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Direito Penal

03-02-2011

Data das provas:


1 prova: 04-03 Data dos trabalhos:
2 prova: 06-05 1 trabalho: 08-04
3 prova: 17-06 2 trabalho: 20-05

Sistemas Penitenciários

 Pensilvânico = Isolava-se o preso em uma cela, a oração e a abstinência total de bebidas


alcoólica, conferindo à pena um caráter retributivo e expiatório.
 Auburniano = Isolava-se a comunicação do preso, era proibido se conversar com as pessoas
dentro da cadeia e fora da cadeia, mas era permitido o trabalho do preso, melhor dizendo, só se
trabalhava.
 Progressivo = Vigora-se até hoje, esse sistema incluiu o livramento condicional, se dividindo o
regime em: regime fechado, semi-aberto, aberto.

TEORIA GERAL DA PENA


1.    Conceito de pena:
Pena é uma espécie de sanção penal, ao lado da medida de segurança. É uma resposta
estatal, consistente na privação ou restrição de um bem jurídico ao autor de um fato punível, não
atingido por causa extintiva de punibilidade.

2.    Finalidades da Pena:

A) Teoria Absoluta – Retribucionista


Pune-se alguém pelo simples fato de haver delinqüido. Tempo finalidade (objetivo), retribuir o
mal com o mal. A doutrina costuma dizer que para essa teoria a pena não tem fim, majestade
dissociada de fins.
Em que pese críticas, na teoria absoluta houve um avanço, mais precisamente na
introdução da proporcionalidade. Ex: Lei do Talião – olho por olho, dente por dente.

B)  Teoria Preventiva ou Utilitarista


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Existem duas maneiras de viver: Pode viver como se nada fosse um milagre, ou viver

como se tudo o fosse. Albert Einstein


Irá punir para fazer como exemplo. A pena passa a ser algo instrumental. Meio de
combate a ocorrência e reincidência de crimes. Crítica: Gera-se um perigo: pode gerar
penas indeterminadas, pois não sabemos se alguém está inibido a praticar nova infração penal.

A teoria preventiva pode redundar em penas indefinidas (aqui, a pena deixa de ser
proporcional à gravidade do crime praticado).

- Prevenção geral = Visa à sociedade, pois a simples cominação da pena conscientiza a


coletividade do valor que o direito atribui ao bem jurídico tutelado (protegido).
- Prevenção especial = não visa à sociedade, mas o delinqüente. É a retribuição atuando no
momento da imposição da pena a fim de evitar a reincidência.
- finalidade ressocializadora ou reeducativa: atua somente na fase de execução penal, o escopo
da pena é reintroduzir o condenado à sociedade.

PENA IN ABSTRATO PENA NA SENTENÇA EXECUÇÃO DA PENA


Ex: art. 121, CP Ex: art. 121, CP.
Pena de 6 a 20 anos. A condenação é de 10 anos
Finalidade: prevenção geral, Finalidades: prevenção Finalidades: art. 1º, LEP.
que especial e retribuição, que a) Concretizar as finalidades
a) visa à sociedade e atua a) evita que o condenado da sentença (prevenção
antes da prática do crime. b) venha a reincidir; especial + retribuição;
quer evitar que alguém venha b) retribuir com o mal o mal b) Ressocialização, que é a
a delinqüir evitar a ocorrência causado. reintegração do condenado ao
de um crime. convívio social.
Prevenção Geral Positiva: E a prevenção geral? Nesta
afirma a validade da norma fase, aplicação da pena, não
desafiada pelo crime; se tem a pretensão de fazer da
Prevenção Geral Negativa: decisão um exemplo para
evita que o cidadão venha a outros possíveis infratores,
delinqüir[1]. sob pena de violação do
princípio da
proporcionalidade (doutrina
moderna).

Dividem-se as finalidades da pena em razão das etapas da consecução criminal.

