Monitoramento Remoto de um Experimento de
Física (WebLab)
André Wagner Mota Nascimento & Yvo Marcelo C. Masselli¹
Abstract—This work is intended to study the remote
laboratory (WebLab) in Physics experiments with airtrack and
Information and Communication Technologies (ICT) in
education. Evaluate free hardware and free software
applications Arduino monitoring automation, ScadaBR in
WebLab. This proposal enables students to conduct
experiments remotely, and the WebLab is a real laboratory, but
with the possibility of being accessed from any location via a
computer connected to the network, which differs from
computer simulations, which only simulate the experiments or
real activities. This reduct laboratories cost with the equipment
sharing within the school or between institutions, with the
experimental data for individual analysis and study. Allowing
each other to share the equipment with other institutions. The
aim of this study is to test the Arduino and ScadaBR in
automating the WebLab.
Index Terms— Arduino, Distance Education, Remote Access
Laboratory Didactic Laboratory of Physics, Modbus, ScadaBR,
WebLab.
Resumo—Este trabalho destina-se ao estudo do Laboratório
de Acesso Remoto (WebLab) nos experimentos de Física com
Trilho de Ar, e das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC) no ensino. Propõe avaliar as aplicações do hardware livre
Arduino e software livre de monitoramento da automação,
ScadaBR em WebLab. Esta proposta possibilita aos alunos
realizarem os experimentos remotamente, sendo que o WebLab
é um laboratório real, porém com a possibilidade de ser
acessado de qualquer local, por meio de um computador
conectado à rede. Difere-se das simulações computacionais, que
apenas reproduzem virtualmente os experimentos ou atividades
reais. Este possibilita a redução de custos dos laboratórios com
o compartilhamento do equipamento dentro da escola ou entre
instituições, com os dados experimentais individualizados para
análise e estudo posterior. Possibilita também compartilhar
mutuamente os equipamentos com outras instituições. O
objetivo geral deste trabalho é validar a utilização do Arduino e
do ScadaBR na automatização do WebLab.
Palavras Chaves – Arduino, Educação à Distância,
Laboratório de Acesso Remoto, Laboratório Didático de Física,
Modbus, ScadaBR, WebLab.
I. INTRODUÇÃO
As aulas em laboratório presenciais, virtuais ou remotas,
têm sido estudadas por vários autores que revelam a
possibilidade de elevar o desempenho dos alunos na fixação
dos conceitos, não somente da física, mas das ciências em
geral. Será sempre necessário que teoria e prática convirjam
[1].
1- Trabalho apresentado no V Seminário de Automação Industrial e
Sistemas Eletro-Eletrônicos – SAISEE (ISSN 2319-0280), ocorrido em 02
de Julho na cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG.
A frase “eu ouço e esqueço, eu vejo e recordo, eu faço e
aprendo” tem sido muito citada como uma justificativa para o
trabalho experimental [1]. O trabalho experimental tem
muitos aspectos que podem ser examinados. Pode aumentar o
interesse e motivar os alunos, bem como, segundo [1] e [2],
desenvolver capacidades técnicas para a realização de
atividades experimentais. Atividades de laboratório remoto
também podem ensinar alunos a pesquisarem e realizarem
atividades cientificas [1][2]. No entanto, nunca se deve
esquecer que a prática é extremamente útil para compreender
a teoria e deve ser orientada neste sentido [2].
Existe uma grande potencialidade na pesquisa de
experimentação com laboratórios remotos, em atividades de
ensino formal e suas necessidades de aulas práticas, bem
como no EaD (Educação a Distância), que no setor
corporativo e em algumas referências, é chamado de
e-learning [3]. Este recurso pode cumprir um papel
importante no ensino e aprendizagem, suprindo a
necessidade e atenuando as dificuldades no uso de
experimentos para o aprendizado de física. Principalmente na
educação básica e média, onde há carência de equipamentos.
