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Reflexão 
 Ao início parece tudo ser tão simples, fácil de resolver…
 Por vezes sentimo-nos perdidos sem sabermos o que fazer nem quem procurar. 
 Por muito difícil que seja aceitar a realidade que é nos imposta a viver, de que maneira a
devemos ver?
 Duas visões distintas que formam uma só palavra, a vida. Tanto pode ser um jogo como um
sonho, uma história repleta de enigmas e emoções. 
 Um jogo de vitórias e derrotas, aprendizagens e descobertas, oportunidades e desejos, uma
única vida para conquistar.
 Um sonho de esperanças e ambições, uma inédita realização para algo que assume ser
impossível, um mundo pelo qual nos sentimos apaixonados. Infelizmente, para todos nós, até
hoje não temos capacidade de controlar os nossos e muito menos a nossa vida. Tal como uma
máquina de hospital que mede os nossos batimentos cardíacos apresenta no ecrã altos e
baixos, o que precisamos para viver uma vida estável, os nossos olhos e pensamentos refletem
essa imagem. Os olhos abrem de surpresa e fecham por tristeza. O nosso pensamento noturno
que nos fantasia com um sonho e nos transtorna com um pesadelo. 
 A idade adolescente é bastante bipolar, ora estamos bem e a vida corre ás mil maravilhas, ora
estamos mal a sentirmos que tudo se destrói a cada minuto que passa o mundo desaba entre
nós.
 Todos os dias existe alguém que tem esta dor dentro de si, sendo capaz de dizer ao mundo que
“não se passa nada, está tudo bem!”
 Por vezes o humor sarcástico é a nossa melhor arma, é como se cada um de nós tivesse
capacidade psicológica suficiente para enfrentar cada situação, com apenas uma fala, em
qualquer circunstância.
 Alguns pensam que ao ignorar resolvem algum problema ou é a chave para fechar um capítulo
de um livro que ninguém lê, apenas é escrito. 
 No entanto, a ignorância não abre nem fecha nada, por e simplesmente alivia uma onda de
conflitos que se aproxima. 
 Outros ignoram por desinteresse, não devemos julgar ninguém por fazer as suas próprias
escolhas, devemos sim, fazer a nossa parte, deixar uma marca no mundo, é para isso que
estamos aqui. Essa marca é a nossa conquista e, é necessário descobrir um objetivo a cumprir
sem desiludir ninguém, muito menos desiludimo-nos a nós próprios.
 Uma vida é uma oportunidade para começar, descobrir, inovar, concretizar. Para que isso
aconteça precisamos dos nossos poderes sejam esses as nossas amizades verdadeiras, a nossa
personalidade que adquirimos e melhoramos a cada dia que passa e, com todo o
conhecimento que coletamos desde o início para um final inesperado. 
                                    I
                                                                                   

“A vida é como uma rosa, cada pétala um sonho, cada espinho uma
realidade…”
 365 Dias por ano e a cada dia que passa, todos nós procuramos três únicas
coisas, e por muito vagas que pareçam, têm um enorme significado. Felicidade,
Saúde e Vitória. É o objetivo de qualquer ser existente no mundo, humanos e
animais, ambos sentem, sofrem e conquistam. 
 Felicidade, é uma palavra muito simples de pronunciar, qualquer um a sabe
dizer, mas nem todos a sabem sentir. É um sentimento tão forte que quando
sentido é inexplicável. 
 Pergunto-me se todos nós somos felizes todos os dias a todas horas e minutos
que passam. É claro que não! Todos nós sabemos disso. Ninguém é capaz de se
sentir feliz em todos os momentos que vive.
 No momento em que estamos a olhar para aqueles que nos rodeiam, sobressai
um pensamento dentro de nós, estarmos a olhar para alguém que tem tudo o
que desejamos, seja roupas de marca, um telemóvel topo de gama, apenas
coisas materiais que todos se sentem atraídos por elas. Talvez um dia, se esse
dia chegar, todos tenham bem assente na consciência que as coisas materiais
não nos trazem a felicidade que desejamos. Essa felicidade é nos entregue
quando atingimos o nosso bem próprio, quando finalmente descobrimos a
nossa função no mundo, o porquê de nos terem dado a oportunidade de viver.
É uma questão que todos temos, o porquê de aqui estarmos, será por algum
motivo em especial!?
 Muitas pessoas vêm a vida de uma maneira radical, outros concentram-se no
que acreditam, isto é, procurar uma religião, algo que se identifiquem com o
que são ou até mesmo para encontrarem o “eu” que está dentro de cada um. 
 Levando em consideração, que não somos todos iguais, por pensarmos de
maneiras diferentes, termos gostos e objetivos de vida opostos uns aos outros,
não nos podemos esquecer de um grupo de pessoas que não vê a vida como
algo radical ou uma religião, mas sim, uma completa maldição. Por muito que
nos custe aceitar, existe quem desperdice uma oportunidade única, a vida que
nos é dada.
Em toda a nossa vida, iremos encontrar, bons e maus momentos, boas e más
pessoas, o que nos agrada e o que detestamos, vitórias e derrotas, um amor
único que acaba por ser passageiro, entre muitas mais variantes, mas o que
realmente importa é saber lidar com isso, é a lei da vida.
 Encontrar maldição em algo único, parece que vivemos de maneira errada. O
facto de alguém querer acabar com a sua própria vida, por pensar que mesmo
que tente alcançar um rumo seja, a felicidade que deseja, um alguém para
amar, acontece todos esses episódios opostos à realidade que idealizavam.