C) Teoria Eclética ou Mista. (Art. 59, C.P)


Pune-se visando prevenção e retribuição.
A teoria adotada pelo código Penal brasileiro é mista. Isso porque a parte final do caput do
Art. 59 conjuga a necessidade de reprovação com a prevenção do crime, fazendo, assim com que
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se unifiquem as teorias absoluta e relativa, que se pautam respectivamente, pelos
critérios da retribuição e da prevenção.

Diferenças de uma justiça retributiva para restaurativa:

JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA


O crime é ato contra a sociedade O crime é ato contra a comunidade, contra a
representada pelo Estado vítima e contra o próprio autor.
O interesse na punição é público. O interesse em punir ou reparar é da pessoas
envolvidas no caso.
A responsabilidade do agente é Há responsabilidade social pelo ocorrido
individual
Predomina a indisponibilidade da ação Predomina a disponibilidade da ação penal.
penal
Predomina a pena privativa de liberdade Predomina a reparação do dano e penas
alternativas
Consagra a pouca assistência à Foco da assistência voltada à vítima
vítima
Ex: Lei 11.340/06 Lei 9099/95

Direito Penal

 Alguns princípios norteadores da pena:

1- Principio da legalidade:
O Princípio da legalidade é um princípio jurídico fundamental que estabelece que o Estado
deva se submeter ao império da lei. O princípio da legalidade é a expressão maior do Estado
Democrático de Direito, a garantia vital de que a sociedade não está presa às vontades
particulares, pessoais, daquele que governa. No Direito penal, o princípio da legalidade se
desdobra em outros dois: princípio da anterioridade da lei penal e princípio da reserva
legal. Por anterioridade da lei penal, entende-se que não se pode impor uma pena a um fato
praticado antes da edição desta lei, exceto se for a benefício do réu. Já a reserva legal,
estabelece não existir delito fora da definição da norma escrita.

2- Principio da humanidade da pena: proíbe tratamento cruel, desumano ou degradante:


O princípio da humanidade da pena caracteriza-se pela presença tanto uma vertente
positiva como uma vertente negativa. A vertente negativa caracteriza-se pela presença de
proibições que se apresentam nas vedações constitucionais da pena de morte, de penas

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perpétuas, indignas ou desumanas. Já a vertente positiva caracteriza-se pela
proteção da dignidade da pessoa humana em especial daquele que se encontra
no cárcere.

3- Principio da proporcionalidade:
 O princípio da proporcionalidade, basicamente, se propõe a eleger a solução mais razoável
para o problema jurídico concreto, dentro das circunstâncias sociais, econômicas, culturais e
políticas que envolvem a questão, sem se afastar dos parâmetros legais. Sua utilização
permite que a interpretação do direito possa captar a riqueza das circunstâncias fáticas dos
diferentes conflitos sociais, o que não poderia ser feito se a lei fosse interpretada “ao pé da
letra”, ou pelo seu mero texto legal.

- Elaboração da lei
Principio da proporcionalidade - No momento da condenação (quem condena é o juiz
de
Conhecimento)
Tem que ser observado - Na execução da pena (quem observa o principio é o juiz
De execução)

Juiz de execução = É aquele que quando o processo já transitado em julgado desce vai para
de execuções criminais, esse juiz cuida do processo, fiscalizando o tempo que o sujeito ta
cumprindo, todos os detalhes da prisão, acompanha o comportamento do preso.

4- Principio da pessoalidade:

(Art.5, XLV, da CF-8) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. O princípio


da pessoalidade é outro postulado consagrado nas constituições contemporâneas, inclusive
a brasileira. Aduz que a pena não pode passar da pessoa que praticou o delito. A pena não
se pode estender a pessoas que não participaram do delito, ainda que haja laços de
parentesco, afinidade ou amizade com o condenado. Não se pode olvidar, contudo, que a
pena pode gerar danos e sofrimentos a terceiros, em especial a família.

Esse princípio é relativo ou absoluto?


