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Norma Técnica SABESP

NTS 216

Vistorias, Inspeções e Perícias Técnicas em


Sinistros

Procedimento

São Paulo
Abril/2021 – Revisão 1
NTS 216: 2021 – Rev. 1 Norma Técnica SABESP

SUMÁRIO

1. OBJETIVO ........................................................................................................ 1
2. ABRANGÊNCIA ............................................................................................... 1
3. REFERÊNCIAS NORMATIVAS ........................................................................ 1
5. TIPOS DE OCORRENCIAS .............................................................................. 3
5.1. FATORES MAIS COMUNS ............................................................................... 3
5.2. PRINCIPAIS COMPONENTES ......................................................................... 3
6. POSSÍVEL CONSTATAÇÃO DA SITUAÇÃO .................................................. 9
6.1. VERIFICAÇÕES GERAIS – CONTEXTUALIZAÇÃO DO SINISTRO................ 9
6.2 PERÍCIA INTERNA E CONSULTORIA EXTERNA .............................................. 9
7. PRINCIPAIS AÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA VISTORIA, INSPEÇÃO E
PERÍCIA TÉCNICA ...................................................................................................... 9
7.1. MATERIAIS BÁSICOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAÇÃO DE VISTORIA
10
7.2. TESTES – MONITORAMENTO E ESTABILIDADE DAS CONSTRUÇÕES ... 10
7.2.1 TESTE DE GESSO ............................................................................................ 10
7.2.2 TESTE DE CORANTE ....................................................................................... 11
7.2.3 TESTE DA RÉGUA ............................................................................................ 11
7.3. FILMAGEM DA REDE DE ESGOTOS – INSPEÇÃO DE TUBULAÇÕES ...... 11
ANEXO A – FORMULÁRIO PARA VISTORIA PRELIMINAR .................................... 13
ANEXO A – FORMULÁRIO PARA VISTORIA PRELIMINAR (CONTINUAÇÃO) ...... 14
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Vistorias, Inspeções e Perícias Técnicas em Sinistros

1. OBJETIVO
Apresentar procedimentos e técnicas específicas para fazer vistorias, inspeções e perí-
cias técnicas nos casos de sinistros para auxiliar na verificação do nexo causal.
Esta norma apresenta as diretrizes básicas e procedimentos técnicos de engenharia
para os casos de sinistros em construções civis, cuja realização é de responsabilidade
exclusiva dos profissionais legalmente habilitados e registrados nos Conselhos Regio-
nais.
Esta norma não se aplica:
- Ao primeiro atendimento do sinistro, no que se refere ao restabelecimento do sistema;
- Na qualificação ou quantificação dos danos ocorridos, quaisquer que sejam, ou
- Na valoração de bens móveis ou imóveis para a indenização de terceiros.
O Procedimento Empresarial de Sinistros PE-FN0007 dá instruções gerais sobre o pro-
cesso

2. ABRANGÊNCIA
Para ocorrências de sinistros de obras ou sinistros operacionais.

3. REFERÊNCIAS NORMATIVAS
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento.
Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não
datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo emen-
das):
ABNT NBR 13752: Perícias de Engenharia na Construção Civil.
NTS 170: Limpeza e desobstrução de sistemas de esgotamento sanitário.
NTS 215: Filmagem de sistemas de esgotamento sanitário.
PE-FN0007 – V.4: Sinistros.

4. DEFINIÇÕES
Para os efeitos desta Norma são adotadas as seguintes definições:
ADUTORA:
tubulação principal de um sistema de abastecimento de água situada, geralmente, entre
a captação e a estação de tratamento, ou entre esta e os reservatórios de distribuição.

CONFORMAÇÃO:
direção na qual se dispõe a trinca sobre a estrutura (parede, piso, teto viga, pilar, terreno
etc.).

DANO:
prejuízo em consequência de um sinistro que tenha diminuído, inutilizado ou deteriorado
um bem material de terceiros.

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DESABAMENTO:
queda parcial ou total de uma construção em razão de um sinistro

INDENIZAÇÃO:
compensação financeira por prejuízos causados por um sinistro

INSPEÇÃO DE SINISTROS:
vistoria complementar, após análise dos resultados da vistoria preliminar, a fim de fazer
uma análise e julgamento, com base nos conhecimentos técnicos, científicos e norma-
tivos.

