Você está na página 1de 16

MÉTODOS ITERATIVOS UNIDADE III

CAPÍTULO 1
Problemas de auto valores

Como vimos, os sistemas lineares são diversas equações que se combinam de forma
que consigamos obter valores para incógnitas. Esses jargões matemáticos parecem

questionamento de quanto valem as figuras utilizadas.

Pois bem, se você tentou resolvê-lo, deve ter acertado a resposta. Se eu falar para você
que esse modelo de questão é simples e puramente um sistema linear, você acreditaria?
As figuras nada mais são do que as incógnitas, que foram colocadas de forma lúdica,
para que você pudesse pensar “fora da caixinha”. Nesse capítulo, falaremos mais sobre
esses sistemas e incógnitas.

O uso dos sistemas lineares tem relação direta com várias áreas do conhecimento
(física, química, engenharia, informática, economia, biologia, medicina, ciências
humanas), ocupando um lugar de destaque no mundo científico contemporâneo, a
partir do desenvolvimento e aplicabilidade de vários softwares. Em cálculo de resistência
das estruturas, em eletromagnetismo ou, até mesmo, em resoluções de equações no
cálculo diferencial, necessita-se, obrigatoriamente, da existência de pelo menos duas
incógnitas e duas equações.

de ordem n, na qual existem x linhas e x colunas, representada pela estrutura aij. Essa
estrutura matricial segue a formulação de Ax = b, chamada de “coeficiente da incógnita”.
Xj e bi são chamados de “termos independentes”, sendo que i e j devem ser números
naturais.

52
MÉTODOS ITERATIVOS | UNIDADE III

Um sistema linear é classificado quanto aos seus tipos de soluções, ou seja, a forma
como a resolução se finda ao longo do processo matemático. Ele pode ser considerado
compatível ou incompatível, dependendo de apresentar ou não uma solução.

a. possível e determinado (solução única) – SPD;

b. possível e indeterminado (infinitas soluções) – SPI; e

c. impossível (não tem solução) – SI.

Quando dizemos que um sistema é possível, significa que ele tem solução. Quando
dizemos que um sistema é impossível, significa que ele não tem solução, e, provavelmente,
nenhum par ordenado satisfaz mutuamente as equações fornecidas.

Já um sistema determinado só possui uma possibilidade, ou seja, um único par ordenado,


enquanto um indeterminado possui infinitas possibilidades, ou seja, infinitos pares
ordenados.

Dizemos que dois sistemas de equações lineares são equivalentes quando admitem a
mesma solução, e que o sistema de equações lineares Ax = b é consistente se apresentar,
pelo menos, uma solução; caso contrário o sistema é inconsistente.

Observa-se que, quando se trata de um sistema triangular determinado, ou seja, quando


o conjunto aij é diferente de zero, eles são facilmente resolvidos por substituição, e a
equação só admite um resultado.

Em um sistema genérico, calcula-se primeiro o xn na n-ésima equação e, a seguir,


leva-se o valor de xn na (n-1)-ésima equação, calcula-se o valor de (n-1), e assim
sucessivamente, até o cálculo de todos os itens presentes do sistema linear, podendo
haver um sistema com uma solução ou com infinitas soluções, dependendo das raízes
das equações lineares.

São considerados sistemas equivalentes aqueles cujo resultado de uma equação pode
ser obtido através de outras equações, por meio de transformações.

equivalentes (ou elementares), as operações de equações de sistemas lineares que


podem trocar a ordem de duas equações dentro do sistema, multiplicar uma equação
do sistema por uma constante diferente de zero e adicionar duas equações ao sistema
linear.

53
CAPÍTULO 2
Métodos iterativos

por métodos diretos (método de Gauss, método de pivotação completa, método de


Jordan e cálculo de determinantes) e métodos iterativos (método de Jacobi e método

Considere uma matriz Ax = b, transformada num sistema triangular equivalente (ou


superior), cuja Ux = c, que pode ser facilmente resolvida por substituição, seguindo
as etapas do exemplo abaixo.

