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Instituto Bíblico de Anápolis – IBA

Disciplina = Geografia Bíblica


Prof. = Silvando Pereira de Oliveira
Aluno (a) = _________________________
INTRODUÇÃO

A Geografia é a ciência que estuda o conjunto de fenómenos naturais e


humanos, os quais são aspectos da superfície da Terra, considerada na sua distribuição e
relações recíprocas. A Geografia estuda a superfície terrestre. A origem etimológica do
termo é derivada dos radicais gregos geo = "Terra" + graphein = "escrever".Descreve as
paisagens que resultaram da relação entre o homem e a natureza. Desde a mais alta
antiguidade o homem se preocupava com o conhecimento do espaço em que vivia. Certas
vezes esse conhecimento era uma resposta desejada pela curiosidade. Outras vezes tais
conhecimentos tinham objetivos econômicos ou políticos. O conhecimento sistematicamente
abordado da Terra é o objetivo específico da Geografia.
No século IV a.C., os gregos observavam o planeta como um todo. Através de
estudos filosóficos e observações astronómicas, Aristóteles foi o primeiro a receber crédito ao
conceituar a Terra como uma esfera. Na sua especulação sobre o formato da Terra, Estrabão
escreveu uma obra de 17 volumes, 'Geographique', onde descrevia as suas próprias
experiências do mundo - da Galíza e Bretanha para a Índia, e do Mar Negro à Etiópia. Apesar
de alguns erros e omissões na sua obra, Estrabão acabou por se tornar o pai da geografia
regional.
Através da Geografia Bíblica vamos poder localizar os relatos bíblicos no
tempo e no espaço em que ocorreram, e seremos capazes de identificar as características
culturais e a localização dos diversos povos e locais que pertencem ao mundo bíblico.

A Importância da Geografia Bíblica


1. A Geografia é o palco terreno e humano da revelação Divina.
2. Ela dá cor ao relato sagrado, ao localizar, situar, fixar e documentar os mesmos
3. O estudo da geografia bíblica da Palestina e nações circunvizinhas esclarece muitos
fatos e ensinos constantes das Escrituras.
Fontes de Estudo da Geografia Bíblica.
1. A Bíblia. É a fonte principal. Ela faz menção de inúmeros lugares, fatos, acidentes
geográficos, povos, nações, cidades
2. A Arqueologia Bíblica.
3. A Cartografia. A ciência dos mapas.

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I. LUGARES BÍBLICOS

1.O CRESCENTE FÉRTIL


Formado pelas regiões da
Mesopotâmia, Canaã e Egito, tem o formato de
um semicírculo que vai do Golfo Pérsico ao Rio
Nilo.
A Mesopotâmia, cujo nome
significa “entre rios”, é a região da Ásia aonde
ocorreram as primeiras mudanças da
humanidade, que permitiram um rápido
desenvolvimento cultural, econômico e social e
que proporcionaram um avanço importante da
história. Foi uma região de grande cultura (ali
nasceu o sistema de escrita, a escola, a literatura
escrita e o primeiro sistema legal) e de grande poder militar (se desenvolveram nesta região
os grandes impérios como Assíria, Babilônia e Pérsia).
É nesta região, ou em suas mediações, que se desenvolveram as principais
civilizações da antiguidade: Suméria, Babilônia, Assíria, Egito e todos os povos do chamado
Oriente Próximo.

A Bíblia descreve a localização do Jardim do Éden, dizendo o seguinte: “E


saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços. O
nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. E o ouro
dessa terra é bom; ali há o bdélio e a pedra sardônica. E o nome do segundo rio é Giom; este
é o que rodeia toda a terra de Cuxe. E o nome do terceiro rio é Hidéquel; este é o que vai
para a banda do oriente da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates.” (Gn 2.10-14).
Não temos a localização exata dos rios Pisom e Giom. Enéas Tognini
1
informa , quanto ao rio Pisom, que “modernamente atribui-se o rio Fasis, hoje conhecido
como Rioni, que nasce nos montes Ararate e desemboca no mar Negro” e que o rio Giom,
segundo especialistas, pode ser o rio Geyhum el_Râs, que desemboca no mar Cáspio ou os
rios Diala ou Querque.
Já os rios Hidéquel (que é o Rio Tigre) e o Eufrates sabemos a sua exata
localização, pois se encontram exatamente nesta região. Podemos deduzir, portanto, que o
Jardim do Éden localizava-se na região do Crescente Fértil. Com isto, podemos perceber que
foi aqui o berço da humanidade, e o início da história de todos os povos.
Werner Keller2, falando da importância desta região, afirma:

“Se traçarmos uma linha curva que, partindo do Egito, passe pela
Palestina e Assíria Mediterrânea, e, seguindo depois até o Golfo Pérsico, teremos
uma meia lua razoavelmente perfeita”.
“Há quatro mil anos, este poderoso semicírculo em redor do deserto
da Arábia - denominado Crescente Fértil - abrigava grande número de culturas e
civilizações ligadas umas às outras, como pérola de rutilante colar. Dela irradiou luz
clara para toda a humanidade. Ali foi o centro da civilização desde a Idade da Pedra
até a Idade de Ouro da cultura greco-romana”.

Netta de Money3 também descreve a importância desta região:

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“Sua história pode ser resumida numa séria de lutas entre os
habitantes das serranias e das tribos nômades do deserto para a possessão da
cobiçada terra fértil. Seu lado oriental foi o berço da raça humana e de sua primeira
civilização: Em suas grandes curvas levantaram-se um após outro os grandes
impérios dos amorreus, dos assírios, dos caldeus e dos persas; E finalmente foi em
seu extremo ocidental que nasceu o Salvador do Mundo”.

Esta região é onde hoje se localizam o Irã e o Iraque, onde podem ser
encontradas ruínas da Babilônia, de Ur, de Nínive e de outras tantas cidades que tiveram
grande importância no relato bíblico.
A Bíblia relata que a humanidade, após a queda espalhou-se por esta região,
nas cercanias do Jardim do Éden. A geração de Caim era má e desobediente, e influenciou
até mesmo a descendência piedosa de Sete, fazendo com que se tornassem rebeldes, pelo
que Deus resolveu destruir todos os homens, através do Dilúvio, salvando apenas Noé e sua
família.
Noé e seus filhos ocuparam a Terra, após o Dilúvio, aos quais, Deus deu uma
ordem: “frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1) e ainda: “povoai abundantemente
a terra e multiplicai-vos nela” (v.7). É natural que, no início, as famílias estivessem agrupadas
no mesmo lugar, mas, segundo a ordem divina, deveriam espalhar-se sobre a terra. Os
homens, entretanto, em sua desobediência, sob a liderança de Ninrode, construíram uma
torre de tijolos, com a finalidade de estabelecerem um centro, ao redor da qual se agrupariam
os povos.
Até então, todos na Terra falavam uma só língua. Deus provoca a confusão
das línguas, fazendo com que os povos se afastem, agrupados por famílias, e assim se
espalhem por toda aquela região. Lawrence Olson 4 assim descreve esta situação:

“A Dispersão aconteceu cerca de 100 a 300 e poucos anos depois


do Dilúvio, provavelmente “nos dias de Pelegue”. Gênesis 10.25; 11.16-19. É
impossível estabelecer com exatidão isto teria acontecido, pois Pelegue viveu 340
anos. Mas certamente foi por volta do ano 2.000 antes de Cristo”.

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O capítulo dez do livro de Gênesis registra a divisão dos povos pós-
diluvianos, descendentes dos filhos de Noé, indicando as regiões para onde se deslocaram, o
que nos permite mapear todas as nações existentes no mundo antigo, traçando duas linhas
imaginárias, uma de cada lado do Mar Mediterrâneo, aproximadamente, ficando os filhos de
Jafé, os Jafitas ou Arianos, na faixa superior, os filhos de Sem, os Semitas, na faixa central, e
os filhos de Cam, ou Canitas, na faixa inferior.
W.F. Albright5, falando sobre a importância do relato deste capítulo do
Gênesis, afirma:
Em vista da inextrincável confusão dos laços raciais e nacionais do
antigo Oriente Próximo, seria completamente impossível delinear um esquema
simples que satisfizesse a todos os eruditos; nenhum sistema poderia satisfazer a
todas as declarações feitas segundo a base da predominância étnica, da difusão
etnográfica, da língua, do tipo físico, da cultura, da tradição histórica. O Rol das
Nações como um documento assombrosamente exato. (Ele) demonstra uma
compreensão tão notavelmente “moderna” da situação étnica e lingüística do
mundo antigo, a despeito de toda complexidade dele, que os eruditos nunca deixam
de ficar impressionados com a compreensão do assunto que o autor demonstra ter.

Os Jafitas dirigiram-se para o norte, ocupando a Europa e parte da Ásia, dos


quais descendem os povos europeus, tais como: “celtas, gauleses, irlandeses, franceses (de
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Gômer), russos (de Magogue, Tubal e Meseque), medos e persas (de Madai), Jônios ou
gregos (de Javã) e trácios (de Tiras)”.6
Na faixa do meio, ficaram, em maior número, os descendentes de Sem, ou
seja, os Semitas. “São semitas: os elamitas (junto ao Golfo Pérsico), assírios (de Assur),
caldeus (de Arfaxade), hebreus (de Heber) e sírios (de Arã)”. 7
E ocuparam a faixa inferior, os descendentes de Cam ou Turanianos, indo
mais para o sul, ocupando, principalmente, a África e a Arábia Meridional. São eles: “os
etíopes (de Cuxe) ficaram na Etiópia, mas os cananitas, os heteus, os sidônios, os jebuseus,
os amorreus e outros foram para a Palestina (Canaã)...”. 8

QUADRO DAS NAÇÕES


JAFÉ CÃO SEM
Gômer, Celtas e Cimbros Cuxe, Etíopes Elão, Elamitas
Magogue, Russos e Citas Mizraim, Egípcios Assur, Assírios
Madai, Medos e Persas Pute, Líbios Arfaxade, Caldeus
Javã, Gregos Canaã, Cananeus Lude, Lídios
Meseque, Russos Arã, Sírios ou Arameus
Tiras, Trácios

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(extraído do livro E A Bíblia Tinha Razão, pág. 580).

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2. A PALESTINA

Dentre os descendentes de
Sem, Deus escolheu um dos filhos de Terá,
que habitava em Ur dos Caldeus, na região
da Mesopotâmia, chamado Abraão, para dele
formar um povo que fosse sua propriedade
particular, através do qual ele demonstraria o
seu poder a toda a humanidade. O propósito
divino era estender a sua benção a todos os
povos, através daquele homem, pois afirmou:
“em ti serão benditas todas as famílias da
terra” (Gn 12.3).
Estevão descreve assim este
episódio: “O Deus da glória apareceu a
Abraão, nosso pai, estando na Mesopotâmia,
antes de habitar em Harã, e disse-lhe: Sai da
tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à
terra que eu te mostrar. Então, saiu da terra
dos caldeus e habitou em Harã. E dali, depois
que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta
terra em que habitais agora.” (At 7.2-4). Desta
forma, obedecendo ao mandamento divino,
Abraão cruza todo o Crescente Fértil, do
oriente ao ocidente, e passa a habitar na região da Palestina.
Saindo de Ur, Abraão segue com a sua família, incluindo seu pai e um
sobrinho, Ló, até a cidade de Harã, localizada no alto do Rio Eufrates, a 965 km a noroeste de
Ur e ainda a 643 km a nordeste de Canaã9, onde permanece até a morte de seu pai.
Após a morte de Terá, ele segue para Canaã, levando consigo seu sobrinho.
Werner Keller10 assim descreve o percurso:
“O caminho de Harã, pátria dos patriarcas, para a terra de Canaã,
compreendia uma extensão de mais de mil quilômetros e dirigia-se para o sul.
Descendo o rio Belich, ia até o Eufrates, prosseguia por um caminho de caravanas
milenar, passava pelo oásis de Palmira, a bíblica Tadmor, e continuava daí para
sudoeste, até o lago de Genesaré. Era uma das grandes estradas comerciais que,
desde tempos remotíssimos, levavam do Eufrates ao Jordão, dos reinos da
Mesopotâmia até as cidades fenícias das
costas do Mediterrâneo e ao distante Egito,
no Nilo.”

