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“Se traçarmos uma linha curva que, partindo do Egito, passe pela
Palestina e Assíria Mediterrânea, e, seguindo depois até o Golfo Pérsico, teremos
uma meia lua razoavelmente perfeita”.
“Há quatro mil anos, este poderoso semicírculo em redor do deserto
da Arábia - denominado Crescente Fértil - abrigava grande número de culturas e
civilizações ligadas umas às outras, como pérola de rutilante colar. Dela irradiou luz
clara para toda a humanidade. Ali foi o centro da civilização desde a Idade da Pedra
até a Idade de Ouro da cultura greco-romana”.
Esta região é onde hoje se localizam o Irã e o Iraque, onde podem ser
encontradas ruínas da Babilônia, de Ur, de Nínive e de outras tantas cidades que tiveram
grande importância no relato bíblico.
A Bíblia relata que a humanidade, após a queda espalhou-se por esta região,
nas cercanias do Jardim do Éden. A geração de Caim era má e desobediente, e influenciou
até mesmo a descendência piedosa de Sete, fazendo com que se tornassem rebeldes, pelo
que Deus resolveu destruir todos os homens, através do Dilúvio, salvando apenas Noé e sua
família.
Noé e seus filhos ocuparam a Terra, após o Dilúvio, aos quais, Deus deu uma
ordem: “frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1) e ainda: “povoai abundantemente
a terra e multiplicai-vos nela” (v.7). É natural que, no início, as famílias estivessem agrupadas
no mesmo lugar, mas, segundo a ordem divina, deveriam espalhar-se sobre a terra. Os
homens, entretanto, em sua desobediência, sob a liderança de Ninrode, construíram uma
torre de tijolos, com a finalidade de estabelecerem um centro, ao redor da qual se agrupariam
os povos.
Até então, todos na Terra falavam uma só língua. Deus provoca a confusão
das línguas, fazendo com que os povos se afastem, agrupados por famílias, e assim se
espalhem por toda aquela região. Lawrence Olson 4 assim descreve esta situação:
Dentre os descendentes de
Sem, Deus escolheu um dos filhos de Terá,
que habitava em Ur dos Caldeus, na região
da Mesopotâmia, chamado Abraão, para dele
formar um povo que fosse sua propriedade
particular, através do qual ele demonstraria o
seu poder a toda a humanidade. O propósito
divino era estender a sua benção a todos os
povos, através daquele homem, pois afirmou:
“em ti serão benditas todas as famílias da
terra” (Gn 12.3).
Estevão descreve assim este
episódio: “O Deus da glória apareceu a
Abraão, nosso pai, estando na Mesopotâmia,
antes de habitar em Harã, e disse-lhe: Sai da
tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à
terra que eu te mostrar. Então, saiu da terra
dos caldeus e habitou em Harã. E dali, depois
que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta
terra em que habitais agora.” (At 7.2-4). Desta
forma, obedecendo ao mandamento divino,
Abraão cruza todo o Crescente Fértil, do
oriente ao ocidente, e passa a habitar na região da Palestina.
Saindo de Ur, Abraão segue com a sua família, incluindo seu pai e um
sobrinho, Ló, até a cidade de Harã, localizada no alto do Rio Eufrates, a 965 km a noroeste de
Ur e ainda a 643 km a nordeste de Canaã9, onde permanece até a morte de seu pai.
Após a morte de Terá, ele segue para Canaã, levando consigo seu sobrinho.
Werner Keller10 assim descreve o percurso:
“O caminho de Harã, pátria dos patriarcas, para a terra de Canaã,
compreendia uma extensão de mais de mil quilômetros e dirigia-se para o sul.
Descendo o rio Belich, ia até o Eufrates, prosseguia por um caminho de caravanas
milenar, passava pelo oásis de Palmira, a bíblica Tadmor, e continuava daí para
sudoeste, até o lago de Genesaré. Era uma das grandes estradas comerciais que,
desde tempos remotíssimos, levavam do Eufrates ao Jordão, dos reinos da
Mesopotâmia até as cidades fenícias das
costas do Mediterrâneo e ao distante Egito,
no Nilo.”