NEXO CAUSAL:
relação entre os fatores indutores que levaram a ocorrência de um sinistro e as conse-
quências (danos).

PERÍCIA:
atividade que envolve análise da vistoria preliminar e inspeção, examina os resultados,
apura, documenta os resultados e emite parecer técnico

PRIMEIRO ATENDIMENTO:
fase em que é realizada a manutenção/conserto (reabilitação) do sistema de distribuição
de água ou esgotos, executada pelas equipes da operação.

PROFISSIONAIS DE APOIO:
unidades que dão apoio no suporte técnico, conforme o Procedimento Empresarial de Sinistros
PE-FN0007.

PROFISSIONAIS HABILITADOS:
engenheiros civis, engenheiros químicos, engenheiros ambientais, arquitetos e tecnólo-
gos, entre outros, de acordo com as necessidades, especificidades e características de
cada ocorrência de sinistro.

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO:
conjunto de fotografias legendadas e datadas, necessárias para verificação de autenti-
cidade das descrições contidas nos documentos pertencentes aos dossiês.

SINISTROS DE OBRAS:
eventos decorrentes de obras executadas para a Sabesp, que possam trazer danos a terceiros.

SINISTROS OPERACIONAIS:
eventos decorrentes de ações associadas à operação e manutenção dos sistemas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, que possam causar danos a terceiros.

IMÓVEIS EM SOLEIRA NEGATIVA:


quando a cota do imóvel é inferior à cota do greide da via.

VISTORIA PRELIMINAR:
visita ao local, a fim de fazer uma verificação superficial de uma possível ocorrência,
sem análise técnica aprofundada, a fim de detectar e documentar eventuais fatos, de
fácil identificação, sem uso de equipamentos ou instrumentos. Nesta fase é muito im-
portante fazer os registros dos fatores indutores, consequências e coletar as informa-
ções, que deverá resultar num relatório. Os resultados da vistoria irão dar subsídios a
elucidação e elaboração da perícia, na necessidade ou não de testes, ou consultorias
externas, a fim de esclarecer a identificação do nexo-causal.

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5. TIPOS DE OCORRENCIAS
5.1. Fatores mais comuns
Os fatores mais comuns de ocorrências de sinistros são:
• Obstrução nas redes de esgotos/refluxos;
• Vazamentos em ramais; redes e seus acessórios ou cavaletes;
• Arrebentamento de tubulações;
• Ligações clandestinas;
• Valas abertas;
• Rebaixamento do lençol freático;
• Poços de visitas sem tampa;
• Lançamento de descargas em locais inadequados;
• Construções sobre faixas de servidão;
• Sinalização – ausência ou inadequada;
• Escoramento ausente ou inadequado; e
• Falta de reposição de pavimentação.

5.2. Principais Componentes


Os Quadros de 1 a 6 mostram os principais componentes sujeitos a ocorrência de si-
nistros, onde estão associados os tipos de falhas, fatores indutores e consequências:
Quadro 1 – Adutora de água bruta e tratada.
Quadro 2 – Reservatórios apoiados e elevados, inclusive linhas de extravasão de
descarga.
Quadro 3 – Redes de distribuição de água.
Quadro 4 – Ramais prediais.
Quadro 5 – Redes Coletoras de Esgotos.
Quadro 6 – Valas.

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Quadro 1 – Adutora de água bruta e tratada.


