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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

PARAÍBA – CAMPUS JOÃO PESSOA


CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA: CIRCUITOS ELÉTRICOS II
PROF.: EDGARD LUIZ LOPES FABRÍCIO

CIRCUITOS TRIFÁSICOS DESEQUILIBRADOS

IASMIN DE FRANÇA ALBUQUERQUE


MATHEUS LIMA TORRES

João Pessoa
Fevereiro/2018
Iasmin de França Albuquerque
Matheus Lima Torres

Circuitos Trifásicos Desequilibrados

Relatório apresentado ao professor Edgard


Luiz Lopes Fabrício, referente à experiência
Análise de Circuitos Trifásicos com Cargas
Desequilibradas da disciplina de Circuitos II
do curso superior em Engenharia Elétrica do
IFPB.

Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia da Paraíba - IFPB


Bacharelado em Engenharia Elétrica
Circuitos Elétricos II

João Pessoa
15 de fevereiro de 2018
Lista de ilustrações

Figura 1 – Modelo de um Sistema Trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7


Figura 2 – Modelos de Geradores Trifásicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Figura 3 – Modelos de Cargas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Figura 4 – Sequências Positiva e Negativa com Tensões de Fase . . . . . . . . . . . 9
Figura 5 – Diagrama esquemático de cargas desequilibradas em Y com neutro. . . 10
Figura 6 – Metódo dos Três Wattímetros para cálculo da Potência Ativa. . . . . . 12
Figura 7 – Metódo dos Três Wattímetros para cálculo da Potência Reativa. . . . . 13
Figura 8 – Triângulo de Potência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 9 – Diagrama esquemático de cargas desequilibradas em Y sem neutro. . . 14
Figura 10 – Método dos dois Wattímetros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 11 – Método dos Três Wattímetros Potência Reativa. . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 12 – Diagrama esquemático de cargas desequilibradas em Δ. . . . . . . . . . 17
Figura 13 – Método dos dois Wattímetros para Potência Ativa em Δ. . . . . . . . . 19
Figura 14 – Método dos três Wattímetros para Potência Reativa em Δ. . . . . . . . 20
Lista de tabelas

Tabela 1 – Materiais utilizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10


Tabela 2 – Valores medidos e calculados para o circuito da Figura 5. . . . . . . . . 22
Tabela 3 – Valores medidos e calculados para o circuito da Figura 3. . . . . . . . . 23
Tabela 4 – Valores medidos e calculados para o circuito da Figura 12 . . . . . . . 23
5

Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1 Objetivo geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Estrutura do Relatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1 Sistema Polifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.1 Sistema Trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.2 Definições básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.2 Carga Desequilibrada em Y com neutro . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.3 Carga Desequilibrada em Y sem neutro . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.4 Carga Desequilibrada em Δ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.1 Carga desequilibrada em Y com neutro . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.2 Carga desequilibrada em Y sem neutro . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.3 Carga Desequilibrada em Δ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6

1 Introdução

É apresentado neste relatório o procedimento de análise na prática de um sistema


trifásico com cargas desequilibradas em 𝑌 e em Δ, afim de comparar os resultados medidos
por um multímetro de bancada e os resultados obtidos através de cálculos matemáticos.

1.1 Objetivo geral


Analisar o comportamento de um sistema desequilibrado configurado em 𝑌 com
neutro, sem neutro e em Δ.

1.2 Objetivos específicos

∙ Estudar sobre sistema polifásicos;

∙ Compreender o funcionamento do sistema desequilibrado que é uma particularidade


dos sistemas polifásicos.