A terra para a qual se dirigiu, segundo


a orientação de Deus, entretanto, não estava vazia;
era habitada por vários povos descendentes de Cam,
os quais ocupavam toda a terra, chamada Canaã. O
nome Palestina foi dado depois da ocupação romana,

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e é uma referência aos filisteus – um povo que chegou na região de Canaã no mesmo
período que os hebreus, na volta do Egito.
Nesta terra estranha, Abraão vai viver sem uma habitação fixa, isto é, em um
modo de vida nômade, vivendo em cabanas e mudando-se constantemente. Joubert Heringer
assim descreve a vida de Abraão11:

“Abraão era um nômade, estava sempre se mudando de um lugar


para o outro conforme as necessidades de melhor pastagem de seu rebanho,
sempre nas regiões montanhosas, evitando o vale onde estavam as cidades
estados cananéias com seus deuses e sua sociedade sedentária. Isso nos aponta
também a economia que movia a vida deste primeiro patriarca, não encontraremos
Abraão plantando ou colhendo de forma sistemática, nem às voltas com animais de
grande porte, típicos de vale; mas, encontraremos Abraão às voltas com carneiros,
bodes, ovelhas, etc... Encontraremos o cuidado de manter a família intacta quando
envia Isaque para encontrar uma esposa na terra de seus ancestrais, para que da
mesma forma com que ele casou-se com uma prima, ele também o faça, o que
acontece ao desposar Rebeca. Esta postura social é típica do nomadismo que
procura não manter laços com os povos dos lugares por onde peregrina. Outro fator
que colocará Abraão dentro deste círculo geo-social que é o nomadismo será sua
forma de tratar os visitantes, bem expresso quando da visita dos anjos; bem como o
trato com as esposas, o que também transparece na relação Sara, Hagar e Qetura.
Tanto Abraão quanto Isaque vivenciaram o nomadismo, por rotas diferentes
(sempre nas montanhas) e com lugares de parada diferentes, mas com as mesmas
características.”

Deixando o Crescente Fértil, a narrativa bíblica volta-se, agora, para esta


região do Oriente Próximo banhada pelo Mar Mediterrâneo. Netta de Monney 12 assim fala
sobre esta faixa de terra:

“É uma adaptação da palavra filistéia que significa o terreno dos


filisteus que haviam desempenhado um papel muito importante na história hebraica,
pelo que os escritores gregos e latinos o aplicaram a todo o país”.
“A palestina propriamente dita, a Terra das Doze Tribos, que
abrange Canaã e a região Transjordânica, está situada no extremo meridional da
curva ocidental do Fértil Crescente, entre 31º e 35º latitude N e 32º15’ e 34º30’
latitude E, limitado ao N com o Rio Leontes, o monte Líbano e o monte Hermom, ao
E com o deserto Sírio, ao S com o deserto da Arábia e a O com o Mar
Mediterrâneo”.

Werner Keller13 assim descreve a região de Canaã:

“Canaã significa “terra da púrpura”. Deve seu nome a um produto


local muito cobiçado na Antiguidade. Desde os tempos mais primitivos, seus
habitantes extraíam de um caracol do mar — do gênero Murex —, nativo dessa
região, a tinta mais famosa do mundo antigo, a púrpura. Era tão rara, tão difícil de
extrair e, por isso mesmo, tão cara, que só os ricos podiam adquiri-la. As vestes
tingidas de púrpura eram consideradas em todo o antigo Oriente sinal de alta
categoria. Os gregos chamavam fenícios aos fabricantes e tintureiros de púrpura da
costa do Mediterrâneo, e à sua terra, Fenícia, que na língua deles significava
“púrpura”.

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A terra de Canaã é também o berço de dois fatos que comoveram
profundamente o mundo: a palavra “Bíblia” e o nosso alfabeto! Uma cidade fenícia
deu nome à palavra que designa “livro” em grego; de Biblos, cidade marítima de
Canaã, originou-se “biblion” e desta, mais tarde, “Bíblia”. No século IX a.C. os
gregos tomavam de Canaã as letras do nosso alfabeto.
A parte da região que viria a ser a pátria do povo de Israel foi
batizada, pelos romanos, com o nome dos seus mais acérrimos inimigos: o nome
“Palestina” é derivado de “pelishtim”, como são designados os filisteus no Velho
Testamento. Habitavam a parte meridional da costa de Canaã — ...todo Israel,
desde Dã até Bersabé (Samuel 1, 3.20). Assim descreve a Bíblia a extensão da
Terra Prometida, isto é, das nascentes do Jordão, nas faldas do Hermon, até as
colinas situadas a leste do mar Morto, e até o Neguev, na Terra do Meio-Dia.”

Abraão e sua descendência viveram em Canaã durante aproximadamente


215 anos - Abraão tinha a idade de 75 anos, quando saiu de Harã (Gn 12.4); 25 anos depois,
nasce seu filho Isaque (Gn 21.5); Isaque tinha 40 anos, quando casou-se (Gn 25.20), e lhe
nasceram os primeiros filhos aos 60 (Gn 25.26); Jacó vai para o Egito aos 130 anos (Gn
47.28); somando tudo (25 + 60 + 130), o resultado será 215 anos - até o período em que José
é empossado como governador do Egito, e convida seu pai, Jacó, agora chamado Israel,
juntamente com seus irmãos, para morarem com ele no Egito.

II. POVOS BÍBLICOS


Os povos que habitaram as terras bíblicas e a Palestina eram os seguintes:

1. EGÍPCIOS
A terra do Egito era demarcada pelo Rio
Nilo, partindo do centro do Continente Africano, até o Mar
Mediterrâneo, sendo dividida, geográfica e politicamente em
duas regiões: Alto Egito e Baixo Egito.
O Baixo Egito é a região banhada pelo Mar
Mediterrâneo, na qual o Rio Nilo abre seus “braços” ou
desembocaduras, formando uma figura parecida com a
quarta letra do alfabeto grego, delta, dando origem a um
antigo nome dado à Região: Planície Delta.
O Alto Egito é formado pelo corredor do Rio
Nilo, adentrando à savana, rumo ao interior do Continente
Africano, cuja região é formada por florestas equatoriais e
tropicais.
Toda a terra do Egito depende do Rio Nilo
para sobreviver, e são os transbordamentos regulares do
rio, que inunda as terras ribeirinhas, garantindo a sua
fertilidade, o fenômeno mais importante para a existência
desta nação.
Netta de Money14 descreve este rio, com as
seguintes palavras:

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“Suas fontes se encontram nos magníficos lagos de Vitória e
Alberto Nianza da África Equatorial. Entre outros fatores devemos citar os ventos
alíseos do SE carregados de umidade do Oceano Índico que descarregam o seu
conteúdo nas cordilheiras do E da África e no interior do dito país; as prodigiosas
chuvas, causando assim o transbordamento dos referidos lagos que formam os
poderosos afluentes do rio em seu curso superior. Toma o nome de Nilo depois da
confluência do Nilo Branco e do Nilo Azul em Cartum, capital do Sudão. Desde este
ponto de união até o Mediterrâneo, numa distância de 2800 km, só recebe um
afluente mais, o Atibara, que desce das serras vulcânicas da Absínia. Atravessa a
Núbia e o Egito, e finalmente chega ao Cairo, onde começa o Delta, por cujos dois
braços principais, um próximo a Damieta e outro junto a Roseta, lançando suas
águas no Mediterrâneo”.

Os egípcios formaram uma das primeiras grandes civilizações da


humanidade, exercendo grande influência no cenário bíblico. Destacaram-se, sobretudo,
pelas grandes construções e pelo misticismo. O povo egípcio é assim descrito 15:
“Não conhecemos a exata origem racial do povo egípcio, porém
suas estátuas e pinturas de templos dão-nos um quadro detalhado deles durante os
tempos bíblicos, e os corpos embalsamados dos monarcas egípcios também nos
evidenciam a sua aparência.
Os egípcios eram, em geral, de estatura mais ou menos baixa, pele
bronzeada, cabelo castanho eriçado, típico dos povos situados nas costas sulistas
do Mediterrâneo. Os negros do interior do Nilo não desceram o rio e não se
misturaram com os egípcios até mais ou menos 1500 a.C. (Não sabemos, porém,
se a "mulher etíope" com quem Moisés se casou era negra — cf. Números 12:1.)
Por contraste, os israelitas vieram dos bandos errantes de pastores
que viviam ao longo das margens ao norte do deserto da Arábia. Assim, Abraão e
seus descendentes eram, provavelmente, quase da mesma altura dos egípcios,
mas tinham cútis cor de oliva, e cabelo castanho-escuro ou preto.”

Merril Unger16 descreve a ida dos hebreus para o Egito deste modo:

A calma vida pastoril dos patriarcas em Canaã chegou a um fim,


devido às circunstâncias que seguiram a venda de José aos ismaelitas e a sua
subseqüente exaltação no Egito. De acordo com a cronologia bíblica, preservada,
no texto massorético da Bíblia Hebraica, Jacó e sua família emigraram para o Egito
por volta do ano 1871 a.C., sob a Duodécima Dinastia Egípcia do Reino Médio
(2000-1780 A.C.)

A cultura egípcia foi muito influenciada pela idolatria e pelo misticismo. Pelo
menos trinta deuses formavam o panteão principal, além de dezenas de deuses de menor
importância. A grande preocupação com a morte e vida após a morte os levou a construir
grandes mausoléus em formato de pirâmides, tais como a pirâmide de Gizé (uma das sete
maravilhas do mundo antigo) e as de Quéops, Quéfren e Miquerinos. Isto também os levou a
desenvolver a técnica de embalsamamento dos corpos.
O Prof. Joubert17 nos fala sobre a importância do Egito, no contexto bíblico:

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“Juntamente com o Babilônico o Império Egípcio será um dos que
mais influenciaram a história de Israel. Sua primeira aparição se dá já no
surgimento do povo com a descida de Abraão para lá em busca de alimentos
quando fugia de uma seca na Palestina. Em seguida Isaque repete os mesmos
passos de seu pai, e da mesma forma motivado por uma fome, desce ao Egito. O
terceiro patriarca também descerá ao Egito, e diferentemente dos dois
predecessores que lá estiveram por um espaço de tempo curto e delimitado, este
para lá descerá já quase ao final de sua vida, e de lá saiu somente depois de sua
morte. Também será relacionado com este império que veremos surgir o povo de
Israel, e será a saída desta turba que se converterá posteriormente em povo que
dará origem a um dos mais importantes relatos de libertação social de um povo de
todos os tempos, chamado Êxodo.
Nos momentos seguintes da história do povo o Egito será sempre
uma forte influência ao sul da Palestina, ora influenciando como potência militar, ora
influenciando como matriz cultural. Mesmo durante o exílio na Babilônia e
posteriormente com a invasão dos gregos e depois dos romanos, o Egito terá lugar
de destaque na história do povo de Israel e da Igreja Primitiva.
Quando falamos em império Egípcio pensamos, erroneamente, em uma
unidade política contínua. Alías, é muito comum nos estudos bíblicos as pessoas tomarem
pressupostos medievais e modernos e aplicarem à historia de Israel e da Igreja. O que
chamamos de império Egípcio é na verdade uma sucessão de dinastias reais que na maioria
dos casos não possui ligação alguma com a precedente. Até mesmo a configuração
geográfica do império se altera ao longo do tempo, sendo cada dinastia de uma região
diferente”.

