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Mandioca

Centro de origem
A mandioca seria originária da América do Sul mais especificamente de alguma região
remota no oeste do Brasil (sudoeste da Amazônia)

De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, situando-se


entre os oito primeiros produtos agrícolas do país, em termos de área cultivada, e o
sexto em valor de produção.

http://www.cnpmf.embrapa.br/index.php?p=pesquisa-culturas_pesquisadas-
mandioca.php

Informações Botânicas
Classificação científica:

Reino – Plantae

Divisão - Magnoliophyta

Classe – Magnoliopsida

Ordem – Malpighiales

Família – Euphorbiaceae

Gênero – Manihat

Espécie – M. esculenta

A Mandioca,é uma planta de:

- porte arbustivo;

- perene e

- resistente à seca

Pode variar entre pouco mais de um metro até os 5 metros de altura.

As suas raízes são do tipo:

-tubérculo;
-grossas e

-alongadas.

Podendo atingir, em casos extremos, até 2,5 metros de comprimento, 15 centímetros de


diâmetro e chegar a alcançar os 40 quilos de peso. Mas a média de peso da raiz da
Mandioca é entre 4 e 7 quilos.

As suas folhas são:

-pecioladas;

-tripartidas ou até heptapartidas, com contorno linear-lanceolado.

As suas flores, de até 1,2 centímetro de comprimento, se agrupam em inflorescências


do tipo panícula.

Os frutos são do tipo:

-cápsula (3 sementes por cápsula),

-globosos.

http://nplantas.com/mandioca-descricao-botanica/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mandioca

Número de cromossomos
Nas análises citogenéticas da meiose, a mandioca demonstra ser uma espécie diplóide,
possuindo 2n=36 cromossomos, com meiose regular de 18 bivalentes, mas de origem
alotetraploide segmental com um numero básico de cromossomo X = 9 (SILVA e
outros, 2008).

Métodos de melhoramento
Para fins de melhoramento genético, a taxa de cruzamento é facilmente manejável,
permitindo desde 100% de autofecundação até 100% de cruzamentos (FARIAS e outros
2006).

A mandioca é uma espécie monoica, com flores masculinas e femininas dispostas na


mesma inflorescência. As flores masculinas são formadas na parte superior das
inflorescências, em maior número, enquanto as flores femininas encontram-se na parte
basal, em número inferior.

Apresenta protoginia, ou seja, as flores femininas abrem uma semana antes das flores
masculinas. Entretanto, durante as inflorescências da mesma planta podem ocorrer a
abertura simultânea das flores masculinas e femininas.
Dessa forma, tanto a autofecundação como a fecundação cruzada ocorre naturalmente.
É considerada uma espécie preferencialmente alógama e altamente heterozigota.

A mandioca sendo uma espécie alógama,apresenta alta heterozigose e ampla


segregaçãona primeira geração após a hibridação. Quando se identifica um hibrido
superior nessa primeirageração, é feita a fixação por meio da propagaçãovegetativa, ou
seja, a clonagem do hÍbrido. Essaé a grande vantagem da mandioca em trabalhosde
melhoramento. Contudo, há que se trabalharcom populações grandes, além da
dificuldade dese estimar com precisão a performance dosgenótipos gerados, e a baixa
taxa de propagaçãovegetativa, o que vem a ser as desvantagens daespécie para o
melhoramento (FUKUDA, 2002).

Os principais métodos de melhoramento utilizados na cultura da mandioca são a


introdução e a seleção de variedades, ashibridações intra-específicas, inter-específicas e
aindução de poliplóides. Segundo ESPINOZA(1991), as técnicas de hibridação podem
ser:hibridações controladas ou policruzamentos. Ahibridação controlada, pelo
tamanhorelativamente grande das flores femininas e pelaseparação das flores
masculinas é uma técnicafácil na cultura da mandioca

Apesar de adaptar-se a diferentes condições edafoclimáticas, a mandioca apresenta alta


interação dos híbridos com o ambiente, indicando que um mesmo genótipo dificilmente
comporta-se da mesma maneira em todas as regiões ecológicas (LEITÃO, 1970).

Nessa cultura, alguns fatores influenciam a escolha dos métodos de melhoramento, tais
como as características genéticas da espécie, o nível de endogamia, o hábito de
florescimento e de polinização das plantas, a baixa taxa de produção de semente por
polinização e o seu modo de propagação vegetativa.

Acrescenta-se a isso, a macho-esterilidade, comum na espécie, e o seu alto grau de


heterozigosidade (FARIAS e outros, 2006).

A mandioca, por tratar-se de uma espécie alógama, altamente heterozigota, apresenta


ampla segregação na primeira geração, após a hibridação. Uma vez identificado um
híbrido superior, na primeira geração, o mesmo é fixado por meio da propagação
vegetativa, o que constitui vantagem em trabalhos de melhoramento.

