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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS- ARAPIRACA- AL

CURSO ZOOTECNIA
DISCIPLINA: ZOOLOGIA ANIMAL
DOCENTE: TÓMAS SILVA
DISCENTES: BRUNO; ELAYNE MAYARA; JOÃO MARCOS; RAYRA LAWANDA;
SAMUEL LEIVISSON

Anfíbios

Arapiraca-AL
2021
Anfíbios: Sapos e Rãs: Ordem Anura
Morfologia

Sapos, pererecas, rãs e jias representam a Ordem Anura e é o grupo mais rico em
espécies e também mais conhecido entre nós. As especializações do corpo para o salto é a
característica morfológica mais notável destes animais. As patas posteriores são alongadas e os
ossos da tíbia e da fíbula estão fundidos. O íleo é alongado e se estende bastante para frente, e
as vértebras posteriores estão fundidas em um bastão sólido, o uróstilo. As patas anteriores
fortes e a cintura escapular flexível absorvem o impacto da aterrissagem. Os olhos são grandes
e estão localizados bem anteriormente na cabeça, permitindo uma visão binocular.

Muitos perguntam: "Qual a diferença entre sapo, rã e perereca?". Os sapos


(Gênero Rhinella) (Família Bufonidae) apresentam a pele rugosa, patas relativamente curtas e
duas glândulas paratóides (onde se concentra um veneno de ação cardiotóxica) localizadas
dorsalmente atrás dos olhos. As pererecas (Gêneros Hypsiboas, Dendropsophus, Scinax, etc.)
(Família Hylidae) são adaptadas para uma vida arborícola apresentando a cintura delgada, pele
geralmente lisa, discos adesivos nas pontas dos dígitos que permitem esses animais escalarem
superfícies verticais. As rãs ou jias (Gênero Leptodactylus) (Família Leptodactylidae)
apresentam dedos sem projeções, cintura robusta e pele lisa.

Fisiologia é o funcionamento dos órgãos e Sistemas

Sistema Reprodutor A reprodução dos anfíbios é do tipo sexuada, geralmente


com fecundação externa. Isso ocorre com a fêmea eliminando os óvulos na água e o macho,
montado em cima dela, despeja os espermatozóides sobre eles. Assim, na própria água eles se
unem e fecundam, formando ovos com embriões. Mas Depois de um tempo, os ovos se abrem
e sai uma forma larval chamada girino Nessa fase, eles se alimentam primeiramente da
própria gelatina que os envolve e depois de algas e plantas aquáticas microscópicas. Como estão
protegidos pela água, os ovos de anfíbios não possuem anexos embrionários adaptativos e nem
casca. A metamorfose envolve uma série de transformações e é um processo bastante lento,
em que o girino se transforma em adulto. Durante esse processo desaparecem as brânquias e
desenvolvem-se os pulmões, surgem também as patas no corpo do animal.

Sistema Respiratório Quando em forma de girino, a respiração é branquial. Mas quando


atingem a fase adulta, possuem dois tipos de respiração: pulmonar e cutânea. Os órgãos que
participam na fase adulta são pulmões, pele e mucosas (boca e faringe).
Sistema Digestório Embora alguns anfíbios possam ter duas fileiras de dentes, de modo geral
eles não mastigam suas presas! A língua é bem desenvolvida e consegue ter movimento
rápido, é usada na captura de insetos em pleno voo! O estômago também é bem desenvolvido
e o intestino termina em uma cloaca. O sistema digestório é, portanto, completo e auxiliado
até por glândulas como fígado e pâncreas.

Sistema Circulatório A circulação nos anfíbios é do tipo fechada, ou seja, o sangue sempre
permanece em vasos. Também é classificada como dupla, porque há duas dimensões de
circulação: corporal e pulmonar. Mesmo que seu coração possua 3 cavidades (2 átrios e 1
ventrículo), ela ainda é dita como incompleta porque não há câmaras especializadas

Sistema Excretor Quando no estado larval o produto de sua excreção é a amônia. Este
produto metabólico é mais tóxico e precisa de muita água para diluição. No
estado adulto já excretam ureia. Além de viverem na terra, o metabolismo está mais maduro
e tem energia para ir transformando a amônia em ureia.

Sistema Nervoso e sensorial tem como principal órgão o cérebro. Como é bem desenvolvido,
apresentam boa audição pelas vibrações do tímpano e boa visão, com exceção das cobras-
cegas. O tato é sentido em toda superfície corporal e o seu sistema olfativo apresenta narinas,
além de a língua ter botões gustativos.

Locomoção são quase todos saltadores, como os sapos. Na água, as rãs utilizam as patas que
possuem membranas interdigitais. As pererecas têm discos adesivos nos dedos, são
semelhantes às ventosas mas não é a mesma coisa! Os Urodelos como as salamandras são
capazes de caminhar e usam a cauda para nadar. As cobras-cegas arrastam-se por
contrações musculares.