Nas últimas duas décadas houve grande avanço com a
democratização das tecnologias na educação, principalmente
corporativa [3][4]. Na modalidade EaD tem se aproveitado
destas para proporcionar educação de qualidade e baixo custo
a uma grande quantidade de pessoas. O acesso às
experiências por meio de laboratórios virtuais ou remotos,
em diversas áreas, tem avançado. Estas tecnologias permitem
atenuar algumas das restrições das aulas práticas, relativa ao
espaço e ao acesso limitado. Permitem maior inclusão digital,
ajudando no ensino e aprendizado de física em cursos de
Educação a Distância (EaD) que exigem aulas práticas, como
também nos cursos presenciais com atividades com mais
interação e motivação.
Dependendo da formatação dos experimentos é possível
que os alunos as realizem fora do ambiente escolar;
estimulando a independência, a prática científica de forma
autônoma e empreendedora [1][2][3][4].
Apesar da grande semelhança entre laboratórios virtuais e
de acesso remoto, existem fatores que mostram diferenças
entre tais. Os laboratórios virtuais (simulações) contam com
programas para simular instrumentos ou experiências.
Exemplos comuns são: Matlab (Simulink), Open Software
Scilab, LabVIEW e simulações construídas na linguagem
Java. Esta última tem sido recentemente utilizada, pois
emprega um recurso disponível gratuitamente na maioria dos
navegadores de internet ou de softwares. Em um laboratório
virtual, o aluno pode provocar acidentes virtuais
deliberadamente, manusear equipamentos nos limites de suas
funções ou até extrapolar, conscientemente, estes limites,

sem com isso correr o risco de danificar um instrumento caro
ou de atentar contra a sua própria segurança.
Já os laboratórios remotos utilizam softwares que podem
ser executados diretamente na Internet, bem como
descarregados e instalados num computador, onde o usuário
manipula e controla, à distância, os equipamentos através de
interfaces gráficas, como a do LabView, mesmo estando
estes equipamentos e instrumentos localizados fisicamente
em um laboratório real.
Nos laboratórios virtuais, podem-se utilizar vídeos pré-
filmados ou simulados e nos laboratórios remotos, estes
ilustram o que está acontecendo no momento em que a
experiência está sendo realizada remotamente.
Neste trabalho é proposto uma solução automatizada com
Arduino [5] e software ScadaBR [6] para um Laboratório
Remoto no experimento da Segunda Lei de Newton no
Trilho de Ar.
II. LABORATÓRIOS DE EXPERIMENTAÇÃO REMOTA
Um Laboratório Remoto (WebLab) é conectado à internet
ou na rede, o que permite comandar os equipamentos e
experimentos instalados no laboratório real, fornecendo em
tempo real os dados e imagens via streaming, na qual, o nível
de interação também pode variar.
Figura 1 - Diagrama esquemático de acesso à Experimentação Remota [2]
No Laboratório Remoto (WebLab) o servidor web permite
o controle dos dispositivos e a obtenção dos resultados,
interpretando os comandos do usuário e gerenciando os
dados do experimento. Sendo acessado por meio da internet
(ou rede), não há limites ou local definido para acessar, basta
estar conectado. Permite ao aluno escolher e gerenciar o seu
tempo de estudo e permite à instituição, aperfeiçoar o tempo
de disponibilidade do equipamento, como mostrado na
Figura 1. De acordo com [7] um Laboratório de
Experimentação Remota deve apresentar os seguintes
requisitos:
- Controle remoto e monitoramento dos experimentos;
- Comunicações multimídia entre os usuários;
- Um caderno de notas digital com todas as facilidades para
introdução de dados, arquivos, figuras, buscas e etc.;
- Gestão dos recursos, para decidir adequadamente que
usuário ou usuários podem acessar a cada um dos
experimentos disponíveis;
- Segurança tanto no aspecto de permitir e negar acesso,
como nos recursos para gerir possíveis falhas do sistema;
- Diversos tipos de comunicação: voz, imagem, dados,
resultado de experimentos e estado dos experimentos;
- Largura de banda: adequada para permitir as distintas
comunicações de dados científicos como de imagens ou
vídeo na rede.
2
Os requisitos apresentados não são regras rígidas já que
devem se adaptar com a situação, necessidade e recurso
disponível.
A. Experimento com trilho de ar
Os experimentos com trilho de ar permitem ampla
possibilidade de automatização, sensoriamento e supervisão.
