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Mecânica dos Fluidos

Prof. Marcos dos Reis Vargas

1
2021
Equação da Energia para o Regime Permanente

Objetivos:

• Obter uma equação que permita fazer o balanço das


energias (equação da energia);

• Associar a equação da energia com a equação da


continuidade para resolver problemas práticos
(determinação da potência de máquinas hidráulicas,
determinação de perdas em escoamento, etc.)

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Tipos de energias mecânicas associadas a um fluido:

I) Energia potencial (Ep):

• É o estado do sistema devido à sua posição no campo


gravitacional em relação a um Plano Horizontal de
Referência (PHR);
• Essa energia é medida pelo potencial de realização de
trabalho do sistema:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Tipos de energias mecânicas associadas a um fluido:

II) Energia cinética (Ec):

• É o estado de energia determinado pelo movimento


do fluido:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Tipos de energias mecânicas associadas a um fluido:


III) Energia de pressão (Epr):
• Essa energia corresponde ao trabalho potencial das forças de
pressão que atuam no escoamento do fluido;
• Admitindo que a pressão seja uniforme na seção, então a força
aplicada pelo fluido externo no fluido do tubo de corrente, na
interface de área A, será F = pA;
• No intervalo de tempo dt, o fluido irá se deslocar de um ds, sob
a ação da força F, produzindo um trabalho:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Tipos de energias mecânicas associadas a um fluido:

IV) Energia mecânica total do fluido (E):

• Excluindo-se energias térmicas e levando em


consideração apenas os efeitos mecânicos, a energia
total de um sistema fluido será:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação de Bernoulli:

A equação da energia geral será construída partindo de


uma equação mais simples, válida somente para uma
série de hipóteses simplificadoras;

Hipóteses simplificadoras:
• Regime permanente;
• Sem máquina (bombas ou turbinas) no trecho de
escoamento em estudo;
• Sem perdas por atrito no escoamento do fluido ou
fluido ideal;
• Propriedades uniformes nas seções;
• Fluido incompressível;
• Sem trocas de calor. 7
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Equação de Bernoulli:

Seja o tubo de corrente:

Deixando passar um intervalo de tempo dt, uma massa


infinitesimal dm1 de fluido a montante da seção (1)
atravessa-a e penetra no trecho (1)-(2) acrescentando-
lhe a energia:

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Equação de Bernoulli:

Montante diz-se de um lugar situado acima, e jusante


uma área que fica abaixo;

Na seção (2), uma massa dm2 do fluido que pertencia


ao trecho (1)-(2) escoa para fora, levando a sua
energia:

Como não se fornece nem se retira energia do fluido


pelas hipótese assumidas, para que o regime seja
permanente é necessário que no trecho (1)-(2) não
haja variação de energia:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Equação de Bernoulli:

A Equação de Bernoulli permite relacionar cotas,


velocidades e pressões entre duas seções do
escoamento do fluido:

Apesar de cada um dos termos da equação de Bernoulli


possuir unidade de comprimento, cada parcela tem o
significado de energia por unidade de peso. 11
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Equação da Energia para o Regime Permanente
Equação de Bernoulli:

Fazendo:

No qual, H = Energia total por unidade de peso em uma


seção ou carga total na seção;

Pode-se então escrever a equação de Bernoulli como:


H1 = H2;

Ou seja, se entre duas seções do escoamento, o fluido


for incompressível, sem atritos, e o regime
permanente, se não houver máquina nem trocas de
calor, então as cargas totais se manterão constantes
em qualquer seção, não havendo nem ganhos nem
perdas de carga. 13
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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

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Equação da energia e presença de uma máquina:

Eliminando-se as hipóteses que restringem o uso da


equação de Bernoulli;

Assim, eliminamos a hipótese que dizia: “Sem máquina


(bomba ou turbina) no trecho de escoamento em
estudo”;

Agora há uma máquina atuando entre as seções (1) e


(2) do tubo de corrente;

O termo máquina aqui será definido como qualquer


dispositivo introduzido no escoamento, o qual forneça
ou retire energia dele, na forma de trabalho.
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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia e presença de uma máquina:

Será denominado como bomba qualquer máquina que


forneça energia ao fluido e turbina, qualquer máquina
que retire energia dele;