1. EGÍPCIOS
A terra do Egito era demarcada pelo Rio
Nilo, partindo do centro do Continente Africano, até o Mar
Mediterrâneo, sendo dividida, geográfica e politicamente em
duas regiões: Alto Egito e Baixo Egito.
O Baixo Egito é a região banhada pelo Mar
Mediterrâneo, na qual o Rio Nilo abre seus “braços” ou
desembocaduras, formando uma figura parecida com a
quarta letra do alfabeto grego, delta, dando origem a um
antigo nome dado à Região: Planície Delta.
O Alto Egito é formado pelo corredor do Rio
Nilo, adentrando à savana, rumo ao interior do Continente
Africano, cuja região é formada por florestas equatoriais e
tropicais.
Toda a terra do Egito depende do Rio Nilo
para sobreviver, e são os transbordamentos regulares do
rio, que inunda as terras ribeirinhas, garantindo a sua
fertilidade, o fenômeno mais importante para a existência
desta nação.
Netta de Money14 descreve este rio, com as
seguintes palavras:
Merril Unger16 descreve a ida dos hebreus para o Egito deste modo:
A cultura egípcia foi muito influenciada pela idolatria e pelo misticismo. Pelo
menos trinta deuses formavam o panteão principal, além de dezenas de deuses de menor
importância. A grande preocupação com a morte e vida após a morte os levou a construir
grandes mausoléus em formato de pirâmides, tais como a pirâmide de Gizé (uma das sete
maravilhas do mundo antigo) e as de Quéops, Quéfren e Miquerinos. Isto também os levou a
desenvolver a técnica de embalsamamento dos corpos.
O Prof. Joubert17 nos fala sobre a importância do Egito, no contexto bíblico:
2. ASSÍRIOS
Eram semitas que habitaram
o norte da Mesopotâmia, região
compreendida entre os rios Tigre e Eufrates,
provavelmente, descendentes de Assur,
filho de Sem (Gn 10.11). Sua capital, nos
anos mais prósperos, foi Nínive, numa
região que hoje pertence ao Iraque. Eles
alcançaram grande crescimento da ciência e
da matemática, além de se tornaram cruéis
guerreiros. A escrita dos assírios constituía-
se de pequenas cunhas feitas com um
estilete em tabuletas de argila — é a
chamada escrita cuneiforme. A religião
seguia as bases dos cultos realizados pelos sumérios e seu idioma, o Aramaico, era a língua
mais falada na região, no tempo de Jesus.
3. BABILÔNICOS
Por volta do ano 2.000 a.C., amoritas do deserto invadem as cidades
acadianas e sumerianas e fundam a Babilônia. O povo babilônico era muito avançado para a
sua época, demonstrando grandes conhecimentos em arquitetura, agricultura, astronomia e
4. PERSAS
Diversas tribos de povos arianos indo-europeus, chegaram, por volta de 2000
a 1500 a.C. à região compreendida entre o Mar Cáspio e o atual Golfo Pérsico, conhecida
como Planalto Iraniano, e deram origem ao povo persa. O comércio era sua principal
atividade econômica.
A religião persa, no início, era politeísta. No entanto, entre os séculos VII e VI
a.C., o profeta Zoroastro (Zaratrusta, em persa) empreendeu uma nova concepção religiosa
entre eles. O pensamento religioso de Zoroastro era dualista e acreditava que o
posicionamento religioso do indivíduo consistia na escolha entre o bem e o mal.
Inicialmente, eram duas grandes tribos, os medos e os persas, que formara
dois reinos independentes, mas foram unificados pelo rei Ciro, o Grande, que derrotou o
império babilônico.
Atualmente se concentram no Irã, mas possuem grupos espalhados por
muitos países do mundo, principalmente Afeganistão, Tajiquistão, Uzbequistão, na província
de Xinjiang, na China e no norte do Paquistão.