2. ASSÍRIOS
Eram semitas que habitaram
o norte da Mesopotâmia, região
compreendida entre os rios Tigre e Eufrates,
provavelmente, descendentes de Assur,
filho de Sem (Gn 10.11). Sua capital, nos
anos mais prósperos, foi Nínive, numa
região que hoje pertence ao Iraque. Eles
alcançaram grande crescimento da ciência e
da matemática, além de se tornaram cruéis
guerreiros. A escrita dos assírios constituía-
se de pequenas cunhas feitas com um
estilete em tabuletas de argila — é a
chamada escrita cuneiforme. A religião
seguia as bases dos cultos realizados pelos sumérios e seu idioma, o Aramaico, era a língua
mais falada na região, no tempo de Jesus.

3. BABILÔNICOS
Por volta do ano 2.000 a.C., amoritas do deserto invadem as cidades
acadianas e sumerianas e fundam a Babilônia. O povo babilônico era muito avançado para a
sua época, demonstrando grandes conhecimentos em arquitetura, agricultura, astronomia e

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direito. Eles criaram a astrologia e a astronomia e aperfeiçoaram a matemática com a
invenção do círculo de 360 graus e a hora de 60 minutos.
É deles também a invenção de um rico e preciso calendário, cujo objetivo
principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores
condições para o desenvolvimento da agricultura.

4. PERSAS
Diversas tribos de povos arianos indo-europeus, chegaram, por volta de 2000
a 1500 a.C. à região compreendida entre o Mar Cáspio e o atual Golfo Pérsico, conhecida
como Planalto Iraniano, e deram origem ao povo persa. O comércio era sua principal
atividade econômica.
A religião persa, no início, era politeísta. No entanto, entre os séculos VII e VI
a.C., o profeta Zoroastro (Zaratrusta, em persa) empreendeu uma nova concepção religiosa
entre eles. O pensamento religioso de Zoroastro era dualista e acreditava que o
posicionamento religioso do indivíduo consistia na escolha entre o bem e o mal.
Inicialmente, eram duas grandes tribos, os medos e os persas, que formara
dois reinos independentes, mas foram unificados pelo rei Ciro, o Grande, que derrotou o
império babilônico.
Atualmente se concentram no Irã, mas possuem grupos espalhados por
muitos países do mundo, principalmente Afeganistão, Tajiquistão, Uzbequistão, na província
de Xinjiang, na China e no norte do Paquistão.

5. AMORREUS
Habitavam o lado ocidental do Mar Morto (Gn 14.7), em Hebrom (Gn 14.13),
em Siquém (Gn 48.22), em Gileade e Basã (Dt 3.8-10) e nas imediações do Monte Hermom
(Dt 3.8). Deus deu ordem aos israelitas para os destruírem (Gn 3.7; Dt 2.1). Eram,
provavelmente, descendentes dos caldeus, e tiveram como rei, na época da conquista, Seom
(Nm 21.21-33).

6. HETEUS
Descendentes de Hete, o segundo filho de Canaã, estabeleceram-se no norte
de Israel, em cidades como Hamate e Cades, nas margens do rio Orontes. Haviam também
os heteus do sul, dos filhos de Hete, dos quais Abraão comprou a cova de Macpela (Gn
23.10); as duas esposas de Esaú eram hetéias (Gn 26.34).

7. CANANEUS
São descendentes de Canaã, filho de Cão (Gn 10.6). Eles ocuparam uma
grande faixa no vale do Jordão e se estenderam pela orla do Mediterrâneo (Nm 13.20; 14.25).
Nos tempos de Josué possuíam cidades fortificadas.

8. PERISEUS
Também descendiam de Canaã (Gn 15.20), e habitavam os campos,
dedicando-se à agricultura. Eles espalharam-se por toda a terra de Canaã e foram
enfrentados por Josué no Monte Carmelo (Js 17.15) e também ofereceram resistência nos
territórios ocupados por Judá (Jz 1.4,5).

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9. HEVEUS
Também descendiam de Canaã (1Cr 1.15) e estavam entre os que
enganaram Josué e foram reduzidos a rachadores de lenha. Foi com Hamor, o heveu, que
aconteceu o incidente com Diná (Gn 34), em Siquém.

10. GIRGASEUS
Também procediam de Canaã (1Cr 1.14). Eles ofereceram resistência a
Josué, mas foram derrotados (Js 3.10). Pouco se sabe sobre as atividades deste povo.

11. JEBUSEUS
Também eram descendentes de Canaã (Gn 15.21). Eles estabeleceram-se ao
redor de Jerusalém, que primitivamente se chamava Jebus (Jz 19.10). Adonizeque, rei de
Jerusalém, estava entre os que enfrentaram Josué em Gibeom (Js 10.3-5).

12. FILISTEUS
Eram provenientes das ilhas gregas. Eles invadiram Canaã e se radicaram ao
sul da região. Eram descendentes de Casluim, filho de Mizraim (Gn 10.14). Eram guerreiros
valentes e perigosos e não foram atacados por Josué. Eles sempre foram inimigos de Israel
(quem não se lembra de Golias!?) no tempo dos reis, sendo a última referência da Bíblia a
este povo em Zc 9.6, após o cativeiro babilônico.

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III. GEOGRAFIA POLÍTICA DA TERRA SANTA
O geógrafo alemão Friedrich Ratzel, em sua obra "Politische Geographie"
(Geografia Política, em português), publicada em 1897, assim define: “A geografia política é o
estudo das relações entre o Estado e o solo”.

1. O ÊXODO

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Por alguns anos, os hebreus viveram no Egito, desfrutando das regalias de


serem da família do governador José. Entretanto, o tempo foi passando, José morreu, o Faraó
que o havia conhecido também faleceu, e outro Faraó subiu ao trono, que não conhecia José,
o qual resolveu explorar a mão de obra dos hebreus, escravizando-os, e obrigando-os a
trabalharem nas grandes construções.
Depois de muitos anos como escravos no Egito, o povo de Israel clama a
Deus por um livramento. E Deus responde à suas orações preparando Moisés para libertá-los

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da nação opressora. Milagrosamente salvo das águas e criado como filho da filha de Faraó,
ele foi educado na ciência e nas artes do Egito, para vir a ser o grande legislador de Israel.
Moisés vive os primeiros 40 anos como príncipe do Egito. É com esta idade
que ele ataca mortalmente um egípcio que feria a um hebreu e é obrigado a fugir do Egito,
para não ser morto por Faraó. Ele vai viver os próximos 40 anos no deserto de Mídia, aonde
casa, tem filhos, e vive como pastor de ovelhas.
Quando Moisés está com 80 anos, Deus fala com ele no Monte Horebe, e o
envia ao Egito, com a missão de livrar o seu povo das mãos de Faraó e conduzi-los para a
terra de Canaã, de onde os hebreus vieram, 215 anos antes. Através de Moisés, Deus
manifesta o seu poder sobre a poderosa nação egípcia, enviando grandes pragas, que
dizimaram o gado e as plantações, e provocaram morte e desespero na terra do Egito.
Naquela noite, em que os filhos de Israel realizaram a Páscoa pela primeira
vez, Deus feriu os primogênitos dos egípcios, e, assim, Faraó deixou o povo de Deus sair,
levando consigo os seus filhos, seu gado e toda a riqueza do Egito. É assim o relato bíblico:
“Assim, partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, coisa de seiscentos mil de pé,
somente de varões, sem contar os meninos. E subiu também com eles uma mistura de gente,
e ovelhas, e vacas, uma grande multidão de gado” (Êx 12.37,38).
Netta de Money18 assim registra esta saída:

“O teatro das maravilhosas obras de Moisés foram Zoã, cidade real


a E do braço Tanítico do Nilo. Quando soou a hora da libertação, Israel foi impedido
de passar rumo a Canaã pela direção NE por ser o “caminho dos filisteus”, e como
os egípcios haviam levantado uma linha de fortificações ao longo da única fronteira
terrestre que tinha a defender, entre o Mediterrâneo e a cabeceira do Golfo de
Suez, viram-se obrigados a desviar para o S em direção ao Mar Vermelho (Êxodo
13:17-18)”.
Historiadores, arqueólogos e outros pesquisadores há muito tempo discutem
para definirem a data exata em que aconteceu o êxodo hebreu. Esta, entretanto, não é uma
tarefa fácil, pois são poucos os elementos que nos ajudam a descobrir a época certa deste
grande acontecimento. Paul Hoff19 assim define esta questão:
Não há dúvida alguma de que os israelitas saíram do Egito no lapso
compreendido entre 1450 e 1220 a.C. Israel já estava radicado em Canaã no ano
de 1220 a.C., pois o monumento levantado pelo Faraó Mereptá faz alusão ao
combate entre egípcios e israelitas na Palestina, naquela data. Não obstante, faltam
evidências conclusivas quanto à data precisa do Êxodo.

Há duas opiniões principais a respeito desta questão. De acordo


com a primeira, o Êxodo dataria, mais ou menos, por volta do ano 1440 a.C.
Conforme a segunda opinião, ocorreu no reinado de Ramsés II, entre 1260 e 1240
a.C. Se a data anterior é correta, Tutmés III, o grande conquistador e construtor, foi
o opressor de Israel, e Amenotepe II foi o Faraó do Êxodo. Há evidências de que
Tutmósis IV, o sucessor de Amenotepe II, não foi o filho primogênito deste, fato que
concordaria com a morte do primogênito do Faraó do Êxodo. Os que favorecem a
data anterior pensam que os invasores de Canaã durante o século XIV,
mencionados como habiru nos documentos históricos, outros não são senão os
hebreus que, sob Josué invadiram a Palestina. Nas famosas cartas de Tl-el-
Amarna, escritas por chefes das cidades-estados de Canaã dirigidas aos Faraós
Amenotepe III e Amenotepe IV no século XIV, há indicações de que a Palestina
estava em perigo de perder-se nas mãos dos habiru. Os chefes cananeus

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clamaram por ajuda egípcia, mas Amenotepe IV estava tão ocupado estabelecendo
o culto a seu deus Áton, que não deu ouvidos a seus rogos.