TIPO DE FA-
FATORES INDUTORES CONSEQUENCIAS
LHA
- Deterioração da junta
- Pressão elevada na tubulação,
- Desembocadura do tubo ou ancoragem ina-
dequada,
- Sobrecargas não previstas,
- Consertos inadequados,
- Movimentação do solo devido a condições
geotécnicas; trânsito pesado ocasionando
sobrecarga no tubo, etc.,
- Erosão do terreno em pontes ou viadutos, - Inundação e/ou desa-
Vazamentos
sujeita a vibração da estrutura, bamento de constru-
- Interferências externas (raízes de árvores, ções, taludes, maciços
instalações de outras concessionárias, terrosos;
etc.) - Trincas/fissuras;
- Idade e período de instalação - Erosão de ruas ou ter-
- Corrosão renos próximos;
- Má técnica executiva - Riscos de morte e pre-
- Baixa resistência do material juízos financeiros.
- Diferencial de temperatura - Prejuízos no abasteci-
- Comprimento da Tubulação mento e perda no fatu-
- Deterioração do tubo; defeitos de fabrica- ramento
ção; corrosão eletrolítica (inexistência de - Encharcamento do ter-
proteção catódica); reno, ocasionando re-
- Pressão elevada, superior à capacidade no- calques ou desaba-
minal do tubo; mentos.
- Inexistência ou inadequação de instalações
Arrebentamento antigolpe de aríete, provocando sobre
da tubulação pressão elevada na linha, no caso de falta
de energia;
- Golpe de aríete (variação de pressão);
- Falha no sistema de acionamento de válvu-
las de controle;
- Sobrecargas não previstas.
- Oscilação ou transiente hidráulico
- Escolha inadequada de lançamento de des- - Inundação e desaba-
Lançamento de
carga; mento de edificações;
descargas (ex-
- Ocupação irregular pela população, inva- - Prejuízos materiais e fi-
travasão)
são. nanceiros.
Obs: As consequências destas falhas são agravadas nos casos em que as adutoras passam sob
edificações ou favelas.

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Quadro 2 – Reservatórios apoiados e elevados, inclusive linhas de extravasão de


descarga.
TIPO DE FA-
FATORES INDUTORES CONSEQUENCIAS
LHA
- Falha no acionamento pelo CCO da vál-
vula de controle de entrada;

- Inundação e desaba-
- Defeito no acionamento pelo CCO da pa- mento de construções
Extravasamento rada de recalque para o reservatório, à jusante.
do reservatório ou quando atingindo o N.A. máximo;
linha de descarga
- Danos materiais, le-
- Incapacidade do extravasor e/ou da linha sões e mortes.
de descarga para veicular a vazão sufici-
ente.

Lançamento de - Inundação e desaba-


Extravasão ou mento de constru-
descarga em lo- - Escolha inadequada o local de lança- ções;
cais inadequados mento.
(favelas ou ruas - Prejuízos materiais e
de pequeno porte) riscos de morte.

- Dimensionamento estrutural inadequado; - Erosão de terrenos


- Recalque do terreno – fundações inade- próximos;
Trinca ou arreben- quadas; - Riscos de abalos a
tamento de laje de - Sobrecargas não previstas. fundações de edifica-
fundo, paredes de ções situadas nas ex-
reservatórios ou - Falta de manutenção/obras de restaura- tremidades;
laje de cobertura ção/recuperação
- Prejuízos financeiros,
- Fala de inspeção materiais e riscos de
- Falha construtiva (ex: impermeabilização) morte.

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Quadro 3 – Redes de distribuição de água.


TIPO DE FA-
FATORES INDUTORES CONSEQUENCIAS
LHA
- Deterioração da junta,
- Pressão elevada na tubulação,
- Ancoragem inadequada;
- Movimentação do solo devido a: con-
dições geotécnicas posicionamentos
de canalizações em terreno de
aterro mal compactado; trânsito pe-
sado ocasionando sobrecarga no
aterro; linha assentada a pequena
profundidade ou aflorantes, etc.
Vazamentos
- Erosão do terreno causada pela ação
nas juntas
de água de rios ou córregos junto a
canalização acompanhada de fundo
de vale, - Inundação e/ou desabamento
- Junta mal executada, de construções, taludes, ma-
Interferências externas (raízes de árvo- ciços terrosos;
res, instalações de outras concessioná- - Trincas/fissuras;
rias, etc.) - Erosão de ruas ou terrenos
- “Cap” mal executado próximos;
- Riscos de morte e prejuízos fi-
nanceiros.
- Pressão elevada na tubulação, supe- - Prejuízos no abastecimento e
rior a sua capacidade nominal; perda no faturamento
- Acidente provocado por outras con- - Encharcamento do terreno,
cessionárias, danificando a tubula- ocasionando recalques ou
ção de água; envelhecimento do desabamentos.
tubo; defeitos de fabricação; corro- -
são eletrolítica (inexistência ou falha
Arrebentamento de proteção catódica);
de tubulação - Acidentes provocados por outras
concessionárias;
- Linha assentada a pequena profundi-
dade, ou aflorante;
- Trânsito pesado ocasionando sobre-
carga na tubulação;
- Embasamento mal dimensionado;
- Transiente hidráulico.
Instalação ina- Tubulação assente no terço adjacente Escorregamento superficial do ta-
dequada de tu- ao talude descendente tende a potencia- lude.
bulação lizar o dano.
Situações Agravantes – Arrebentamentos de Tubulações
– Adutoras sob edificações podendo causar desabamento e recalques em edificações;
– Adutoras em área bastante adensada, de habitações precárias agravam o problema;
– Adutoras atravessando o terreno de terceiros, cemitérios, pistas de aeroportos, etc,