Como exemplo, podem ser consideradas: mudança de
inclinação do trilho, alteração do atrito com o ar, retorno e
lançamento do carrinho, bem como a obtenção dos dados do
experimento, entre outras variações. Foi escolhido como foco
inicial do trabalho o sensoriamento e respectiva obtenção dos
dados, o retorno e lançamento do carrinho. Na Figura 2 é
apresentada a imagem do experimento com trilho de ar.
Figura 2 - Bancada experimental com trilho de ar, com a roldana em
destaque. [8]
B. Automação, software e hardware: uma proposta
para laboratório remoto de física
Neste trabalho é proposta a utilização do sistema SCADA
(Supervisory Control & Data Acquisition Systems ou
Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados), por meio do
software de supervisão denominado ScadaBR [6], como
plataforma de monitoramento do experimento de física.
Sendo responsável pelo controle do banco de dados e o
acesso à Internet.
Este tipo de sistema é comumente utilizado em plantas
industriais automatizadas, pois permitem a monitoração do
processo em tempo real (dentro do aceitável, o sistema é
instantâneo).
A plataforma de hardware escolhida foi o Arduino. Isto se
justifica por se tratar de um “Open-Source-Hardware”, de
fácil utilização, ideal para a criação de dispositivos que
permitam interação com o ambiente. A plataforma Arduino é
composta de uma placa eletrônica (hardware) e de um
ambiente de desenvolvimento (software/IDE) para criação
dos projetos pelos usuários [5][6]. O modelo utilizado na
implantação deste projeto foi o Arduino Uno (Revisão 3),
apresentado na Figura 3.

Figura 3 - Arduino Uno R3.
Quanto ao sistema de supervisão (ScadaBR), este opera de
acordo com a necessidade do projeto, em nível tanto de
software como de hardware. A presença de um ambiente de
comunicação entre elementos de controle e monitoramento é
uma tendência que traz como benefício à operação e
visualização através de telas gráficas elaboradas para
qualquer processo automatizado, independente do tamanho
das plantas, além de possibilitar a interação de todo o
processo. Utilizando tecnologias de computação e
comunicação, os softwares supervisórios permitem o
monitoramento e controle das variáveis do processo em
análise, praticamente em tempo real.
O ScadaBR é uma alternativa open source (plataforma
aberta), possuindo licença gratuita. Toda a documentação e o
código-fonte do sistema estão à disposição, inclusive sendo
permitido modificar e redistribuir o software se necessário.
É uma aplicação multiplataforma baseada em Java
(independe do sistema operacional) e pode executar o
software a partir de um servidor de aplicações (sendo o
Apache Tomcat 6 a escolha padrão quando executado na
versão Java 6.45). O aplicativo é acessado a partir de um
navegador de internet, preferencialmente o Firefox ou
Google Chrome. A interface principal do ScadaBR é de fácil
utilização e já oferece visualização das variáveis, gráficos,
estatísticas, configuração dos protocolos, alarmes, construção
de telas tipo IHM (Interface Homem-Máquina) e uma série
de opções de configuração.
Para a comunicação entre o ScadaBR e o Arduino foi
utilizado o protocolo de rede industrial Modbus, na porta
serial do Arduino, que comumente utiliza um conector USB,
ou diretamente nos pinos 0 e 1. A rede Modbus RTU foi
criada em 1978 pela empresa Modicon, fabricante de
controladores programáveis. Ao invés de definir a rede como
proprietária (uso exclusivo) da empresa, o protocolo foi
aberto e disponibilizado para uso geral. Devido à
simplicidade de sua implementação, e ao pioneirismo de ser
um protocolo aberto, alcançou enorme popularidade entre
fabricantes de diversos tipos de dispositivos de automação,
inclusive sendo disponível no Arduino [19]. Foi escolhido
para o desenvolvimento deste trabalho por ser de plataforma
aberta, desenvolvido para automação e suportado tanto pelo
software ScadaBR quanto pelo hardware Arduino.
