DUMONT - SP 2020
AVALIAÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA COMO CONTRIBUINTE PARA
UM DIAGNÓSTICO CLÍNICO: UM ESTUDO DE CASO
RESUMO
ABSTRACT
The present work addresses the theme of neuropsychopedagogical assessment as a
contributor to a clinical diagnosis, through the investigation of learning processes, based
on brain functions. The study aims to conduct a field research with
1 Graduada em Pedagogia pela Faculdade “Barão de Mauá”, Ribeirão Preto – SP 1997; Habilitada em
Educação Especial: Ensino de Deficientes Mentais – UNESP, Araraquara – SP 1999; Especialista em
Educação Especial e Inclusão – FATECE, Pirassununga –SP 2009; Especialista Práticas de Letramento e
Alfabetização - UFSJ, São João del-Rei – MG 2010; Especialista Neuropsicopedagogia e Educação
Especial Inclusiva – FSF, Rio de Janeiro – RJ 2016; Especialista Educação Especial e Inclusiva: Ação
Docente Especializada – FAIARA, Araguatins – TO 2018; Especialista Neuropsicopedagogia Clínica –
FUTURA, Votuporanga – SP 2019; 2ª Graduação Educação Especial – FIAR, Ariquemes – RO em curso
2020. E-mail: marinacbatista@prof.educacao.sp.gov.br
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the purpose of identify possible learning difficulties, in addition to proposing
intervention alternatives in the diagnosed difficulties taking into account the
neurofunctional bases, the neuropsychological processes to analyze the
neuropsychocognitive functions that intervene in learning as an investigation of learning
as an integrative function, in which the body is related , the psyche, and the mind so that
the individual can appropriate knowledge. The main neuropsychological processes and
functions analyzed were: executive functions (attention, cognitive flexibility, capacity
for planning, behavior and thinking); cognitive skills (listening and writing
comprehension, syntactic awareness; arithmetic, emotion and volition); and learning
strategies used in the teaching-learning context. To carry out the practical actions, a
teenager from the 7th grade of the public school in the municipality of Sertãozinho was
evaluated at the Resource Center. The analysis of results and feedback aimed at meeting
the immediate needs of the individual, through intervention suggestions that will allow a
trial of new study strategies and school learning, in addition to closing neurological
clinical diagnosis.
KEY WORDS: Neuropsychopedagogical assessment. Executive functions. Cognitive
abilities. Teaching strategies.
INTRODUÇÃO
TESTE PROVA DE ARITMÉTICA – PA: Prova de Aritmética (PA: Seabra et al, 2009,
2013) avalia distintos aspectos da competência aritmética, incluindo escrita por extenso
de números apresentados algebricamente, escrita da forma algébrica de números
pronunciados pelo aplicador, escrita de sequências numéricas crescente e decrescente,
comparação de grandeza numérica, cálculo de operações apresentadas por escrito e
oralmente, e resolução de problemas matemáticos. Dessa forma, o instrumento
possibilita a avaliação abrangente da competência aritmética, abarcando os domínios de
processamento numérico e cálculo.
A PA possui seis subtestes. No primeiro deles, é avaliada a habilidade de leitura
e escrita numéricas. Assim, o participante é solicitado a ler e escrever números. Na
primeira parte, o participante vê cinco números escritos de forma algébrica, devendo
escrevê-los por extenso.
Na segunda parte, o aplicador diz cinco números e o participante deve escrever
tais números de forma algébrica. A pontuação máxima no subteste é de 10 pontos,
sendo cinco pontos em cada parte.
No segundo subteste, de contagem numérica, o participante deve escrever os
números em duas sequências. Inicialmente, a partir do número 50, em ordem crescente,
de dois em dois números, até o número 62. As instruções são fornecidas por escrito e
exemplificam o início da reposta, com os números 50 – 52. Na segunda parte, o
participante deverá escrever uma sequência a partir do número 30, em ordem
decrescente, de três em três números, até o número 12. As instruções também são
fornecidas por escrito e exemplificam o início da resposta, com os números 30 – 70. A
pontuação máxima no subteste é de 10 pontos, sendo cinco pontos em cada parte.