5. AMORREUS
Habitavam o lado ocidental do Mar Morto (Gn 14.7), em Hebrom (Gn 14.13),
em Siquém (Gn 48.22), em Gileade e Basã (Dt 3.8-10) e nas imediações do Monte Hermom
(Dt 3.8). Deus deu ordem aos israelitas para os destruírem (Gn 3.7; Dt 2.1). Eram,
provavelmente, descendentes dos caldeus, e tiveram como rei, na época da conquista, Seom
(Nm 21.21-33).
6. HETEUS
Descendentes de Hete, o segundo filho de Canaã, estabeleceram-se no norte
de Israel, em cidades como Hamate e Cades, nas margens do rio Orontes. Haviam também
os heteus do sul, dos filhos de Hete, dos quais Abraão comprou a cova de Macpela (Gn
23.10); as duas esposas de Esaú eram hetéias (Gn 26.34).
7. CANANEUS
São descendentes de Canaã, filho de Cão (Gn 10.6). Eles ocuparam uma
grande faixa no vale do Jordão e se estenderam pela orla do Mediterrâneo (Nm 13.20; 14.25).
Nos tempos de Josué possuíam cidades fortificadas.
8. PERISEUS
Também descendiam de Canaã (Gn 15.20), e habitavam os campos,
dedicando-se à agricultura. Eles espalharam-se por toda a terra de Canaã e foram
enfrentados por Josué no Monte Carmelo (Js 17.15) e também ofereceram resistência nos
territórios ocupados por Judá (Jz 1.4,5).
10. GIRGASEUS
Também procediam de Canaã (1Cr 1.14). Eles ofereceram resistência a
Josué, mas foram derrotados (Js 3.10). Pouco se sabe sobre as atividades deste povo.
11. JEBUSEUS
Também eram descendentes de Canaã (Gn 15.21). Eles estabeleceram-se ao
redor de Jerusalém, que primitivamente se chamava Jebus (Jz 19.10). Adonizeque, rei de
Jerusalém, estava entre os que enfrentaram Josué em Gibeom (Js 10.3-5).
12. FILISTEUS
Eram provenientes das ilhas gregas. Eles invadiram Canaã e se radicaram ao
sul da região. Eram descendentes de Casluim, filho de Mizraim (Gn 10.14). Eram guerreiros
valentes e perigosos e não foram atacados por Josué. Eles sempre foram inimigos de Israel
(quem não se lembra de Golias!?) no tempo dos reis, sendo a última referência da Bíblia a
este povo em Zc 9.6, após o cativeiro babilônico.
1. O ÊXODO
Parada Evento
Mara e Elim, no deserto de Etã, na praia O saneamento das águas. A abundâncias das águas e
oriental do Golfo de Suez palmeiras.
Deserto de Zim, pela praia oriental do Murmuração do povo. Provisão de codornizes e de
Canal de Suez, ao Sul do deserto de Etã maná. A instituição do Sábado.
Refidim, entre o deserto de Zim e o monte Erupção de água na rocha. Derrota dos amalequitas.
Sinai. Atenção de Moisés ao conselho de Jetro.
Parada Evento
Taberá, a 48 km a nordeste do Sinai. Murmurações castigadas pelo fogo. O pecado do
Ao final
deste tempo, o relato
bíblico descreve as
paradas finais, até o
destino tão almejado:
Parada Evento
Cades-Barnéia A desobediência de Moisés. Edom nega permissão de
trânsito a Israel. A vitória israelita sobre o rei cananeu
de Arade, em Hormá, povoação de Sefelá.
Monte Hor, na margem de Edom, onde se A morte de Arão. As pragas das serpentes.
deteve o povo curto tempo.
Élate, na cabeceira do golfo de Acaba, na A cura dos feridos mediante a serpente de metal
margem oriental do deserto de Parã. colocada numa haste.
Zarede A travessia do ribeiro
Arnom, que De constituía
Cadesa são fronteira A negativa de trânsito de Seom, o amorreu. A derrota
setentrional de Moabe deste em Jaza.
enviados os 12 espias à terra de
Planícies de Moabe A profecia de Balaão. O pecado de Baal-Peor. A
Canaã, os quais voltam com um campanha contra Mídia e Moabe. A partilha da
relatório pessimista, causando herança de duas e meia tribos. A divisão da lei e
pânico e rebelião no povo. Por recapitulação das jornadas. A morte de Moisés no
causa disto, são condenados a monte Nebo.
vaguear pelo deserto pelos
próximos 38 anos, até que toda
a geração rebelde padeça no
deserto.