C. Sensoriamento e Supervisão do Experimento
O sensoriamento e supervisão do processo deste
experimento exige que os sinais provenientes dos sensores
devam ser digitalizados, usando um conversor analógico-
digital (ADC) ou sensores com sinais eminentemente
3
digitais. Os dados são armazenados em banco de dados
gerenciado por um sistema computacional. Neste caso
utilizou-se o Arduino para fazer todo o processo de leitura,
interpretação dos dados e atuação e o Software ScadaBR para
armazena-los e apresenta-los in-loco assim como
disponibilizar o acesso pela internet.
Tanto o Arduino quanto o ScadaBR tem a vantagem de
serem open-source. O Arduino já foi utilizado como
ferramenta de experimentos em laboratório no ensino de
física e engenharia [8][9][10][11].
O ScadaBR assim como outras soluções do tipo SCADA,
vem sendo utilizado em conjunto com o Arduino[12]. Tem-
se também várias aplicações na literatura para softwares
SCADA controlando dispositivos, tipicamente PLCs via
internet [2][10][13][14]. Em Laboratório Remoto temos
diversas tecnologias de acesso e controle de experimentos à
distância como em [2][15][16][17][18]. Outros trabalhos são
avaliados em [3]. No entanto, não foi observada a tecnologia
SCADA na plataforma Arduino aplicada a Laboratórios
Remotos, na literatura.
III. APLICAÇÃO PRÁTICA PROPOSTA
A proposta é, por meio de um sensor óptico de passagem
atuando em um disco perfurado acoplado no final do trilho
de ar, mensurar evolução temporal da distância percorrida
pelo carrinho. (Conforme modelo de sensor apresentado na
Figura 4, combinado com disco perfurado).
Figura 4 - Detalhe do sensor ótico com o disco perfurado.
Contando-se os pulsos gerados pela passagem de luz nos
furos do disco consegue-se medir a distância percorrida pelo
carrinho. Esta abordagem é semelhante à realizada em [8].
Existem outras formas de fazer estas medidas, utilizando
“photogates” ao longo do trilho ou sensores magnéticos
(reed-switch ou reed-relay) [20]. Originalmente a roldana,
em destaque na Figura 2, tem a função de transferir o
movimento vertical, imposto pela força de um peso, em
movimento horizontal do carrinho. A passagem do cordão
sobre a roldana força esta a girar sobre seu eixo na medida
em que a massa, pendurada na extremidade do cordão, se
desloca sob a ação da gravidade.
Com aproveitamento deste giro, captura a informação por
meio do sensor óptico, que identifica os furos do disco pela
interrupção do feixe de luz, e desta forma calcula o
movimento temporal do carrinho. Quando a luz passa pelo
furo, o Arduino identifica como nível lógico alto (1), e
quando não tem furo, nível lógico baixo (0). Quando é
identificado nível lógico alto (1) é obtida a posição do

carrinho através da seguinte equação:
(𝜋.𝐷)×(𝑁𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜𝑠 −1)
𝑥 − 𝑥0 = (1)
𝑁𝑓
Onde D é o diâmetro externo da roldana e 𝑁𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜𝑠 é o
número de pulsos emitidos pelo sensor óptico. Para uma
roldana de 𝑁𝑓 furos, a equação é dividida por 𝑁𝑓 , para um
projeto diferente será necessário um ajuste [8].
Esta montagem funciona como um encoder rotativo. Um
único sensor pode medir a velocidade ou estimar a posição,
através da contagem de pulsos, mas não se pode medir o
sentido de rotação. Porém usando dois interruptores e
"encoding de quadratura" (dois sinais de saída compensado
de 90º), podem-se medir ambos.
Na Figura 5 pode-se observar o esquema elétrico do
sensor, sendo que à esquerda tem-se o LED emissor em série
com um resistor de proteção e controle de corrente elétrica, e
à direita o receptor ligado a entrada digital do Arduino,
conforme esquema das Figuras 5 e 6.
Figura 5– Esquema elétrico do conjunto emissor e sensor
Figura 6– Esquema elétrico da ligação do Arduino ao sensor
IV. TESTES E RESULTADOS OBTIDOS
O ScadaBR foi instalado sobre o sistema operacional
Windows 8.1, embora a ultima versão recomenda Windows
7.