1.3 Estrutura do Relatório


Este relatório é composto de cinco capítulos. O primeiro capítulo é destinado à
introdução e os objetivos do relatório.
O segundo capítulo explica detalhadamente através de pesquisa bibliográfica os
principais conceitos necessários para o bom entendimento deste trabalho.
O terceiro capítulo trata dos materiais utilizados e métodos aplicados durante a
execução da atividade prática.
O quarto capítulo apresenta os resultados obtidos e compara os valores reais com
os ideais.
O quinto e último capítulo apresenta as principais conclusões obtidas com o de-
senvolvimento do trabalho realizado.
7

2 Fundamentação Teórica

2.1 Sistema Polifásico


Sistema Polifásico é aquele que contém dois ou mais circuitos elétricos, cada um
com sua fonte de tensão alternada. Estas tensões têm a mesma frequência e estão defasadas
entre si de um ângulo definido. Cada circuito do sistema constitui uma fase. Um Sistema
Polifásico em que, em cada fase, as correntes e o fator de potência têm o mesmo valor é
chamado equilibrado. Se a corrente ou o fator de potência de pelo menos uma das fases
for diferente do das demais, o sistema é desequilibrado.

2.1.1 Sistema Trifásico


O Sistema Trifásico é a forma mais comum de geração, transmissão e distribuição
de energia elétrica em corrente alternada. Este sistema incorpora o uso de três ondas senoi-
dais balanceadas, defasadas em 120∘ entre si, de forma a equilibrar o sistema, tornando-a
muito mais eficiente ao se comparar com três sistemas isolados.

Figura 1 – Modelo de um Sistema Trifásico

Fonte: (BOYLESTAD, 2004)

Em relação ao Sistema Monofásico, o Trifásico possui algumas das seguintes van-


tagens:

∙ Entre motores e geradores do mesmo tamanho, os trifásicos têm a maior potência


que os monofásicos;

∙ As linhas de transmissão trifásicas usam menos material que as monofásicas, para


transporte da mesma potência elétrica;

∙ Os motores trifásicos têm um conjugado uniforme, enquanto os monofásicos comuns


têm conjugado pulsante;
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 8

∙ Os motores trifásicos podem partir sem meio auxiliar, o que não acontece com os
motores monofásico comuns;

∙ Os circuitos trifásicos proporcionam flexibilidade na escolha das tensões e podem


ser utilizados para alimentar cargas monofásicas.

No Sistema Trifásico Desequilibrado, as cargas (consumo de potência ativa e rea-


tiva) são desequilibradas, ou seja, possuem impedâncias complexas diferentes.

2.1.2 Definições básicas


Ligação Estrela (gerador): Na Ligação Estrela, ou Y, existe um ponto em
comum chamado de neutro, sendo este ponto ligado ou não ao neutro da carga.
Ligação Delta (gerador): Na Ligação Delta, ou triângulo, as extremidados dos
enrolamentos do gerador são interligadas de modo a formar um triângulo, como mostra a
Figura 2.

Figura 2 – Modelos de Geradores Trifásicos

Fonte: (BOYLESTAD, 2004)

Ligação Estrela (cargas): De forma similar ao gerador, as cargas são ligadas


com uma das extremidades em um ponto comum chamado de neutro, sendo este ponto
ligado ou não ao neutro do gerador.
Ligação Delta (cargas): As extremidades das impedâncias são ligadas em forma
de triângulo, como mostra a Figura 3.
Tensão de fase: Tensão medida entre o centro-estrela e qualquer um dos terminais
do gerador ou da carga.
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 9

Figura 3 – Modelos de Cargas

Fonte: (BOYLESTAD, 2004)

Tensão de linha: Tensão medida entre dois terminais (nenhum deles sendo o
"centro-estrela") do gerador ou da carga. Evidemente, define-se a tensão de linha como
sendo a tensão medida entre os condutores que ligam o gerador à carga.
Corrente de fase: Corrente que percorre cada uma das bobinas do gerador ou,
o que é o mesmo, corrente que percorre cada uma das impedâncias da carga;
Corrente de linha: Corrente que percorre os condutores que interligam o gerador
à carga (exclui-se o neutro).
Os Sistemas Trifásicos são especificados utilizando sequências para suas tensões,
como mostrado na Figura 4.