Considere agora a introdução de uma máquina entre


as seções (1) e (2):

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia e presença de uma máquina:

Se não houvesse máquina e pelas hipóteses


consideradas:

Com a presença de uma bomba, o fluido receberá


acréscimo de energia tal que H2 > H1:

A parcela HB é a carga ou altura manométrica da


bomba, que representa a energia fornecida à unidade
de peso do fluido que passa pela bomba.
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Equação da energia e presença de uma máquina:

Com a presença de uma turbina, haverá retirada de


energia do fluido, tal que H1 > H2:

A parcela HT é a carga ou altura manométrica da


turbina, que representa a energia retirada da unidade
de peso do fluido pela turbina.

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Equação da energia e presença de uma máquina:

Como se deseja estabelecer uma equação geral, a


carga manométrica da máquina será indicada por HM,
com a equação que inclui uma máquina entre as seções
(1) e (2) podendo ser escrita como:

Sendo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia e presença de uma máquina:

A equação:

Pode ser escrita como:

A presença de uma máquina pode acarretar variações


da carga de pressão, da carga potencial e da carga
cinética. 23
Equação da Energia para o Regime Permanente

Potência da máquina e noção de rendimento:

A potência, por definição, é o trabalho por unidade de


tempo;

Como trabalho é uma energia mecânica, pode-se


generalizar definindo a potência como:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Potência da máquina e noção de rendimento:

Vazão em massa e em peso:

Considerando: Q = vazão volumétrica; Qm = vazão em


massa e QG = vazão em peso. 25
Equação da Energia para o Regime Permanente

Potência da máquina e noção de rendimento:

A energia por unidade de peso já foi denominada


anteriormente como carga, e peso por unidade de
tempo é a vazão em peso:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Potência da máquina e noção de rendimento:

Na presença de uma máquina, a energia fornecida ou


retirada do fluido, por unidade de peso, é indicada por
HM (carga manométrica);

Assim, a potência referente ao fluido será dada por:

No caso de uma bomba:


No caso de uma turbina:

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Potência da máquina e noção de rendimento:

No caso da transmissão de potência, sempre existem


perdas e, portanto, a potência recebida ou cedida pelo
fluido não coincide com a potência da máquina, que é
definida com sendo a potência no seu eixo;

A potência de uma bomba será indicada por NB:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Potência da máquina e noção de rendimento:

NB na figura coincide com a potência do motor, mas


nem sempre o motor é ligado diretamente ao eixo,
podendo existir algum elemento de transmissão que
provoque perdas.

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Potência da máquina e noção de rendimento:

Assim, N < NB devido às perdas na transmissão da


potência ao fluido, que se devem principalmente a
atritos;

Define-se o rendimento de uma bomba (ηB) como a


relação entre a potência recebida pelo fluido e a
fornecida pelo eixo:

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Potência da máquina e noção de rendimento:

No caso de uma turbina:

Como o fluxo de energia é do fluido para a turbina: NT


<N
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Equação da Energia para o Regime Permanente

Potência da máquina e noção de rendimento:

Define-se o rendimento de uma turbina (ηT) como a


relação entre a potência da turbina e a potência cedida
pelo fluido:

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Exemplo:

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Exemplo:

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Exemplo:

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Equação da energia para fluido real:

Hipóteses simplificadoras:
• Regime permanente;
• Sem máquina (bombas ou turbinas) no trecho de
escoamento em estudo;
• Sem perdas por atrito no escoamento do fluido ou
fluido ideal;
• Propriedades uniformes nas seções;
• Fluido incompressível;
• Sem trocas de calor.

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia para fluido real:

Para retirar a hipótese de fluido ideal serão


considerados os atritos internos no escoamento do
fluido;

Pela equação de Bernoulli para um fluido perfeito: H1 =


H2.

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Equação da energia para fluido real:

Se houver atrito no transporte do fluido entre as seções


(1) e (2) haverá uma dissipação de energia, de forma
que H1 > H2. Então:

H1 = H2 + Hp1,2

No qual Hp1,2 é a energia perdida entre (1) e (2) por


unidade de peso do fluido.