Um detalhe importante é a necessidade de configuração
do software de gerenciamento de banco de dados (SGBD)
recomendado, o Apache Tomcat 6 e o Java jdk-6u45-
4
windows-x64.
No Arduino é realizada a leitura do sensor, calculada a
posição do carrinho (equação 1) e enviada para o ScadaBR,
via protocolo ModBus. Com base na série temporal
produzida, é gerado o gráfico na tela do computador.
Este protocolo funciona num sistema mestre/escravo
sendo o ScadaBR o mestre e o Arduino, o escravo.
Para utilizar o protocolo ModBus é necessário inserir
comandos específicos no programa do Arduino [6][19][21].
Como exemplo, é apresentado o fragmento de programa
abaixo:
if ((millis() - tanalogprev) > 1000)
{
/* atualiza as entradas analogica a cada 1 segundo */
regs[MB_PINO_3] = digitalRead(3);
/* ler entrada digital 3 */
regs[MB_A0] = analogRead(0);
/* ler entrada analógica 0 */
regs[space] = variavelSpace;
/* variável */
tanalogprev = millis();
}
Estas instruções solicitam a leitura da porta digital 3, 4 e
da variável, e armazena nos registros (MB_PINO_3, MB_A0
e VariavelSpace). O conteúdo destes registros é lido pelo
mestre ModBus (SCADA). O mesmo pode ocorrer no
sentido contrário, ou seja, pode ser enviado do mestre para o
escravo [19][21]. Os registros são definidos no ScadaBR
configurando-se a porta serial e declarando-se cada registro
nos datapoints, como na Figura 7 [6][19][21]. Estes registros
serão monitorados no WatchList (uma seleção das variáveis
lidas pelo ScadaBR), como na Figura 8, e com estes dados é
que são gerados os gráficos no ScadaBR.
Figura 7-Tela de configuração do ScadaBR para o registro do ModBus.
O cálculo da posição é realizado pelo Arduino, conforme
a equação (1). A leitura do sensor óptico é realizada pelo
comando “byte currentState = digitalRead(Pin_4);” que
verifica o estado do pino e cada vez que este estado é
alterado, verificado pelo comando “if(currentState !=
previousState)”. Desta forma é realizada a contagem em um
determinado tempo pré-estabelecido (1 segundo) e calculado
o espaço (equação 1). O resultado é enviado ao ScadaBR, por
 5

meio de um registro numérico configurado (no ScadaBR -
Figura 7) e executando-se o fragmento de programa
apresentado “regs[space] = variavelSpace;”, no Arduino.
configurar o que será mostrado na tela de monitoramento ao
mesmo tempo em que o processo é executado ou com o
mesmo parado. A Figura 10-b mostra a tela gráfica de
monitoramento do Trilho de Ar, apresentada via “navegador
para Internet”. Nesta figura, tem-se o funcionamento e estado
dos sensores IR1 (início), IR2 (na roldana medindo a
rotação) e as luzes (em verde/ocre) que indicam a posição
instantânea do carrinho (LED em verde). Como o desenho
não é dinâmico (o carrinho não se move) tornam-se
necessárias as luzes indicativas, como o LED IR1 em azul
escuro (sinalizando que o mesmo não está acionado/vemelho
acionado). Pode-se observar no canto superior esquerdo da
Figura 10-b um gráfico dinâmico da velocidade, capaz de
indicar as medidas num intervalo de tempo pré-definido.

Figura 8 – Tela (no Firefox) que permite selecionar um dos dados

monitorados (aceleração,velocidade ou espaço) e apresentar o gráfico em
qualquer período de tempo e histórico com estatísticas gerados pelo ScadaBr

Nas Figuras 8, 9 e 10(a) e 10(b) são apresentadas as

imagens geradas pelo software (ScadaBR) com os dados
coletados pelo sensor e processado pelo Arduino. A Figura 8
apresenta a tela com a leitura instantânea de uma das
variáveis monitoradas pelo WatchList (seleção das variáveis).
Nesta tela da Figura 8 é possível gerar um gráfico do
histórico dos dados de um período determinado, podendo ser
de segundos, minutos, horas ou dias, na figura temos um
intervalo de 20 segundos de uma aceleração variável, bem
como sua estatística. A Figura 9 apresenta um exemplo de
gráfico que pode ser gerado, o da velocidade, com ScadaBR.