Figura 4 – Sequências Positiva e Negativa com Tensões de Fase

Fonte: (BOYLESTAD, 2004)

Na Figura acima, temos a tensão Va como referência, e as tensões Vc e Vb de-


fasadas com +120∘ (ABC e ACB respectivamente) e as tensões Vb e Vc defasadas com
-120∘ (ABC e ACB respectivamente).
10

3 Materiais e Métodos

3.1 Materiais
Na Tabela 1 estão dispostos os materiais utilizados neste experimento.

Tabela 1 – Materiais utilizados.


Item Quantidade Especificação
01 01 Bancada de cargas resistivas
02 01 Bancadas de cargas indutivas
04 01 Fonte de Tensão
05 08 Cabos
06 01 Multimetro de Bancada
Fonte: Autoral.

3.2 Carga Desequilibrada em Y com neutro


Neste procedimento foi montado um circuito trifásico com cargas desequilibradas,
ligadas em Y, conforme a Figura 5. Antes de montar o circuito, a tensão de fase foi ajustada
para 𝑉𝑅𝑀 𝑆 = 95𝑉 , em seguida as devidas ligações foram feitas entre as impedâncias de
modo que essa se configurasse em 𝑌 .As três impedâncias eram compostas cada uma de um
resistor de 200Ω e indutores com valores distintos, sendo o primeiro de 2.4𝐻, o segundo
de 2.8𝐻e o terceiro de 3.2𝐻, ligados em série com a resistência.

Figura 5 – Diagrama esquemático de cargas desequilibradas em Y com neutro.

Fonte: Autoral.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 11

Com o circuito montado e o auxilio do multímetro de bancada, os valores de tensão


de fase, tensão de linha, correntes de linha, potência ativa, potência reativa e potência
aparente poderam ser observados.
Para comprovar a veracidade dos valores medidos, foram calculadas as mesmas
grandezas, considerando-se os valores nominais das tensões de fase e os valores das impe-
dâncias carga, os quais foram definidos inicialmente.
O primeiro passo foi calcular a impedância em cada fase, usando o as impedâncias
de cada linha e a frequência de 60𝐻𝑧.

𝑍𝑖 = 𝑅 + 𝑗2𝜋𝑓 𝐿𝑖
𝑍𝑎 = 200 + 𝑗288𝜋
(3.1)
𝑍𝑏 = 200 + 𝑗336𝜋
𝑍𝑐 = 200 + 𝑗384𝜋

Após isso, foi possível calcular o módulo de cada impedância.

|Z𝑎 | = 926.62Ω
|𝑍𝑏 | = 1074.35Ω
(3.2)
|𝑍𝑐 | = 1222.84Ω

Com as impedâncias, foram então calculadas as correntes de linha de cada carga


e como o circuito está em 𝑌 , são iguais as de fase.

𝑉𝑎
𝐼𝑎 =
𝑍𝑎
𝐼𝑎 = 0.102 −107.53∘ 𝐴 (3.3)

|𝐼𝑎 | = 102𝑚𝐴

𝑉𝑏
𝐼𝑏 =
𝑍𝑏
𝐼𝑏 = 0.088 130.72∘ 𝐴 (3.4)

|𝐼𝑏 | = 88𝑚𝐴

𝑉𝑐
𝐼𝑐 =
𝑍𝑐
𝐼𝑐 = 0.077 9.41∘ 𝐴 (3.5)

|𝐼𝑐 | = 77.6𝑚𝐴
Capítulo 3. Materiais e Métodos 12

Com as correntes em cada fase, é possível então calcular a corrente no neutro.

𝐼𝑛 = −(𝐼𝑎 + 𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 )𝐼𝑛 = −(0.102 −107.53∘ + 0.088 130.72∘ + 0.077 9.41∘ )


𝐼𝑛 = 0.0216 56.41∘ 𝐴 (3.6)
|𝐼𝑛 | = 21.6𝑚𝐴

Foi utilizado então o método dos Wattímetros para calcular as potências ativa e
reativa do sistema.
Para encontrar a potência ativa são necessários três wattimetros, coloca-se um
wattímetro medindo a corrente 𝐼𝑎 e a tensão 𝑉𝑎 ,outro wattímetro medindo a corrente 𝐼𝑏
e a tensão 𝑉𝑏 , e por último um wattímetro medindo 𝐼𝑐 e a tensão 𝑉𝑐 . Conforme a figura 6.