1ª Corrente – defendida por Flávio Monteiro de Barros. O princípio é relativo, havendo uma
exceção prevista na própria CF, qual seja a pena de confisco.
2ª Corrente – MAIORIA, Mirabete, etc. O princípio é absoluto, não admite exceção. O que a
Constituição federal transmite aos sucessores são efeitos da sentença, apenas obrigações,
jamais pena. 4
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Cuidado: A pena de multa não perdeu seu caráter penal, apesar de ser
executada como dívida ativa, a pena de multa não pode ser estendida aos seus sucessores –
essa é a posição pacífica dos tribunais superiores.

5- Principio da individualização da pena:

O princípio da individualização da pena, conforme a cominação legal determinará a forma


da sua execução. Em suma, a pena deve estar proporcionada ou adequada à magnitude, ou
seja, o tamanho, a importância da lesão ao bem jurídico representado pelo delito e a
medida de segurança à periculosidade criminal do agente.

A pena deverá ser individualizada considerando o fato e o agente.


Em que momento deve ser individualizada?
a) na fase legislativa – quando cria a pena
b) na fase judicial – quando o juiz determina a pena
c) na execução – quando executa a sentença

Sistemas das penas:


a)    Das penas relativamente indeterminadas – esse sistema admite uma quantificação da
pena, uma vez que usa-se balizas: mínimo – máximo. O Brasil adotou esse sistema.
Ex: art. 121, CP de 6 a 20 anos. É possível a individualização da pena entre 6 e 20 anos.
b)   Das penas fixas – não admite a individualização da pena, pois a pena está legalmente
estabelecida sem baliza, sem variação. Ex: crime X tem uma pena de 10 anos, então, não é
possível individualizar a pena. O princípio da individualização das penas é incompatível com
este sistema.

6- Principio da inderrogabilidade da pena:


Presente os seus pressupostos, a pena deve ser aplicada e executada.
Exceções: Perdão judicial, anistia, sursis (Art.77, CP) etc.

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  PENAS PERMITIDAS:

a)    Penas privativas de liberdade:


 Reclusão
 Detenção
 Prisão simples – contravenção penal, não pode ser aplicado no regime fechado nem
semi-aberto.

RECLUSÃO DETENÇÃO
Regime inicial Fechado, Fechado (caso excepcional
Semi-aberto, previsto na Lei 9.034/95, art. 10),
Aberto Semi-aberto, aberto
Medida de Internação Pode haver tratamento
segurança ambulatorial * cuidado com a
Resolução 117 ou 113 - conferir,
do CNJ que quer abolir a
internação, deve-se sempre
preferir o tratamento
ambulatorial.
Interceptação Admitida na reclusão Não é admitida na detenção;
telefônica

b)   Penas restritivas de direito


c)    Pena de multa

No caso de concurso material (mais de uma ação, pratica dois ou mais crimes) aplicando
cumulativamente as penas de reclusão e detenção executa-se primeiro a reclusão (Art.69 e
Art.76 CP).

Caso o crime seja do pai para o filho, ele perde a guarda.

Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de
detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime
fechado.

§ 2. As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o


mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de
transferência a regime mais rigoroso:
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a) O condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado;
b) O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito,
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) O condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde
o início, cumpri-la em regime aberto.
+ 8 anos= Fechado
Não reinc. +4 -8= Semi aberto
Não reinc. = ou -4 anos= Aberto

OBS: Segundo sumula 719 do STF, caso o juiz queira aplicar um regime mais grave do que a
pena permitir ele deverá fazer uma justificação idônea.
OBS 2: Nos termos da sumula 718 a opinião do julgador sobre a gravidade do fato não
constitui motivação idônea para imposição de regime mais severo.
No caso de omissão na sentença sobre o regime de pena, o juiz da execução deverá
observar simplesmente a regra do parágrafo 2, Art.33.
Caso não tenha vaga no regime semi aberto, o condenado irá cumprir a pena no regime
aberto, não podendo ir para o regime fechado, pois assim iria se caracterizar o
constrangimento ilegal.

Crimes hediondos deve se cumprir inicialmente no regime fechado, admitindo-se também


as tentativas.