Além deste é possível se obter o da aceleração em função do
tempo. Podem ser fornecidos também o posicionamento
(espaço) em função do tempo e o próprio tempo gasto no (a)
trajeto, ou outra variável de interesse para que possa ser
monitorada. As Figuras 10-a e 10-b apresentam a interface de
monitoramento da tecnologia ScadaBr desenvolvida para
este trabalho, com o gráfico de posição no canto superior
esquerdo e a representação do trilho de ar indicando
funcionamento dos sensores e luzes de indicação de posições
do carrinho.

Figura 9 – Exemplo de interface gráfica de medição de grandezas do
movimento que podem ser gerados no experimento, no caso Velocidade,
mas podendo ser Aceleração ou Espaço.
Na seção de configuração gráfica, foi elaborado um
gráfico apresentado na Figura 10-a, onde se visualiza a
representação do sensor infravermelho (infrared) IR1 em
vermelho indicando a passagem do carrinho por ele e o início
da contagem de tempo. Nesta versão do ScadaBR pode-se
(b)
Figura 10 - Imagem das telas com a interfaces de configuração de gráficos e
imagens a ser monitoradas (a) e a tela de monitoramento da tecnologia
ScadaBR desenvolvida para o projeto (b), com gráfico de espaço por tempo
e demonstração do trilho com LED’s indicativos de posição do carrinho no
trilho, e acionamento do sensor.
A Figura 11 mostra o sistema de automatização do
carrinho. A seta à esquerda indica o sistema de disparo
composto por um eletroímã que retém o carrinho e a da
direita, o sistema de recolhimento com uma haste livre que
posiciona o carinho no ponto de início, movida por um motor
DC e impulsiona uma coreia ligada à haste (Figura 12).

Figura 11: Sistema de retorno e posicionamento do carrinho indicado em
vermelho; com o sistema de disparo indicado a esquerda, podendo ser um
eletroímã e a haste livre a direita conforme sistema da Figura 12.
Figura 12: Imagem do sistema de recolhimento com uma haste livre (deve
ser afixada na base preta) que posiciona o carinho no ponto de inicio,
movido por um motor DC impulsionando uma coreia ligada à haste.
V. CONCLUSÕES
Esta proposta possibilita aos alunos que não têm acesso a
experimentos em suas escolas, a os realizarem em laboratório
de forma remota. Possibilita ainda, o compartilhamento de
equipamento dentro da escola com vários alunos ao mesmo
tempo, porém com os dados individualizados para avaliação,
transmissão de conhecimentos e questionamentos. Outro
ponto importante é a inserção da instituição numa nova
realidade que permite compartilhamento de laboratório entre
instituições, podendo oferecer experimentos àquelas que os
necessitem, como também acessar experiências de outras
instituições. Pode ser perfeitamente aplicada à modalidade
de Educação à Distância, que hoje em dia vem crescendo
muito, e com sua característica descentralizada, se
beneficiaria desta tecnologia.
Do ponto de vista didático e operacional, ao automatizar as
medidas, a experiência torna-se menos trabalhosa e com
melhor precisão em relação ao processo manual, permitindo
que os alunos concentrem seus esforços na compreensão do
fenômeno e conceito proposto.
A automatização com Arduino e ScadaBR aplicando o
protocolo ModBus no experimento de física se mostrou
viável e pode ser ampliada conforme a necessidade.
REFERÊNCIAS
[1] WOOLNOUGH, B.; ALLSOP, T. Practical Work in Science. Cambridge
University Press, 1985.
6
[2] LOPES, S. P. D. M. L. Laboratório de acesso remoto em física. [s.l.]
Dissertação (Mestrado em Ensino da Física e da Química). Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, 2007.
[3] CARDOSO, D. C.; TAKAHASHI, E. K. Experimentação remota em
atividades de ensino formal: um estudo a partir de periódicos Qualis A.
Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 11, n. 3, p. 185–
208, 2011.
[4] ANDRADE, Marcelo Leandro Feitosa de; MASSABNI, Vânia Galindo.