Vamos resolver o sistema linear, pelo método direto, através do método de eliminação
de Gauss.

w = 1,8085

[A/b](0) =

54
MÉTODOS ITERATIVOS | UNIDADE III

média, também aumentada, onde A se torna uma matriz triangular superior, e resolver

a. Para iniciar o cálculo por retrossubstituição, devem-se zerar todos os valores


dos elementos da primeira coluna, abaixo da diagonal principal, através do

Após essas eliminações, por contas matemáticas, utilizando os valores

(1) = b1

b. Agora, devem-se zerar todos os valores dos elementos da segunda coluna,


abaixo da diagonal principal, utilizando o mesmo método acima, colocando

55
UNIDADE III | MÉTODOS ITERATIVOS

multiplicação de todos os determinantes encontrados ao longo do Pivotamento, ou


seja, por substituições retroativas.

do método de Gauss, tem-se como conhecimento o significado de linha, coluna,


multiplicador, coeficientes das incógnitas, termos independentes e suas transformações
matemáticas; ou seja, equivalentemente, devemos resolver o sistema linear com
n-equações e n-incógnitas.

permutar duas equações, multiplicar uma das equações por uma constante diferente
de zero e adicionar ou subtrair um múltiplo da equação a outra.

Os multiplicadores mij do método da eliminação de Gauss podem ser organizados em


matriz L triangular inferior, com diagonal unitária, ou seja, A = L.U, o que chamamos
de fatoração LU de A.

e o método de eliminação de Gauss são equivalentes e, na prática, podemos guardar


os multiplicadores utilizados para transformar a matriz triangular superior A em uma
matriz superior U. Assim, podemos descrever que este método é similar ao anterior, de
fatoração LU, no qual podemos decompor o sistema, por meio de uma simplificação,
só e somente só quando a matriz for simétrica, positiva e definida.

Seja A = (aij)i,j = 1, ..., n, uma matriz simétrica e definida positiva, então existe uma
matriz R = (rij)i,j = 1, ..., n, triangular superior, com diagonal positiva, tal que A =
RtR de maneira única.

Para saber mais sobre o algoritmo do processo de decomposição LU, das Matrizes
U e L consulte o manual , de Ralson e Rabinowitz.

56
MÉTODOS ITERATIVOS | UNIDADE III

primeiro, escolhe-se uma aproximação inicial chamada de x(0); a partir dela, geram-

Seja o sistema já conhecido Ax = b dado da forma de vetor solução de um sistema


de equações lineares genéricos, o método de Gauss-Seidel consiste em partir de uma

número de incógnitas presentes no sistema, utilizando as equações lineares.

Após a aplicação anterior, continuam-se a gerar novas aproximações, até que o critério

a. tolerância;

b.

Prosseguindo as iterações, você notará que o método de Gauss-Seidel converge para


a solução mais rapidamente que o método Jacobi.

57
UNIDADE III | MÉTODOS ITERATIVOS

que garantam a convergência, ou seja, os métodos se convergem, se, e somente se, os


critérios de análise considerarem que todos os vetores do sistema devem ser nulos,
para que, assim, tenhamos uma matriz A nula.

Sobre a relação entre os dois métodos iterativos Jacobi-Richardson e Gauss-Siedel,

» X(0) = (000...0)T para o método de Gauss-Siedel; e

» X(0) = b* para o método de Jacobi-Richardson.

Quando estamos lidando com soluções de equações de sistemas lineares, temos sempre
que escolher um dos métodos diretos ou o iterativo para a solução.

Na implementação computacional, o método Gauss-Siedel necessita de um vetor para


as variáveis; já o método Jacobi-Richardson necessita de dois.

58
CAPÍTULO 3
Métodos de transformação

Para que exista um método prático de aplicação de sistemas lineares, faremos algumas
observações e comparações dos métodos vistos até agora.

De forma abrangente, os métodos diretos são utilizados para processos finitos, quando
há determinação da solução do sistema, e deve ser utilizada quando a matriz apresentar
poucos elementos diferentes de zero. Em exemplos de aplicações práticas, os métodos
de decomposição parecem ser mais atrativos, uma vez que a matriz do sistema obtido
permanece alterada (BARROSO et al., 1987).