Figura 6 – Metódo dos Três Wattímetros para cálculo da Potência Ativa.

Fonte: Autoral.

A leitura de cada Wattímetro é dada pela Equação 3.2.


𝑤𝑖 = 𝑉𝑖 𝐼𝑖 𝑐𝑜𝑠(𝜃𝐼𝑖 + 𝜃𝑉𝑖 )
𝑤𝑎 = 95 * 0.102 * cos(−107.53∘ + 30∘ )
𝑤𝑎 = 2.104𝑊
𝑤𝑎 = 95 * 0.088 * cos(130.72∘ + 150∘ ) (3.7)
𝑤𝑏 = 1.563𝑊
𝑤𝑎 = 95 * 0.077 * cos(9.41∘ − 90∘ )
𝑤𝑐 = 1.213𝑊

A potência ativa total do circuito é dada pela soma da medição dos três wattíme-
tros.
𝑃𝑡 = 𝑤 𝑎 + 𝑤 𝑏 + 𝑤 𝑐
(3.8)
𝑃𝑡 = 4.88𝑊
Capítulo 3. Materiais e Métodos 13

Para a potência reativa também são necessários três wattímetros, mas ligados
numa configuração diferente da anterior, conforme a Figura 7.

Figura 7 – Metódo dos Três Wattímetros para cálculo da Potência Reativa.

Fonte: Autoral.

𝑤𝑎 = 𝑉𝑏𝑐 𝐼𝑎 cos(𝜃𝑉𝑏𝑐 − 𝜃𝐼𝑎 )


𝑤𝑎 = 164 * 0.102 * cos(−120∘ + 107.53∘ ) (3.9)
𝑤𝑎 = 16.413

𝑤𝑏 = 𝑉𝑐𝑎 𝐼𝑏 cos(𝜃𝑉𝑐𝑎 − 𝜃𝐼𝑏 )


𝑤𝑏 = 164 * 0.088 * cos(120∘ − 130.72∘ ) (3.10)
𝑤𝑏 = 14.244

𝑤𝑐 = 𝑉𝑎𝑏 𝐼𝑐 cos(𝜃𝑉𝑎𝑏 − 𝜃𝐼𝑐 )


𝑤𝑐 = 164 * 0.077 * cos(0∘ − 9.41∘ ) (3.11)
𝑤𝑐 = 12.555

O valor indicado em cada um dos wattímetros por si só não representa nada,



porém, somados e divididos por 3 resultam a potência reativa total do circuito.

𝑊𝑎 + 𝑊𝑏 + 𝑊𝑐
𝑄𝑡 = √
3 (3.12)
𝑄𝑡 = 24.95𝑉 𝐴𝑟

Com a potência ativa e reativa, pode-se então desenhar o triângulo de potência do


circuito, Figura 8 e a partir dele descobrir a potência aparente.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 14

Figura 8 – Triângulo de Potência.

Fonte: Autoral.

Usando o Teoremo de Pitágoras pode-se encontrar 𝑆𝑡 .

√︁
𝑆𝑡 = (𝑃𝑡2 + 𝑄2𝑡 )
(3.13)
𝑆𝑡 = 25.42𝑉 𝐴

3.3 Carga Desequilibrada em Y sem neutro


Neste procedimento foi montado um circuito trifásico com cargas desequilibradas,
similar a Figura 5, a única diferença é que o circuito não está mais conectado ao neutro,
conforme a Figura 9.

Figura 9 – Diagrama esquemático de cargas desequilibradas em Y sem neutro.

Fonte: Autoral.