Segundo relato bíblico, o povo de Israel reuniu-se na cidade real de Tanis ou


Ramsés, no braço oriental do Delta e, de lá, partiram para Sucote, cinqüenta e dois
quilômetros a sudoeste, indo depois para Etã, na orla do deserto. A parada seguinte foi em
“Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom” (Êx 14.2). O lugar exato onde as
águas se abriram, tornando possível a travessia do mar, talvez nunca seja positivamente
estabelecido. Há um certo número de lugares possíveis. O nome hebraico do lugar que os
egípcios atravessaram ao deixarem o Egito significa “o mar dos caniços”. O nome descritivo
parece referir-se à região pantanosa e de águas rasas através da qual foi mais tarde cortado
o Canal de Suez.
A primeira dificuldade está na tradução. A palavra hebraica "Yam Suph" é
traduzida ora por "Mar Vermelho" ora por "Mar dos juncos". Repetidamente se fala do "Mar
dos juncos": "Ouvimos que o Senhor secou as águas do Mar dos Juncos á vossa entrada,
quando saístes do Egito” (Js. 2.10). No Antigo Testamento, até ao profeta Jeremias, fala-se
em "Mar dos Juncos". O Novo Testamento diz sempre "Mar Vermelho" (Ap. 7.36; Hb. 10.29).
Às margens do Mar Vermelho não crescem juncos. O mar dos juncos
propriamente ficava mais ao norte. Dificilmente se poderia fazer uma reconstituição fidedigna
do local - e esta é a segunda dificuldade. A construção do canal de Suez no século passado
modificou muito o aspecto da paisagem da região. Segundo os cálculos mais prováveis, o
chamado "milagre do mar" deve ter tido lugar nesse território. Assim é que, por exemplo, o
antigo lago de Ballah, que ficava ao sul da estrada dos filisteus, desapareceu com a
construção do canal, transformando-se em pântano. Nos tempos de Ramsés II existia ao sul
uma ligação do Golfo de Suez com os lagos amargos. Provavelmente chegava mesmo até
mais adiante, até ao Lago Timsâh, o Lago dos Crocodilos. Nessa região existia outrora um
mar de juncos. O braço de água que se comunicava com os lagos amargos era vadeável em
diversos lugares. A verdade é que foram encontrados alguns vestígios de passagens. A fuga
do Egito pelo Mar dos Juncos é, pois, perfeitamente verossímil.

Da travessia do Mar ao Sinai, Israel faz as seguintes paradas 20:

Parada Evento
Mara e Elim, no deserto de Etã, na praia O saneamento das águas. A abundâncias das águas e
oriental do Golfo de Suez palmeiras.
Deserto de Zim, pela praia oriental do Murmuração do povo. Provisão de codornizes e de
Canal de Suez, ao Sul do deserto de Etã maná. A instituição do Sábado.
Refidim, entre o deserto de Zim e o monte Erupção de água na rocha. Derrota dos amalequitas.
Sinai. Atenção de Moisés ao conselho de Jetro.

Três meses depois de escaparem do Egito, os israelitas chegaram ao pé do


Monte Sinais, onde, algum tempo antes, Moisés tinha visto a sarça ardente e recebido a
ordem do Senhor. Aí eles acamparam e durante os meses que se seguiram Moisés subiu as
encostas do Monte Sinai para comungar com Deus. Foi aí que Deus revelou a Moisés os
princípios da fé que os Filhos de Israel deveriam seguir para todo o sempre, e aí que Ele deu
a Moisés os Dez Mandamentos inscritos em duas tábuas de pedra.
De lá, o povo de Israel levanta acampamento, em direção a Cades-Barnéia,
Passando pela beira do deserto de Parã, e faz as seguintes paradas:

Parada Evento
Taberá, a 48 km a nordeste do Sinai. Murmurações castigadas pelo fogo. O pecado do

Geografia Bíblica – 2015 16


descontentamento.
Quibrote-Taavá, entre o Sinai e Haverote A milagrosa provisão de codornizes. O enterro dos
cobiçosos e a eleição dos 70 anciãos.
Hazerote, a 64 km a nordeste do Sinai. A conjuração contra Moisés, urdida por Miriã, e o
castigo que lhe foi imposto. Reconhecimento através
de espias.

Ao final
deste tempo, o relato
bíblico descreve as
paradas finais, até o
destino tão almejado:

Parada Evento
Cades-Barnéia A desobediência de Moisés. Edom nega permissão de
trânsito a Israel. A vitória israelita sobre o rei cananeu
de Arade, em Hormá, povoação de Sefelá.
Monte Hor, na margem de Edom, onde se A morte de Arão. As pragas das serpentes.
deteve o povo curto tempo.
Élate, na cabeceira do golfo de Acaba, na A cura dos feridos mediante a serpente de metal
margem oriental do deserto de Parã. colocada numa haste.
Zarede A travessia do ribeiro
Arnom, que De constituía
Cadesa são fronteira A negativa de trânsito de Seom, o amorreu. A derrota
setentrional de Moabe deste em Jaza.
enviados os 12 espias à terra de
Planícies de Moabe A profecia de Balaão. O pecado de Baal-Peor. A
Canaã, os quais voltam com um campanha contra Mídia e Moabe. A partilha da
relatório pessimista, causando herança de duas e meia tribos. A divisão da lei e
pânico e rebelião no povo. Por recapitulação das jornadas. A morte de Moisés no
causa disto, são condenados a monte Nebo.
vaguear pelo deserto pelos
próximos 38 anos, até que toda
a geração rebelde padeça no
deserto.

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2. A CONQUISTA DE CANAÃ
Agora sob o comando de
Josué, Israel atravessa milagrosamente o
Rio Jordão, em cheia, e estabelece
acampamento em Gilgal, de onde inicia a
conquista da Terra Prometida.

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A primeira vitória em Canaã foi contra a cidade de Jericó, localizada no centro
do país, aonde ocorreu o famoso episódio da derrubada dos muros. Após Jericó, caíram as
cidades de Ai e Betel. Como os de Siquém entregaram-se sem luta e os Gibeonitas fizeram
um pacto enganoso com Josué, toda a região Central estava tomada.
Como a parte oriental da terra já havia sido conquistada por Moisés,
derrotando Siom, rei dos amorreus e Ogue, rei de Basã, Josué concentra-se, então, nas
campanhas do norte e do sul. Ao cabo de alguns anos, Israel pode se estabelecer na Terra.

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Josué, no entanto, cometeu três graves erros, que trouxeram conseqüências


desastrosas para a posteridade: a) fez aliança com os Gibeonitas (Js 9); b) permitiu que os
jebuseus permanecessem em Jerusalém (Js 15.63) e c) não conseguiu derrotar os filisteus e
tomar conta da área litorânea. Por causa disto, as tribos de Judá e Simeão ficaram separadas
das demais.
Além disto, Josué não conseguiu expulsar os cananeus de várias partes do
país, e eles sempre representaram um problema para Israel. Merril F. Unger 21 assim relata
este período de conquista:

“Embora os cananeus tenham sido completamente massacrados


quando uma cidade era conquistada, em muitos casos a própria cidade não era
destruída (Josué 11.13), e não poucos de seus habitantes, que haviam podido
escapar por terem fugido ou se terem escondido, voltaram (Josué 10.43) para as
cidades invadidas, e anos mais tarde, quando as tribos de Israel se espalharam,
procurando lugar para se estabelecerem, encontraram resistência esporádica. Da
mesma forma, lugares outrora conquistados como Debir (Josué 10.38,39) tiveram
que ser mais tarde reconquistados (Juízes 1.11-15). Entre outros casos
semelhantes encontra-se Hebrom (Josué 10.36,37; Juízes 1.10)”.

3. DIVISÃO DAS TRIBOS

Quando os filhos de Israel ocuparam a terra de Canaã, o território foi dividido


entre as tribos. Dos 12 filhos de Jacó, Levi, por ser a tribo sacerdotal, não teve porção de
terra, mas apenas cidades nas porções de seus irmãos, e José herdou duas tribos, que
levaram os nomes de seus filhos: Efraim e Manassés. Assim sendo, a terra foi dividida em 12
porções: no lado oriental do Jordão ficaram as tribos de Gade, Rubem e a meia tribo de
Manasses. Do lado ocidental, as tribos de Aser, Naftali, Zebulom, Issacar, Efraim, Dã,
Benjamim, Judá, Simeão e a meia tribo de Manassés (Dt 3.13-16).

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4. O REINO UNIDO

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Quando Samuel era o juiz em Israel, tendo governado a terra por muitos
anos, o povo de Israel lhe fez um pedido: “Eis que já estás velho, e teus filhos não andam
pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue,
como o têm todas as nações” (1Sm 8.5). Samuel não gostou daquela proposta, mas
consultou a Deus e, mediante sua permissão, ungiu a Saul, da tribo de Benjamim, o primeiro
rei sobre Israel.
Saul unificou as tribos e, sob seu comando, Israel fez conquistas importantes
contra os amonitas e iniciou a mudança do modelo tribal para a monarquia, em Israel. Os
filisteus estavam conquistando território com o seu exército fortificado, principalmente por que
detinham o monopólio do ferro (1Sm 13.19-21). Eram uma ameaça permanente, que não

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podia ser enfrentada com tropas voluntárias de um exército popular. Se fazia necessário ter
um exército permanente, profissional, uma organização de poder centralizado, enfim, uma
monarquia, que era o modelo da época (1 Sm 8.5-20).
Saul desobedece a Deus e é rejeitado como rei. O período do reinado de Saul
é muito conturbado, marcado pelos conflitos com os povos vizinhos e pelos problemas
internos com Samuel e Davi, e culmina com a derrota para os filisteus, na batalha das
montanhas de Gilboa. O rei Saul e seus filhos são mortos, a arca do Senhor é tomada e o
território conquistado pelo inimigo.
Com a morte de Saul, as tribos do sul, que não eram submissas a ele,
imediatamente proclamam Davi como novo rei, em Hebrom. Com a morte de Abner, general
de Saul, e o reconhecimento dos anciãos, Davi é aclamado rei sobre toda a terra de Israel
(2Sm 3.22-5.3). Ele conquistou a cidade de Jerusalém, mudou a sua residência para lá e a
estabeleceu com capital do reino e centro religioso e cultural.
Assim, Davi consolidou a monarquia em Israel, fez aliança políticas
importantes, alargou as fronteiras do seu território, subjugou os inimigos, tais como: filisteus,
amonitas, moabitas e edomitas, construiu um tabernáculo em Jerusalém e para lá levou a
arca do Senhor. Assim ele estabeleceu-se como o maior rei da história de Israel.
Vendo a velhice chegar, Davi preocupou-se em indicar o seu herdeiro no
trono. Salomão, filho de Bate-Seba, não era o herdeiro natural, mas Davi conseguiu
estabelecê-lo com rei. Assim que Salomão consegue estabilidade, ele mandou matar seu
irmão Adonias, que queria usurpar-lhe o trono, também matou a Joabe, chefe do exército, e
desterrou o sumo-sacerdote Abiatar.
Salomão foi o mais brilhante de todos os administradores de Israel. Ele
estabeleceu o comércio exterior pelo mar, através do Mar Mediterrâneo e do Mar Vermelho,
além de rotas comerciais terrestres, que trouxeram crescimento e prosperidade para o reino.
Além disto, construiu o Templo em Jerusalém, palácios e fortalezas e ampliou as alianças
políticas, estendendo ainda mais o seu domínio.
Todo este esplendor, entretanto, teve o seu custo, e Salomão sobrecarregou
o povo com altas taxas, para manter a sua corte, o que provocou grandes problemas internos.
O Estado tinha muitas despesas para manter o exército, os cavalos, os palácios e as esposas
do rei, e as construções. Os pesados impostos estavam sobrecarregando a população
israelita. Apesar destes problemas, Salomão terminou o seu reinado em relativa paz, porém
em desobediência a Deus. Ele acumulou riquezas e mulheres, contrariando a ordem divina
(Dt 17.14-17), e edificou altares a deuses estranhos e os adorou (1Rs 11.4-7). Pelo que, Deus
resolveu dividir o seu reino e entregar ao seu servo (1Rs 11.11).