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Quadro 4 – Ramais prediais.


TIPO DE FA-
FATORES INDUTORES CONSEQUENCIAS
LHA
– Pressão elevada na tubulação;
– Movimentação do solo devido a: condi-
ções geotécnicas; posicionamentos de – Recalques ou desa-
canalização em terrenos de aterro mal bamentos;
compactado; trânsito pesado ocasio-
– Prejuízos materiais e
nando sobrecarga no aterro, linha assen-
financiamentos.
tada a pequena profundidade ou afloran-
Arrebentamento – Danos físicos/lesões
tes, etc.
ou Vazamento de
tubulação/cavale- – Deterioração do tubo;
tes – Defeito de fabricação do material: tubo,
registro, ferrule, adaptador.
– Má técnica de instalação / lig. Clandesti-
nas
– Encharcamento do terreno ocasionando
recalques

Obs: Situações Agravantes: Construções em soleira negativa.

Quadro 5 – Redes coletoras de esgotos.


TIPO DE
FATORES INDUTORES CONSEQUENCIAS
FALHA
– Ligação de águas pluviais ligadas à rede de
esgoto. – Desabrigo em função
– Entupimento, devido ao acúmulo de gorduras da invasão (refluxo)
nas paredes das tubulações (áreas de grandes de esgoto nas resi-
concentrações de restaurantes); dências;
– Redes instaladas em áreas de inundações, – Prejuízos materiais de
cujo lançamento fica afogado e sob pressão; valor (perdas de con-
– Declividade inadequada ou insuficiente das tu- teúdos);
bulações; – Perdas de bens;
Refluxo do – Tubulações desembocadas; – Riscos sérios de sa-
esgoto – Válvulas de retenção instaladas pelo cliente úde pública - lança-
que não têm manutenção; mento de patógenos
no meio ambiente;
– Ligações clandestinas;
– Contaminação do
– Períodos de vazões mínimas – obstruções
solo/água;
– Regiões consideradas baixas, fundos de vales,
– Mau cheiro, odor
etc.
ofensivo e vetores.
– Morosidade na realização de conserto.
– Residências que têm soleiras negativas.
– Resíduos Sólidos nas redes de esgotos.

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Quadro 5 – Redes coletoras de esgotos (continuação).


TIPO DE
FATORES INDUTORES CONSEQUENCIAS
FALHA
– Deterioração de junta; – Riscos sérios de sa-
– Tubulações deterioradas; úde pública - lança-
– Fim da vida útil da rede; mento de patógenos
– Falta de manutenção preventiva; no meio ambiente.
– Interferências externas (raízes de árvores, ins- – Contaminação do
talações de concessionárias, etc.); meio ambiente;
– Ligações clandestinas; – Mau cheiro, odor
ofensivo - vetores;
– Movimentação do solo devido a: condições ge-
otécnicas; posicionamentos de canalização em – Recalques nas edifi-
terreno de aterro mal compactado; trânsito pe- cações, com apareci-
sado ocasionando sobrecarga no aterro, linha mento de fissuras e
Infiltração
assentada a pequena profundidade ou afloran- trincas;
de esgoto
tes, etc. – Perdas diversas.
– Regiões consideradas baixas, fundos de vales,
etc.;
– Morosidade para a realização do conserto;
– Residências que têm a soleira negativa;
– Movimentações/erosões em encostas sob
aterro mal compactado, com material inade-
quado;
– Redes assentadas no lado desfavorável da
rua, adjacentes a encostas (cristas de taludes).