Apesar de tudo, desistir não é solução.
 Estou a escrever este texto, porque me sinto tão desolada com o que se passa à
minha volta e o que vai na cabeça de todos que me rodeiam, é algo que para
mim não faz qualquer sentido, como é que acabar com a própria vida,
mostrando uma desistência total, irá ajudar a melhorar o que estava mal. 
 O suicídio é uma ação fácil de ser efetuada, mas dificilmente é ultrapassada por
quem está de fora a sentir a perda de alguém. Nós somos obrigados a viver com
a ansiedade de, será que amanhã vou ver as mesmas pessoas, todos sentimos a
preocupação de num dia estar tudo bem e rirmo-nos com uma pessoa, e no dia
a seguir, somos informados da sua morte.
 Tantas formas diferentes de uma vida acabar num piscar de olhos. Quantas são
as pessoas que no momento que estou a escrever isto, acabaram de morrer,
outras a sofrer a cada minuto que passa e outras que acabaram com a sua
própria vida por se sentirem inúteis de não fazerem falta. 
 Questiono-me seriamente, como é que existem pessoas que pensam sempre
que são a culpa de todo o mal que acontece. Uma quantidade absurda de
pessoas a sofrer por doenças que até hoje não têm cura, com a esperança de
viverem o máximo de tempo possível, para estar na companhia das pessoas que
mais gostam. E existirem pessoas que por algo passageiro ou mais grave,
tenham a tentação e a coragem de se matarem.
 Por muito que essas pessoas sofram dia após dia, se sintam sozinhas, sentem
que ninguém as compreende, por quão grave esse sofrimento for, acredito que
existem pessoas que sentem e vivem estas realidades… De maneira alguma, me
passaria pela cabeça acabar com tudo e perder o que me custou a conquistar,
passar horas e dias inteiros a trabalhar em algo que me iria prometer um bom
futuro, para com um seguimento de sofrimento e de dor que o meu psicológico
sofreria, olhar para mim e
para todos que eu gosto e que gostam de mim, querem o meu bem e fazem de
tudo para me fazer feliz, dizer com gestos que a minha vida acabou, que não
tenho mais nada para dar.
 Hoje em dia, é comum ouvir falar num adolescente que cometeu suicídio, ou
adolescentes a dizerem que se querem matar, porque tudo está mal, não existe
uma única razão de estarem vivos, que o melhor seria nem terem nascido. 
 Todos os dias oiço estas palavras, sinto uma angústia inexplicável, parece que a
minha cabeça no preciso momento que ouve tudo o que dizem, desliga por
completo, não faz sentido alguém jovem dizer que a vida é um completo
absurdo e que não vale a pena viver. 
 Muitas das vezes, quando me encontro na presença de alguém que vê a vida
como uma maldição, eu tento mostrar que viver não é assim tão mau quanto
parece. A resposta mais frequente que recebo é que eu só digo aquelas
palavras, por não saber o que é sofrer daquela maneira. O que nem sempre é
verdade. 
 Em alguns momentos do meu dia a dia, sinto-me obrigada a fingir uma alegria
inexistente para não causar preocupação a ninguém. Posso não saber o que é
sofrer de uma determinada maneira ser eu própria a sofrer, mas sei o que é ver
outras pessoas a sofrerem, e morrerem à minha frente, ou antes de morrerem a
lutarem para ficarem do meu lado. 
 Eu já perdi imensas pessoas, nenhuma por se ter suicidado, mas sim por
lutarem com todas as forças que tinham até não poderem mais, apenas para
não me fazerem sofrer, e por quererem me ver a ser feliz. A morte para mim é
algo assustador, depois de todas as perdas que tive, pessoas que não eram da
minha família, mas eu dizia que eram, todas essas pessoas que já faleceram
viram-me crescer, fizeram parte da minha vida, ensinaram-me coisas quando eu
tinha oito, nove, dez anos, que hoje eu compreendo perfeitamente o que há
muito me haviam dito. 
 Por outras palavras, não são só os outros que sofrem, todos nós sofremos,
chegamos mesmo a dizer,
 “A minha vida não faz sentido…”, isto porque, ao início parece tudo muito
simples sem nenhuma preocupação, mas depois complica-se de uma tal
maneira que não sabemos como haveremos de viver. Esta complicação
propaga-se na nossa mente, afeta tudo em nós. Como haveremos de aproveitar
a vida de uma melhor forma!? 
 A vida é um jogo ou até mesmo um sonho.
Um jogo, em que só temos uma vida com o objetivo de fazer tudo o que nos
compete, tendo a oportunidade de vivermos tal como queremos. 
 Por outro lado, pode ser considerada um sonho, cada momento feliz realmente
um verdadeiro sonho, cada sofrimento um tremendo pesadelo que atravessa a
nossa alma de noite e de dia. Esse mesmo pesadelo, apenas um é necessário
para atormentar o psicológico de uma pessoa para acabar completamente com
a sua vida.
 A vida, porém, é feita de altos e baixos, ora corre tudo às mil maravilhas, ora
estamos no fundo do poço, o mundo a desabar em nós, mas não pronunciamos
uma única palavra. 
 “O que nos cabe decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado”
                                   II
“Amor não é aquilo que queremos sentir, mas sim o que sentimos sem querer”
  Eu não sei o que é o amor, muito menos sei o que é amar, mas vejo toda a
gente a dizer «eu amo-te» sem amar. 

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