No terceiro subteste, de relação maior – menor, são apresentados por escrito
quatro pares de dois números cada e o participante deve indicar qual é o número maior,
circulando-o. Por exemplo, o primeiro par apresentado é: 8 - 2. O participante deve
circular o número maior, nesse caso, o número 8. A pontuação máxima no subteste é de
quatro pontos.
Por sua vez, no quarto subteste são apresentados cálculos para o participante
resolver, sendo os cálculos já apresentados como “contas montadas” com as quatro
operações básicas de adição, subtração, multiplicação e divisão. Há quatro contas para
cada uma das quatro operações básicas e a pontuação máxima no subteste é de 16
pontos.
No quinto subteste também são apresentados cálculos para o participante
resolver, mas os cálculos são apresentados oralmente pelo aplicador e a criança deve
solucioná-los montando a conta no papel. Também há quatro contas para cada uma das
quatro operações básicas, sendo a pontuação máxima também de 16 pontos.
Finalmente, no sexto subteste da PA são apresentados quatro problemas
redigidos por extenso que devem ser lidos e solucionados pelo participante, também
envolvendo cálculos simples com as quatro operações básicas, de modo que a
pontuação máxima nesse último subteste é de 4 pontos.
A frequência média de erros obtida por K.M.T. foi dois pontos ambos na
multiplicação, e um total de 58 pontos de acertos com pontuação padrão 118 cuja
classificação padrão é alta. O resultado do teste evidenciou que o mesmo apresenta alto
potencial matemático.
ÁREA PONTUAÇÃO
SAÚDE 1
HÁBITOS 5
COMPORTAMENTOS 9
PONTUAÇÂO GERAL 15
Na área da saúde não houve comprometimento, K.M.T. não possui nenhuma
patologia evidenciada pela família de ordem física ou neurológica, apenas refere-se à
queixa de dor de cabeça que acontece ao menos uma vez por semana. O que sugere uma
avaliação oftalmológica.
Em relação aos hábitos foi registrado com a mãe dificuldade com trocas na fala e
gagueira moderada (de acordo com a fonoaudiologia quanto à fluência verbal não
ocorreram alterações que se caracteriza gagueira, a fala às vezes é rápida e acontecem
algumas repetições não frequentes). Não apresenta distúrbios alimentares nem costuma
pegar coisas dos outros às escondidas. Apresenta dificuldade moderada de sono, refere-
se a medo por isso dorme com a mãe, não respeita as regras de horário para dormir,
costuma dormir tarde. Apresenta uma relação de medo referente ao pai (os pais são
separados, K.M.T. não gosta de ir com o pai, mas vai por medo). Apresenta movimento
repetitivo de piscar os olhos e roer as unhas das mãos e a dos pés corta com a mão (SIC
mãe).
Quanto ao comportamento a mãe relatou ser um pouco agitado, impaciente e
desobediente. Tende a ter medo de situações nova, muito agarrado à mãe, tímido e
retrai-se na presença de desconhecidos, inseguro e não tem confiança em si mesmo.
Tem dificuldade de lidar com o próprio cabelo (enrolado), não gosta de penteá-lo.
Quanto aos aspectos escolares a família registrou que no momento não tem
apresentado resistência para a realização das atividades escolares, buscando auxilio com
os colegas de classe.
K.M.T. já faz terapia psicológica no NADEF e está em avaliação
neuropsicológica.
Segundo Graminha e coelho (1994), pontuação acima de 16 revela
comprometimento do paciente para essa escala sendo um indicativo de necessidade de
atendimento psicopedagógico clínico. O paciente em estudo obteve escore global de 15
pontos, tal resultado inspira cuidado e atenção mais diretiva para com o mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Projeto Escola da Diversidade. Cartilha do Professor. Ed. Instituto Glia, 2014.
FERREIRA, V. J. A. O que todo professor precisa saber sobre neurologia. São José
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OLIVEIRA, Katya Luciane de, Boruchovitch, Evely, Santos, Acácia Aparecida Angeli
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