Quadro 6 – Valas.
TIPO DE FALHA FATORES INDUTORES CONSEQUENCIAS
- Queda de veículos;
- Falta ou inadequação de sinalização; - Queda de pessoas se-
- Falta ou inadequação de isolamento fí- guida de lesões físicas ou
Acidentes com Va- sico, mortes;
las abertas - Carreamento de aterro de vala pela - Perdas diversas;
chuva - Risco de lesões/mortes
- Deslocamento da chapa de aço sobre
a vala
- Uso de material inadequado e de - Recalques superficiais que
Acidentes ou Fa- forma insuficiente; afetam a integridade de
lhas no Escora- edificações
- Falta de escoramento;
mento de valas
- Desestabilização do maciço - Risco de lesões/mortes
Falha no reaterro - Uso de material inadequado; - Danificação de tubulações
de valas - Má execução do aterro; e infiltrações em edifica-
- Compactação fora de especificações. ções.
- Risco de lesões/mortes
Obs: Para ocorrências de sinistros nos demais componentes dos sistemas de água e esgotos,
que ocorrem com menor frequência, tais como: Coletores tronco, Interceptores, Emissários, Es-
tações Elevatórias de Esgoto, Estações Elevatórias de Água, Reservatórios; Estações de Trata-
mento de Água e Esgoto; Desmonte de Rochas; Obras novas, etc. recomenda-se um estudo
específico para definição do tipo de falha, fatores indutores e consequências.

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6. POSSÍVEL CONSTATAÇÃO DA SITUAÇÃO


Nesta etapa é realizada uma vistoria preliminar para possível verificação da existência ou não
do nexo causal.

6.1. Verificações Gerais – Contextualização do Sinistro


Análise visual, arquivo fotográfico e registro dos danos identificados, tais como:
• Verificação se o imóvel possuí tubulação de saída (próxima à sarjeta) de coleta
de água pluvial;
• Localização, conformação, abertura, comprimento das trincas;
• Desquadramento de portas e janelas;
• Altura da lâmina de água nas paredes;
• Manchas de umidade nas paredes;
• Destacamento de revestimento de pisos e paredes, etc.
Obs 1:
No caso das trincas, ou outras anomalias, verificar, sempre que possível, se a sua ocor-
rência é anterior ao evento supostamente gerador do sinistro.
Obs 2:
Quando a natureza da questão exigir, devem ser realizados testes elucidativos sobre o
grau de responsabilidade. Estes testes estão citados abaixo e suas descrições constam
no item 7.2.

6.2 Perícia interna e consultoria externa


Quando houver dúvida referente ao nexo causal, a Unidade local pode solicitar os serviços de
perícia técnica de profissionais de apoio do Departamento de Qualificação e Inspeção de Mate-
riais ou consultoria externa.
Em sinistros de maior complexidade, que geram duvidas referentes ao nexo causal, bem como
na identificação, qualificação ou quantificação da extensão dos danos, a Unidade onde ocorreu
os sinistros pode solicitar consultoria técnica interna ou externa para dar apoio aos trabalhos.

7. PRINCIPAIS AÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA VISTORIA, INSPEÇÃO E


PERÍCIA TÉCNICA
• Vistoria preliminar (formulário no anexo A), contextualização;
• Realização dos testes, caso necessário, a fim de verificar a ligação de águas
fluviais ligadas na rede de esgotos (ver item 7.2);
• Relatório fotográfico;
• Consulta à planta cadastral da concessionaria, e de outras operadoras de servi-
ços públicos caso necessário (ver as interferências);
• Solicitar consultoria (caso necessário);
• Verificação do nexo causal;
• Análise e avaliação de danos e prejuízos;
• Comparar a situação atual do imóvel, com o relatório preliminar, anterior à exe-
cução da obra;

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• Verificar se houve rebaixamento do lençol freático;


• Obras (bate estaca/britadeiras/desmonte de rochas, etc);
• Instalações da Sabesp sujeitas a provocar vibrações (ex: booster, elevatória,
etc);
• Verificar na sarjeta se o imóvel possui saída de águas pluviais;
• Altura atingida pela lâmina de água;
• Verificar se o local é sujeito a alagamentos e inundações (ex: refluxos, etc).
• Verificações de todos os componentes de encaminhamento de águas: ex: estado
de conservação; existência de válvulas; declividades; caixas de gordura, etc.

