, . neste trabalho, apresentar o ,Densamento de Lutero
É nossa intencão.
expresso em alguns de seus escritos e, a partir dali, mostrar que sua visão
Lluxiliou a moldar uma teoria de educação que tem objetivos ciaramente
definidos, que reconhece agentes especiais na tarefa de educar, e que é
aplij:ada nas escolas luteranas semeadas pelo Brasil.
- 39-
••
da época era tão contrário à educação formal que havia UH1 ditado larga-
mente conhecido na Alemanha e que dizia: "Gelehrte sind verkehrte" 1, isto
é, os cultos são errados.
No entanto, não somente este espírito materialista foi responsável pe-
la atitude anti-educação das massas de então, Unl segundo e talvez mais
significativo fator podernos encontrar na reação popular à Reforma. Um
dos prilneiros resultados do 1TIOvirnento da Reforrna foi o abandono em
larga escala da vida nos mosteiros e conventos por parte de rnonges e frei-
ras. As autoridades seculares~ por razões práticas~ religiosas e econômicas
confiscararn as propriedades e os fundos destes rnosteiros e corr··/entos a-
bandonados. Embora sem esta intenção, esta ação causou o colapso das
escolas que estavam sob a sua supervisão3 direção e manutenção.
lJro terceiro inotivo poden1os ainda encontrar no fato de que a Re-
forn1a trouxe à luz erros graves de doutrina que erarn ensinados nestas
escolas e que tinharn a ver sobre a vida e morte eterna. Por que então ainda
enviar filhos a estas escolas se lá os mesmos poderiam ser desencaminha-
dos da salvação?
Foi debaixo desta pressão anri-educaç3.o e diante do colapso do sis-
telna educacional que Lutero lançou seus apelos erG prol de uma educação
renovada do povo alemão. Através de tratados e de sermões dirigiu-se aos
príncipes e senhores pedindo-lhes reformas educacionais e constrangendo
pastores e pais a proporcionar boa educação aos filhos.
Ditado citado por Robert Schultz na introdução do "Sermão sobre o Dever de Enviar Fi-
lhos À Escola, contido na obra Sclcctcd W ritil1gs of !ví(iI1in Lutha, 1529-1546, p. 1 n.
- 40-
- - -- -
- - -
- ..=
~ -
~
- - -- ~------ ------ -~ - - - --
um ditado larga-
1:.1 nega os privilégios até entao COnCedlQOS 0
dos clérigos e ao próprio
ind verkehrte"l, isto papaao,
l\Ta segunda parte ele chama a atenção para os assuntos que, no seu
<tu foi responsável pe- entendec merecian1 ser tratados nU111 Concílio verdadeiramente livre. Criti-
::::gundo e talvez mais ca então o escândaio da pornpa e da ganância da Sé Romana que contrasta-
à Reforma. lJn1 de Cristo e dos seus apóstolos,
"'/a co1'n a pobreza
rOl o abandono em Na terceira parte Lu[cro apresenta suas propostas de rl1eIhorarnentos da
p:lrte de monges e frei- Igreja. Sugere 26 reforrnas concretas e~ entre eias, a das universidades (Lutero~
{ê'ligiosas e econômicas 1989~ p. 328). Entre as suas propostas que dize111 respeito à educaçào encon-
tra-se a abolição dos li\TOS Física, Tratado da ft~lrna e Etica de
causou o colapso das i~ristóteles que ele julga\"a danosos à fé cristã por: adrcátirem felicidade senl
111anutenção. Cristo e negarern a ressUITe:jç;Io ciOSrnortos. ele atlfrna que apre-
cr~ll'no fato de que a Re- ciaria que os ~ivros Lógic8 Retórica e. Poética do 111eSmO autor, em edições
_é: erarn ensinados nestas não corn.entadas fossern. rnantidos ou até rnesrno resurnidos, recoI11endando
c-:::rna. Por que entào ainda sua leitura pelos jo\'ens para que estes se exercitassem no oorIl discurso e
: :,e1'iam ser desencaminha- na pregação. Lutero sugere que se estudenl1atim, grego e hebraico~ além de
11latel11ática e história.
diante do colapso do SlS- uç Direito
= que a reforrna deveria passar pela
cl11 prol de urna educação ·"~tinção do estudo do direito canônlco; erú particular as decretais, Embora
:::de sermões dirigiu-se aos 1 :conhecesse que o direito secular se transform.ado nurn ern.aranhado,
::-__.·~·lClonalS e constrangendo considerava o mesmo ~'mais douto e justo'~ que (;
- nH10S. Qttanto ao estudo dos Quatro L·ivros de Sentenças de autoria de Pe-
eira Lombardo ..2 Lutero cria que o 111eSnJO ser reservado aos teólo-
cl( 1520) gos J0'\/ens. enquanto que. o estudo Sagrada deveria
ser tarefa dos doutores. Segundo p n estudo d.asSentenças na
Alemã é, talvez, o maiS ocasião era muito n18.1Senfatizada que da Bfb1ia, Sua críti-
U2 idos de 1520, foi pub1icada ca é severa quando afirma:
-:- •.• ~'. o '"
.c 1M
ficar nelas e jamais chegar à Escritura. Nisto somos iguais àque-
les que olham para os marcos que mostram o caminho, mas ja-
mais seguem o carrÜnho. Com seus escritos, os caros pais quise-
ram introduzir-nos na Escritura; nós, porém, os usamos para
afastar-nos dela, quando a Escritura é nossa Única vinha~ na qual
todos deveríamos exercitar-nos e trabalhar. (Lutero, 1989, p. 332)
Para Lutero a lição mais importante e comum nas escolas e universi-
dades deveria ser a Bíblia. Ele acreditava que se isso acontecesse, formar-
se-iam pessoas altamente entendidas nas Escrituras ao contrário da situação
reinante quando se constatava até mesmo que os eruditos, prelados e bispos
não conhec1f:uTI o evangelho de Jesus Cristo.
Ele encerra a sua Carta J.},.bertadeixando claro seu desejo de que a fé
cristã e a Bíblia fossem a base do currículo bem como sua preocupação de
que, se isso não acontecesse, as escolas e universidades viessem a ser
"grandes portões para o inferno" (Lutem, 1989, p. 333).
- 42-
.:oto somos iguais àque- Quanto ao estudo do grego, hebraico e latim, diante da afirmação de
.. ··.:111 o caminho, mas ja- que o mesmo não mais era necessário visto ter ele mesmo, Lutero, traduzi-
.ecs. os caros pals qmse- do já então o Novo Testamento para o alemão, ele argumenta dizendo que o
?orém, os usamos para mesmo é preciso para que se consiga ter um bom entendimento das Escrituras
'y' sa única vinha, na qual e para que se preparem "homens capazes de reger domínios e mulheres habili-
.u·i.E. (Lutero, 1989, p. 332) ~ .
tadas para governar filhos e emoregados".3
~.
, Afirmação feita pelo Dr. Nestor Beek em palestra proferida no dia 8 de novembro de 1983
no Instituto Cultural Bras'deiro Alemão - instituto Goethe de Porto Alegre, c publicada no
lino IgrcJa. Socicdade & Educaç'Üo, 1988, p. 86.
- 43 -
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culpados; porque do modo como os criamos, temos filhos e súdi-
tos estragados e desobedientes. (Livro de Concórdia, p. 421)
o reformador tern
e crianças rec.ebarrl
2.5 Sei7l1ão Sobre o Devere/e Mandaras Filhos à Escola (j530)
de ser U111 serrl1ao
}~~-lT'JJ Lutero deixa claro
o ape] o de 1524, endereçado aos prefeitos alemães, teve um sucesso
- ~~~~.=s e bern formados cida-
relativo. Cidades como Magdeburg, Nordhausen, Haiberstadt e Gotha res-
(estado e igreja). Ele
ponderam positivamente. Eis]eben, sua cidade natal, e Nürnberg, atende-
é responsabilidade
-~~-~e dos
ram-no em ] 525 e 1526 respectivamente.