A hibridação intraespecífica, seguida de seleção, é o método mais comum utilizado em


mandioca, quando se deseja criar variabilidade ou transferir características de interesse
econômico. Os cruzamentos são realizados entre parentais da mesma espécie,
portadores de características complementares, seguidos de seleção fenotípica dos
clones, individualmente, baseada na sua performance, através de anos e em diferentes
locais. O sucesso deste método depende, fundamentalmente, da escolha adequada dos
parentais e da eficiência da seleção dos híbridos dentro das progênies, resultantes de
cada cruzamento (FARIAS e outros, 2006).

O melhoramento genético da cultura da mandioca tem se desenvolvido em diferentes


estágios, tais como avaliação de variedades nativas, coleta e intercambio de
germoplasma regional e global, recombinação e seleção de clones e uso de espécies
silvestres para ampliar a base genética.
As atividades do Programa de Melhoramento Genético de Mandioca do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC) iniciaram-se na década de 1930. O projeto é o mais
antigo existente na área e conta com a maior variabilidade genética dos bancos de
germoplasma do mundo. O programa gerou as primeiras técnicas de produção comercial
da cultura, que até então encontravam-se em níveis de subsistência e ainda com traços
de exploração indígena. (Bazzo, 2007).

Atualmente, o programa trabalha no desenvolvimento de novos clones (genótipos ainda


não cultivados) que estão em fase final de avaliação, aguardando a validação
agronômica para serem disponibilizados aos produtores. O principal objetivo do IAC é a
obtenção de novas variedades com maiores teores de matéria-seca e maior
produtividade para as variedades voltadas à indústria. O pesquisador acredita que o
principal benefício decorrente do desenvolvimento de novas cultivares para os
produtores é a valorização da plantação. (Bazzo, 2007)
Segundo o pesquisador, no início, o instituto diagnosticou as principais cultivares
plantadas, orientando os produtores para aquelas mais produtivas. Posteriormente,
houve a preocupação em identificar as variedades que possuíam maiores teores de
matéria-seca (indicativo de maiores teores de amidos e, conseqüentemente, mais
rendimento industrial) e com maior tolerância à bacteriose, principal doença que ataca
os mandiocais. Ele acredita na necessidade de fortalecer o sistema produtivo da
mandioca e buscar recursos que viabilizem o desenvolvimento de novas tecnologias.
(Bazzo, 2007)

Um dos trabalhos pioneiros no Brasil, quanto ao melhoramento genético da mandioca,


teve início, em São Paulo, com a criação, em 1935, da Seção de Raízes e Tubérculos do
Instituto Agronômico (IAC). Naquela época, os trabalhos iniciaram-se com a
constituição de uma coleção de variedades da região e de outros estados e avaliação
desses materiais. (Cordeiro, 2003)

Os trabalhos de melhoramento genético com a cultura da mandioca no Brasil iniciaram


em meados do século 20, sendo intensificados no anos 40 por instituições de pesquisa
regionais que procuraram atender as demandas de cada região; concentraram-se
principalmente, na introdução e avaliação do germoplasma disponível. (Farias; Souza;
Mattos; Fukuda, 2006, p.326)

Na Região Sudeste, as primeiras pesquisas de melhoramento genético da mandioca


foram realizados pelo Instituto Agronômico de Campinas, a partir do ano de 1940,
utilizando-se a recombinação entre as variedades, por meio de cruzamentos controlados
entre parentais heterozigóticos e seleções durante gerações sucessivas de multiplicação
vegetativa. A partir de 1969, o programa foi ampliado, com o aumento significativo da
geração de novos clones. Paralelamente aos trabalhos de cruzamento o Instituto
Agronômico de Campinas efetuou coletas sistemáticas de germoplasma de mandioca no
Estado de São Paulo. (Farias; Souza; Mattos; Fukuda, 2006, p.326)
No Estado de Minas Gerais, os trabalhos de melhoramento genético com a cultura
tiveram inicio nos anos 50, pelo Instituto de Pesquisa Agropecuária do Centro-Oeste,
com a coleta e seleção de variedades adaptadas ao Estado. (Farias; Souza; Mattos;
Fukuda, 2006, p.326)

No Estado do Rio de Janeiro, as pesquisas de melhoramento da mandioca foram


iniciadas pelo Instituto de Pesquisa Agropecuária do Centro-Sul e resumiram-se a
introdução e avaliação de germoplasma. (Farias; Souza; Mattos; Fukuda, 2006, p.327)
Na Região Norte do Brasil, as primeiras pesquisas em melhoramento genético da
mandioca foram conduzidas pelo Instituto de Pesquisa Agropecuária Norte, a partir de
1947, quando se efetuaram os primeiros cruzamentos controlados e autofecundações,
alem de coletas de variedades regionais. (Farias; Souza; Mattos; Fukuda, 2006, p.327)

Na Região Nordeste, o melhoramento da mandioca foi iniciado em 1952 pelo Instituto


de Pesquisa Agropecuária do Leste, na Bahia, com a coleta e avaliação de variedades
regionais e cruzamentos abertos. (Farias; Souza; Mattos; Fukuda, 2006, p.327)