2. A CONQUISTA DE CANAÃ
Agora sob o comando de
Josué, Israel atravessa milagrosamente o
Rio Jordão, em cheia, e estabelece
acampamento em Gilgal, de onde inicia a
conquista da Terra Prometida.
Quando Samuel era o juiz em Israel, tendo governado a terra por muitos
anos, o povo de Israel lhe fez um pedido: “Eis que já estás velho, e teus filhos não andam
pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue,
como o têm todas as nações” (1Sm 8.5). Samuel não gostou daquela proposta, mas
consultou a Deus e, mediante sua permissão, ungiu a Saul, da tribo de Benjamim, o primeiro
rei sobre Israel.
Saul unificou as tribos e, sob seu comando, Israel fez conquistas importantes
contra os amonitas e iniciou a mudança do modelo tribal para a monarquia, em Israel. Os
filisteus estavam conquistando território com o seu exército fortificado, principalmente por que
detinham o monopólio do ferro (1Sm 13.19-21). Eram uma ameaça permanente, que não
Com a morte do rei Salomão, Roboão, seu filho, reinou em seu lugar. Netta
de Money assim descreve os acontecimentos:
22
O domínio assírio na
Mesopotâmia iniciou-se por volta do
ano 2500 a.C., na cidade de Assur
(nome de sua principal divindade).
Ocupando as margens do Rio Tigre e
vizinhanças, eles construíram um
forte Estado, com cavalos e armas de
guerra, e, assim, dominaram a Média
Mesopotâmia.
Os assírios ficaram
famosos pela crueldade com que
tratavam os vencidos, torturando os
vencidos, a fim de intimidar os seus
inimigos. Durante o reinado de
Sargão II, os assírios conquistaram o reino de Israel e, no de Tiglatfalasar, tomaram a cidade
da Babilônia. Durante o século VII a.C., principalmente nos reinados de Senaqueribe (705
a.C. – 681 a.C.) e de Assurbanipal (668 a.C. – 631 a.C.), o Império Assírio atingiu seu
apogeu, dominando uma área que se estendia do golfo Pérsico à Ásia Menor e do Tigre até o
Egito.
No reinado de Senaqueribe, a capital foi transferida de Assur para Nínive e,
sob Assurbanipal, foram realizadas as últimas conquistas assírias, incluindo a do Egito.
Assurbanipal, além de grande guerreiro, era fascinado pela ciência e literatura, e criou uma
grande biblioteca na nova capital assíria. A Biblioteca de Nínive reuniu um amplo acervo
cultural de toda a região, formada por dezenas de milhares de tijolos de argila.
Foi o rei Sargão II quem conquistou o reino do Norte, em 722 a.C., destruindo
praticamente tudo, e levou os habitantes das tribos do norte cativos, para a Assíria. O povo
que foi trazido por ele para habitar, progressivamente, neste território, eram oriundos da
Babilônia, Cuta, Ava, Hamate e Sefarvaim (2 Re 17.24-41), e foram ensinados a adorar o
Deus de Israel, mas não abandonaram seus deuses pagãos. Esta mistura de povos deu
origem aos samaritanos.
No ano 612 a.C., os medos, oriundos das margens do mar Cáspio, tomaram
Assur e Nínive, pondo fim ao império assírio.
7. O IMPÉRIO BABILÔNICO
8. O IMPÉRIO MEDO-PERSA
9. O IMPÉRIO GREGO
Em 323 a. C., com a morte de Alexandre, sem prover sucessor para o trono, o
império foi dividido número muito grande de províncias, sendo as mais importantes
governadas por seis generais, como sátapras.
Em 306 a.C., Antígono declarou-se rei, juntamente com seu filho Demétrio.