Resumidamente, os métodos iterativos devem ser usados em caso de resolução de


sistemas lineares com grandes quantidades de linhas e colunas quando a matriz
for espaçada, ou seja, diferente do método direto, quando a matriz apresentar
vários elementos iguais a zero.

Na prática, também conseguimos utilizar um software numérico, no qual o aluno deve


selecionar o módulo de sistemas lineares e, posteriormente, selecionar a opção dos

especificações físicas e químicas diferentes e estão em um recipiente. Esses materiais


estão dispostos em camadas, não misturadas, de modo que seja facilmente verificável
o volume de cada um deles, uma vez que se encontram em um recipiente graduado.
Para colocar o problema em termos matemáticos, designamos os materiais L, D e U,

com mais de uma incógnita.

» L – matriz triangular inferior;

» D – matriz diagonal; e

» U – matriz triangular superior.

59
UNIDADE III | MÉTODOS ITERATIVOS

Dada uma aproximação inicial (o) x, o Método de Gauss-Jacobi consiste em obter

(o) x ,

(1) x ,

(k) x

por meio da relação recursiva.

A transição da matemática desenvolvida para o ensino universitário apresenta uma


série de dificuldades para os alunos. Considerando a forma de abordagem presente
em livros didáticos de assuntos específicos – em especial, matrizes, sistemas lineares e
determinante –, há a necessidade de apresentar, de forma simples, as aplicações desses
conceitos.

Sabemos que o esforço computacional de um algoritmo é a quantidade de operações


elementares necessárias para calcular a solução do problema para o qual ele foi
desenvolvido e, como observado, os sistemas de equações lineares exigem um pequeno
esforço computacional para a obtenção de uma solução. Esse fato nos motiva a
transformar um sistema de equações lineares em um sistema equivalente, por exemplo,
triangular, permitindo assim o uso massivo dos algoritmos.

Esses algoritmos não são apenas utilizados para simples resoluções de exercícios em sala
de aula, mas encontram-se em diversas profissões (executivos altamente qualificados,
tecnólogos superiores, altos cargos industriais, administrativos, engenheiros), a
necessidade dessa competência matemática podendo ser adaptada à realidade de cada
profissão.

Os profissionais da engenharia, por exemplo, necessitam da formação de competências


matemáticas, como o uso de sistemas lineares e seus métodos, para as quais devem
construir modelos para descrever e analisar situações, testar hipóteses, analisar e
otimizar processos, entre outros.

De forma condensada, a matriz é um conjunto de valores agrupados em linhas


(horizontais) e colunas (verticais), cujo objetivo é realizar várias operações, de forma
que existam, pelos menos, duas incógnitas.

60
MÉTODOS ITERATIVOS | UNIDADE III

Baseado nas resoluções possíveis dos sistemas lineares, através de métodos apresentados,
entende-se que não podemos, de fato, dizer qual dos métodos seria o mais eficiente,
mas podemos, sim, por meio de alguns critérios, afirmar que os métodos diretos
são indicados para sistemas menores, com matrizes mais complexas, enquanto os
métodos iterativos são vantajosos para sistemas maiores, com convergência presente
e com coeficientes menos complexos, ou seja, com maior proporção de zeros em seus
elementos.

No método iterativo, que consiste em calcular uma sequência de valores, com aproximação
inicial, dado Ax = b, torna-se possível obter um sistema equivalente, pois basta tomar

As causas para esse comportamento podem ser atribuídas, por exemplo, à mudança
de matéria-prima, a um inspetor menos experiente que tenha assumido o posto
temporariamente ou a equipamentos de inspeção com problemas de calibração. Se isso
for constatado, o problema pode ser eliminado e os valores fora dos limites podem
ser desconsiderados.

Novas estimativas devem, então, ser feitas até que o processo esteja sob controle. A
partir desse ponto, novas amostras devem ser coletadas para que o monitoramento
do processo prossiga.