Para calcular a corrente nesse circuito é necessário primeiro calcular a tensão no


neutro 𝑉0𝑛 , que é a tensão no ponto onde as três impedâncias se encontram. 𝑉0𝑛 é dado
pela Equação 3.14, onde 𝑉 𝑖 é a tensão de fase e 𝑌 𝑖 a admitância daquela fase.

𝑉𝑎 𝑌𝑎 + 𝑉𝑏 𝑌𝑏 + 𝑉𝑐 𝑌𝑐
𝑉0𝑛 =
𝑌𝑎 + 𝑌𝑏 + 𝑌𝑐 (3.14)

𝑉0𝑛 = 7.653 −44.51 𝑉
Capítulo 3. Materiais e Métodos 15

Agora é possível então calcular a corrente em cada uma das fases como a diferença
de potencial na carga, dividido pela sua impedância.

𝑉𝑎 − 𝑉0𝑛
𝐼𝑎 =
𝑍𝑎
𝐼𝑎 = 0.0945 −106.28∘ 𝐴 (3.15)

|𝐼𝑎 | = 94.5𝑚𝐴

𝑉𝑏 − 𝑉0𝑛
𝐼𝑏 =
𝑍𝑏
𝐼𝑏 = 0.0905 126.38∘ 𝐴 (3.16)

|𝐼𝑏 | = 90.5𝑚𝐴

𝑉𝑐 − 𝑉0𝑛
𝐼𝑐 =
𝑍𝑐
𝐼𝑐 = 0.0821 12.52∘ 𝐴 (3.17)

|𝐼𝑐 | = 82.1𝑚𝐴

Para a medição da potência ativa, com o metódo adotado no procedimento anterior


não é possível calcular a potência do circuito sem neutro, tendo em vista que temos
um circuito com apenas 3 fios agora. Faz-se necessário então o uso do método dos dois
wattímetros conforme a Figura 10.

Figura 10 – Método dos dois Wattímetros.

Fonte: Autoral.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 16

O valor exibido em cada wattímetro é dado pela Equação 3.2.

𝑤𝑏 = 𝑉𝑏𝑎 𝐼𝑏 cos(𝜃𝑉𝑏𝑎 − 𝜃𝐼 𝑏 )
𝑤𝑏 = 164 * 0.0905 * cos(−180∘ − 126.38∘ ) (3.18)
𝑤𝑏 = 8.803

𝑤𝑐 = 𝑉𝑐𝑎 𝐼𝑐 cos(𝜃𝑉𝑐𝑎 − 𝜃𝐼 𝑐 )
𝑤𝑐 = 164 * 0.0821 * cos(120∘ − 12.52∘ ) (3.19)
𝑤𝑐 = −4.044

A potência ativa total do circuito é dada como a soma das medições de cada
wattímetro.

𝑃 𝑡 = 𝑤𝑏 + 𝑤𝑐
(3.20)
𝑃𝑡 = 4.758𝑊

Para a potência reativa também são necessários três wattímetros conforme o pro-
cedimento anterior, como mostra a Figura 11.

Figura 11 – Método dos Três Wattímetros Potência Reativa.

Fonte: Autoral.

𝑤𝑎 = 𝑉𝑏𝑐 𝐼𝑎 cos(𝜃𝑉𝑏𝑐 − 𝜃𝐼 𝑎 )
𝑤𝑎 = 164 * 0.0945 * cos(−120∘ + 106.28∘ ) (3.21)
𝑤𝑎 = 15.055

𝑤𝑏 = 𝑉𝑐𝑎 𝐼𝑏 cos(𝜃𝑉𝑐𝑎 − 𝜃𝐼 𝑏 )
𝑤𝑏 = 164 * 0.0905 * cos(120∘ − 126.38∘ ) (3.22)
𝑤𝑏 = 14.75
Capítulo 3. Materiais e Métodos 17

𝑤𝑐 = 𝑉𝑎𝑏 𝐼𝑐 cos(𝜃𝑉𝑎𝑏 − 𝜃𝐼 𝑐 )
𝑤𝑐 = 164 * 0.0821 * cos(0∘ − 12.52∘ ) (3.23)
𝑤𝑐 = 13.144

Assim como no procedimento anterior o valor indicado em cada um dos wattí-



metros por si só não representam nada, mas se somados e divididos por 3 darão como
resultado a potência reativa total do circuito.