7.1. Materiais básicos necessários para realização de vistoria


A lista abaixo mostra alguns itens básicos:
• Crachá de identificação;
• Trena manual (mínimo 5,0metros) ou eletrônica;
• Prancheta com papel para anotações;
• Caneta;
• Equipamento fotográfico;
• Lanterna;
• Espátula;
• Gesso em pó;
• Corante;
• Lente de aumento;
• EPIs;
• Marreta/ponteira;
• Régua
• Outros

7.2. Testes – Monitoramento e estabilidade das construções


7.2.1 Teste de Gesso
Consiste no entendimento das possíveis movimentações da construção, deve-se fazer
a aplicação de sensores (selos de gesso) nas trincas ou fissuras mais significativas.
• O teste somente pode ser realizado após 15 dias da eliminação do fator indutor
do sinistro (vazamentos, vibrações, etc);
• Deve-se misturar uma quantidade de gesso em pó em um pouco de água até se
conseguir uma massa homogênea;
• A massa deve ser aplicada em alguns pontos das aberturas com a ajuda de uma
espátula, tirando o excesso e deixando o gesso nivelado junto ao revestimento
da parede;
• Em seguida, deve-se marcar a data no local do teste;

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• Aguarda-se por um prazo de 15 dias para fazer a verificação;


• Registrar a data de início e final do teste;
• Caso não tenha aparecido uma fissura ou trinca no gesso, a parede está estável;
• Havendo movimentação, deve-se verificar o conserto, e aplicar novos selos.
7.2.2 Teste de corante
Consiste no lançamento de corante em aparelhos sanitários, ralos, grelhas, calhas, caixas de
gordura, de passagem e de inspeção, com a finalidade de verificar a existência de interligação
com o sistema de coleta de esgotos e de drenagem de água pluvial.
• Retira-se a tampa da caixa de inspeção de ligação do imóvel;
• Coloca-se um observador da caixa de inspeção de ligação do imóvel;
• Adiciona-se corante no ralo, grelha ou calha de água pluvial e água suficiente
para carrear o corante até o ponto de observação;
• O observador da caixa de inspeção constata ou não a passagem da água com
o corante;
• A observação pode ser realizada no poço de visita (PV) a jusante do imóvel,
caso não seja possível realizá-la na caixa de inspeção de ligação do imóvel;
• Caso não seja constatada a passagem da água com o corante na caixa de ins-
peção, o observador deve verificar na sarjeta defronte o imóvel;
• Se o imóvel tiver soleira negativa, o observador deve verificar também a passa-
gem da água com o corante na sarjeta e PV da (s) via(s) localizada(s) atrás e/ou
na lateral do imóvel;
• Realizadas as verificações, emite-se o Relatório Fotográfico e as conclusões;
• Verificar na sarjeta se o imóvel possui saída de águas pluviais.
7.2.3 Teste da Régua
Trata-se de um teste de monitoramento realizado nas trincas/fissuras a fim de monitorar
a estabilidade da construção.
O teste é realizado na seguinte ordem:
a) Etapa 1: Desenho de uma primeira linha, perpendicular à trinca/fissura, com me-
dida de 10cm, e identificação da data inicial.
b) Etapa 2: Desenho de uma segunda linha, após 15 dias da data inicial a fim de
verificar a se ocorreu ou não abertura da trinca/fissura, com base na diferença
de medidas, comparada à primeira linha, a fim de verificar sua evolução.
Caso tenha ocorrido a abertura da trinca/fissura, fica comprovada a instabilidade da
construção.