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5. O REINO DIVIDIDO

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Com a morte do rei Salomão, Roboão, seu filho, reinou em seu lugar. Netta
de Money assim descreve os acontecimentos:
22

“Os impostos implantados por Salomão haviam sido muito pesados.


O povo de Israel, prazerosamente havia pago para a construção da “Casa de Deus”
e para um palácio digno do rei, porém a continuação onerosa dos impostos para
realização dos ambiciosos planos do rei não tardou em semear o descontentamento
por todas as partes. O povo exigiu de Roboão, filho de Salomão, que aliviasse a
pesada carga que este lhe havia imposto, porém, por não atender a essa
reclamação, produziu-se uma revolta. Todas as tribos, menos a de Judá e uma
parte da de Benjamim, desconheceram a autoridade de Roboão, e elegeram rei a
Jeroboão. Assim se processou a divisão definitiva do povo de Israel e a formação
de dois reinos de Judá e Israel. Ao produzir-se esse desacordo, os sírios
aproveitaram a oportunidade para livrar-se do jugo de Israel e formar um reino
Geografia Bíblica – 2015 22
independente e forte no N. O reino de Moabe, todavia, continuou tributário de Israel
por algum tempo, e Edom era satélite de Judá”.

A respeito dos limites geográficos de Israel, após a divisão do reino, Enéas


Tognini23 escreve:

“Os limites de Israel dos tempos do reino unido não sofreram, no


princípio, alteração. O reino foi dividido em duas partes: Norte ou Israel, com capital
em Siquém e Penuel (1Rs 12.25) e depois Samaria (1Rs 16.24), com dez tribos e
mais a meia tribo de Benjamim; e Sul ou Judá, com capital em Jerusalém, com
Judá e a outra meia tribo de Benjamim (1Rs 12.20,21; 2Cr 11.2)”.

O reino do Norte foi beneficiado, geograficamente, com a divisão do reino,


pois os principais recursos naturais estavam concentrados na região das tribos do Norte: o
Mar da Galiléia, o rio Jordão, as planícies mais férteis, entre outros. A geografia do território
das tribos do Sul incluía o Mar Morto e o deserto do Negev. O reino do Sul estava, portanto,
em desvantagem, quanto aos recursos naturais e quanto à representatividade das tribos.
Com o passar do tempo, porém, cada reino teve o seu território alterado pelos
conflitos com outros povos. Primeiro foi o reino do Norte que, após uma sucessão de reis
desobedientes e idólatras, Deus permite que seja atacado pelo império Assírio, sob o
comando do rei Sargão II, por volta do ano 721 a.C. Desta forma, teve fim o reino de Samaria,
e nunca mais foi restaurado.
Apesar de
alguns reis do reino do Sul,
Israel, terem sido tementes a
Deus, a maioria segue os
passos dos reis do norte, e
foram rebeldes e desobedientes
ao Senhor. Semelhantemente,
Deus permitiu que eles fossem
atacados pelo Império
Babilônico, do rei
Nabucodonosor, no ano 587
a.C. O Templo de Jerusalém foi
demolido, os muros e portas da
cidade destruídos, os tesouros
são roubados, milhares de
pessoas foram mortas e muitos
foram levados cativos para a Babilônia, de onde alguns voltariam, muitos anos depois, sob a
liderança de Esdras e Neemias.
A partir do retorno à terra, agora Israel está reduzido, praticamente, à tribo de
Judá, tendo um território bem menor do que na época do apogeu do reinado de Davi e
Salomão. Além disto, a partir esta época, Israel sempre esteve sob o jugo dos grandes
impérios mundiais, de Alexandre a Roma.

Geografia Bíblica – 2015 23


6. O IMPÉRIO ASSÍRIO

O domínio assírio na
Mesopotâmia iniciou-se por volta do
ano 2500 a.C., na cidade de Assur
(nome de sua principal divindade).
Ocupando as margens do Rio Tigre e
vizinhanças, eles construíram um
forte Estado, com cavalos e armas de
guerra, e, assim, dominaram a Média
Mesopotâmia.
Os assírios ficaram
famosos pela crueldade com que
tratavam os vencidos, torturando os
vencidos, a fim de intimidar os seus
inimigos. Durante o reinado de
Sargão II, os assírios conquistaram o reino de Israel e, no de Tiglatfalasar, tomaram a cidade
da Babilônia. Durante o século VII a.C., principalmente nos reinados de Senaqueribe (705
a.C. – 681 a.C.) e de Assurbanipal (668 a.C. – 631 a.C.), o Império Assírio atingiu seu
apogeu, dominando uma área que se estendia do golfo Pérsico à Ásia Menor e do Tigre até o
Egito.
No reinado de Senaqueribe, a capital foi transferida de Assur para Nínive e,
sob Assurbanipal, foram realizadas as últimas conquistas assírias, incluindo a do Egito.
Assurbanipal, além de grande guerreiro, era fascinado pela ciência e literatura, e criou uma
grande biblioteca na nova capital assíria. A Biblioteca de Nínive reuniu um amplo acervo
cultural de toda a região, formada por dezenas de milhares de tijolos de argila.
Foi o rei Sargão II quem conquistou o reino do Norte, em 722 a.C., destruindo
praticamente tudo, e levou os habitantes das tribos do norte cativos, para a Assíria. O povo
que foi trazido por ele para habitar, progressivamente, neste território, eram oriundos da
Babilônia, Cuta, Ava, Hamate e Sefarvaim (2 Re 17.24-41), e foram ensinados a adorar o
Deus de Israel, mas não abandonaram seus deuses pagãos. Esta mistura de povos deu
origem aos samaritanos.
No ano 612 a.C., os medos, oriundos das margens do mar Cáspio, tomaram
Assur e Nínive, pondo fim ao império assírio.

7. O IMPÉRIO BABILÔNICO

A Babilônia é uma das mais antigas civilizações conhecidas. Eles se


estabeleceram na Mesopotâmia por volta do ano 1950 a.C. O primeiro Império Babilônico se
deu com Hamurabi. Este império existiu de 1728 a.C. a 1513 a.C. Hamurabi criou leis severas
e as escreveu em tábuas de barro. Os babilônicos já haviam construído a cidade de Akad
(que dá nome aos acádios - seus descendentes). Hamurabi, porém, transfere a capital do
império para Babel, cerca a cidade com muralhas, impulsiona a agricultura e restaura os
templos. Durante esta época a Babilônia tornou-se uma das regiões mais prósperas do
mundo antigo.
Com a morte de Hamurabi, a Babilônia foi conquistada por Hititas e Assírios.
Aliados dos medos, os caldeus aproveitam-se da vitória contra os assírios e recuperam o
domínio babilônico a partir de 614 a.C. Nesse ano, Nabopalasar funda uma nova dinastia e
inicia o segundo Império. O reinado do seu filho, Nabucodonosor (604 a.C. - 562 a.C.), tem
início em 604 a.C.

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Na segunda metade do século VI a.C. ele deporta judeus para a Babilônia,
evento que conhecemos como Cativeiro Babilônico. Sob seu domínio o Império Babilônico
teve grande expansão territorial. Foi Nabucodonosor quem ordenou a construção dos jardins
suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Com sua morte, após 42 anos de poder, o reino entra em declínio e, em 539
a.C., a Babilônia é conquistada por Ciro, rei dos Persas. Ele obtém uma aliança com as
classes dominantes (comerciantes e sacerdotes), que aceitam a dominação estrangeira em
troca da manutenção de seus privilégios.

8. O IMPÉRIO MEDO-PERSA

Os Medos eram tribos


espalhadas que foram
unificadas por Déjoces. Um dos seus
sucessores, Ciáxares foi o aliado
de Napolassar na conquista dos
Assírios. Ciro II da Pérsia, mais
conhecido como Ciro, o
Grande, foi rei da Pérsia entre 559 e
530 a.C. Ele derrotou medos, líbios e
babilônicos e formou um grande
império. Foi ele quem permitiu a volta
dos judeus para a terra de Israel.
Aos poucos a (Bible Atlas Online by Acess Foundation)
Fenícia, a Palestina e a Síria também se submeteram ao domínio persa, cujo império se
estendeu da Ásia Menor e costa mediterrânica, no ocidente, à Índia, no oriente. O domínio de
diferentes povos numa única administração era conseguido com uma política que respeitava
as diferenças culturais e religiosas, tratando com liberdade os povos vencidos e reinando com
justiça.
Cambises I, filho de Ciro, conquistou o Egito, na batalha de Pelusa, em 525
a.C., ampliando, ainda mais, o seu território. Após a morte de seu filho, Cambises II (rei entre
530 e 522 a.C.), o reino foi conquistado por Dario I, em cuja administração este império
atingiu o apogeu.

9. O IMPÉRIO GREGO

No Século IV a.C. surgiu


um novo império na Europa. Filipe II, é o rei
da Macedônia, um pequeno país que se
limitava, ao sul com a Grécia, ao leste,com
o mar Egeu e com a Trácia, ao norte,com
os montes balcânicos, e, a oeste, com a
Trácia e o Ilíaco. A Grécia era formada por
cidades-estado, tais como Esparta, Atenas
e Tebas. A Grécia constitui-se,
praticamente, de uma península localizada
no Sudeste da Europa. É banhado por três
mares: a leste, pelo Egeu; ao sul,
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pelo Mediterrâneo; e a oeste pelo Jônico.

Geografia Bíblica – 2015 25


Filipe II conquistou a Grécia e unificou os dois povos, formando um novo
império. Com a sua morte, é substituído pelo filho, Alexandre, o Grande, que concluiu as
conquistas iniciadas pelo pai, tendo instalado o império grego após a vitória sobre os medos e
os persas, na famosa batalha de Isso, com um exército muito menor, mas com uma grande
estratégia militar. Alexandre estende seu império sobre a Macedônia, a Grécia e o Império
Persa, incluindo o Egito e estendendo-se na direção do oriente até a Índia. Foi o império mais
extenso do mundo antigo até aquele tempo.
A marcha de Alexandre para Jerusalém é assim relatada por Flávio Josefo 24:
“Quando se soube que ele já estava perto, o sumo sacerdote,
acompanhado pelos outros sacerdotes e por todo o povo, foi ao seu encontro com
essa pompa tão santa e tão diferente da de outras nações até o lugar denominado
Safa, que em grego significa "mirante", porque de lá se pode ver a cidade de
Jerusalém e o Templo. Os fenícios e os caldeus que integravam o exército de
Alexandre não duvidavam de ele, na cólera em que se achava contra os judeus,
lhes permitiria saquear Jerusalém e daria um castigo exemplar ao sumo sacerdote.
Mas aconteceu justamente o contrário, pois o soberano, apenas viu
aquela grande multidão de homens vestidos de branco e os sacerdotes revestidos
com os seus paramentos de linho e o sumo sacerdote com o seu éfode de cor azul
adornado de ouro e com a tiara sobre a cabeça, que continha uma lâmina de ouro
sobre a qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou
aquele augusto nome e saudou o sumo sacerdote, ao qual ninguém ainda havia
saudado. Então os judeus reuniram-se em redor de Alexandre e elevaram a voz
para desejar-lhe toda sorte de felicidade e de prosperidade. Porém os reis da Síria
e os grandes que o acompanhavam ficaram tão espantados que julgaram que ele
havia perdido o juízo.
Parmênio, que desfrutava grande prestígio, perguntou-lhe como ele,
que era adorado em todo mundo, adorava o sumo sacerdote dos judeus.
Respondeu Alexandre: "Não é a ele, ao sumo sacerdote, que adoro, mas ao Deus
de quem ele é o ministro, pois quando eu estava ainda na Macedônia e imaginava
como poderia conquistar a Ásia, ele me apareceu em sonhos com essas mesmas
vestes e exortou-me a nada temer. Disse-me que passasse corajosamente o
estreito do Helesponto e garantiu que Deus estaria à frente de meu exército e me
faria conquistar o império dos persas. Eis por que, jamais tendo visto antes alguém
revestido de trajes semelhantes a esses com que ele me apareceu em sonho, não
posso duvidar de que tenha sido por ordem de Deus que empreendi esta guerra, e
assim vencerei Dario, destruirei o império dos persas, e todas as coisas suceder-
me-ão segundo os meus desejos".
Alexandre, depois de assim responder a Parmênio, abraçou o sumo
sacerdote e os outros sacerdotes, caminhou no meio deles até Jerusalém, subiu ao
Templo e ofereceu sacrifícios a Deus da maneira como o sumo sacerdote lhe disse
para fazer. O sumo sacerdote mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel, no qual
estava escrito que um príncipe grego destruiria o império dos persas e disse-lhe
que não duvidava de que era dele que a profecia fazia menção. Alexandre ficou
muito contente.”