~J\pesar disso, muitos pais seguiam firmes na intenção de não enviar
, - seus filhos à escola. Lutero tendo conhecimento disso, já em 1529, no pre-
-.-le\'eTas nao nos Doupemos
fácio do livro de seu amigo Justus Menius, Oeconomia Christiana, demons-
e educar os nossos
tra a sua preocupação quanto a este assunto e declara que no futuro trataria
(1 Deus e ao rrrundo.
do mesmo mais especificamente num livro.
~rnontoar-lhes dinheiro e.
.. No verão europeu de 1530, em junho e julho, no Castelo de Coburg,
_-~ntar e enrIquecer senl nós,
durante a dieta de Augsburgo, Lutero escreveu o manuscrito que ficou co-
>~D.tesn.os deu e confiou- fi-
.. nhecido como o Sermão Sobre o Dever de Mandar os Filhos à Escola. A
:::~-nemos de acordo com sua
sua carta dedicatória do sermão ele dirige a Lázaro Spreng1er, síndico da
----n~~"
necessidade teria de pai e
cidade de NÜrenberg. Nela, preocupado diante da possibilidade de haver,
que é seu dever, sob pena
apesar dos esforços do mesmo, pessoas que dessem mau exemplo afirman-
~>=GS filhos., acilna de tudo, no
do que para seus filhos bastaria que soubessem ler em alemão e fazer COTI-
~ Corem aptos~ dar~lhes opor- tas, ele afirma:
rn. de que possarr:_ ser úteis
Toda comunidade, e especialmente uma grande cidade, precisa ter
se fizesse, Deu.s hav:eria
outras pessoas além de mercadores. Deve haver pessoas que sai-
-:,y,' a graça de se educarem
bam fazer mais do que simplesmente somar e subtrair, e ler em
~'T~ia terra e o povo. Teríarnos~
alemão. Livros em alemão são feitos a princípio para o homem
cidadãos~ e mulheres
comum ler em casa. Mas para pregar, governar e administrar jus-
então filhos e serviçais
tiça, tanto no Estado espiritual como no material, todo o ensino e
perpetuas quando ne~
línguas no mundo são pouco, quanto mais somente o aJema.o.
dever de educar o teu filho de
(Lutero, 1967, 1529-1546, p. 123)
disso te oneras de todo o pe-
liierno en1 teus próprios filhos, No prefácio, dirigido aos pastores, Lutero pede-lhes para que conti-
.:: santo, t· porque se despreza nuem insistindo junto aos pais para que não descuidem da instrução da
- . -
juventude. Para ele o dever de adrnoestar, exortar e aconselhar para que a
-.::rrnatao aterradora~ que nao
-:-<lZ. E aliás todos 1astirnarnos educaçÜo dos jovens nÜo seja negligenciada é tarefa essencial dos pastores
nos meS1110S)somos os e por isso ele apela aos mesmos para que dêem seu apoio a fim de encorajar
os pais a fim de que continuem a enviar seus filhos à escola e sustentar
- 45 -
I
aqueles lnestres-escolas honestos e virtuosos qüe buscavarn educar os seus
filhos de r;'llaneira digna e honrada (p. ] 26).
N o seu serrnão propriamente dito, Lutero fala da inlportãncia de se
fornlar ministros religiosos; cultos~ conhecedores da Pala'vTé1 de Deus. Ele
pergunta onde serão buscados tais hornens se naquele rnornento nern 4000
alunos estavan1 estudando em rneia AJelTlanha, l\Jérn disso~ onde encontrar
pessoas capazes para ocupar postos de liderança no governo secular; nos
cursos de rnedicina, ad'v'ocacia e assim por diante? i\lérn de responsabilizar
o governo secular para que se rnantivessenl boas escolas C01Ti bons profes-
sores~ Lutero responsabiliza os pais e afirrna que é dever cristão dos rnes-
n105 enviá~los às escolas para que ti\leSSe rnédicos~ pregadores e juristas.
Deste 111odo ele rnostrou quão llTlportLlnte era o papel da educação para ~1
- 4f1 -
àrn eGUcar os seus 2.6 Outras Obras L/e Lutero
j) inroortáncia de se o Dr. Nestor Beck ern seu livro Igreja? Sociedade & Educação
PJ.la\Tâ de Deus, Ele (Beck" I 988~ p. 90) aponta para outros escritos de Lutero onde ele enfatiza
-2 nlomento nern 4000 a necessidade da educaçào da mocidade e do povo alemão em geral. São
onde encontrar cItados por ele corno recursos didáticos e estímulos para as grandes refor-
,
gcr\lernO seCUlar, nos rnas educacionais qlle visavarn a recuperação da própria Igreja e da socie-
1~Tn de responsabilizar dade de entào o prefácio à Yv1issaAlemã de 15267 o prefácio à obra de Fili-
_.:-.>Jlas COITI bons profes- pe Jvlelanchton entitulado Instruções dos Visitadoresj de 1528, o
2ê\"er cristão dos rne-s- Enchiridion: Pequeno Catecismo para e Pregadores elTI Geral, de
< "
nregaciores e JurIstas. 1529. o Catecisrno i~Jernão. ÜUTibén1 de 1529, e a própria Bíblia Alemã,
d~Jeducação para a cuja traduçào fOl cOinpletada flor Lutero enl 1534.
2.7 O
-ur~ do professor ao I'-tiLiI
que Jamais o traba- :rJUI11a época errl que existia urna Alemanha que era explorada l1npie-
e correto .. ou ai- dosarnente. por taxas abusi\/as que eram en'viadas aos cofres da Igreja eul
adequadamente R_o 11:1(1,L,utero1 111ai5 do que.
- qualquer
- - outro~ reconheceu os erros doutriná-
entanto, este trabalho é nos que fizeran1 carn que a Igreja se tornasse na potência que era e que
(:orno se não valesse nada, t1v'esse o poder que tinha; doutrinas que contribuirarn para o estado de coi-
Dudesse deixar C: meu ofi- sas ern que se encontra\/â a sua pátria.
ou fosse obrigado a fazê- Reconheceu ele que parte daquilo devia-se à forma corno o povo era
_,""
a.ria a não ser o de rnestre- educado. Sabia que ha\/ia, prerI1editadarnente ou não, ur.n descaso para com
. " . ~ o estudo
,_->= :~u sei que proxlíno ao Ge E-scrituras Sagradas. Onde não houvesse conhecimento da
Pala\lra de
que existe. (Lute- poder-se-ia ensinar qualquer coisa como sendo tal e, cer-
tan1ente, nadtl contestado. El11 disso Lutem cria que a transfor-
rnação da sociedade, sua conscientizaç-ão e reconhecimento a respeito ào
que Deus dizia ern sua Palavra, a Bíblia, teria que passar obrigatoriamente
_-,2l"léUl1 atender a este de'ver~ a
lJelos bancos da escola.
~529-1546? p. 164). TarClbén~t
p.~proposta de reforrna das uni'versidades que ele trazia tinha ero seu
auxílio financeIro
bojo esta U111 povo que conhecesse em primeiro lugar as
e que Deus teria nisto
Escrituras. o sentido de suas palavras nas línguas originais, naturalmente
traria beneficios à causa de Deus, sua Igreja; e à própria sociedade .
- - - - ---- -~ - ~--~-~-
------~ •
,
Douglas Moacir Flor,~ em seu artigo "A Igreja Luterana e a Educa-
ção", ao C0111entar a preocupação e. o zelo que Lutero expressou pela edu-
cação enl 1524 na sua Carta Aberta, afirmou que o rnesrl10 argumenta en1
favor dos estudos clássicos com vistas à formação de lideranças para a Igre-
ja e o Estaào e que ele caracteriza a educação como obra do amor cristão
que atende às necessidades individuais e coletivas dos seres hurmmos (Ku-
chenbecker, 1996, p. 93). Ele também diz que a !T1iliorcrítica de Lutem foi
quanto à falta de escolas cristàs nas quais os jovens deveriam encontrar a
verdadeira educação e os valores adequados para a vida (Kuchenbecker,
1996, p. 94). Chan1Ll a atenção ainda para a visão futurista que Lutero tinha
ao tecer os seguintes cOfnentários:
Ele afirma a irnportáncia da educação para o progresso de U1TIa
-. Douglas Flor é professor de Cu1tura Religiosa na ULBR;l ..\ pastor auxiliar em Canela, RS.