PROGRESSAO DE REGIME:
Critério subjetivo: bom comportamento, atestado pelo diretor do estabelecimento prisional.
Critério objetivo: ter cumprido 1/6 (um sexto da pena).
Um sexto da pena, é lapso temporal para os crimes comuns, já para os crimes hediondos
esse lapso temporal passa para 2/5 (dois quintos) 40%, caso seja reincidente 3/5 (três
quintos) 60%.
Progressão por salto não é permitida na legislação brasileira.
Se o juiz decretar a pena de detenção e o sujeito comete uma falta dentro do presídio, o juiz
pode regredir o seu regime, inclusive para o fechado.

REGRESSAO DE REGIME:
Ocorrerá quando:
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a
transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
i – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
ii – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em
execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§1
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O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas
nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a
multa cumulativamente imposta.
§2
Nas hipóteses do inciso i e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido, previamente, o
condenado.
OBS: Artigo 118 Inciso I, alguns doutrinadores alegam a inconstitucionalidade deste baseado
no princípio da presunção de inocência.

Faltas graves:
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
i – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
ii – fugir;
iii – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
iV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
Vi – inobservar os deveres previstos nos incisos ii e V do artigo 39 desta lei;
Vii – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

Caso ocorram esses fatos que comprometem a regressão do regime, ele tem que abrir a
audiência de justificação, em respeito do principio contraditória ampla defesa.

REGRAS DO REGIME FECHADO: (Art.34)

- Art.33, parágrafo 1, a

 O regime fechado tem que ser cumprido em estabelecimento de segurança máxima ou


media.
 Trabalho (remunerado pelo estado) externo, somente em obras publica.
 A princípio não se admite a liberação para estudos, entretanto se houver aulas dentro do
presídio, será concedido esse tipo de ressocialização.

REGRAS DO REGIME SEMI ABERTO (Art.35)

 Em estabelecimento agrícola, industrial ou similar.

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 Trabalho (remunerado pelo estado) pode ser em serviços privados, mas precisa
ter autorização judicial.
 Admite-se freqüência a cursos.

REGRAS DO REGIME ABERTO (Art.36)

 Deverá trabalhar (sem remuneração do estado, podendo ser remunerado


particularmente) fora do estabelecimento, sem vigilância, freqüentar curso ou exercer
outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos
dias de folga.

DIREITOS DO PRESO (Art.38)


 O que a lei não vedar, será direito do preso.
 O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo lhe garantido direitos da
previdência social, (não sendo inferior a ¾ do salário).
 Não tem direito aos regimes do CLT
 O dinheiro dele vai ficando no banco, sendo fiscalizado, surgindo o PECULIO (pode ser
recuperado pelo preso ou pela família do preso, mediante autorização judicial). Quando é
gasto esse dinheiro, ele terá que comprovar em que o gastou.
 A cada três dias trabalhados, reduz um dia na contagem da pena.

Os presos provisórios e os condenados políticos não estão obrigados a trabalhar.


De acordo o Art. 37, LEP
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do
estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do
cumprimento mínimo de um sexto da pena. (REGIME FECHADO)

 REMIÇÃO (Art.126, LEP)


A cada três dias trabalho, desconta-se um dia na contagem da pena, assim como o
trabalho, o estudo promove a remissão na mesma proporção. O estudo vale apenas para
remição não valendo como remuneração.
Súmula. 341, STJ. (Remição por estudos)

Regime Disciplinar Diferenciado – RDD; (Art. 52, LEP)


- Duração máxima de 360 dias (até 1/6 da pena)
- Individual (isolamento)

Somente o juiz da execução criminal poderá declarar o RDD.

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Penas Restritivas de Direitos (Rol: Art. 43):
- Características (Art. 44, CP)
a) Autônomas = porque não podem ser cumuladas com penas privativas de liberdade;
exceção (Art. 302 do código de transito brasileiro).
b) Substitutivas = O juiz deve decretar primeiro a pena privativa de liberdade e
posteriormente observando os requisitos do Art. 44 do C.P, o magistrado poderá/deverá
substituir pelas restritivas de direito; exceção: o Art. 28 da lei 1134/2006, autoriza a
aplicação da pena restritiva de direito de forma imediata sem a necessidade de aplicação
da privativa de liberdade.