A pergunta norteadora abordou um aspecto muito importante do processo de construção

do processo são desconhecidos. Como vimos nos exemplos apresentados, é necessário


utilizar amostras iniciais para referência quando valores médios, desvios-padrão e
frações de itens defeituosos de um processo não são inicialmente conhecidos. Essas
amostras preliminares permitem estimar limites de controle e identificar eventuais
condições fora de controle que podem ser ajustadas antes de se prosseguir com o
monitoramento.

Todo processo apresenta certa variabilidade que pode ser natural ou devido a causas
especiais, e sua capacidade depende de como essas variações se comparam com as
exigências definidas para o produto.

A capacidade pode ser definida, portanto, como a habilidade de produzir itens cujas
características da qualidade estejam de acordo com os valores especificados. Mesmo que

61
UNIDADE III | MÉTODOS ITERATIVOS

um processo esteja sob controle estatístico e causas especiais de variação não estejam
presentes, ainda assim há variações inerentes ao processo que afetam a capacidade.

A capacidade de um processo está relacionada com a sua habilidade de produzir itens


com um nível aceitável de qualidade, sendo, portanto, uma medida da variabilidade
do processo confrontada com os limites de especificação do produto. Um valor
numérico que representa a capacidade pode ser obtido por meio de índices ou razões
de capacidade, e esta pode ser analisada utilizando técnicas como histogramas e gráficos
de probabilidade.

Nesta seção, são introduzidos os conceitos de limite natural de tolerância, limite de


especificação e limite de controle e, a seguir, são apresentadas as principais técnicas
de análise e quantificação da capacidade de processos.

Para que a análise de capacidade seja realizada de forma adequada, é importante


relembrar a diferença entre limites naturais de tolerância e limites de especificação.
Os limites naturais de tolerância superior (LSNT) e inferior (LINT) correspondem à

base para o estabelecimento dos limites de controle superior e inferior (LSC e LIC,
respectivamente). Uma prática comum para delimitar os limites naturais de tolerância
é utilizar uma dispersão de seis-sigma, isto é, uma faixa de distribuição com largura

Os limites de especificação LSE e LIE (superior e inferior, respectivamente) são valores


externos, definidos, em geral, durante o projeto e não possuem relação estatística com
os limites de controle.Os limites LIE, LSE, LINT e LSNT são adequados quando a
distribuição representa medidas individuais da característica da qualidade, e os limites
de controle LIC e LSC são determinados considerando as distribuições das médias
amostrais. Note que o desvio padrão da média amostral x está relacionado com o

Os processos têm se tornado cada vez mais flexíveis para se adaptar à demanda do
mercado, e é comum a ocorrência de lotes reduzidos com sequências curtas de produção.
Assim, em muitos casos, o sistema se torna complexo e com um número relativamente
pequeno de dados.

62
MÉTODOS ITERATIVOS | UNIDADE III

Uma versão modificada dos gráficos x e R (gráficos para média e amplitude) é o


gráfico de controle DNOM, que utiliza, em vez da média x, o desvio em relação
ao valor especificado (dimensão nominal). Para ilustrar a construção desse tipo de
gráfico, considere que um determinado produto seja composto por dois componentes

respectivamente. Suponha que foram extraídas dez amostras (cada uma com três
observações Mi) de uma sequência curta de produção, cujos dados encontram-se nos
cálculos de variância.

Em gráficos de controle convencionais, a característica da qualidade deve ser uma


variável aleatória normalmente distribuída para que o estado do processo (sob controle
estatístico ou fora do controle) seja interpretado de forma adequada. A condição de
normalidade não é um fator crítico, pois, mesmo com distribuições que se afastam
desta condição, resultados satisfatórios podem ser, em geral, obtidos. A aleatoriedade
das variáveis (observações independentes), contudo, é uma condição necessária para
o monitoramento efetivo de dados utilizando gráficos de controle convencionais.