Ele é urn dos eo-autores do livro O I-lo111enI e o Sagrudo que tenl enl \!a1ter Kuchcnbecker o
seu coordenador.
- 48-
Luterana e a Educa- mana pelo amor decorrente da fé" (Beck, 1988, p. 92). E esta é a base, sóli-
_,: ê'xpressou pela edu- da e firme, que a partir de Lutero vem a constituir a Filosofia Luterana da
mesmo argumenta em Educação que, em maiores detalhes, passaremos a descrever no próximo
_~ 1ideranças para a Igre- capítulo deste trabalho.
:,0 obra do amor cristão
, --lu:;; seres humanos (Ku-
crítica de Lutero foi 3. A Filosofia Luterana d.e Educação
"~115 deveriam encontrar a
,,:2 a vida (Kuchenbecker, 3.] Por que Filosofia Luterana de Educação?
futurista que Lutero tinha
Para podermos falar de uma Filosofia de Educação precisamos pri-
"'~~.'~r-"/ar e usar corretamente ri- do e a si mesmo, definindo para si o tempo e o espaço, o sagrado
,-,,,1,,0 e C",\..
__:. / U, p. 94) '
~Ou I , I' 9C)h
e o profano, o bom e o mau, o justo e o injusto, o belo e o feio, o
verdadeiro e o falso, o possível e o impossível, o contingente e o
ndível para o bem da humani- necessário. (Chaui, 1995, p.lO)
,'.10 como um serviço prestado a
Na segunda definição ela demonstra que filosofia é sabedoria de vi-
..
como serviço que os paiS e da. Aqui ela explica que a filosofia "é identificado. com a definição e a ação
~:,~stam a Deus. Educar as novas de algumas pessoas que pensam sobre a vida moral, dedicando-se à contem-
'~"':ênte ou não, no regirne ou go- plação do mundo para aprender com ele a controlar e dirigir suas vidas de mo-
Educá-Ias cristãmente é~ do ético e sábio" (Chaui 1995, p. 16).
Na terceira ela assegura que a filosofia é o esforço racional para con-
c .::pontaneamente no governo es-
ceber o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. Aqui
~-~jenção da hUlnanidade. (Beck,
há uma distinçào, segundo a autora, entre filosofia e religião e até mesmo
uma oposição pois "ambas possuem o mesmo objeto (compreender o Uni-
, _, do que Lutero entendia por
1:' _ •• _
verso), mas a primeira o faz através do esforço racional, enquanto a segun-
-~-_::ntetambén1 para o educador cris- da, por confiança (fé) numa revelação divina" (Chaui, 1995, p. 16) .
.juma renoYaç5~o da sociedade hu- Na última Marilena Chaui procura demonstrar que a filosofia e a
fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas, isto é,
LLBR.Â., pastor auxiliar en1 Canela, RS,
que tem em Valtcr Kuchcnbccker o descreve a filosofia como uma análise das condições da ciência, da religião,
- 49 ~
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da arte e da moral cornu
para conhecer-se enquanto capacidade p2:-ra () conhecirnento; o ser~time.ntQ e·
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~lconteceu nos di"'_l-S 2S:1 ')7 rlP in!hn;ip lqxr~ {'~n~S{";
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norma correta do conhecimento reiigioso e da verdade e como a revelação
inspirada dele mesmo, de sua natureza, de suas intenções e propósitos, de
sua vontade e das suas relações com o seu povo e o mundo.
Além disso a 19reja Luterana crê que Deus criou todas as coisas, es-
tando inclusa a criação do homem. Este foi criado à sua imagem, isto é, ser
perfeito e imortal. Através do pecado da desobediência, porém, ele perdeu
este estado de perfeição e encontra-se desde então em inimizade com Deus
e sob o seu julgamento e condenação.
Embora o homenl nada merecesse, Deus, por amor, providenciou um
meio através do qual concede ao homem perdão e, conseqüentemente, paz
e vida. Esta providência é chan1ada na teologia luterana àe Hgraça divina';;,
isto é. o amor sem limites de Deus que lança o castigo sobre Jesus Cristo e
aceita como seu filho todo aquele que arrependido confia neste ato salvífi-
co.
Esta salvação conquistada por Jesus Cristo através de sua rnorte
substitutiva e de sua ressurreição:; que torna-se propriedade do ser hurnano
quando este crê (tem fé), é a força motivadora que age no cristão ao ponto
de ele colocar-con1o aivo de süa vida viver para a honra e glória do próprio
Deus. Neste vi\'er ele busca a perfeição no curnprirnento dos seus cl1anda-
lnentos~ atn.l'vés dos quais denlonstra que arna a Deus acinla de tod,-lS as
coisas e ao próximo COlT10 a si mesmo,
Apesar de não alcançar a perfeição aqui no mundo (ela só será com-
pleta na eternidade, após a segunda vinda de Cristo e a ressurreição que
naquele dia haverá de acontecer), o cristão prossegue para este alvo confi-
ando que Deus, por causa de Cristo, lhe perdoará as imperfeições e lhe
concederá unI dia U111corpo e mente perfeitos; para uma vida sern fim ao
seu lado nos novos céus e terra que por ele serão criados.
- --~- -
- ~ - - --~~- -- -
-=c :: ::Jn10 a revelação acordo com o Dr. Nestor Beck, a educação cristã terá por finalidade para
com os descrentes
propósitos, de
.. ,preservar e fomentar as condições e bens favoráveis à educação,
, .
::.::~:dasas COIsas, es- portanto terá por alvo formar o homem como pessoa moral e ra-
1111agelTIí isto é, ser cional, que faça uso da razão para promover o bem próprio e dos
'_ :,. porém, ele perdeu outros, Será o homern que saiba gerir a própria vida, prover o
''1imizade com Deus próprio sustento pelo trabalho e participar da gestão da coisa pú-
blica, Será, pois, o homem capaz de conduzir-se honradamente na
:-,CL l)l'OVldenclOU UlT1 família, na economia, na política, nas artes, (Beck, 1988, p. í 02)
- _,,~'nse.qÜentelYlente, paz Quanto ao cristão, o Dr. l"'Testor Beck afirma que a educação, através
:lla de "graça divina7~, da ação renovadora do Espírito Santo, terá por finalidade consolidar e ex-
- _ -2',) sobre J esüs Cristo e
pandir o Reino de Deus entre os homens e que o alvo da mesma será o ho-
,>:=~nfianeste ato salvífi-
mem que, tendo ouvido a pregação de arrependimento, reconhece e crê que
Deus o absolve e aceita por amor de Cristo, passando a servi-!o, de acordo
através de sua rnorte
com os mandamentos, nas funções em que Deus o colocou na própria soci-
do ser hurnano
edade (Beck, 1988, p. 101-103).
~,ge no cristão ao ponto A Igreja Luterana, através de sua filosofia de educação, tem por
-cmra e glória do próprio objetivo, portanto. preparar pessoas para a vida, confrontando-as com o
" ":lT';ento dos seus manda-
evangciho de Jesus Cristo. E!a crê que o educando descrente, ao ser
I)eus de todas as
aCiiTIa
confrontado com ° mesmo, pode vir a ser transformado em um cristão e ser
motivado pelo amor de Deus a uma vida de serviço onde, ao invés de ser
n1undo (ela só será C0111-
egoísta, buscará a honra e glória de seu criador e o bem-estar do seu
~,to e a ressurreIção que semelhante através de sua própria vocação. E quanto ao cristão, a Igreja
gue para este 3.1 vo confi-
, -=:~
Luterana crê que ele, através da confrontação constante com o evangelho
__<irá as ll11Derfeições e lhe
que revela a graça salvaàora de Deus, terá fortalecida a sua fé e continuará
~~;~iraunIa vida SelTI fim ao
a receber motivação para que continue a viver uma vida de serviço a Deus e
, laGOS.
ao seu próximo.
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u! -)rórT1~
-"- jJ-"d),
Já destaCa1110S que lvlartinh.o L.utero deixou berl1 claro era ';fúrias OCâ-
siões que aos pais cabia educar de rnaneira cristã os seus filhos. São eles, na
sua opinião, substitutos e representantes de Deus e cabe-Ines dar aos filhos
a educação (Li\TO de Concórdia, Catecisrno Maior l, 4.0, 108).