 Requisitos das penas alternativas


a) A pena não pode ser superior a quatro anos e cometidos sem violência ou grave
ameaça. (A pena aplicada é que não pode ser superior a 4 anos).
Obs.: Os crimes de lesão corporal leve (Art. 129, C.P) constrangimento ilegal (Art.
146, C.P) e de ameaça (Art. 147-C. P), apesar de serem dolosos e cometidos com
violência e grave ameaça, não podem ser tidos como excluídos do benefício, uma vez
que, nos termos do Art. 67, da lei 9.099/95, são considerados infrações de menos
potencial defensivo, possibilitando, sem relação a eles, a aplicação imediata de multa
ou penas restritivas de direitos (interpretação sistemática). Crimes de menor
potencial ofensivo = Todos esses crimes são julgados pelo juizado especial. JESP
Crime = ou < 2 anos = menor potencial ofensivo
Crime maior do que 2 = comum

b) Tratando-se de crimes culposos é sempre possível a substituição.

c) Condenado não reincidente em crime doloso


Desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente
recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude de pratica do mesmo
crime.

d) Circunstancias judiciais favoráveis (Art. 59 – C.P)


Obs.: Tratando-se de crimes com violência domestica e familiar contra a mulher, o
Art.17 da lei n: 11.340/06 (Maria da Penha) vedou, nos crimes ali aludidos, a
aplicação de pena cesta básica ou outras prestações pecuniárias.

 Duração das Penas Restritivas de Direito:


Terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída - Art. 55 – C.P
- As exceções são:
1- As de Natureza Real (perda de bens e valores e prestação pecuniária)
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2- Prestação de serviços de serviços à comunidade, nos termos do Art.46,
parágrafo 4, CP.

 Penas Restritivas:

Espécies:
1) Prestação Pecuniária
2) Perda de bens e valores
3) Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas
4) Interdição temporária de direitos
5) Limitação de fim de semana
- No que diz respeito ao delito de consumo de drogas, tipificado no Art. 28 da Lei n:
11.343/2006, o tempo de cumprimento a pena restritiva de direitos será de 5 (cinco) ou
10 (dez) meses, de acordo com as hipóteses constantes em seus parágrafo 3 e 4, haja
vista não possuir a natureza de pena substitutiva à privação da sua liberdade, afastando-
se, nesse caso, o Art. 55 do Código Penal. Todos os crimes contidos na lei antidrogas em
que o juiz estipular uma pena abaixo de quatro anos serão possíveis por força de julgados
do STF.

1- Prestação Pecuniária:
A prestação pecuniária, segundo o parágrafo: 1 do Art. 45 do Código Penal, consiste no
pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada,
com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo
nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos.
O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de pecuniária,
vários detalhes devem ser observados:

1) A vítima e seus dependentes têm prioridade no recebimento da prestação pecuniária,


não podendo o juiz determinar o seu pagamento a entidade pública ou privada
quando houver daqueles
2) Nas infrações penais onde não haja vítima, a exemplo do delito de formação de
quadrilha ou bando (Art. 288 do C.P), poderá a prestação pecuniária ser dirigida a
entidade pública ou privada com destinação social;
3) A condenação tem os seus limites estipulados em no mínimo 1 (um) salário mínimo e
no máximo 360 (trezentos e sessenta) salários;
4) O valor pago a vítima ou aos seus dependentes será deduzido do montante em ação
de reparação civil, no caso de serem coincidentes os beneficiários.

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Obs.: Não há necessidade de ter ocorrido um prejuízo material da vitima,
bastando haver um dano moral.