Em 323 a. C., com a morte de Alexandre, sem prover sucessor para o trono, o
império foi dividido número muito grande de províncias, sendo as mais importantes
governadas por seis generais, como sátapras.
Em 306 a.C., Antígono declarou-se rei, juntamente com seu filho Demétrio.
Em oposição, os quatro generais, Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu, deixando as

Geografia Bíblica – 2015 26


posições de sátapras, declararam-se reis dos seus respectivos territórios e, em 301 a.C.,
Antígono foi morto e Demétrio fugiu. Ptolomeu ficou com o Egito, Palestina e parte da Síria;
Cassandro com a Macedônia e Grécia; Lisímaco com a Trácia e parte da Ásia Menor; e
Seleuco ficou com a Mesopotâmia, parte da Ásia Menor, norte da Síria e o oriente.

10. O IMPÉRIO ROMANO


A cidade de Roma tem sua origem explicada pelos romanos com a lenda de
Rômulo e Remo, os gêmeos que foram amamentados por uma loba e criados por um casal de
pastores.
A origem do império romano, entretanto, se dá por volta do ano 753 a.C, com
a existência de uma monarquia que governou a cidade até o ano 509 a.C., com o surgimento
da república e a existência do senado que cuidava das finanças públicas, da administração e
da política externa.
Com a organização e fortalecimento do poder político, conquistados neste
período, Roma começou a expandir o seu território, além da península itálica. Foi fundamental
para o domínio do Mediterrâneo a famosa batalha de Cártago, vencida pelo general Anibal,
nas Guerras Púnicas (século III
a.C).
Após dominar Cártago, Roma
ampliou suas conquistas,
dominando a Grécia, o Egito, a
Macedônia, a Gália, a Germânia, a
Trácia, a Síria e a Palestina. Isto
trouxe grande poder político e
econômico, com os recursos vindos
das províncias, provocando
profundas mudanças na vida dos
romanos.
1
Citado em Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas, pág. 291.
2
Citado em Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas, pág 13.
3
Geografia Histórica do Mundo Bíblico, pág. 12.
4
O Plano Divino Através dos Séculos, pág. 58.
5
Citado em Arqueologia do Velho Testamento, pág. 75.
7
História e Geografia Bíblica, pág. 57.
8
História e Geografia Bíblica, pág. 57.
9
História e Geografia Bíblica, pág. 62.
10
E a Bíblia Tinha Razão, pág. 66.
11
Curso de Geografia Bíblica, Seminário Presbiteriano do Rio de Janeiro, lição 12.
12
Geografia Histórica do Mundo Bíblico, pág. 61.
13
E a Bíblia Tinha Razão, pág. 73.
15
O Mundo do Antigo Testamento, pág. 67.
16
Arqueologia do Velho Testamento, pág. 120.
17
Curso de Geografia Bíblica, Seminário Presbiteriano do Rio de Janeiro, lição 11.
18
História e Geografia Bíblica, pág. 113, 114.
19
O Pentateuco, pág. 104.
20
História e Geografia Bíblica, pág 114.
21
Arqueologia do Velho Testamento, pág. 151.
22
Geografia Histórica do Mundo Bíblico, pág. 165.
23
Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas, pág 41.
24
História dos Hebreus, pág. 516.
Geografia Bíblica – 2015 27
Otávio tornou-se o primeiro Imperador, governando de 27 a.C. a 14 d.C. Suas
primeiras medidas tinham por finalidade reestruturar a administração do novo Estado Imperial:
restringiu as funções do Senado; criou uma nova ordem administrativa (as prefeituras);
melhorou as formas de cobranças de impostos; instituiu a guarda pretoriana com a função de
garantir a proteção do imperador.
Extensão do Império Romano em 133 a.C. (vermelho), 44 a.C. (laranja),
Ele foi sucedido por 14 d.C. (amarelo), e 117 d.C. (verde).
cinco governantes, chamados
césares - Tibério (14-37), Calígula
(37-41), Nero (54-68), Marco Aurélio (161-180) e Comodus (180-192), até o final da chamada
Era Dourada. Foi neste período que o templo de Jerusalém foi destruído e os judeus
espalhados por toda a terra. Estes governantes empreenderam forte perseguição aos
cristãos, sendo os responsáveis por morte de muitos nas fogueiras e lançados às feras.
No III Século d.C. Roma passou por uma profunda crise econômica e política,
passando a ser governado por uma monarquia déspota, chamada de Dominato, que deriva de
dominus (senhor), que foi como passaram a se denominar os governantes deste período, até
o governo de Diocleciano. Neste governo, o império foi dividido em quatro regiões, cada uma
com um governante, chamada Tetrarquia.
A partir do ano 313 d.C., Constantino aderiu ao cristianismo, o que veio a ser
oficializado através do Edito de Tessalônica, em 330, pelo qual a religião cristã tornava-se
oficial do Império, no governo de Teodósio.
Os povos germânicos, chamados de bárbaros pelos romanos, atacaram as
fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio dividiu o império em:
Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império
Bizantino), com capital em Constantinopla.
Em 476, com a deposição do imperador Rômulo Augústulo, chega ao fim o
Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles,
visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da
Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média. O Império Oriental
continuou a existir por quase mil anos, até 1453.

IV. GEOGRAFIA FÍSICA DA


PALESTINA

1. NOMES DA TERRA DE
ISRAEL
Deus

elegeu esta
terra para ali fazer

Geografia Bíblica – 2015 28


habitar o povo que havia escolhido. Ela se torna, no contexto bíblico, o
pedaço de terra mais destacado por Deus, chamada, em Ez 20.6, 15 de
“glória de todas as terras” (ARC) ou “coroa de todas as terras” (ARA).
Vejamos alguns nomes pelos quais foi conhecida:
a) Canaã. O nome mais antigo desta terra é Canaã, conhecido desde o tempo
da vinda de Abraão, da Mesopotâmia. Canaã é o nome do filho de Cão, neto
de Noé (Gn 10.6), que foi amaldiçoado por ele, por descobrir a sua nudez (Gn
9.24,25).
b) Terra dos Amorreus. Este também é um antigo nome para esta terra, citado em Gn 48.22.
c) Terra dos Hebreus. É como José se refere à sua terra natal (Gn 40.15). Provavelmente,
porque assim ela era conhecida entre os egípcios.
d) Terra Prometida. É assim chamada pelos filhos de Israel, durante a travessia do deserto.
Este é o termo usado para descrever a “terra que mana leite e mel” (Êx 3.8), prometida por
Deus a Moisés.
e) Terra de Israel. Israel é o nome que foi dado a Jacó, no seu encontro com Deus, em
Peniel (Gn 32.28). É usado para descrever o lugar, tanto no aspecto geográfico, quanto étnico
e cultural (Gn 34.7). É o nome do moderno estado, que foi oficialmente reconhecido em
12/05/1948.
f) Palestina. Este nome se originou no povo chamado filisteus, que vieram do mar e
habitaram a faixa litorânea da
terra de Israel. O filósofo
grego Heródoto referiu-se a
esta terra por este nome, o
que fizeram, também, outros
escritores, como Flávio
Josefo e Fílon. Este é o nome
utilizado hoje para referir-se
aos territórios controlados
pela autoridade palestina.
g) Terra Santa. Citado pelo
profeta Zacarias (Zc 2.12), é
o nome utilizado pelos muitos
cristãos que visitam aquelas
terras, desde a época das
cruzadas.

2. LIMITES DE ISRAEL
A terra de
Israel é montanhosa e foi
descrita por Deus como:
“terra de montes e de vales”
(Dt 11.11). O pequeno
espaço entre o Rio Jordão e
o Mar Mediterrâneo tem um
relevo muito acidentado, com
altos montes e muitos vales.
A Palestina é dividida em
duas partes iguais, de norte a
sul, por uma linha de colinas
que, na verdade, consiste na

Geografia Bíblica – 2015 29


(Bible Atlas Online by
Acess Foundation)
continuação dos montes do Líbano, da Síria-Líbano. No seu extremo norte, essa cadeia
montanhosa tem alguns poucos picos que se aproximam dos mil metros de altitude. Ao
descer para o sul, já no distrito da Galiléia, essa serra é intercalada por várias planícies.
Quando Deus chamou Abraão e lhe prometeu a terra de Israel, assim lhe falou: “ Levanta,
agora, os teus olhos e olha desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do
oriente, e do ocidente; porque toda esta terra que vês te hei de dar a ti e à tua semente, para
sempre. E farei a tua semente como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o
pó da terra, também a tua semente será contada. Levanta-te, percorre essa terra, no seu
comprimento e na sua largura; porque a ti a darei” (Gn 13.14-17).
Os limites desta terra eram: “desde Dã até Berseba” (Jz 20.1; 1Rs 4.25), compreendendo uma
estreita faixa de terra que ia desde a nascente principal do rio Jordão, próximo ao monte
Hermom, no norte, até o deserto sírio-árabe, ao sul, compreendendo cerca de 225 km; e do
Mar Mediterrâneo, ao ocidente, à entrada do deserto, ao oriente, com mais ou menos 130 km,
de largura.
A Palestina, como assinalou Echegaray, 25 é dividida em três grandes zonas
que têm como referencial o rio Jordão: Cisjordânia (entre o rio e o mar), a Transjordânia (entre
o rio e o deserto) e o vale do Jordão. Cada uma destas regiões pode ser subdividida em
outras três.
A Cisjordânia divide-se (sempre na seqüência leste para oeste) em Planície
Costeira, que compreende o litoral, a planície e a encosta da montanha. A Região
Montanhosa que compreende (do norte para o sul): as montanhas do Neguebe, as
montanhas da Judéia e as montanhas de Efraim. E a encosta do Jordão delimitadas pelos
afluentes da margem ocidental
que são: o Sayyal, o Cedrom e o
Farah.
O Vale do Jordão pode ser
dividido também em três seções:
a região sul, ou do mar morto,
com clima quente e desértico, e
a presença de alguns oásis; a
região central ou do Jordão
propriamente dita, de clima
quente e úmido marcada pelas
áreas de alagadiços; e a região
norte, ou do mar da Galiléia,
marcada por um clima ameno e
mais seco, uma área fértil e
cheia de vida.
A Transjordânia divide-se na:
região da encosta do Jordão
delimitadas também pelos
afluentes da margem oriental
que são: o Arnom, o Naaliel e o
Jaboque. A região montanhosa
também se divide em três
seções que à época do Antigo
Testamento eram conhecidas
como terra dos Moabitas (ao
sul), terra dos Amonitas (ao centro) e terra de Gileade (ao norte); hoje é definida apenas como
25
O Crescente Fértil e a Bíblia.
Geografia Bíblica – 2015 30
região montanhosa do sul, do centro e do norte. A terceira e última região é marcada pelo
deserto de Moabe (Negev).