Importância Ecológica

Esse grupo animal, é de grande importância ecológica, vive principalmente na


transição água-terra, os anfíbios são animais pecilotérmicos com grande importância para o
equilíbrio ambiental, mas infelizmente a maioria das pessoas desconhece isso e em razão de
crendices e superstições matam muitos desses animais. Como todo animal, eles fazem parte da
cadeia alimentar, se nutrindo de insetos e outros invertebrados. Ou seja, entre outras coisas, eles
são responsáveis pelo controle de diversas pragas, assim, consomem presas e evitam que se
tornem prejudiciais ao ecossistema como um todo. Mas essa não é a sua única função.
Atualmente, já se sabe que esses animais são bioindicadores, ou seja, sua presença num local
funciona como indicador de que o ambiente está em equilíbrio ecológico. Então, quando eles
começam a desaparecer algum dano ao ambiente pode estar acontecendo” e é o que configura
uma das principais causas diminuição das populações dos anfíbios ao redor do mundo.

Graças a sua vida ligada à água, são importantes no transporte de nutrientes


(sobretudo fósforo e nitrogênio) entre os ecossistemas aquáticos e terrestres. Estes elementos
químicos citados são transportados pela chuva da terra para água, onde são utilizados pelas
plantas e algas. Estes organismos são consumidos pelos girinos, que após a metamorfose, se
integram ao ambiente terrestre, completando o ciclo.

Importância Médico-Veterinária

Intoxicações de envenenamento por anuros são raras, o que não significa que não existam. Tais
animais possuem um veneno defensivo, produzido por glândulas situadas na região dorsal da
pele, em especial por glândulas retro auriculares (paratóides), sem a presença de aparelho
inoculador (AUTO, 2005). Alguns anuros citados como venenosos por Auto (2005), pertencem
ao gênero Bufo, sendo representados por espécies como o Sapo-Boi e o Sapo Cururu, cujo
veneno é composto por uma mistura de vários elementos ativos, destacando-se substâncias de
ação semelhante à adrenalina, digitálicas (efeitos cardíacos) e neurotóxicas. Dentre as espécies
que apresentam toxicidade, podemos citar os sapos da família Bufonidae, as rãs da família
Atelopodidae, Dendrobatidae, Discoglossidae, Hylidae, Phyllomedusae, Pipidae, Ranidae e
algumas salamandras do gênero Salamandra.

“Zooterapia” é definida como a “prática de cura” de doenças humanas utilizando substâncias


de origem animal, sendo que alguns medicamentos já em uso foram elaborados a partir de
produtos metabólicos animais, como suas secreções. A rã Phylobatis terribilis, é utilizada como
arma letal nas zarabatanas dos índios locais, podendo matar assim que seu veneno penetrar na
circulação sanguínea. Na cidade de Espigão do Oeste (Rondônia), um público de classe média
alta vem recorrendo ao uso da “vacina do sapo” buscando uma forma de medicina alternativa.
Os usuários buscam terapias não convencionais para a cura de problemas de saúde, como
diabetes, gastrite, dores musculares, reumatismo, e alergias. É válido lembrar que tal prática
ainda não é legalmente reconhecida.

Importância Econômica
Tanto os sapos como as rãs tem impacto na economia, porém de formas diferentes. A rã é
mundialmente consumida como alimento exótico, porém sua origem como fonte de
alimentação é incerta, com registros divergindo entre Grécia e China. Além disso, seus
subprodutos tão tem uma gama de utilização. Os sapos tem papel importante no controle de
mosquitos e suas larvas, dessa forma, evitando maior população de mosquitos, o que poderia
gerar um aumento no números de casos de doenças que tem o mosquito como vetor de
transmissão, que é o caso da dengue e da Chikungunya.

Ranicultura
É a área da Zootecnia destinado a produção de rãs e seus derivados. No sistema de
criação intensivo, o Brasil se destaca como principal produtor, sendo os estados de São Paulo e
Rio de Janeiro ocupando os primeiros lugares.

A criação ocorre em sistema intensivo, conhecido como Anfigranja. Todo o processo


desde a fecundação dos ovos até o abate dura cerca de 6 meses. É uma produção com baixo
investimento e o valor de revenda é interessante. O preço da carne de rã varia de R$ 35,00 a R$
45,00 o quilo vendido pelo produtor. Porém em uma rede de supermercados no RJ, o preço
chega a R$ 119,00 o quilo, sendo mais cara que muitos cortes premium de carne bovina.

Isso mostra o potencial produtivo da ranicultura, mesmo sua produção ainda sendo
baixa, com cerca de 160 toneladas por ano e boa parte é exporta para consumo do mercado
internacional. Outra área econômica impactada pela produção de rã é a área de fabricação da
rações, visto que em cativeiros, os animais são alimentados com ração para peixes carnívoros,
pois ainda não foram desenvolvidas rações específicas.

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