Em oposição, os quatro generais, Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu, deixando as
1. NOMES DA TERRA DE
ISRAEL
Deus
elegeu esta
terra para ali fazer
2. LIMITES DE ISRAEL
A terra de
Israel é montanhosa e foi
descrita por Deus como:
“terra de montes e de vales”
(Dt 11.11). O pequeno
espaço entre o Rio Jordão e
o Mar Mediterrâneo tem um
relevo muito acidentado, com
altos montes e muitos vales.
A Palestina é dividida em
duas partes iguais, de norte a
sul, por uma linha de colinas
que, na verdade, consiste na
3. CISJORDÂNIA
É a região compreendida entre o Vale do Jordão e o Mar Mediterrâneo.
a) Planície Costeira
Uma estreita faixa que vai se alargando conforme se dirige para o sul. A praia
é de dunas de areia, o que faz com que as principais cidades e a Via Maris não estejam
situadas exatamente junto ao mar, mas um pouco mais a leste. Era uma região rica devido ao
intenso tráfego comercial, e seu solo fértil combinado com boa quantidade de chuvas.
Divide-se em:
1. Planície do Acre
É a região compreendida entre Rosh HaNiqra, na fronteira com o Líbano, e o
monte Carmelo e forma a principal, se não a única, baía da costa palestinense. Seu solo
pantanoso não favorece a agricultura.
O maior destaque da região é o monte Carmelo, com 525 metros de altura,
formado de pedra calcária dura e abundante em cavernas. O seu nome (Karmel) significa
"jardim" ou "campo fértil". Na sua encosta fica a moderna cidade de Haifa. Ali Eliseu se
encontrou com a sunamita (2Rs 4.25) e Elias travou a batalha contra os profetas de Baal (1Rs
18). Do cume do Monte Carmelo se tem uma visão do Mediterrâneo, da Galiléia e do Vale de
Jezreel e do Sarom.
2. Planície de Sarom
Cantada no livro dos Cânticos (2.1) e referenciada em outras partes da Bíblia
(1Cr.5.16, 27.29, Is.33.9, 35.2, Is.65.10), é a região entre o Carmelo e Jope, formada
predominante de areia vermelha na qual antes cresceram carvalhos. Brejos entre a planície e
a costa dificultaram o povoamento da região. Nas suas pastagens se apascentaram as
manadas do rei Davi (1 Cr 27.29). O profeta Isaías associou sua beleza à glória do Líbano (Is
35.2).
3. Planície da Filístia
É a região mais larga, receptora de chuva e de solo
mais firme. Ali se situavam as importantes cidades filistéias e era
passagem de importantes rotas comerciais.
Ao longo da costa, na direção norte-sul, mede,
aproximadamente, 110 km por 30 km de largura. Nos tempos do
Antigo Testamento, se destacavam as cidades dos filisteus:
Asdode, Gate, Ecrom, Ascalom, e Gaza. Merece destaque também
o porto de Jope (Jn 1.3). Nesta região fica a maior cidade do atual
estado de Israel, Tel-Aviv. Ao sul, fica a faixa de Gaza, uma região
tomada pelo estado de Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e
que é motivo de disputa até os dias atuais.
1. Galiléia
A Galiléia divide-se em Alta (norte) e Baixa (sul) Galiléia. É a região mais fria
de Israel, sendo que no Monte Hermom há neve permanente. É um território de florestas
densas, lugar de plantio de oliveiras e diversas árvores frutíferas, povoada por muitas
pequenas vilas e distante das principais rotas comerciais.
O monte Hermom predomina na paisagem da Galiléia. Enéas Tognini assim o
descreve :
26
2. Vale de Jezreel
O Vale de Jezreel interrompe a cadeia de montanhas, cortando-a no sentido
leste-oeste, sendo a única ligação direta entre a Planície Costeira e o Vale do Jordão. É um
território cortado por importantes rotas comerciais; poderosas cidades situavam-se ali, como
Megido, Taanach e Jezreel. Possui um solo rico que combina com boa quantidade de chuva
resultando em campos altamente férteis. Foi uma região sempre disputada pelas grandes
potências.
O Vale de Jezreel será o palco da batalha do Armagedom, descrita em Ap.