𝑤𝑎 + 𝑤𝑏 + 𝑤𝑐
𝑄𝑡 = √
3 (3.24)
𝑄𝑡 = 24.797𝑉 𝐴𝑟

Com os valores de potência ativa e reativa, é possível encontrar a potência aparente


usando o Teorema de Pitágoras, fazendo Pt e Qt os catetos adjacente e oposto.

√︁
𝑆𝑡 = 𝑄2𝑡 + 𝑃𝑡2 𝑆1 𝑡 = 25.249𝑉 𝐴 (3.25)

3.4 Carga Desequilibrada em Δ


Neste procedimento foi montado um circuito trifásico com as mesmas cargas de-
sequilibradas dos dois circuitos anteriores, porém, ligadas em Δ, conforme a Figura 12.
Antes de montar o circuito, a tensão de fase foi configurada para 𝑉𝑅𝑀 𝑆 = 95𝑉 , em seguida
as devidas ligações foram feitas entre as impedâncias de modo que essa se configurasse em
Δ. As três impedâncias eram compostas de um resistor de 200Ω, mas possuindo indutores
diferentes, sendo o primeiro de 2.4𝐻, o segundo de 2.8𝐻 e o terceiro de 3.2𝐻, ligados em
série com a resistência.

Figura 12 – Diagrama esquemático de cargas desequilibradas em Δ.

Fonte: Autoral.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 18

As impedâncias e seus respectivos módulos foram calculadas em 3.1 e 3.2 na secção


anterior.
Com as impendâncias, é possível então calcular as correntes de fase da carga e de
linha.
Correntes de fase da carga:

𝑉𝑐𝑎
𝐼𝑐𝑎 =
𝑍𝑎
164 120∘
𝐼𝑎𝑐 =
200 + 288𝜋𝑗 (3.26)
𝐼𝑎𝑐 = 0.177 42.46∘ 𝐴
|𝐼𝑎𝑐 | = 177𝑚𝐴

𝑉𝑏𝑎
𝐼𝑎𝑏 =
𝑍𝑏
164 0∘
𝐼𝑎𝑏 =
200 + 336𝜋𝑗 (3.27)
𝐼𝑎𝑏 = 0.153 −79.27∘ 𝐴
|𝐼𝑎𝑏 | = 153𝑚𝐴

𝑉𝑐𝑎
𝐼𝑏𝑐 =
𝑍𝑐
164 −120∘
𝐼𝑏𝑐 =
200 + 384𝜋𝑗 (3.28)
𝐼𝑏𝑐 = 0.134 150.41∘ 𝐴
|𝐼𝑏𝑐 | = 134𝑚𝐴

Correntes de linha:

𝐼𝑎 = 𝐼𝑎𝑏 − 𝐼𝑐𝑎
𝐼𝑎 = 0.288 −110.75∘ 𝐴 (3.29)
|𝐼𝑎 | = 288𝑚𝐴

𝐼𝑏 = 𝐼𝑏𝑐 − 𝐼𝑎𝑏
𝐼𝑏 = 0.25 127.99∘ 𝐴 (3.30)
|𝐼𝑏 | = 250𝑚𝐴
Capítulo 3. Materiais e Métodos 19

𝐼𝑐 = 𝐼𝑐𝑎 − 𝐼𝑏𝑐
𝐼𝑐 = 0.266 15.76∘ 𝐴 (3.31)
|𝐼𝑐 | = 266𝑚𝐴

Foi utilizado então o método dos Wattímetros para calcular as potências ativa,
reativa e aparentes do sistema. A Figura 13 abaixo representa o método dos 2 wattímetros
para o calculo da potência ativa em Δ.