}~pesar de a farnÍlia estar atua1rnente sob suspeita devido à alta taxa
de separações. onde ainda irnperar o arDor e houver aqu.ilo que Lutero tanto
queria, isto é, a instrução na Palavra de Deus, ali terernos a influência posi-
tiva que Dais DoderT1exercer com sua conduta e ,/ida sobre seus -fiihos.
A A A
o Senhor T L:l.C11
J\"-·L)U,,)
c
Cristo, antes sua subida aos ceus, dIsse:
"~... fazei discípulos
- de todas as nações,
- batIzando-os ern norne do Pai e
do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que
(. Lutero afirnlOU que se não Cosse !111nistro religioso, certalllcntc seria rnestre-esco!a. Ell1
seu sernlJ.o de 1530, sobre o "'De"ver de IVlandar os Filhos à Escola" afinnou: "l'-Jão há re-
con1pensa que faça justiça. ncn1 dinheiro que pague U111professor ou 111estre piedoso e apli-
cado que educa c in:-:.trui fiellnenle os lneninosll•
- 54-
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e de;./ere-s. Que estivesse sern.Dre dist)()sta C:- :;e.rvir fi Deus e ao seu sClrlclhan-
te COiu obras (fe 3-InOr
()s lutc:tEtnos têm consclênc1U de que ccn1i ~JSirnpostos que. pagarn es-
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fc·:n~-i;~::.:nC:;:;:1h1~1(i~:rip ri;:
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':.J", :'_-ll··:";'~_;:_;' U~''--;' "':"'llllL:
Jesus Cristo para salvá-Ic: da rnorte. eterna através de sua 11lc:tte substituti··./li.
:- nde que "todos os tesouros Assurnindo a culpa do hornem, pagando com sua vida o preço do seu resga-
te. ele o sal vou,
- ',- ocultos" (Colossenses 2.3)
Jeneza, a história, a cultura e A Igreja Luterana crê que todo aquele que confiar nesta morte substi-
_ c: Deus, o Criador e Sustenta- tutiva de Cristo, de acordo com as promessas da Bíblia, é perdoado e tam-
,:-cessários à vida, através dos bém aceito por Deus como seu filho, e que mesmo que venha a morrer,
ressuscitará no dia do retorno de Jesus para uma vida sem fim.
:- mãos, conforme a explicação
~Ll'raa história da humanidade A Igreja Luterana crê que todo o que confia em Jesus, como resposta
ao seu amor, vive, não enfurnado num mosteiro, mas junto à sociedade,
~c::1hor dos Exércitos, que 'vindo
nascido de mulher, nasci- uma vida nova através da qual, fazendo uso de sua razão, se conduz honra-
dalTIente, servindo ao próprio Deus e ao seu sernelhante.
:- :-stavam sob a lei, a fim de que
Gálatas 4.4-6). Mostra, assim, Diante disso a Igreja L.uterana crê que seja uma de suas tarefas pri-
, encarnação do Filho e como al- mordiais ensinar, educar, para que os propósitos de Deus - a salvação do
homem e uma vida de serviço deste homern redimido a Deus e ao próximo
nações; ... orienta os alunos para
:::3. cristã e dos Dez Mandamen- - sejam alcançados. Na visão do Df. Nestor Beck, a educação deveria ter
por alvo
_,"e educam não só com palavras,
, "sagrada ao Senhor. (Beck, 1983) ... formar o homem como pessoa moral e racional, que faça uso da
razão para promover o bem próprio e dos outros. Será o homem
--~~, Luterana tem se destacado no se-
que saiba gerir a própria vida, prover o próprio sustento pelo tra-
:-iTJa que dizia: "Ao lado de cada balho e participar da gestão da coisa pública. Será, pois, o homem
e segundo graus foram semeadas capaz de conduzlr-se honradarnente na falní1ia, na economia, na
= ~ 1uterano
segundo as doutrinas da política, nas artes. (Beck, 1988, p. 102)
ciedade consciente de seus direitos
servir a Deus e ao seu semelhan- Para isso, a partir das doutrinas que Lutero extraiu da Bíblia, ela pro-
cura pelo ensino da Bíblia Sagrada, educar o ser humano. E este seu objetivo
ela procura alcançar, de uma maneira bem especial, através da criação e
-~lue (om os impostos que pagam es-
manutenção de escolas cristãs.
___::\0 entanto julgam-se também, por
Na introdução deste trabalho colocamos a nossa preocupação na per-
~,colas particulares onde, de acordo
gunta: educar para que fim? Diante de tudo o que analisamos até agora,
ie educação possa ser aplicada e os
cremos que podemos dizer que o grande objetivo seja educar para a liber-
dade. Contudo, também cremos que para educar para a liberdade é impres-
cindível educar o homem na Palavra de Deus onde está registrada esta a-
firlTlação de Jesus Cristo, o Mestre dos mestres: "Se vós permanecerdes na
~riou os céus e a terra, todo o uni ver- minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a ver-
dade e a verdade vos libertará" (João 8-31-32).
,têm e protege o homem.
Esta é a Filosofia L4uterana de Educação. Ela tem um manual: a Bí-
; quer que este homem, por ele criado,
" e que, para tanto, enviou seu Filho blia Sagrada. Ela tcm um objetivo: confrontar o educando com esta Palavra
:erna através de sua morte substitutiva.
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para que seja tocado e movido pelo amor de Deus, em Jesus Cristo, li uma
vida de ser\/iço a Deus e à sociedade em que vive.
Referências Bibliográficas
- 58 ~
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_~ ueus, em J esus C nsto,
. a, uma A IELB E O APROVEITAMENTO
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'i V.
DE CANDIDATOS NÃO MINISTERIAIS
- 59 -
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dados a trabalhar - ricos, pobres, feios, bonitos, altos, baixos, letrados, anal-
fabetos, hornens, mulheres, etc, As pessoas cristãs são instrumentos de
Deus e luz do mundo (Mateus 5.16-21).
Q}ualquer
.. - na conG!çao
crlstao, " - em que esta,/ e/ utl1
/ " ao .
re1TIO de D A
i eus. _\
pessoa rnais humilde pode ser urn(a) missionário(a)~ urn(a) evangelista.
Deus faz uso das pessoas sem levar em conta sua capacidade mental ou
física. A forrnação teológica nào é pré-requisito para atuar como instru.men-
to de Deus na salvação do mundo. rrodavia, Deus instituiu o ofício sacerdo-
tal a fim de que o seu povo fosse instruído nas verdades bíblicas e no meio
do mesmo os sacramentos fossern ministrados.
Além de pastores, o reino de Deus precisa de professores, mestres e
doutores que auxiliem os pastores e ensinem a palavra divina de maneira
pura. Esses professores, mestres e doutores são lTIUitO importantes na ins-
trução dos nO\lOS cristãos e no preparo de líderes e futuros pastores. l\ igre-
ja é grata a esses conhecedores e defensores das \/erdades cristãs, os quais
Deus verI1 colocando no mundo desde longas datas, a saber, no j.\ntigo Tes-
talnento, no Novo Testalnento, na época da ReforlTla, etc,
O grupo de teólogos que lutou no período da Reforma para que a pa-
lavra de Deüs fosse pregada e111 toda a su.a pureza não era formado só por
pastores. Em seu meio achamos pessoas como Filipe l\/Ielanchton, que era
versado enl teologia, grego, retórica e direito.
O proveito do estudo de teologia não deveria ser apenas pessoal, mas
a formação teológica deveria ter um benefício coletivo. A igreja deveria
tirar um proveito positivo destes homens e mulheres que se dedicam ao
estudo da Bíblia. O estudante de teologia deveria ser utilizado na roissão de
maneira mais intensa. Essas cabeças cristãs que, de quando em quando,
surgenl ern nosso rneio, deveriam ser "agarradas com unhas e dentes'\ pois
as lnesrnas podem ser müito úteis no Reino de Deus.
- 61 -
estejam habilitados a dirigir e executar o programa de educação
cristã tanto em congregações como em escolas. As exigências
quanto ao número de créditos necessários em ambos os cursos são
semelhantes sendo que a diferença se verifica em determinadas
disciplinas do currículo. Ambas as terminalidades formam Bacha-
, ~I .
rei em 1eo agia. 4
I
- Catálogo acadêmico da Escola Superior de Teologia, p. 19.