O desenvolvimento de atividades práticas na escola: um desafio para os
professores de ciências. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru , v. 17, n. 4, p. 835-
854,2011.
[5] S. Arduino. Disponível em: <http://www.Arduino.cc/>. Acesso em: 18
nov. 2015.
[6] Manual do Software ScadaBR 0.7: Sistema Open-Source para
Supervisão e Controle. Fundação Centros de Referência em Tecnologias
Inovadoras, 2010. Disponível em:
http://ufpr.dl.sourceforge.net/project/scadabr/Software/Docs/Manual
ScadaBR.pdf
[7] SILVA, J. B. A Utilização Da Experimentação Remota Como Suporte
Para Ambientes Colaborativos De Aprendizagem. Florianópolis: Tese
(Doutorado em Engenharia de Gestão do Conhecimento da Universidade).
Universidade Federal de Santa Catarina., 2006.
[8] RAMIREZ, A. R. G.; CINELLI, M. J.; IRIGOITE, M. Automação para
obtenção de dados de uma experiência de Física: Segunda Lei de Newton.
Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 27, n. 4, p. 609–612, 2005.
[9] LENZ, J.A. et al. O Gerador de ondas estacionárias em cordas com o uso
de tecnologias livres. Simpósio Nacional De Ensino De Física, 19., 2011,
Anais...Manaus:SBF,2011.Disponível em:
http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xix/sys/resumos/T0096-1.pdf
[10] PINTO, M. DE C. Aplicação de arquitetura pedagógica em curso de
robótica educacional com hardware livre. [s.l.] Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 2011.
[11] SOUZA, A. R. et al. A placa Arduino: uma opção de baixo custo para
experiências de física assistidas pelo PC. Revista Brasileira de Ensino de
Física, v. 33, n. 1, p. 01–05, 2011.
[12] DARANDALE, D. C.; GUNJAL, B. L. Development of Web-Based
SCADA like Application using Arduino Platform. International Journal of
Emerging Technology and Advanced Engineering, v. 3, n. 8, p. 172–176,
2013.
[13] SANTOS, H. G. Desenvolvimento de um supervisório modular para
uma célula flexível de manufatura. [s.l.] Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica). Universidade Federal de Santa Catarina., 2007.
[14] KIRUBASHANKAR, R. et al. Design and Implementation of Web
Based Remote Supervisory Control and Information System. International
Journal of Soft Computing and Engineering, v. 1, n. 4, p. 43–51, 2011.
[15] BENMOHAMED, H.; LELEVE, A; PREVOT, P. Remote
laboratories: new technology and standard based architecture. Proceedings.
2004 International Conference on Information and Communication
Technologies: From Theory to Applications (IEEE Cat. No.04EX852), p.
101 – 2, 2004.
[16] GUIDA, L. C.; NUNES, T. M.; MOSCOSO, M. N. A. Sistema de
Acesso Remoto Via Web a Experiências de Eletrônica. World Wide Web
Internet And Web Information Systems, 2004.
[17] JUNIOR, F. S. et al. WebLab um laboratório de acesso remoto
controlado através da Internet. Um estudo de caso na Logística. p. 1–10,
[s.d.].
[18] SILVA, M. R. et al. Importância da ferramenta ScadaBR para o
Ensino em Engenharia, XLI Congresso Brasileiro de Educação em
Engenharia (COBENGE) - Educação na Era do Conhecimento.
Anais...Gramado-RS: 2013.
[19] Modbus Tutorial for Arduino, Raspberry Pi and Intel Galileo.
Disponível em: <https://www.cooking-hacks.com > Acesso em: 25 jan. 2016
[20] LAUDARES, F.; LOPES, M. C. S. M.; CRUZ, F. A. O. Usando
sensores magnéticos em um trilho de ar. Revista Brasileira de Ensino de
Física, v. 26, n. n. 3, p. 233–236, maio 2004.
[21] Wiechert, Marcos Daniel. Modbus serial - RTU Slave Arduino Sketch
; wiechertdaniel@yahoo.com.br; Baseado na biblioteca de Juan Pablo
Zometa : http://sites.google.com/site/jpmzometa/, Acesso em: 18 nov. 2015.