16. O local da reunião dos exércitos é a planície de Esdraelom, ao redor da colina chamada
Megido, que fica no norte de Israel, a cerca de 32 quilômetros a sudeste de Haifa. Desde o
vale de Megido, é possível avistar três montanhas: o monte Carmelo, o monte Gilboa e o
monte Tabor. Foi exatamente no monte Carmelo que aconteceu a competição de Deus e
Elias contra Baal e seus profetas demoníacos, dominados pelo espírito de Jezabel (1 Reis
18.19). Foi exatamente uma batalha entre Deus e Satanás, e não somente a batalha de Elias
contra toda a nação.
Essa região tem sido o local onde mais de duzentas batalhas aconteceram. A
planície de Megiddo e a Planície de Esdraelon serão o lugar principal para a batalha de
Armagedom, que vai enfurecer toda a região de Israel até a cidade Edomita de Bosra (Is
63.1). O vale do Armagedom era famoso por duas grandes vitórias na história de Israel: (1) A
vitória de Baraque contra os cananitas (Jz 4.15), e (2) a vitória de Gideão contra os Midianitas
(Jz capítulo 7). Armagedom também foi o lugar de duas grandes tragédias: (1) a morte de
Saul e seus filhos (1 Sm 31.8), e (2) a morte do rei Josias (2 Rs 23.29-30; 2 Cr 35.22).
26
Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas, pág. 122.
Geografia Bíblica – 2015 32
3. Montes de Efraim
O Monte Efraim é a parte central da
cordilheira e a mais importante para o assentamento
de Israel. A parte sul é mais alta, chegando a mais
de 900 mts, e composta pela fértil terra roxa. Suas
principais cidades eram Betel e Siló. O povoamento
do sul foi mais tardio que no norte, a parte norte é
mais baixa e menos fértil. Suas principais cidades
eram Siquém, Samaria e Tirza.
Dois montes se destacam nesta
região: Ebal, ao norte, com 936 m, e Gerizim, ao Sul,
com 870 m. Do monte Ebal, seis tribos de Israel (Rúbem, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali)
proclamaram as “maldições” e, do Gerizim, as demais tribos declararam as “bênçãos” (Dt
11.29; 27.1-13; cumpridas em Js 8.30-34).
No cume do monte Gerizim, Sambalate erigiu um templo (Ne 13.28), sobre o
qual a mulher samaritana indagou a Jesus (Jo 4.20) e foi destruído na época dos Macabeus.
Ainda hoje é considerado lugar sagrado dos samaritanos.
4. Montanhas de Judá
As Montanhas de Judá alcançam uma altitude de cerca de 900 metros e
atuam como um divisor de águas, pois impede a passagem das chuvas oriundas do
Mediterrâneo em direção ao Vale do Jordão. Essa divisão cria dois lados distintos. As
principais cidades, Jerusalém e Hebrom, estão situadas no divisor de águas. Jerusalém
também ocupava uma posição estratégica no entroncamento das principais rotas norte-sul e
leste-oeste. Do lado oeste está a Sefelá, um aclive relativamente suave desde a Planície
Costeira até o alto das montanhas. É um território de alta densidade pluviométrica e de solo
fértil, onde se desenvolveu a agricultura. Em conseqüência, a população da região estava
assentada em vilas. Este foi um campo de disputas territoriais, especialmente com os filisteus.
Três montes se destacam nesta região, sobre os quais está a cidade de
Jerusalém: Monte Sião, a oeste, Monte Moriá, ao centro e Monte das Oliveiras, a leste. O
Monte Sião, citado em Salmos 48.2, está localizado dentro das muralhas da antiga cidade e
tem 777 m de altura. O Monte Moriá, a 744 m, é onde fica a “eira de Ornã, o jebuseu” (2Sm
24.18-25) e foi onde Salomão construiu o templo (2Cr 3.1). Este templo foi destruído por
Nabucodonosor, em 587 a.C. e reconstruído por Zorobabel (Ed 5.13-18). Foi remodelado, nos
dias de Jesus, por Herodes, o Grande (Jo 2.20) e queimado pelos romanos no ano 70 d.C.