7.3. Filmagem da rede de esgotos – inspeção de tubulações


Primeiramente é feita uma limpeza das tubulações, utilizando-se de equipamentos de
desobstrução conforme NTS 170.
A filmagem interna das tubulações é um importante instrumento para o diagnóstico das
condições internas das tubulações e deve ser realizada conforme NTS 215.
Outras verificações
• Locais invadidos;
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• Altura atingida pela lâmina de água;


• Se na conta de água do cliente, consta "pagamento de esgoto" – ligações clan-
destinas;
• Verificar se o ramal interno (sinistrado) está com perfurações ou desembocado;
• Se o imóvel este assentado em terreno natural ou aterro;
• Existência de servidões de passagem no terreno (verificar cadastro junto ...área
patrimônio);
• Existência de desapropriação;
• Existência de documentos anteriores protocolados junto à prefeitura pertinente
à ocorrência de acidentes geológicos no local;
• Períodos de chuvas que antecederam a ocorrência.

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ANEXO A – FORMULÁRIO PARA VISTORIA PRELIMINAR

VISTORIA PRELIMINAR – Coleta de Dados

Dados da Solicitação

Sigla da unidade: Data:


Nome do Funcionário:

Telefone:
Nome do Reclamante:
e- mail:

Cidade: Endereço:

Modalidade

( ) Simplificado ( ) Completo: testes ( ) consultoria ( ) exames de laboratório ( )

Objeto de Perícia

( ) Terreno ( ) Direitos (servidão, concessões, comodato, etc)

Obs: ____________________________________________
( ) Imóvel ____________________________________________

( ) Máquinas, equipamentos e veículos ( ) Responsabilidades

Fator Indutor (causa)

( ) Vazamento de Rede de Distribuição de Água ( ) Vazamento de Rede Coletora de Esgotos

( ) Vazamento no Cavalete ( ) Outras(fone, gás, luz, empreiteira, etc )

( ) Arrebentamento de Adutora de Água ( ) __________________________________


Outro

Natureza
( ) Residencial ( ) Comercial ( ) Industrial

Nível da Construção vistoriada


( ) Subterrâneo ( ) Terreo ( ) Assobradado

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ANEXO A – FORMULÁRIO PARA VISTORIA PRELIMINAR (continuação)

Tipo de Material
( ) Alvenaria ( ) Concreto + madeira ( ) Madeira

( ) Alvenaria + madeira ( ) Concreto + alvenaria ( ) Metálica

( ) Pré-moldado
Padrão de Construção

( ) Alto ( ) Médio ( ) Popular

Estado de Conservação

( ) Bom ( ) Pouco Conservado ( ) Precário

Tipo de Fundação
( ) Broca ( ) Direta ( ) Estaca ( ) Desconhecida

Topografia

( ) Em nível ( ) Cai para o fundo ( ) Cai para frente ( ) Cai para o lado

Tipo de pavimentação da Rua


( ) Asfalto ( ) Concreto ( ) De terra

( ) Bloco Intervalado ( ) Paralelepípedo


Infraestrutura

( ) Rede de água ( ) Rede Coletora de Esgotos ( ) Águas Pluviais ( ) Gás ( ) Telefonia

Patologias Observadas

No Piso: ( ) Abaulamento ( ) Afundamento ( ) Vazios sob o piso ( ) Trincas e Fissuras

Fissura na Parede: ( ) Horizontais ( ) Inclinadas ( ) Verticais

Na Estrutura: ( ) Esmagamento ( ) Fissuras ( ) Recalques

Observações

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Vistorias, Inspeções e Perícias Técnicas em Sinistros

Considerações finais:

A presente Norma é titularidade exclusiva da Companhia de Saneamento Básico do Estado de


São Paulo – Sabesp, de aplicação interna na Sabesp, devendo ser usada pelos seus fornecedo-
res de bens e serviços, conveniados ou similares conforme as condições estabelecidas em Lici-
tação, Contrato, Convênio ou similar. A utilização desta Norma por outras empresas/entida-
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Esta norma técnica pode ser revisada ou cancelada sempre que a Sabesp julgar necessário.
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Palavras-chave: sinistros; perícias; inspeção técnica.

14 páginas.

Abril/2021

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