- 62-
:rograma de educação Art. 7] /IV - dar especial atenção ao amparo dos obreiros necessi-
As exigências tados e suas famf1ias;
: ~n-i ambos os cursos são Art. 7] /VII - zelar pela inscrição dos obreiros e seus familiares
:elifica em determinadas em instituições de previdência e saúde e incentivar as congrega-
'u~_:lidades formam Bacha- ções a custeá-Ias integral ou parcialmente.
Art. 73/1 - criar, manter e incentivar a criação de estabelecimentos
de ensino em todos os níveis, dentro da filosofia cristã-Iuterana e
Pastoral da !ELB po-
em consonância com os objetivos da !ELB;
c:m dar continuidade ao
Art. 73/1V - manter prontuário de pessoas habilitadas no campo
_:etclnçada !ELB. Eis alguns
da educação, colocando-os à disposição da !ELB;
.:e ~'-Igrej a Luterana tem em
Art. 73/V1 .. planejar o recrutamento de estudantes aptos para o
futuro exercício do ministério, magistério e diaconia na !ELB, e
evangelho de Jesus Cris-
C\
fiscalizar a execução desses planos;
IIEll, do rádio e outros rnei-
Art. 73/Vll - providenciar recursos para bolsas de estudos para
alunos e obreiros, elaborar critérios de concessão e fiscalizar a
- -~,~,_...
--.,--lL::>.o
- 63 -
--~---
~
,----- --~- ----~- ----~- - -
- ---
-
-
ção também para nós e para todos. E tende consciência de que es-
te ataque silencioso, secreto e traiçoeiro do diabo pode ser
combatido somente com profunda seriedade cristã. Caros senho-
res, anualmente é preciso levantar grandes somas para armas,
estradas, pontes, diques e inún1eras outras Obíâ.S semelhantes,
para que uma cidade possa viver em paz e segurança temporal.
Por que não levantar iguaJ soma para a pobre juventude
necessitada, sustentando U1TI ou dois hOfl1ens competentes COlTIO
professor?)
- 64-
---~---- -~ -- - - - -- - -- ~ -
----
--
." ..
_ J:ê conSClenCla de que es~ ba." GI 6. "Devem ser considerados merecedores de dobrada hon-
do diabo pode ser
~ ::: ll"C'
ra os presbfteros que presidem bem, com especialidade os que se
=- _ .:: i:ide, cristã. Caros senho- afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: Não
=: .. ,nCies somas para armas, amordaces o boi, quando pisa o grão. E ainda: O trabalhador é di-
-'~}IraS obras semelhantes, gno do seu salário." ] Tm 5. "Rogarnos, irmãos, que acateis com
C.i.Z e segurança temporaL apreço os que trabalham entre vós, e os que vos presidem no Se-
,xu'a a pobre juventude nhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima
~"l:JrDenScompetentes como consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz
com eles." ITs 5. "Obedecei aos vossos guias, e sede submissos
para com eles; pois velam por vossas almas, como quem deve
a Uln professor ou il1estre
prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo;
POlqU~
04 't n7'()
1 P :1S.0 <)nr -"1 ~h),
"av "t-',o,e'lu a v.,.,
nC' ~l':"""'n'~'i~Hh
OL.d.JS. u j'J
__,. 7
~:' recompensar o suficiente e
":~l1Tlbém diz o gentio i\ristóte- O teólogo luterano não pastor precisa sair do anonimato e ser reco-
continua desprezada tão es- nhecido como um servo de Deus corn direito a viver do seu trabalho .
. . ::e nada, De minha parte, se
rninistério da pregaçfio e Oli- A nomenclatura dos teólogos não pastores na IELB
aria tanto quanto ser profes-
-:;~ gue~ ao lado do ministério Para que o teólogo luterano não pastor saia do anonimato e seja re-
:5 útil, o mais importante e o conhecido como um servo de Deus com direito a viver do seu trabalho,
"',ré"
-'---~.1-r'lIal r1e1en
U..I. P n __,,,,.]hnr
0,-,V __ V_. 6
,,-,..l. m.
H ~alário pelo serviço prestado. O são os obreiros de uma congregação? Pastores, professores de escola domi-
...dos
.],je -
cnstaos ] -
com re.açao aos nical, líderes dos departamentos, recepcionistas? Quando falamos de pro-
;Js! e curas d'alma (pastores): fessor de educação cristã,9 estamos nos referindo a toda liderança que lida
com a escola dominical, escola bíblica, instrução de confirmandos, dirigen-
.. .l'r" porque digno é o trabalhador
_"'!leu o Senhor aos que pregam o tes de grupos de estudos bíblicos, etc? Quem, dentro da igreja, ocupa a
'·g=lho." ICo 9. "Aquele que está função de evangelista ou missionário?ío O que dizer a respeito de diáconos,
- 6S -
~ ---------------
-
- -- --~---~ -- - - - -
Nenhum destes termos apresenta uma problema em si. li~verdade é
que muitos desses "títulos" são usados à revelia, sem a preocupação com a
função ou formação de cada indivíduo que compõe a liderança congrega-
cional. Seria interessante que o teólogo fosse reconhecido como tal. Não é
justo que um médico que passou seis anos estudando seja intitulado de
enfermeiro. Portanto, para não sermos injustos com oCa) estudante de teo-
logia, ou seja, oCa) teólogo(a), aquele(a) que passou seus cinco oü seis anos
estudando em um dos seminários da IELB e se formou e recebeu o certifi-
cado de Bacharel em Teologia - Educação Cristã, tomaremos a liberdade
de, doravante, tratá-loCa) de Professor(a) Sinodal. Este termo, em verdade,
já está por ser extinto na IELB, mas desejamos reavivá-lo associando-o aos
teólogos não pastores.
tes.
11 Essa lista de ali vidades práticas foi baseada e adaptada tendo como ponto de partida o
plano de atividades práticas sugeridas pelo Rev. Amo i3essc1 à sua estagiária de Teologia
em Educação Cristã do ano de 1998, no Instiluto Concórdia de São Paulo.
- 66-
._problema em si. A verdade é 5. Fazer visitas a familiares de alunos;
~~l sem a preocupação com a 6. Ministrar aulas a prospectos missionários;
... :ompõe a liderança congrega-
7. Atuar como conselheiro de professores, funcionários, alunos e pais
":' reconhecido como tal. Não é de alunos.
':s estudando seja intitulado de
.'IOS com o(a) estudante de teo-
.. Algumas atividades práticas em uma congregação:
" _.:'passou seus CIl1COou seIS anos I. Dirigir escolas dominicais;
::::"'3 :' se formou e recebeu o certifi-
2. Dirigir devoções em reuniões de senhoras, jovens, diretoria, etc;
~J Cristã, tomaremos a liberdade
3. Dirigir estudos bíblicos em reuniões de senhoras, jovens, diretoria
Sinodal. Este termo, em verdade,
e congregação;
_ c; ~.lmos reavivá-Io associando-o aos
4. Participar ativamente do planejamento e das programações con-
gregaclOnals;
5. Realizar visitas;
6. Ministrar instrução de crianças, adolescentes e adultos;
7. Abrir novas missões .
. ~mos a designar algumas atividades
:::r2 atuar. O(a) professor(a) sinodal
Apesar do(a) professor(a) sinodal ser auto-suficiente na execução de
Drofessor(a) em uma escola; como
suas atividades, há alguns limitações, principalmente no que se refere a
..-ceIesassistenciais e corporações mili-
atividades exclusivas do ofício do ministério público, ponderando-se o
como auxiliar do pastor em uma
seguinte:
- 66 -
- 67 -
~ - --
" --- - - -
-~ ---
nou como pastor e que supervisiona aqueles que temporariamente
desempen h_L'
,am algumas mnçoes pastorms.'-p
- •
Pessoas com formação teológica poderão, por certo, ser uma bên-
ção em qualquer lugar que estiverem. Na igreja poderão ser de
grande auxílio na edificação dos irmãos, seja em estudos bíblicos,
mensagens, devoções, visitas missionárias, departamentos e co-
missões. Isso vale também para as mulheres. E, no desempenho
de funções, reconhecerão a supervisão do ministro constituído por
Deus e chamado por intermédio da congregação. O desempenho
das funções através de lnuitas pessoas, mulheres e homens, por
isso, não irá obscurecer o fato de que há um ministério instituído
por Deus e que neste ministério a pessoa não entra em função de
uma qualidade especial que tem, mas através do chamado que
veus d'a por melO
i\ . da Tigreja. ...li
- 68 -
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rnas propc:stas:
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Leopolcio'/ ~.2ue tal dar as H1eSrns.s cl-iances para rnoças e. rapaze.s e.studarelTI
teologia?