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia para fluido real:

Como Hp1,2 = H1 - H2 e como H1 e H2 são chamados


cargas totais, Hp1,2 é denominado perda de carga;

Com a presença de uma máquina entre (1) e (2), a


equação da energia ficará:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia para fluido real:

A partir da equação acima observa-se que no


escoamento de um fluido real entre duas seções onde
não existe máquina, a energia é sempre decrescente no
sentido do escoamento, ou seja, a carga total a
montante é sempre maior que a de jusante.
A potência dissipada ou perdida por atrito pode ser
calculada por:
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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

Na instalação da figura, verificar se a máquina é uma


bomba ou uma turbina e determinar sua potência,
sabendo que ser rendimento é 75 %. Sabe-se que a
pressão indicada por um manômetro instalado na seção
(2) é 0,16 Mpa, a vazão é 10 L/s, a área da seção dos
tubos é 10 cm2 e a perda de carga entre as seções (1)
e (4) é 2 m. Não é dado o sentido do escoamento:

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Exemplo:

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Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

Na instalação da figura, a máquina é uma bomba e o


fluido é água. A bomba tem uma potência de 5 kW e
seu rendimento é 80 %. A água é descarregada à
atmosfera com uma velocidade de 5 m/s pelo tubo cuja
área da seção é 10 cm2. Determinar a perda de carga
do fluido entre (1) e (2) e a potência dissipada ao longo
da tubulação.

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia para fluido real:

Hipóteses simplificadoras:
• Regime permanente;
• Sem máquina (bombas ou turbinas) no trecho de
escoamento em estudo;
• Sem perdas por atrito no escoamento do fluido ou
fluido ideal;
• Propriedades uniformes nas seções;
• Fluido incompressível;
• Sem trocas de calor.

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Equação da Energia para o Regime Permanente

) 50
Equação da Energia para o Regime Permanente

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Diagrama de velocidades não uniforme na seção:

• Assim, calcula-se a energia cinética que, no intervalo


de tempo dt, atravessa dA da seção de área A:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Diagrama de velocidades não uniforme na seção:

• Para obter o fluxo de energia através de toda a área


A, deve-se integrar a equação:

• Adotando a velocidade média na seção e supondo a


massa específica constante em todos os pontos, tem-
se:

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Diagrama de velocidades não uniforme na seção:

A equação:

É válida, sem nenhuma restrição, quando o regime é


permanente, o fluido é incompressível e sem trocas de
calor ou fenômenos térmicos;

É aplicada em situações que envolvem fluidos


incompressíveis, desde que a variação da massa
específica ao longo do escoamento seja desprezível.
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Equação da energia para diversas entradas e saídas e


escoamento em regime permanente de um fluido
incompressível, sem trocas de calor:

• Mantidas as hipóteses da Equação de Bernoulli até


agora apresentadas, a energia que penetra o sistema
pelas entradas deve coincidir com a que abandona
pelas saídas no mesmo intervalo de tempo t, para
que o regime seja permanente:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia para diversas entradas e saídas e


escoamento em regime permanente de um fluido
incompressível, sem trocas de calor:

• Na presença de máquinas e de perdas por atrito,


tem-se:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Equação da energia para diversas entradas e saídas e


escoamento em regime permanente de um fluido
incompressível, sem trocas de calor:

• N será positivo ou negativo, dependendo de a


máquina ser uma bomba ou turbina, e:

• Com Q e Hp referindo-se a cada trecho do


escoamento. 63
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Exemplo:

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Exemplo:

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Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

O reservatório mostrado na figura possui nível


constante e fornece água com uma vazão de 10 L/s
para o tanque B. Verificar se a máquina é uma bomba
ou uma turbina e calcule sua potência sabendo-se que
η=75%.

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Exemplo:
Deseja- se elevar água do reservatório A para o
reservatório B. Sabe-se que a vazão é igual a 4 L/s,
determine:
a) A velocidade da água na tubulação de sucção.
b) A velocidade da água na tubulação de recalque.
c) A potência da bomba.
d) O tempo necessário para se encher o reservatório B
que possui 10000 L.

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Exemplo:

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Exemplo:

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Exemplo:

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Exemplo:

Uma mistura de dois líquidos é bombeada para um


tanque de 30 m³ de um caminhão, determine:
a) A massa específica da mistura dos dois líquidos.
b) A velocidade do escoamento no ponto (3).
c) A velocidade do escoamento na tubulação de
recalque.
d) A potência da bomba.
e) O tempo necessário para encher o reservatório do
caminhão.