Em seu lugar, os árabes construíram a famosa “mesquita de Omar”, no século VII d.C.
5. Sefelá
Sefelá significa “terra baixa”, naturalmente na perspectiva do alto das
montanhas. Do lado leste um declive muito acentuado levava ao Vale do Jordão. Devido à
quase total ausência de chuvas deste lado e do solo formado por rochas porosas que
absorvem rapidamente a pouca água que recebe, forma-se o deserto da Judéia.
6. Negev
O Negev está localizado ao sul da Planície Costeira e da Cordilheira Central.
A sua fronteira é marcada pela linha de baixa densidade pluviométrica média, que inicia com
300 mm anuais ao norte e decresce à medida que avança em direção sul, até atingir menos
de 100 mm anuais. Além das condições climáticas hostis, a presença de tribos de beduínos
representa outra ameaça. A principal cidade da região é Berseba, cuja ocupação só é
possível com apoio externo.
4. VALE DO JORDÃO
a) Região Norte
É a região mais alta, onde ficam as cabeceiras do Rio Jordão, e vai do Monte
Hermom ao Lago de Hula. É uma região com abundância de água, clima ameno e terras
muitos férteis, banhadas de orvalho.
b) Região Central
Do Lago de Hula ao Mar da Galiléia, encontramos a planície de Genesaré, um
formoso jardim em formato de maia-lua (Mt 14.34). O vale segue em desnível do Mar da
Galiléia até a região de Jericó. É a região onde ficou o acampamento de Gilgal (Js 5.9).
De Jericó até o Mar Morto está a Planície do Jordão (Gn 13.11). É a área
mais larga do vale, cujas terras ficam completamente alagadas, na época das chuvas.
c) Região Sul
É a região do Mar Morto, onde, provavelmente ficavam as cidades de
Sodoma e Gomorra (Gn 14.2). Enéas Tognini 27 afirma que a região ficou inviável para
habitação após a destruição destas cidades, as quais foram sepultadas nas profundezas do
vale ou debaixo das águas do Mar Morto.
5. TRANSJORDÂNIA
Temos aí um extenso platô, a maior parte do qual se mantém a uma altitude
de mais de 900m. Essa área incluía localidades como Basã, Gileade e Moabe. Está dividida
por quatro rios: o Iarmuque, o Jaboque, o Arnom e o Zerede. Os dois primeiros são tributários
do Jordão. Mas o Arnom e o Zerede deságuam diretamente no mar Morto. Ao sul do mar
Morto, fica a Arabá, rica em cobre, que se espraia até Eziom-Geber, no extremo norte do mar
Vermelho.
a) Região do Norte
27
Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas, pág 165.
Geografia Bíblica – 2015 34
É a região de Basã, referida pelo profeta Miquéias (7.14), onde habitava o rei
Ogue, derrotado por Moisés (Dt 3.3). É uma região ao norte do Gileade, formada por férteis
planícies, boas para o cultivo do trigo e ótimas para pastagens. Seus bosques eram
comparáveis aos do Líbano. A região sempre foi objeto de luta entre Israel e Síria, que se
revezavam na sua posse. Não possuía cidades de destaque.
b) Região do Centro
É a região de Gileade (Gn 37.25), local do encontro de Jacó com Labão (Gn
31) e para onde seguiu Davi, fugindo de seu filho Absalão (2Sm 17.27-29). É uma região de
bosques e terras férteis, cujas montanhas são divididas pelo Rio Jaboque, local do encontro
de Jacó com o anjo (Gn 32).
c) Região do Sul
É a região onde se encontram os Montes de Moabe, com destaque para o
Monte Seir, com 1000 m de altura, o Abarim, onde fica o monte Pisga (Nm 21.20-25) e o
Nebo, com 710 m (Dt 32.50). Arão, irmão de Moisés, morreu no monte Hor, um dos picos do
Seir (Nm 20.25-29; Dt 32.50), com 1.460 m.