2'i Fazer com que
~ o curso de teolc;g:ia
" en1 /
cristã.
~.. Colocar nos panfletos -
de re.:rlHarÜentc:
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UITia ou duas linhas ql.lê se
-:---';:":'-:-~:~'.~~
'1 cccc r111-~·,~.
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1-•.~,õc c.:::o .:::oi.:::o .:::o.,-~,-.f-,:-.
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r.r: ,,~,.-,,-.,'"1r,n,~<
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Ln:'::-.jjt_:,:;.::,
"",,-ô--<,~,,~,~,-.•.-,...,... ,-..-,!-.,.-~.•...,-~~,.""., ;::
urn tanto incoerente abrir urn curso e dôse~ar Que-o meSIT1C: não tenha. aJunos
!
.-.-.c--:-:-.·~r_.: 0-. ,---;! .-.,
; ;;G:"l l~--,:"-;'l!:H.1U':; •
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l)l\:'uigar o trabaiho dos(as) protesscrês(as) slnc:d{us~ e cc:lc?cá-
los(as) a disposição das di~/ersas cong._~regaç:ões7
- escolas {)u quaiscpler
- - enti- -
do ou inde.te.rminado.
8) Proporcionar aos professores(as) sinc:dais (: ~ ------~-
r.
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••.. ,H~~
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do proressor( .a), aos professores( as) sinodais '-..
-..
deveria resDonder -Dositl'"lamente ao art.
79ila: TI~L b; c~d e e dcs estatutos da IELB:
. "" ,
i 2) Criar a possibilidade doCa) professür(a) SlllOdEUDocer VIr a ser
IeológlcOS .. sendo enquadrados( as)
91, 92 dos estatutos da IELB;
Slo Faul0 cornG ern São O(a) professor(a) sinodal deveria ser desligado(a) da congrega-
1TiC>;US e rapazes estudarem pelos rnotivos descritos no 'lrr. 100 § 5° do estatuto da TRLB~
()(a) professor(a} sinoGaJ deveria estar sujeito a avaliaç-ões perió-
cristã seja cc:nhe~ dicus conron.ne o arte 100 § 6° do estatuto da IELB~
o,..., •~•
orgarnzaçoes aux11El- ...
-Doderia DarticiDar
- - de conselhos distri-
~., ' ,. _.' o o ~o o.
canCElOS reg1onals, convençoes naC10na1S C01T1curerfO a vGtG,
ele teologia en1 educação Nenhurna destas prc;r:::ostas têrn corn:o finalidade con.frontar ou des-
eiS nornens e. rrrülheres realidade. P-;.igreja também precisar pensar desde agora enl forrnas de inte-
grar os forrnandos em teologia erú edLlC,lCJlO ao carnpo trabalf100
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..-.,:_~_,~..-."
"" _
__._
Linden, Gerson Luis. "Ministério Feminino", in Vox Concordiana - Su-
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Lutero, Martinho. Obras Selecionadas - Ética: Fundamentos - Oração-
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- 72-
COllcordiana - SU-
. ~i~. pp. 21-45 . LITURGIA
. : Alegre/São Leopoldo,
DANÇA LITÚRGICA
:domentos - OraçÜo-
Ralll Blll/71
[,ti ).Jegre/São Leopoldo:
- 73 -
J ..
Divino, *
Nobre Ensinador.
N osso Redentor.
t1
"
- 74-
* REFRAo:
1 teu el1SlIlO *
*
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~""i"Ó
E da perdição
1""""'''' p ""pó'
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A mansào da paz.
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de j1lll11ba \ll,mdo)
"
(REFRAo)
- 76-
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Recon - duze os trans viados
4~ Ao pastor Jesus.
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(REFRÃO)
- 77 -
I
4-
(Volta para posição inicial, dc costas para o altar)
Vera
"* ... osentre
Tu
operas povos
s
conversao,
~
~
I
fiÓ
'* Novo '*'* pensamentos
Dá-lhes coração novos,
ti"cnte sobre a testa)
*
fi Q (Mãos voltadas para (Mãos no coração)
(REFRÃO)
- 78 -
os povos *'
MÚSICA
Mais uma vez estamos oferecendo música coral para dois tipos dife-
rentes de coros: coro misto e coro de vozes iguais. O Kyrie Eleison que
estamos publicando é para a formação mais utilizada para coros: soprano,
contralto, tenor e baixo. Esta música também precisa do acompanhamento
de Órgão. Foi composta por Léo Schneider.
Léo Schneider era organista, regente e compositor, membro da Igreja
~:crvos, * Evangélica de Confissão LuLerana no Brasil. ,~,tuou como organista na Igre-
ja Martin Luther de Porto Alegre. RS. Hoje, sua filha Anne Schneider é
organista na mesma congregação, fazendo também turnês por diversos
países como organista. Gentilmente Anne Schneider consentiu em que esta
peça fosse publicada pela V ox Concordiana. Agradecemos pela gentileza.
i". música "Sempre em Deus Confia" está arranjada para vozes i-
guais: soprano, meio-soprano e contralto, ou tenor, barítono e baixo. Mas
esta música também pode ser cantada por um coro misto. Para isto é neces-
•...
'-...... sário dividir as vozes masculinas e as vozes femininas em três grupos. O
descante para flauta pode ser tocado também por flauta doce soprano, vio-
lino. oboé, clarineta, trompete, sax ou mesmo por um teclado com um re-
gistro de instrumento que utilize clave de sol.
- 79 -
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AUXÍLIOS HOMILÉTICOS
I: SEXTA-FEIRA SANTA
21 de abril de 2000
Série Trienal B, Evangelho: João 19.17-30
1.
É Sexta-feira Santa ou Sexta-feira da Paixão de Cristo. É a segunda
das quatro datas (Natal, Sexta-feira Santa, Páscoa e Ascensão) ou aconte-
cimentos importantíssimos na vida terrena de Cristo na execução da obra
da salvação.
Todos os evangelistas enfocam aspectos importantes do que aconte-
ceu corn Jesus Cristo antes de sua morte. Porém, este texto é bem completo
-
-~=;= -d~~-===:~~=~·=~~=t;-;~I
-0-· para o dia: fala do sofrimento físico (carregar a cruz, a crucificação) e mo-
ral (ter pena de morte como se fosse um bandido, ser crucificado entre dois
bandidos, suas roupas serem repartidas entre os soldados) de Jesus, o cum-
IJ primento das Escrituras (vv. 23-24), a entrega da mãe aos cuidados de João
e termina a perícope com o ponto culminante da declaração de Jesus "Está
consumado!" e com sua morte.
go. clll
go
IH. O Texto
- 85 -
~ - ---------------
- -- - - -
--
--~
-----
declarar-se culpado. Jesus, ernbora inocente, declara-se culpado enl lugar
da humanidade. A palavra Cal vário provém do termo latino calvaria que
significa crânio e equivale à pala\Ta grega kranioll. Gólgota tem o meS1l10
significado. Esse nome era dado à colina em que Jesus foi crucificado por-
que. especialn1ente à distância, parecia com um crânio.
V. 18: João usa poucas palavras para descrever cenas tão trágicas.
·~ocrucificara1l1'~: os judeuso fizerarn através de Pilatos, ao qual forçararn
para realizar a sua vontadc~ e dos soldados romanos. pTa verdade, os nossos
pecados também crucificaram Jesus através dos judeus daquela época, atra-
vés de Pilatos e dos soldados ronlanos. Os pés de Jesus ficaram apenas a
uns 70 cm do chão, por isso o pequeno caniço de hissopo foi suficiente para
fazer chegar a esponja de vinagre à boca de Jesus (v. 29).