3. CISJORDÂNIA
É a região compreendida entre o Vale do Jordão e o Mar Mediterrâneo.

a) Planície Costeira
Uma estreita faixa que vai se alargando conforme se dirige para o sul. A praia
é de dunas de areia, o que faz com que as principais cidades e a Via Maris não estejam
situadas exatamente junto ao mar, mas um pouco mais a leste. Era uma região rica devido ao
intenso tráfego comercial, e seu solo fértil combinado com boa quantidade de chuvas.
Divide-se em:
1. Planície do Acre
É a região compreendida entre Rosh HaNiqra, na fronteira com o Líbano, e o
monte Carmelo e forma a principal, se não a única, baía da costa palestinense. Seu solo
pantanoso não favorece a agricultura.
O maior destaque da região é o monte Carmelo, com 525 metros de altura,
formado de pedra calcária dura e abundante em cavernas. O seu nome (Karmel) significa
"jardim" ou "campo fértil". Na sua encosta fica a moderna cidade de Haifa. Ali Eliseu se
encontrou com a sunamita (2Rs 4.25) e Elias travou a batalha contra os profetas de Baal (1Rs
18). Do cume do Monte Carmelo se tem uma visão do Mediterrâneo, da Galiléia e do Vale de
Jezreel e do Sarom.

2. Planície de Sarom
Cantada no livro dos Cânticos (2.1) e referenciada em outras partes da Bíblia
(1Cr.5.16, 27.29, Is.33.9, 35.2, Is.65.10), é a região entre o Carmelo e Jope, formada
predominante de areia vermelha na qual antes cresceram carvalhos. Brejos entre a planície e
a costa dificultaram o povoamento da região. Nas suas pastagens se apascentaram as
manadas do rei Davi (1 Cr 27.29). O profeta Isaías associou sua beleza à glória do Líbano (Is
35.2).

3. Planície da Filístia
É a região mais larga, receptora de chuva e de solo
mais firme. Ali se situavam as importantes cidades filistéias e era
passagem de importantes rotas comerciais.
Ao longo da costa, na direção norte-sul, mede,
aproximadamente, 110 km por 30 km de largura. Nos tempos do
Antigo Testamento, se destacavam as cidades dos filisteus:
Asdode, Gate, Ecrom, Ascalom, e Gaza. Merece destaque também
o porto de Jope (Jn 1.3). Nesta região fica a maior cidade do atual
estado de Israel, Tel-Aviv. Ao sul, fica a faixa de Gaza, uma região
tomada pelo estado de Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e
que é motivo de disputa até os dias atuais.

Geografia Bíblica – 2015 31


b) Região Montanhosa
É um conjunto de montanhas que se erguem rapidamente desde a planície
costeira e se precipitam mais fortemente ainda no Vale do Jordão.
Os altos são mais espaçosos no norte, onde atingem altitude de
aproximadamente 900 metros na Alta Galiléia, chegando ao pico de 2.800 metros no Monte
Hermon. No sul, o platô é mais estreito e mais baixo, com poucos pontos acima dos 900
metros. Jerusalém está a pouco mais de 800 metros acima do nível do mar.
A Cordilheira Central pode ser dividida em Galiléia, Vale de Jezreel, Montes
de Efraim, Montanhas de Judá, Sefelá e Negev.

1. Galiléia
A Galiléia divide-se em Alta (norte) e Baixa (sul) Galiléia. É a região mais fria
de Israel, sendo que no Monte Hermom há neve permanente. É um território de florestas
densas, lugar de plantio de oliveiras e diversas árvores frutíferas, povoada por muitas
pequenas vilas e distante das principais rotas comerciais.
O monte Hermom predomina na paisagem da Galiléia. Enéas Tognini assim o
descreve :
26

“Três picos sobem do Hermom e rasgam o infinito: o mais alto está


a 2.759 m sobre o Mediterrâneo. De qualquer deles pode descortinar-ser desde Tiro
até Carmelo, dos montes da Galiléia até à Samaria, do Tiberíades ao Mar Morto.
Serviu de limite para a tribo de Manassés e o território de Basã. Do Hermom nasce
o rio Farfar, que corre para Damasco. Do sul saem filetes d’água que formam o
Jordão. Em Salmos 89.12 canta-se: “... o Tabor e o Hermom exultam em teu nome”.
Em Salmos 133.3 canta-se o amor fraternal como “o orvalho de Hermom”. Em
Cantares 4.8 a beleza do Hermom associa-se à dos montes Amana e Senir”.

2. Vale de Jezreel
O Vale de Jezreel interrompe a cadeia de montanhas, cortando-a no sentido
leste-oeste, sendo a única ligação direta entre a Planície Costeira e o Vale do Jordão. É um
território cortado por importantes rotas comerciais; poderosas cidades situavam-se ali, como
Megido, Taanach e Jezreel. Possui um solo rico que combina com boa quantidade de chuva
resultando em campos altamente férteis. Foi uma região sempre disputada pelas grandes
potências.
O Vale de Jezreel será o palco da batalha do Armagedom, descrita em Ap.
16. O local da reunião dos exércitos é a planície de Esdraelom, ao redor da colina chamada
Megido, que fica no norte de Israel, a cerca de 32 quilômetros a sudeste de Haifa. Desde o
vale de Megido, é possível avistar três montanhas: o monte Carmelo, o monte Gilboa e o
monte Tabor. Foi exatamente no monte Carmelo que aconteceu a competição de Deus e
Elias contra Baal e seus profetas demoníacos, dominados pelo espírito de Jezabel (1 Reis
18.19). Foi exatamente uma batalha entre Deus e Satanás, e não somente a batalha de Elias
contra toda a nação.
Essa região tem sido o local onde mais de duzentas batalhas aconteceram. A
planície de Megiddo e a Planície de Esdraelon serão o lugar principal para a batalha de
Armagedom, que vai enfurecer toda a região de Israel até a cidade Edomita de Bosra (Is
63.1). O vale do Armagedom era famoso por duas grandes vitórias na história de Israel: (1) A
vitória de Baraque contra os cananitas (Jz 4.15), e (2) a vitória de Gideão contra os Midianitas
(Jz capítulo 7). Armagedom também foi o lugar de duas grandes tragédias: (1) a morte de
Saul e seus filhos (1 Sm 31.8), e (2) a morte do rei Josias (2 Rs 23.29-30; 2 Cr 35.22).

26
Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas, pág. 122.
Geografia Bíblica – 2015 32
3. Montes de Efraim
O Monte Efraim é a parte central da
cordilheira e a mais importante para o assentamento
de Israel. A parte sul é mais alta, chegando a mais
de 900 mts, e composta pela fértil terra roxa. Suas
principais cidades eram Betel e Siló. O povoamento
do sul foi mais tardio que no norte, a parte norte é
mais baixa e menos fértil. Suas principais cidades
eram Siquém, Samaria e Tirza.
Dois montes se destacam nesta
região: Ebal, ao norte, com 936 m, e Gerizim, ao Sul,
com 870 m. Do monte Ebal, seis tribos de Israel (Rúbem, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali)
proclamaram as “maldições” e, do Gerizim, as demais tribos declararam as “bênçãos” (Dt
11.29; 27.1-13; cumpridas em Js 8.30-34).
No cume do monte Gerizim, Sambalate erigiu um templo (Ne 13.28), sobre o
qual a mulher samaritana indagou a Jesus (Jo 4.20) e foi destruído na época dos Macabeus.
Ainda hoje é considerado lugar sagrado dos samaritanos.

4. Montanhas de Judá
As Montanhas de Judá alcançam uma altitude de cerca de 900 metros e
atuam como um divisor de águas, pois impede a passagem das chuvas oriundas do
Mediterrâneo em direção ao Vale do Jordão. Essa divisão cria dois lados distintos. As
principais cidades, Jerusalém e Hebrom, estão situadas no divisor de águas. Jerusalém
também ocupava uma posição estratégica no entroncamento das principais rotas norte-sul e
leste-oeste. Do lado oeste está a Sefelá, um aclive relativamente suave desde a Planície
Costeira até o alto das montanhas. É um território de alta densidade pluviométrica e de solo
fértil, onde se desenvolveu a agricultura. Em conseqüência, a população da região estava
assentada em vilas. Este foi um campo de disputas territoriais, especialmente com os filisteus.
Três montes se destacam nesta região, sobre os quais está a cidade de
Jerusalém: Monte Sião, a oeste, Monte Moriá, ao centro e Monte das Oliveiras, a leste. O
Monte Sião, citado em Salmos 48.2, está localizado dentro das muralhas da antiga cidade e
tem 777 m de altura. O Monte Moriá, a 744 m, é onde fica a “eira de Ornã, o jebuseu” (2Sm
24.18-25) e foi onde Salomão construiu o templo (2Cr 3.1). Este templo foi destruído por
Nabucodonosor, em 587 a.C. e reconstruído por Zorobabel (Ed 5.13-18). Foi remodelado, nos
dias de Jesus, por Herodes, o Grande (Jo 2.20) e queimado pelos romanos no ano 70 d.C.
Em seu lugar, os árabes construíram a famosa “mesquita de Omar”, no século VII d.C.

Geografia Bíblica – 2015 33


Entre o Monte Moriá e o Monte das Oliveiras está o Vale de Cedrom, onde se
localiza o jardim do Getsêmani, local da “agonia” de Jesus, na véspera da crucificação. Do
lado de fora das muralhas fica o Monte das Oliveiras, palco de muitas passagens bíblicas.

5. Sefelá
Sefelá significa “terra baixa”, naturalmente na perspectiva do alto das
montanhas. Do lado leste um declive muito acentuado levava ao Vale do Jordão. Devido à
quase total ausência de chuvas deste lado e do solo formado por rochas porosas que
absorvem rapidamente a pouca água que recebe, forma-se o deserto da Judéia.

6. Negev
O Negev está localizado ao sul da Planície Costeira e da Cordilheira Central.
A sua fronteira é marcada pela linha de baixa densidade pluviométrica média, que inicia com
300 mm anuais ao norte e decresce à medida que avança em direção sul, até atingir menos
de 100 mm anuais. Além das condições climáticas hostis, a presença de tribos de beduínos
representa outra ameaça. A principal cidade da região é Berseba, cuja ocupação só é
possível com apoio externo.