Figura 13 – Método dos dois Wattímetros para Potência Ativa em Δ.

Fonte: Autoral.

𝑤𝑏 = 𝑉𝑏𝑎 𝐼𝑏 cos(Θ𝑉𝑏𝑎 − Θ𝐼𝑏 )


𝑤𝑏 = 164 * 0.25 * cos(−180∘ − 127.99∘ )) (3.32)
𝑤𝑏 = 25.236

𝑤𝑐 = 𝑉𝑐𝑎 𝐼𝑐 cos(Θ𝑉𝑐𝑎 − Θ𝐼𝑐 )


𝑤𝑐 = 164 * 0.266 * cos(120∘ − 15.76∘ )) (3.33)
𝑤𝑐 = −10.73
Capítulo 3. Materiais e Métodos 20

A potência ativa é dada pela soma de ambos os wattímetros:

𝑃 𝑡 = 𝑤𝑏 + 𝑤𝑐
𝑃𝑡 = 25.236 − 10.73 (3.34)
𝑃𝑡 = 14.51𝑊

Já para encontrar a potência reativa, apresentada na Figura 14, coloca-se três


wattímetros medindo as correntes de cada fio e as tensões de linha, na mesma configuração
da Figura 7, pois nos métodos de obtenção de potência por wattímetros, a configuração
das cargas não importa, já que usa-se apenas as correntes e tensões de linha.

Figura 14 – Método dos três Wattímetros para Potência Reativa em Δ.

Fonte: Autoral.

𝑤𝑎 = 𝑉𝑏𝑐 𝐼𝑎 cos(Θ𝑉𝑏𝑐 − Θ𝐼𝑎 )


𝑤𝑎 = 164 * 0.288 * cos(−120∘ + 110.75∘ ) (3.35)
𝑤𝑎 = 46.617

𝑤𝑏 = 𝑉𝑐𝑎 𝐼𝑏 cos(Θ𝑉𝑐𝑎 − Θ𝐼𝑏 )


𝑤2 = 164 * 0.25 * cos(120∘ − 127.99∘ ) (3.36)
𝑤2 = 40.601
Capítulo 3. Materiais e Métodos 21

𝑤𝑐 = 𝑉𝑎𝑏 𝐼𝑐 cos(Θ𝑉𝑎𝑏 − Θ𝐼𝑐 )


𝑤𝑐 = 164 * 0.266 * cos(0∘ − 15.76∘ ) (3.37)
𝑤𝑐 = 41.984

A potência reativa é dada pela soma dos três wattímetros dividido pela raiz qua-
drada de 3.
𝑤𝑎 + 𝑤𝑏 + 𝑤𝑐
𝑄𝑡 = √
3
46.617 + 40.601 + 41.984
𝑄𝑡 = √︁ (3.38)
(3)
𝑄𝑡 = 74.594𝑉 𝐴𝑟

Com os valores de potência ativa e reativa, fica fácil encontrar a potência aparente
usando o Teorema de Pitágoras, fazendo Pt e Qt os catetos adjacente e oposto.

√︁
𝑆𝑡 = 𝑃𝑡2 + 𝑄2𝑡

𝑆𝑡 = 14.512 + 74.5942 (3.39)
𝑆𝑡 = 75.992𝑉 𝐴
22

4 Resultados

4.1 Carga desequilibrada em Y com neutro


A Tabela 2 apresenta os valores obtidos na medição e nos cálculos do circuito na
Figura 5.

Tabela 2 – Valores medidos e calculados para o circuito da Figura 5.