Os judeus pediram a Pilatos que Jesus tivesse a pena de morte apli-
cada aos crilninosos l11ais vis. O fato de Jesus ser crucificado entre dois
crirninosos era considerado corno se ele fosse de igual espécie, C:urnpre-se
Is 53.12: "foi contado C0111 os transgressorc,s7~, O próprio norne cruz trans-
mitia a idéia de opróbrio, vergonha e ignomínia.
Vv. 19,22: Mt 27.37 mostra-nos que Jesus foi acusado de aJta traição
ao imperador romano, como adversário político. Esta foi a acusação oficial,
embora o sinédrio o acusasse de blasfêmia. Roma jamais iria condenar por
acusação religiosa de blasfê-rnia contra o judafsrno. Era COlTIUlTI pendurar no
pescoço ou sobre a cabeça dos criminosos urna inscrição com a acusação da
condenação. Pilatos insiste que Jesus foi crucificado como o Rei dos Ju-
deus.
Os quatro evangelhos dão uma versão ligeiramente diferente da ou-
tra. Matem: "Este é Jesus, o Rei dos Judeus" (Mt 15.26). Marcos: "O Rei
dos Judeus" (Mc 15.26). Lucas: "Este é o Rei dos Judeus" (Lc 23.38). João
é o mais extenso: "Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus". A inscrição foi feita
ern~. trés".'. lípo-U'lS
le {....~ (j'el"'rai,'('
\. I J ~\,...-U, lé'tinl
U ...•ll o-rpo-r,\ F
e b~--b"""}' l'''--l._,._ •.. ..",•... n'lp eu' c"ria
~ n~~sívp] lu......- u •....
•
Ji"o-ua
,.l,te
- 86-
ma Maria de "mãe" e sim de "mulher". Não significa desrespeito. Jesus
ainda era o filho de Maria, .tvlas de agora em diante ela deveria vê-Io acima
de tudo corno seu Senhor e Salvador. Prontamente João aceitou a incum-
bência de seu Mestre: levou Maria para sua casa e dela cuidou.
'lVe 28-30: Lenski acredita ter passado rnais de três horas desde a
conversa de Jesus conl tlÍaria e João até esta nO'v'{1 seçào.
'EidÔo.\' é um particípio presente de 'ore/a C~sabendo~ saber intelectu-
al""), O que Jesus está sabendo? Que todas as coisas estavalTi terrninadas,
Todos os detalhes da obra salvadora estaVDJ11 COITIDletos faltando sornente a
morte.
i\penas depois de sofrer tudo o qtle era necessário para salvar a hü-
nlanldade~ Jesus pede algo para beber ti. finl de aliviar a sua sede. Aliás,
:::,cde era un1Zl das agonias lTiais torturantes do crücificado. Já devia estZix
co1"n sede antes de chegar ao Gólgota, Logo que estava le\Tuntado na cruz
"deranl-lhe a beber vinho corn fel~ nlas ele, provando-o, não o quis beber'~
(l\'lt 27 .34)~ pois ainda preclsa\l(i sofrer pela hU1112ti1idade. Ivlas agora, estan-
do tudo pronto~ para ainda curnprif a profecia registrada no SI 69.21 ("na
rninha sede rne dcranl a beber vinagre ), Jesus pede algo para t0111ar. O
vinagre era vinho C0111U111azedo que os solda,dos do inlpério usavarn conlO
bebida. E Jesus, tomando o vinagre, disse: "Está consumado!" Tetélestai
era unla palavra conlercial que significava "está pago~ a dívida está paga!;'
Qual dívida estava paga?
O santo Deus elTI sua justiça exige que o ser hurnano seja santo
("santo sereis ...~'.Lv 19.2). f\/las o ser hürnano não consegue ser obediente a
Deus, Então Jesus Cristo, sendo Deus e homem, foi santo, obediente nos
lugar das pessoas. Obedeceu integral e perfeitamente todos os mandan1en-
tos que o Pai deu aos homens. Por isso, está paga a dívida da desobediência
humana: tetélestoi!
Era necessário que se cUlnprissenl as profecias descritas no Antigo
Test~llne.nto. E todas que cabian1 a Jesus cumprir, ele curnpriü à risca~ e as
que cabiam a outros cumprir. viu-nas serem cumpridas. Por isso, tetélestai!
Era necessário Jesus sofrer pela hun1anidade. Sofreu fisicZHllente: roi
açoitado~ pregaào na cruz~ recebeu a coroa de espinhos na cabeça, etc. No
entanto, o seu maior sofrimento foi espiritual, na sua alma: desde o momen-
to que orava no J ardi 111 do Getsê-lnani e seu suor se transforn10u enl gotas
de sangue até o 111011lento de excltl111ar "Deus lneu, Deus rneu~ por que n1e
desarnpa(aste?~' e ainda depois sofreu. Enl sua alrna, Jesus sofreu o castigo
- 88 -
desrespeito. Jesus eterno que todas as pessoas (aquelas já mortas, as vivas em sua época e as
. :c':= ela de\'eria vê-Ia aCl1na
que ainda estavam para nascer) deveriam sofrer para sempre no inferno.
J oâo aceitou a mcum-
Sem dúvida, foi um sofrimento inimaginável para nós. Por isso ... tetéles-
CUlCiou.
loi:
"'. de três horas desde a
Era nece~sÚrio JêSUS derranlaf sangue. Para os judeus sangue era vi-
-. -~1~cçao.
da. No Antigo Testamento Deus pedia que o sacerdote uma vez por ano
Hsabendo, saber intelectu-
fizesse a eXIJíacão com o sam::uc da oferta Dela pecado (Êx 30.10), Já no
:> '- .~ .•.•. '
- 89 -
---- ---
-- -~ --
-
- --- -~---- -
Tema: Está consumado!
Leonério Faller
DIA DE P ASCOA
RESSURREIÇAo DO NOSSO SENHOR
23 de abril de 2000
Série Trienal B, Evangelho: João 20,1-9
- 90-
n. o Contexto
IH. O Texto
j~ncia clara por causa de Cris- lvloléstia: Assim como para os discípulos, a crise existencial se faz presente
E)e é o objeto e o conteúdo da na vida de todos. Para os discípulos, a semana que antecedeu a ressurreição
li Escritura porque Ele mesmo provocou confusão. desilusào, desespero e muito mais. Nossa vida também
gelho. Cristo é a viva vax Dei, é carregada de tudo isto. Estamos muitas vezes sem rumo.
si mesmo como Redentor e
. Escritura em carne e osso. Meio: Sem dúvida. a entendemos a Escritura (assim como Pedro e João)
quando a obra própria de Deus se revela a nós de forma objetiva e subjeti-
va. As Escrituras revelavam desde os tempos do Antigo Testamento que
Cristo seria vitorioso, mas os discípulos tiveram que passar pela experiên-
- 91 -
~---------- --~ -
cia, sentir na própria pele que isto. é verdade e que serve para nós também
] ;
.10;e.
Eshoço: As palavras que escrevi até agora nos levam a refletir sabre diver-
sos assuntos que podern ser abordados na mensagem. Destaco:
Clóvis J. Prunze]
n. O Contexto
lIr. O Texto
- 92-
/ . /
, : :\2 para nos tambem 1. Os discípulos S8.0 testemunhas oculares dos acontecimentos bíbli-
cos. Não só Moisés. os profetas e os salmos podem falar. Temos mais um
ingrediente nesta histÓria: aqueles que viram e creram no que acontecera.
"1 a refletir sobre di ver- 2. ~vras a histÓria continua e não muda de rumo. Porque continua
' .. Destaco: sendo necessário que a mesma mensagem (vv. 46-47) seja anunciada para
todas as nações (ver a ênfase de Mateus por ocasião da ascensão).
ador através de Cristo. 3. Nesta tarefa dada aos discípulos, alguém mais estará com eles:
:i certeza de que aquilo "sereis revestidos de poder". Aqui temos a referência ao Espírito de Deus,
~-al11b em.
/ para 1111n1.
. que é poder.
Alo/éstia: l\'1uitos que fCfJITl charnados para se.renl discípulos de Jesus fo-
_ .. ' 24.44-53 gem de suas responsabilidades.