Diferença entre prestação pecuniária e multa:

Prestação pecuniária Multa


Beneficiários: Vítima e seus dependentes O estado
Valor: 1 a 360 salários 10 a 360 dias multa
Descumprimento Poderá ser convertida em Não é convertida em privativa de
injustificado: privativa de liberdade liberdade mais tornará a multa
executável em divida pública

Perda de bens e valores Confisco


Previsão legal Art. 45, § 3, CP Art. 91, II, C.P
Natureza Jurídica Pena substitutiva à privativa Efeito da condenação
de liberdade.
Cabimento Quando o condenado houver Quando o condenado for beneficiado
causado um prejuízo em com o produto do crime.
virtude da prática do crime,
mesmo que não tenha se
beneficiado.
Bens perdidos Não que sejam produtos do Os produtos do crime ou qualquer bem
crime, são os bens legais ou valo que constitua proveito auferido
adquiridos licitamente. com a prática do crime (patrimônio
Dispensa-se a prova da ilícito).
origem ilícita dos bens.
Requisitos Os requisitos do Art. 49, I,II e Quando a pena for superior a 4 anos,
III, C.P para os crimes dolosos.
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Inciso 3 do Art.47 foi revogado tacitamente.
Está tacitamente revogado, isto porque o CTB em seu Art. 292 estabelece quanto aos delitos de
transito que a suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor pode ser aplicada como penalidade principal isolada ou cumulativa com
outras penalidades.

Conversão das Restritivas em Privativas = Compete ao juiz da execução criminal.


Art. 44, § 4, § 5.
1- Descumprimento injustificado (§ 4)
2- Nova condenação (§ 5)

Pena de multa
A pena de multa ela não é uma pena restritiva de direito. Ela é uma pena autônoma, ela
não precisa de outra. Pode ser aplicada apenas a multa não sendo obrigatoriamente
com outros tipos de pena, mas podendo ser cumulada com os outros tipos de pena.
(Art. 49, C.P)

Hoje a pena de multa é sempre calculada na expressão “dias-multa”.

1- O juiz fixa a quantidade de dias-multa. (Art. 49, C.P)


2- O juiz estipula o valor unitário de cada dia-multa (Art. 49, parágrafo 1, C.P)
Observando o poder econômico do réu.

Fixação Da Pena:

Critério trifásico de fixação da pena (Art. 68)

Primeira fase = Circunstâncias judiciais (Art. 59, CP)


Segunda fase = Agravantes e Atenuantes.
Terceira fase = Causas de aumento e diminuição da pena.

Assim, são três as fases de fixação da pena pelo juiz:

1ª) circunstâncias judiciais - CP, 59: há a fixação da pena-base; 13


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2ª) circunstâncias legais genéricas, que podem ser: agravantes (art. 61/62 do CP, rol
exaustivo) e atenuantes (art. 65/66 do CP, rol exemplificativo): há a fixação da pena provisória;

3ª) causas especiais de aumento ou de diminuição ou circunstâncias legais específicas


(majorante e atenuante específicas, que são diferentes das qualificadoras): há a fixação da pena
privativa definitiva.

Nas duas primeiras fases, as duas características fundamentais e distintas da restante são: não
há quantum definido pela lei e o juiz deve, pelo menos, ater-se aos limites máximo e mínimo da escala
penal (cf. súmula 231/STJ).
Já na terceira fase, há quantum  definido na lei para o aumento ou a diminuição da pena e os
limites da escala penal podem ser ultrapassados (tanto mínimo quanto máximo). Não há um artigo que
concentre essas circunstâncias especiais, como ocorre com as outras circunstâncias, pois estão em
artigos esparsos tanto da Parte Geral quanto da Parte Especial do CP: Ex.: Art. 14, § único, 28, § 2º, 70,
71 § único, 21, 26 § único, 16, 29 § 1º e 155 § 1◦.