Grandeza Valor Medido Valor Calculado 𝐸𝑟𝑟𝑜%
𝑉𝐴 94V 95V 1.05
𝑉𝐵 95V 95V 0.00
𝑉𝐶 91V 95V 4.21
𝑉𝑎𝑏 164V 164V 0.00
𝑉𝑏𝑐 161V 164V 1.82
𝑉𝑐𝑎 160V 164 2.44
𝐼𝑎 0.10A 0.102A 1.96
𝐼𝑏 0.08A 0.088A 9.09
𝐼𝑐 0.07A 0.077A 9.09
𝐼𝑛 0.02A 0.0216A 9.07
𝑃𝑇 8W 4.88W 63.93
𝑄𝑇 23VAr 24.95VAr 7.81
𝑆𝑇 24VA 25.42VA 5.58
Fonte: Autoral

Pode-se observar que não houve uma diferença considerável entre os valores calcu-
lados e medidos, exceto para a potência ativa. O motivo da divergência entre os valores
medidos e calculados para essa grandeza foi investigado e atribuído ao equipamento de
medição utilizado, o qual não apresentava um valor coerente.

4.2 Carga desequilibrada em Y sem neutro


A Tabela 3 apresenta os valores obtidos na medição e nos cálculos do circuito na
Figura 3.
Capítulo 4. Resultados 23

Tabela 3 – Valores medidos e calculados para o circuito da Figura 3.


Grandeza Valor Medido Valor Calculado 𝐸𝑟𝑟𝑜%
𝑉𝐴 93V 95V 2.10
𝑉𝐵 95V 95V 0.00
𝑉𝐶 92V 95V 3.15
𝑉𝑎𝑏 164V 164V 0.00
𝑉𝑏𝑐 164V 162V 1.23
𝑉𝑐𝑎 164V 160 2.50
𝐼𝑎 0.09A 0.0945A 4.76
𝐼𝑏 0.08A 0.0905A 11.6
𝐼𝑐 0.08A 0.0821A 2.56
𝑃𝑇 8W 4.758W 68.13
𝑄𝑇 22VAr 24.79VAr 11.25
𝑆𝑇 24VA 25.249VA 4.94
Fonte: Autoral

Pode-se observar que não houve uma diferença considerável entre os valores calcu-
lados e medidos, exceto para a potência ativa. O motivo da divergência entre os valores
medidos e calculados para essa grandeza foi investigado e atribuído ao equipamento de
medição utilizado, o qual não apresentava um valor coerente.

4.3 Carga Desequilibrada em Δ


A Tabela 4 apresenta os valores obtidos na medição e nos cálculos do circuito na
Figura 12.

Tabela 4 – Valores medidos e calculados para o circuito da Figura 12


Grandeza Valor Medido Valor Calculado 𝐸𝑟𝑟𝑜%
𝑉𝐴 93V 95V 2.10
𝑉𝐵 94V 95V 1.05
𝑉𝐶 92V 95V 3.15
𝑉𝐴𝐵 163V 164V 0.60
𝑉𝐵𝐶 162V 164V 1.21
𝑉𝐶𝐴 159V 164V 3.04
𝐼𝐴 0.27A 0.288A 6.25
𝐼𝐵 0.24A 0.250A 4.00
𝐼𝐶 0.26A 0.266A 2.25
𝑃𝑇 24W 14.51W 65.4
𝑄𝑇 70VAr 74.59VAr 6.15
𝑆𝑇 73VA 75.99VA 3.93
Fonte: Autoral

Pode-se observar que, assim como na montagem anterior, não houve uma diferença
Capítulo 4. Resultados 24

considerável entre os valores calculados e medidos, exceto para a potência reativa, que foi
obtido um erro de mais de 10%, o que pode ser justificado pelo mesmo motivo apresentado
para a montagem do circuito com a carga em Y.
25

5 Considerações Finais

Tendo em vista tudo que foi mencionado, e analisando os resultados obtidos expe-
rimentalmente e através de cálculos matemáticos, observou-se que, de fato, as equações
de corrente e potências para circuitos trifásicos desequilibrados, tanto em Y quanto em
Δ, possuem resultados factíveis com a realidade, com pequenos erros percentuais, o que
não é surpresa, já que na prática existem diversos fatores externos que influenciam nos
resultados finais.
26

Referências

BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. [S.l.]: Pearson Education do


Brasil, 2004. Citado 3 vezes nas páginas 7, 8 e 9.

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