- 93 -
DIA DE PENTECOSTES
j j de junho de 2000
Série Trienal B, Evangelho: João 7,37-39a
L As Leituras do Domingo
H. Contexto
lH. Texto
- 94-
'T~37: Conforrne os textos do Li\T \' 23.36: NTrn 29,35: :\.~ ~
festa dos tabernáculos dU]',l\Ll oito dias. O fato de Jesus ter falado "De
- ~--~~9a de dia da festa~~ (sétinl0 eu oitT\'O dia) não é rele.\'ante, O conteúdo d;} rL~n-
sagen1 de Cristo foi oportuna e condizente com o 1110nlento da resta.
Jesus. levantando-se toma um lugar de destaque. A quantidade de
pessoas o obriga a elevar a voz para se fazer ouvir. "Se alguém tem sede ":
.. '::'J ê fraco diante de tan- não é de se esperar que muitos a tenham. Jesus se refere li sede espirituaJ
- - proporciona consolo e (Jô 4.14). Através da água da vida, Jesus oferece o perdão e a salvação.
l"do em Deus, sendo gui- Jesus desperta o desejo da satisfação espiritual e ao mesmo tempo satisfaz
d''~ilizada de Almeida indi- este desejo. Jesus Cristo aproveita-se do cerimonial diário: quando o sacer-
,L a Bíblia de Jerusalém dote buscava água da fonte de Siloé com um jarro de ouro, em solene pro-
cissão caminhava até o altar do sacrifício. Tratava-se da comemoração da
_ ~,"ito" (v. 1), é levado a ob- igua que jorrou da rocha de Meribá, ao satisfazer a sede da multidão. Não
- :'>:ontrava a nação de IsraeL sendo realizado o Ceril110nial~ Jesus rl1anifesta o que a palavra confere. Crer
c::llva de dias melhores, mas em Cristo implica em ter aigo que sacia para a eternidade e não somente
::1' e age através do Espírito para este mundo.
, ,lzt se torne numa lembrança V. 38: Entre os VV. 37 e 38 não existe quebra no texto (não se trata
:'i restaurar o que estava frag- de fragmento do discurso que João relata). O v. 37, mostra que o único
,i~l dos atos de Deus perante a meio de saciar a sede é crer ern Cristo; o v. 38 manifesta a promessa: ao
que crê, do seu "interior fluirão rios de água viva". Após a descida do Espí-
claro (com citações do AT) e rito Santo esta satisfação espiritual seria compartilhada com todos.
de Deus em salvar a humani- .•... como diz a Escritura ... ": É extraordinário o modo como Jesus re-
Espírito Santo fica evidente, laciona aos ouvintes as passagens do A T, apontando-as para Ele (Is 58.1 ] e
... Jlscurso. Zc 14.8). Jesus Cristo é o cumprimento das profecias do AT. Ele é o Mes-
.:iza a necessidade da vinda do sias e isto fica manifesto na sua natureza humana e divina. No AT o povo
de Deus foi levado a confiar nas prornessas de Deus anunciadas pelos pro-
fetas, que procJamarum o que pode ser comprovado mediante a Palavra de
Deus nos dias de hoje i.étção do Espírito Santo).
O cerimonial da água (sacerdote, fonte de Siloé) mantinha viva a a-
. chamada dos tabernáculos" (Jo tuação e as promessas de Deus entre o povo. Jesus Cristo mostra o cum-
.::n. neste ínterim "Jesus subiu ao primento dessas promessas à multidão: Ele é a fonte de água viva, que sacia
_J da festa Jesus fala publicamen- para a eternidade.
V. 39a: Havia necessidade de Cristo ser glorificado, isto é, voltar pa-
ra junto de Deus, o Pai. Estando a obra redentora concluída, somente resta-
va a vinda do Espírito Santo. No "b.,T havia a confiança nas promessas (vin-
da de Cristo). Agora a glorificação de Cristo (retorno ao Pai) e a vinda do
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Espírito Santo completariam estas promessas. O termo pisteysantes designa
um crer constante em todos os tempos e épocas.
IV. Persuasão
Objetivo: Que meus ouvintes sejam levados a deixar o Espírito Santo agir
"onde e quando lhe apraz".
lvloléstia:
I. Procurar se interpor à ação do Espírito Santo.
2. Negar os ensinos das Escrituras e supervalorizar manifestações humanas
(pentecostalismo ).
3. Deixar de lado a Fonte, que é Cristo, para saciar-se em cisternas com
águas poluídas.
M cio: Jesus Cristo realizou toda a obra da salvação e voltou para junto do
Pai. Não nos deixou abandonados, mas enviou o Espírito Santo para operar
eficazmente a fé e as obras.
Esboço:
Tema: O Espírito Santo - uma presença atual e constante!
1. Manifesta a obra de Cristo.
2. Transforma corações e mentes para Cristo.
Celso W ottrich
SANTÍSSIMA TRINDADE
PRIMEIRO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
18 de junho de 2000
Série Trienal B, Evangelho: João 3.1-17
I. As Leituras do Domingo
96: Este salmo faz parte dos salmos que convidam para o lou-
I. SI
vor a Deus (SI 95-] 00). De forma especial, este salmo manifesta a parollsia
do Senhor (v. 10).
- 96-
sontes desIgna
2, Dt 6.4-9: Temos urna explanação do primeiro mandamento, "Deus
é único Senhor". e de\emos :mÜ-Io de todo o "coração, alma e entendimen-
to", Isso deve ser eminado ás gerações em todos os tempos e épocas. So-
mente neste Deus há salvação,
3. Rm 8,14-17: O Espírito ,14) age em nós, Com o Espírito Santo
•• 11" o Espírito Santo agir
somos capacitados para mortificar a natureza pecaminosa e suas manifesta-
ções, Somos livres para servir a Deus em amor. Podemos aproximar-nos de
Deus e chamá-Ia de Pai, Nenhum homem carnal (diálogo de Jesus com
Nicodemos) pode aproximar-se de Deus a não ser pelo Espírito Santo (nas-
cer da água e do Espírito, batismo),
- 1" manifestações humanas
H. Texto
-),_'lar-se em cisternas com
<limo manifesta a porollsia vez e nos vv, 12-] 3 ele manifesta a necessidade da regeneração e fala da
sua autoridade como "Filho do homem" (v, 13),
- 97 -
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i
Nos vv. 4-15 ternos a rnenção do evento do AT, isto é, a serpente de
bronze levantada numa haste. Não há como negar a relação com a obra de
Cristo. Com a sua morte na cruz (levantado), Jesus proporciona a salvação
a todo o que nele crê. Este fato fica claro em relação aos \IV. 15-17, onde
temos a justificação objetiva e subjetiva (v. 16). Uma verdade extraordiná-
ria. que sempre precisa ser ensinada a todos. Somente aquele que crer em
Cristo é salvo.
lHo Persuasão
Ai eio: Jesus Cristo veio para salvar o mundo e não para o condenar (10
3.17).
Esboço:
Tema: O homem do segundo milênio!
] . Necessita nascer da "água e do Espírito" (batisrno).
2. É totalmente dependente do Espírito Santo.
Celso W ottrich
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':0 ~, aserpente de
com a obra de
,'porciona a salvação
A partir d:::ste nÜmero, a \l ox Concordiallo passa a divulgar os títu-
(toS vv. 15-17, onde
los das obras recebidas tanto pelo periódico como pela Biblioteca D1'. Mar-
\erdade extraordiná- tinha Lutero, da Escola Superior de Teologia (EST). Em sua maioria, trata-
..c:::tê aquele que crer ero se de títulos novos e recentemente publicados. Desta forma, a \l ox Concor-
di({/1(l contribui para divulgação destes livros. Estas obras estão disponíveis
para consulta na biblioteca da EST, podendo, também, ser adquiridas dire-
tamente das editoras que as publicam. Fica aqui registrado o "muito obri-
gado!" da Biblioteca D1'. Martinho Lutero às várias editoras pela gentileza
de oferecerem, a título de cortesia, estes livros novos que passam a fazer
2::: que a regeneração do
parte do acervo da biblioteca. Títulos novos de outras editoras serão igual-
mente benvindos e aqui publicados .
~ não para o condenar (J o Gockel. Herman W. 1999. Ergue (I Tua \l ida, 2.ed., Porto i\legre,
Concórdia.
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