4. VALE DO JORDÃO

a) Região Norte
É a região mais alta, onde ficam as cabeceiras do Rio Jordão, e vai do Monte
Hermom ao Lago de Hula. É uma região com abundância de água, clima ameno e terras
muitos férteis, banhadas de orvalho.

b) Região Central
Do Lago de Hula ao Mar da Galiléia, encontramos a planície de Genesaré, um
formoso jardim em formato de maia-lua (Mt 14.34). O vale segue em desnível do Mar da
Galiléia até a região de Jericó. É a região onde ficou o acampamento de Gilgal (Js 5.9).
De Jericó até o Mar Morto está a Planície do Jordão (Gn 13.11). É a área
mais larga do vale, cujas terras ficam completamente alagadas, na época das chuvas.

c) Região Sul
É a região do Mar Morto, onde, provavelmente ficavam as cidades de
Sodoma e Gomorra (Gn 14.2). Enéas Tognini 27 afirma que a região ficou inviável para
habitação após a destruição destas cidades, as quais foram sepultadas nas profundezas do
vale ou debaixo das águas do Mar Morto.

5. TRANSJORDÂNIA
Temos aí um extenso platô, a maior parte do qual se mantém a uma altitude
de mais de 900m. Essa área incluía localidades como Basã, Gileade e Moabe. Está dividida
por quatro rios: o Iarmuque, o Jaboque, o Arnom e o Zerede. Os dois primeiros são tributários
do Jordão. Mas o Arnom e o Zerede deságuam diretamente no mar Morto. Ao sul do mar
Morto, fica a Arabá, rica em cobre, que se espraia até Eziom-Geber, no extremo norte do mar
Vermelho.

a) Região do Norte

27
Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas, pág 165.
Geografia Bíblica – 2015 34
É a região de Basã, referida pelo profeta Miquéias (7.14), onde habitava o rei
Ogue, derrotado por Moisés (Dt 3.3). É uma região ao norte do Gileade, formada por férteis
planícies, boas para o cultivo do trigo e ótimas para pastagens. Seus bosques eram
comparáveis aos do Líbano. A região sempre foi objeto de luta entre Israel e Síria, que se
revezavam na sua posse. Não possuía cidades de destaque.

b) Região do Centro
É a região de Gileade (Gn 37.25), local do encontro de Jacó com Labão (Gn
31) e para onde seguiu Davi, fugindo de seu filho Absalão (2Sm 17.27-29). É uma região de
bosques e terras férteis, cujas montanhas são divididas pelo Rio Jaboque, local do encontro
de Jacó com o anjo (Gn 32).

c) Região do Sul
É a região onde se encontram os Montes de Moabe, com destaque para o
Monte Seir, com 1000 m de altura, o Abarim, onde fica o monte Pisga (Nm 21.20-25) e o
Nebo, com 710 m (Dt 32.50). Arão, irmão de Moisés, morreu no monte Hor, um dos picos do
Seir (Nm 20.25-29; Dt 32.50), com 1.460 m.

6. HIDROGRAFIA DE ISRAEL

a) O Rio Jordão
À sombra do monte Hermom, sempre coberto de neve, com seus 2.750
metros de altitude, nasce o rio Jordão, na confluência de quatro torrentes que descem das
montanhas do Líbano,
provocadas pelo degelo da
neve, provocado pelo calor.
Esta água escore pela
superfície ou pelas entranhas
do monte e forma as
nascentes do rio.
Jordão
significa aquele que desce ou
também lugar onde se desce
(bebedouro). Nome bem
adaptado ao maior rio da
Palestina, pois nasce acima
do nível do Mediterrâneo,
atravessa o lago de Hule, ou Merom, ainda a 80 metros acima do nível do mar, forma a 16 km
ao sul o lago de Genesaré, conhecido no cenário bíblico como Mar da Galiléia, que já está a
210 metros abaixo do nível marítimo e tem sua foz no mar Morto, 110 km abaixo, situado
nada menos que a 400 metros abaixo do nível do Mediterrâneo. Entre o lago de Hule e o lago

Geografia Bíblica – 2015 35


de Genesaré, o Jordão corre violentamente no fundo de uma garganta de 350 metros de
profundidade.
É um rio de curto percurso, medindo cerca de 200 km, mas muito sinuoso e
de águas barrentas, com muitas corredeiras e margens perigosas. Entretanto é o rio mais
importante da Palestina, desde os tempos bíblicos, tendo sido palco de muitos dos principais
episódios da vida de Israel.
b) O Mar da Galiléia

O Mar da Galiléia, também dito Mar de


Tiberíades ou Lago de Genesaré (do hebraico Kinneret), é
um extenso lago de água doce, o maior de Israel, com
comprimento máximo de cerca de dezenove quilômetros e
largura máxima de cerca de treze. Deságua nele o rio
Jordão, que vem do monte Hermom e de Cesáreia de
Filipe, e que depois segue para o Mar Morto. Ele ocupa
uma das depressões da fenda Siro-Africana. Seu nome
deriva de Kinor, que significa harpa; assim chamado talvez
porque seu formato lembra uma ou porque o som de suas
ondas é tão melodioso quanto o de uma harpa.
O lago é cercado por montanhas, que formam um círculo, que chegam a 700
m ou mais sobre o nível do mar. Suas águas são absolutamente potáveis e muito utilizadas
na irrigação das lavouras. É um dos lagos com maior índice de peixes no mundo. Nos dias de
Jesus, a indústria da pesca era a atividade mais rendosa da região.
Ventos frios, que sopram do norte, deslocam o ar quente do lago, provocando
tempestades inesperadas, com ondas que podem chegar a 5 metros.

c) O Mar Morto

O Mar Morto é um grande lago represado


entre colinas na parte mais baixa do vale do Rio Jordão, na
tensa fronteira entre Israel e a Jordânia, no Oriente Médio.
Biologicamente suas águas são estéreis, nada cresce,
sobrevive, nem sequer germina nas águas salgadas, de
onde exala um permanente odor de ovo podre, fruto da
altíssima concentração de enxofre, potássio, bromo, fosfato,
magnésio e sódio, entre outros minerais. Devido ao grande
acúmulo de elementos o mar morreu. Porém, não por causa
da interferência do Homem e, sim, um acontecimento da
natureza.
O Mar Morto possui 80 quilômetros de
comprimento por 18 na largura, com uma superfície de
aproximadamente 1.050 quilômetros quadrados, e é o ponto
mais baixo da Terra, cerca de 400 m abaixo do nível do mar. A pressão atmosférica é a mais
elevada de toda a terra e na sua atmosfera há uma taxa de oxigênio 15% superior ao do nível
do mar.
Em termos de densidade da sua água e em comparação com a densidade
média dos restantes oceanos, em que o valor de gramas de sal, por cem mililitros de água,
não passa de três gramas, no Mar Morto essa taxa é de 30 a 35 gramas de sal por 100
mililitros de água, ou seja, dez vezes superior, o que torna impossível qualquer forma de vida

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– flora ou fauna - nas suas águas. Qualquer peixe que seja transportado pelo Rio Jordão
morre imediatamente, assim que deságua neste lago de água salgada.
A designação de Mar Morto só passou a ser utilizada a partir do século II d.C.
Ao longo dos séculos anteriores, outros e vários foram os nomes com que era conhecido. Em
Gn 14.3 e Js 3.16 aparece com o nome de mar Salgado ou Mar de Sal. Com o nome de mar
de Arabá, ou Mar da Planície, aparece em Dt 3.17 (ARA) e em 2Rs 14.25. Já em Jl 2.20 e Zc
14.8 surge como mar Oriental. Fora da Bíblia Sagrada, Flávio Josefo chamou-lhe Lago de
Asfalto e o Talmude designou-o por mar
de Sodoma, Mar de Ló, entre outros.

d) O Mar Mediterrâneo

O Mediterrâneo é um
mar quase fechado que banha o litoral
meridional da Europa, o ocidental da
Ásia e a faixa costeira da África do
Norte. Possui uma ligação natural com
o Oceano Atlântico através do estreito
de Gibraltar e, outra artificial com o Mar
Vermelho e Oceano Índico conectados
pelo canal de Suez. Os estreitos de Bósforo e Dardanelos o colocam em contato com o Mar
Negro. Atinge a sua maior profundidade, 5121 metros, no Mar Jónico, a sul da Grécia.
De maneira geral, podem ser distinguidas duas áreas distintas do
Mediterrâneo; a bacia oriental e a ocidental, que se comunicam através do canal da Sicília.
Essa divisão é, no entanto, fragmentada pela existência de mares menores como é o caso do
Tirreno (na bacia oriental) e Jônico, Adriático e Egeu (na bacia oriental).
Desde a Antigüidade, o Mar Mediterrâneo foi uma zona privilegiada de
contatos culturais, intensas relações comerciais e de constantes enfrentamentos políticos. Às
margens do Mediterrâneo floresceram, desenvolveram-se e desapareceram importantes
civilizações, como a egéia, a egípcia, a fenícia, a grega, a romana e a bizantina.
Há uma grande relação do Mar Mediterrâneo com o cenário bíblico, desde os
episódios na orla, com os filisteus, passando pelo comércio com os fenícios, o episódio do
profeta Jonas, até as viagens do apóstolo Paulo.

7. FAUNA DE ISRAEL

Quanto à fauna, há animais de porte médio, como o gato do mato, o gato


selvagem, a hiena listrada, o lobo, o mangusto, o chacal e algumas espécies de raposas. Os
animais de porte pequeno incluem o morcego, muitas espécies de pássaros, a pomba, o
corvo, a coruja, a avestruz, a cegonha, a garça, o ganso selvagem, a perdiz, a codorna e
muitas outras. Cerca de cem espécies de aves habitam na Palestina como residentes ou
passam por ali, em suas arribações. Atualmente, é raro o aparecimento de espécies como o
leopardo, o urso sírio e o crocodilo.

8. FLORA DE ISRAEL
Há três regiões florais distintas na Palestina: a) Oeste (área do Mediterrâneo),
um lugar dotado de árvores, arbustos de folhagem perene, muitas flores e prados.
Amendoeiras, oliveiras, figueiras, amoreiras e videiras medram nessa faixa; b) O vale do

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Jordão é subtropical, com muitas espécies de árvores, palmeiras, sicômoros, figueiras,
carvalhos, nozes, pêras, álamos, salgueiros, acácias, oliveiras, bravas, mostarda, etc. Há
muitas e variegadas espécies de flores.; e c) O deserto do Neguebe, ao sul, e a área de
Berseba têm poucas árvores e um mínimo de vegetação. Há, contudo, arbustos, anãos, alho,
junipeiro e alguma vegetação desértica típica, com muitos tipos de flores selvagens.

9. CLIMA DE ISRAEL
A terra de Israel, embora tão minúscula, é bastante diversificada, com as
montanhas, vales e desertos. E o resultado disso é que o clima também é muito variável. O
Monte Hermom fica coberto de neve do cimo. Dali o terreno desce sob a forma de uma
garganta até 400 m abaixo do nível do mar. Mas há também um quentíssimo deserto. Na
região montanhosa, as temperaturas são modificadas, e de outubro a abril, os ventos
ocidentais carregam chuvas torrenciais. Porém, ventos que sopram do deserto trazem um
calor tórrido. A grosso modo, podemos falar em duas estações durante o ano: o inverno, que
é chuvoso e úmido (de novembro a abril) e o verão que é quente e sem chuvas (de maio a
outubro).

CONCLUSÃO
Concluindo o estudo do cenário aonde habitaram os povos bíblicos, descobrimos
como viveram o povo de Israel e os seus vizinhos e percebemos a importância do estudo da
Geografia para o desenrolar da história bíblica, vendo como o constante contato com a
geografia da região transformou estes povos.

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HOFF, Paul, O Pentateuco, Editora Vida, São Paulo, 1983.

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NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

6
História e Geografia Bíblica, pág. 57.
14
História e Geografia Bíblica, pág. 105.
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