Em alguns casos, a característica da qualidade pode apresentar interdependência ou


autocorrelação. Isso significa que, ao longo do tempo, uma única característica da
qualidade pode apresentar correlação entre suas defasagens. Se gráficos de controle
convencionais forem usados para analisar um processo em que há autocorrelação,
espera-se que um número excessivo de alarmes falsos (pontos fora dos limites de
controle quando o processo está sob controle estatístico) seja observado.

Em geral, processos contínuos ou processos discretos com um alto nível de automação


apresentam autocorrelação e, portanto, o uso de gráficos de controle convencionais
não é adequado, já que as observações não são independentes.

O coeficiente de autocorrelação amostral entre observações sucessivas xi e xi-k (em que

avaliação do grau de autocorrelação de um processo, considere os dados de K=0, que


representam medições da temperatura de um processo industrial.

mesmos resultados foram repetidos nas três colunas seguintes com defasagem de k = 1,

63
UNIDADE III | MÉTODOS ITERATIVOS

O monitoramento simultâneo é necessário quando duas ou mais características da


qualidade estão relacionadas e determinam, em conjunto, se um produto está de acordo
com a especificação.

Processos com múltiplas variáveis relacionadas são conhecidos como “processos


multivariados”. Para exemplificar, considere que um produto seja composto por duas
peças que devem ser encaixadas. Suponha que cada peça possui uma característica da

as duas variáveis ultrapassam um determinado limite, a montagem é impossibilitada


e o produto deve ser retrabalhado ou descartado.

Embora a utilização da elipse de controle seja mais eficiente do que estratégias de

perda da informação da sequência de observações e a dificuldade de usar essa abordagem


para processos com mais de duas variáveis. Uma maneira alternativa de restabelecer
versus o número da amostra ou

p graus de liberdade.

quadrado. Além de esse tipo de gráfico permitir visualizar informações ao longo do


tempo, assim como em gráficos de controle individuais, há ainda a vantagem de o
processo ser monitorado utilizando apenas um parâmetro, que representa a variabilidade
conjunta de duas ou mais características da qualidade.

Inspecionar 100% de itens produzidos é geralmente inviável. Uma possível


alternativa, nestes casos, é o uso de amostragem, que consiste em utilizar uma
fração representativa do lote para a tomada de decisão a respeito da qualidade
do item produzido. Nesta seção, são descritas as características da amostragem

de amostras: simples, duplas, múltiplas e sequenciais. São também abordados


sistemas de amostragem de aceitação padronizados.

64
MÉTODOS ITERATIVOS | UNIDADE III

A amostragem de aceitação está relacionada com a inspeção e teste de itens produzidos,


sendo, portanto, uma técnica útil para o controle e melhoria da qualidade de produtos.
Para a tomada de decisão sobre um lote de produção (aceitá-lo ou rejeitá-lo), itens
são extraídos aleatoriamente de diferentes partes do processo e as características da
qualidade observadas nas amostras são confrontadas com os valores de referência
considerados aceitáveis (itens conformes). Itens fora da especificação ou não conformes
são descartados (sucatas) ou retrabalhados.

As amostras podem ser extraídas de diferentes partes do processo, sendo as variações


mais comuns de amostragem indicadas pelos diagramas. Na inspeção na saída, as
amostras são avaliadas antes do embarque para o cliente e, na inspeção de entrada, ao
serem recebidos do fornecedor.

Embora a amostragem de aceitação seja uma estratégia útil, em muitas situações, o


impacto de sua aplicação no controle e melhoria da qualidade é menor quando comparado
com o controle estatístico de processo e o planejamento de experimentos. A principal
vantagem destas duas últimas técnicas é a maior eficácia na redução da variabilidade.

Em geral, as três técnicas coexistem em diferentes proporções ao longo do tempo,


dependendo das estratégias adotadas para o gerenciamento da qualidade. É importante
notar que, na grande maioria dos casos, o objetivo principal da amostragem de aceitação
é decidir a respeito da disposição de um lote de produção (aceitar ou rejeitar) e não
aferir a qualidade do lote. Amostragens de aceitação são usadas com frequência em
auditorias para certificações.