De forma esquemática, podemos apontar os seguintes passos para a fixação da pena:

1º Verificar se há qualificadora (crime simples x crime qualificado), uma vez que, por alterar a própria
escala penal, não pode ser considerada em nenhuma das três fases. Exceção: a segunda qualificadora
será considerada na 2ª fase (se houver previsão expressa) ou na 1ª fase (nas circunstâncias judiciais
denominadas circunstâncias);

2 º Para a fixação da pena-base, sempre se parte do mínimo estabelecido na escala penal, procurando
considerar sempre as circunstâncias judiciais, sendo oito no total.

Ao final, aplica-se a pena-base. Como será dito, a doutrina, apesar de não haver definição pelo
legislador, aponta que a pena média (aquela que é o resultado da divisão por dois da soma da pena
mínima com a máxima) é o limite para o aumento na primeira fase, se forem desfavoráveis as
circunstâncias judiciais. Se forem favoráveis, não haverá alteração da pena mínima, já que o limite

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mínimo, na primeira fase, não pode ser ultrapassado. Verificar que para cada circunstância desfavorável,
como será
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exposto abaixo, por serem oito no total e não haver regra de preponderância entre elas
deverá o juiz aumentar a pena mínima em 1/8.

São elas:

A culpabilidade,
Os antecedentes,
A conduta social,
A personalidade do agente,
Os motivos,
As circunstâncias e conseqüências do crime,
Bem como o comportamento da vítima.

3º Para a fixação da pena provisória, levar em consideração apenas as circunstâncias presentes.


Apesar de não haver definição legal, o limite apontado pela doutrina, como será visto, para cada
circunstância, é de 1/5 a 1/3, de modo que a circunstância legal não tenha um peso maior do que a
causa especial. Verificar neste momento se há concurso de circunstâncias, no que a fração da
preponderante, que será vista abaixo, deve ser superior;

4º Na terceira fase, podem-se efetuar tantas operações quantas forem as causas de aumento ou
diminuição. Ex: com uma causa de aumento e uma de diminuição, haverá duas operações: uma para
aumentar e outra para diminuir.

Concurso de crimes.
Arts. 69, 70, 71 do código Penal.

Art. 69 = Concurso Material. É quando nós temos mais de uma ação ou omissão e
pratica de dois ou mais crimes.
Requisitos:
Mais de uma ação ou omissão
Pratica de dois ou mais crimes.

Conseqüências:
 Aplicação cumulativa das penas.

O concurso material pode ser homogêneo e heterogêneo.


Homogêneo= crimes cometidos, da mesma espécie.
Heterogêneo = quando as infrações são diversas.

Art. 70 = Concurso Formal


Requisitos: 15
Existem duas maneiras de viver: Pode viver como se nada fosse um milagre, ou viver

como se tudo o fosse. Albert Einstein


 Uma só ação/omissão
 2 ou mais crimes.
Conseqüências =
 Aplicação da mais grave das penas aumentada de um sexto até a metade (para
penas diferentes).
 Aplicação de somente uma das penas se iguais, aumentada de um sexto até a
metade. (penas iguais).
 Aplicação cumulativa das penas se a ação ou omissão é dolosa e os crimes
resultam de desígnios autônomos (mediante uma ação ele tem duas finalidades).

Espécies:
 Próprio ou perfeito = que acontece quando um dos delitos foi cometido
na forma culposa.
 Impróprio ou imperfeito = Os crimes são cometido somente na forma
dolosa.
 Heterogêneo = Quando as infrações são diversas
 Homogêneo = São crimes de mesma espécie ou crimes idênticos. Um
pode ser um delito simples e outro qualificado.
Art. 71 = Crime Continuado:

Requisitos:

Mais de uma ação ou omissão


Pratica dois ou mais crimes.

 Crimes mesma espécie


 Tempo = lapso temporal ente um crime e outro, e esse lapso temporal tem que
ser cometido de no máximo 30 dias entre um crime e outro.
 Lugar
 Maneira de execução
Todos esses quatro últimos requisitos têm que ser cumulativamente.

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Existem duas maneiras de viver: Pode viver como se nada fosse um milagre, ou viver

como se tudo o fosse. Albert Einstein

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