6. HIDROGRAFIA DE ISRAEL
a) O Rio Jordão
À sombra do monte Hermom, sempre coberto de neve, com seus 2.750
metros de altitude, nasce o rio Jordão, na confluência de quatro torrentes que descem das
montanhas do Líbano,
provocadas pelo degelo da
neve, provocado pelo calor.
Esta água escore pela
superfície ou pelas entranhas
do monte e forma as
nascentes do rio.
Jordão
significa aquele que desce ou
também lugar onde se desce
(bebedouro). Nome bem
adaptado ao maior rio da
Palestina, pois nasce acima
do nível do Mediterrâneo,
atravessa o lago de Hule, ou Merom, ainda a 80 metros acima do nível do mar, forma a 16 km
ao sul o lago de Genesaré, conhecido no cenário bíblico como Mar da Galiléia, que já está a
210 metros abaixo do nível marítimo e tem sua foz no mar Morto, 110 km abaixo, situado
nada menos que a 400 metros abaixo do nível do Mediterrâneo. Entre o lago de Hule e o lago
c) O Mar Morto
d) O Mar Mediterrâneo
O Mediterrâneo é um
mar quase fechado que banha o litoral
meridional da Europa, o ocidental da
Ásia e a faixa costeira da África do
Norte. Possui uma ligação natural com
o Oceano Atlântico através do estreito
de Gibraltar e, outra artificial com o Mar
Vermelho e Oceano Índico conectados
pelo canal de Suez. Os estreitos de Bósforo e Dardanelos o colocam em contato com o Mar
Negro. Atinge a sua maior profundidade, 5121 metros, no Mar Jónico, a sul da Grécia.
De maneira geral, podem ser distinguidas duas áreas distintas do
Mediterrâneo; a bacia oriental e a ocidental, que se comunicam através do canal da Sicília.
Essa divisão é, no entanto, fragmentada pela existência de mares menores como é o caso do
Tirreno (na bacia oriental) e Jônico, Adriático e Egeu (na bacia oriental).
Desde a Antigüidade, o Mar Mediterrâneo foi uma zona privilegiada de
contatos culturais, intensas relações comerciais e de constantes enfrentamentos políticos. Às
margens do Mediterrâneo floresceram, desenvolveram-se e desapareceram importantes
civilizações, como a egéia, a egípcia, a fenícia, a grega, a romana e a bizantina.
Há uma grande relação do Mar Mediterrâneo com o cenário bíblico, desde os
episódios na orla, com os filisteus, passando pelo comércio com os fenícios, o episódio do
profeta Jonas, até as viagens do apóstolo Paulo.
7. FAUNA DE ISRAEL
8. FLORA DE ISRAEL
Há três regiões florais distintas na Palestina: a) Oeste (área do Mediterrâneo),
um lugar dotado de árvores, arbustos de folhagem perene, muitas flores e prados.
Amendoeiras, oliveiras, figueiras, amoreiras e videiras medram nessa faixa; b) O vale do
9. CLIMA DE ISRAEL
A terra de Israel, embora tão minúscula, é bastante diversificada, com as
montanhas, vales e desertos. E o resultado disso é que o clima também é muito variável. O
Monte Hermom fica coberto de neve do cimo. Dali o terreno desce sob a forma de uma
garganta até 400 m abaixo do nível do mar. Mas há também um quentíssimo deserto. Na
região montanhosa, as temperaturas são modificadas, e de outubro a abril, os ventos
ocidentais carregam chuvas torrenciais. Porém, ventos que sopram do deserto trazem um
calor tórrido. A grosso modo, podemos falar em duas estações durante o ano: o inverno, que
é chuvoso e úmido (de novembro a abril) e o verão que é quente e sem chuvas (de maio a
outubro).
CONCLUSÃO
Concluindo o estudo do cenário aonde habitaram os povos bíblicos, descobrimos
como viveram o povo de Israel e os seus vizinhos e percebemos a importância do estudo da
Geografia para o desenrolar da história bíblica, vendo como o constante contato com a
geografia da região transformou estes povos.
BIBLIOGRAFIA
6
História e Geografia Bíblica, pág. 57.
14
História e Geografia Bíblica, pág. 105.
Geografia Bíblica – 2015 40