Em planos de amostragem simples, também conhecidos como planos de amostragem


única, uma única amostra contendo n itens é retirada do lote e o número de itens
não conforme é comparado com o número de aceitação na. Se o número de itens não

na), o lote é aceito.

Uma ferramenta útil para quantificar um plano de amostragem é a curva característica


de operação, ou curva CO – também conhecida como “curva CCO”–, que plota a fração
p de itens não conformes em um lote versus a probabilidade de aceitação do lote, Pa,
que corresponde à probabilidade de nnc ser menor ou igual a n0.

A principal vantagem do plano de amostragem dupla é a possibilidade de reduzir o


custo de inspeção, já que há possibilidade de o lote ser rejeitado na primeira inspeção.
Se uma segunda amostra é incluída na análise e a decisão de rejeitar é tomada antes

65
UNIDADE III | MÉTODOS ITERATIVOS

do final da inspeção, esse aspecto continua sendo válido; caso contrário (se 100% da
amostra for inspecionada para que a decisão seja tomada), a vantagem econômica é
perdida.

A probabilidade de aceitação Pa do lote para o caso de um plano de amostragem dupla

Quando mais de duas amostras são utilizadas, tem-se um plano de amostragem múltipla,
cujo procedimento é análogo ao plano de amostragem dupla. Neste caso, novas amostras
são extraídas enquanto o número de aceitação não é excedido e a decisão é tomada ao
final da análise da última amostra.

são extraídas do lote e a decisão de rejeitar ou continuar amostragem é tomada em


cada estágio. Gráficos com retas de aceitação são utilizados para acompanhamento da
operação.

da norma MIL STD 105E, uma das abordagens mais utilizadas no mundo para padrões
de inspeção. A norma estabelece níveis de inspeção (atenuada ou reduzida, normal e
severa ou intensificada) que devem ser adotados de acordo com as variações do nível
de qualidade. A norma usa como base o nível de qualidade aceitável (NQA), em geral
especificada em contrato.

definir os níveis de inspeção. Quando uma inspeção normal está estabelecida, esta deve
ser intensificada quando dois de cinco lotes consecutivos são rejeitados. A inspeção
pode retornar ao seu estado normal quando cinco lotes consecutivos forem aceitos.

Se, nesta condição, dez lotes consecutivos forem aceitos, a inspeção pode ser reduzida
(atenuada) e voltar ao normal caso um lote seja rejeitado ou os critérios de aceitação ou
rejeição não sejam atendidos. A operação deve ser interrompida se a inspeção estiver
sob regime intensificado e dez lotes consecutivos permanecerem nessa condição.

Uma alternativa à amostragem de aceitação por atributos é a amostragem de aceitação


por variáveis, abordagem que possui vantagens e desvantagens quando comparada à
técnica por atributos.

66
MÉTODOS ITERATIVOS | UNIDADE III

Essa estatística mede o quanto a média está afastada do limite inferior de especificação
e, portanto, quanto maior o seu valor, menor é a fração de itens não conformes. Um

para que o lote seja aceito, já que, neste caso, a média estaria afastada o suficiente de
LIE. Caso contrário, isto é, se ZLIE < pc, o lote seria rejeitado, pois o afastamento da
média em relação a LIE é insuficiente. De forma análoga, a estatística ZLSE pode ser
usada para avaliar a distância da média em relação ao limite superior de especificação
LSE.

Nomograma é uma forma gráfica de representação das soluções de equações com


várias variáveis. Na elaboração de planos de amostragem, o uso de nomogramas é
útil, pois, em muitos casos, as equações são não lineares e, portanto, as soluções não
são simples e diretas.

Para elaborar um plano de amostragem para variáveis, o procedimento descrito


anteriormente pode ser utilizado se a curva característica de operação for especificada.

Considere que a fração não conforme de um processo não deva exceder 1% (isto é,
p1 = 0,01) e que a probabilidade de aceitar o lote nesta condição seja de 95% (ou seja,

Além disso, suponha que a probabilidade de rejeitar um lote com 5% dos itens abaixo

67

Você também pode gostar