Em 1969, a Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, iniciou um amplo


programa de melhoramento genético da mandioca para o Nordeste, com a formação de
um banco de germoplasma e a geração e avaliação de milhares de híbridos. (Farias;
Souza; Mattos; Fukuda, 2006, p.327)

No Sul do Pais, os trabalhos de melhoramento com a mandioca foram iniciados em


1942, pela Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, com a formação e
avaliação de um banco de germoplasma com 500 acessos e a geração de novos clones
por recombinação Muitas das variedades recomendadas nesse período ainda
continuaram em uso pelos produtores de mandioca. (Farias; Souza; Mattos; Fukuda,
2006, p.327)

A partir de 1976, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em parceria com as


Unidades Estaduais de Pesquisa e Universidades, passou a desenvolver e coordenar
projetos de melhoramento genético com a cultura da mandioca, visando atender
diferentes ecossistemas do Pais. (Farias; Souza; Mattos; Fukuda, 2006, p.327)
A geração e seleção de novos clones, por meio de recombinações, tem sido
desenvolvidas por poucas instituições de pesquisa no Brasil. Nesse aspecto, destacam-se
trabalhos de melhoramento da mandioca para as condições de cerrados e para diferentes
ecossistemas e formas de utilização. (Farias; Souza; Mattos; Fukuda, 2006, p.327)
Com resultados principais desses trabalhos foi ampliada a base genética de mandioca
nos bancos de germoplasma do Pais, identificados e gerados novos clones resistentes as
principais pragas e doenças, com alto potencial de rendimento de raízes e adaptados aos
diferentes ecossistemas onde se cultiva a mandioca no Brasil. (Farias; Fukuda, 2006,
p.328)
A intensificação dos trabalhos de recombinação por meio de cruzamentos tem
apresentado ganhos significativos nos últimos anos, com o lançamento de vários
híbridos resistentes a pragas e doenças, com alto potencial de rendimento de raízes e
aceitação por parte dos produtores de mandioca. (Farias; Souza; Mattos; Fukuda, 2006,
p.328)

http://www.uesb.br/mestradoagronomia/banco-de-dissertacoes/2011/cristiane-
nolasco.pdf

http://fitopatologia1.blogspot.com.br/2010/07/melhoramento-genetico-da-
mandioca.html

Resultados dos melhoramentos no Brasil


A cultura da mandioca apresenta ampla variabilidade genética, representada pelo grande
número de variedades disponíveis em todo o País. Até o momento, já foram
catalogadas, no Brasil, mais de 4 mil variedades, mantidas em coleções e bancos de
germoplasma de várias instituições de pesquisa.

Na região Nordeste do Brasil, o melhoramento vem sendo realizado para se obter resistência à
pragas, como o ácaro, cuja incidência é alta nessa região, e nas regiões dos cerrados brasileiros
(FUKUDA, 2002).

Outra linha importante dos programas de melhoramento da mandioca é na obtenção de


cultivares com maiores teores de proteína. O professor da Universidade de Brasília (UnB)
Nagib Nassar, trabalha com a hibridização da mandioca para o aumento do teor protéico (de
1,5% para 4% de proteínas). A técnica utilizada consiste em duplicar os cromossomos da planta
original, onde tal mecanismo científico aumenta de 30% a 40% o conteúdo de proteína do
vegetal, apenas cruzando espécies silvestres (que possuem 8% de proteínas) com a mandioca
comum. (JORNAL DA CIÊNCIA, 2005).

Outros programas de melhoramento genético da mandioca foram realizados para adaptação à


estresses abióticos, como resistência à seca e tolerância a solos com altos teores de alumínio,
além de tolerância a condições de frio (FUKUDA, 2002).

Algumas variedades brasileiras:

-Roxinha (resistente a bacteriose) ;

- Fibra(resistente a bacteriose) ;

-IAC 12(resistente a bacteriose) ;

- IAC 13 (apresenta grande adaptabilidade para produção de raízes e solos pobres);

- IAC 14 ( alta resistência a bacteriose e ao superalongamento);

- IAC 15 ( resistente a bacteriose e ao superalongamento e muito produtiva).


http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/mandioca_centrosul/
cultivares.htm

http://energia.fca.unesp.br/index.php/rat/article/view/1153/484

Conclusão
O melhoramento genético da mandioca, pelos métodos convencionais ou por métodos
biotecnológicos vêm alcançando sucesso, disponibilizando clones para os produtores de
alta qualidade culinária, resistente à pragas e doenças, com menores potenciais
cianogênicos,entre outras características de interesse. A ampla variabilidade das
variedades existentes nas roças de mandioca merecem destaque, e são necessários mais
estudos e pesquisas para se obter maior conhecimento e saber a melhor utilização do
germoplasma disponível.

http://energia.fca.unesp.br/index.php/rat/article/view/1153/484

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