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Exemplo:

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Exemplo:

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Exemplo:

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Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Interpretação da perda de carga:

• A existência de atrito no escoamento do fluido


provoca uma dissipação de energia que, por unidade
de peso, é identificada como perda de carga, Hp1,2;

• A noção de perda de carga é introduzida para


balancear a equação, sem explicar o que ocorre com
a energia que vai sendo perdida pelo fluido ao longo
do seu escoamento;

• Porém, a perda de carga provocada pelo efeito


mecânico do atrito no escoamento do fluido, acabará
recaindo em efeitos térmicos, que devem ser levados
em consideração na sua interpretação.
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Equação da Energia para o Regime Permanente
Interpretação da perda de carga:

• Para explicar esses efeitos térmicos, pode-se


considerar duas suposições:

1) Suponha que o escoamento fosse isotérmico:

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Interpretação da perda de carga:

• O atrito provoca a tendência de aquecimento do


fluido, mas pela hipótese de temperatura constante
ao longo do escoamento, deve-se supor que haverá
troca de calor entre o fluido e o meio;
• Indicando por q o calor trocado por unidade de peso,
o calor gerado pelos atritos é sempre perdido pelo
fluido e, portanto, por convenção, pode-se considerar
sempre negativo;
• Como a perda de carga é um termo positivo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente
Interpretação da perda de carga:

2) Suponha que o escoamento fosse adiabático:

• Como não é trocado calor entre as seções (1) e (2),


haveria ao longo do escoamento um aquecimento
provocado pelo atrito:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Interpretação da perda de carga:

• O aumento da temperatura do fluido denota um


aumento de sua energia térmica ou interna (i):

No qual, ce é o calor específico do fluido.

• Devido ao atrito T2 > T1, e consequentemente, i2 > i1,


denotando aumento e energia térmica do fluido.

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Interpretação da perda de carga:

• Pelo princípio da conservação da energia, o aumento


de energia térmica do fluido deverá ser acompanhado
por uma diminuição da energia mecânica:

• Pela equação da energia:

Tem-se que, z2 – z1 é função apenas das cotas das


seções (1) e (2).

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Equação da Energia para o Regime Permanente

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Equação da Energia para o Regime Permanente
• Quando se interpretam apenas os fenômenos
mecânicos do escoamento de um fluido
incompressível, o aumento da energia térmica,
provocado pelos atritos, é incluído nas perdas
mecânicas, interpretadas globalmente pela perda de
carga;

• Em regime permanente, o escoamento não será nem


adiabático nem isotérmico e ocorrerá simultaneamente
trocas de calor e a variação de temperatura entre uma
seção e outra, devido aos atritos:

• Apesar da coerência dessa equação, não será possível


obter a perda de carga numericamente, pela medida
de seus efeitos térmicos, devido ao fato de que estes,
sendo muito pequenos, são difíceis de avaliar. 86
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Equação da Energia para o Regime Permanente

Exemplo:

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Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

Exemplo:

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Equação da Energia para o Regime Permanente

• A equação da energia obtida até aqui é válida se o


fluido for incompressível e sem trocas induzidas de
calor;

• A troca de calor devida aos atritos é considerada


natural e não induzida.

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Incompressível em Condutos Forçados
• Foi visto que a equação da energia, dentro das
hipóteses analisadas, reduz-se a:

• Muitos dos problemas referentes a instalações


hidráulicas recaem nas hipóteses de validade dessa
equação;

• Muitas vezes a incógnita nos problemas é o termo HM


que, é utilizado no cálculo da potência da máquina;

• Normalmente H1 e H2 são conhecidos pela própria


configuração da instalação e pelas condições que lhe
são impostas. 92
Escoamento Permanente de Fluido
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• Sendo necessário conhecer o termo Hp1,2 para que


seja possível determinar HM.

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Definições importantes:

• Conduto é qualquer estrutura sólida, destinada ao


transporte de fluidos;
• Os condutos são classificados, quanto ao
comportamento dos fluidos em seu interior, em
forçados e livres;
• O conduto é dito forçado quando o fluido que nele
escoa o preenche totalmente, estando em contato
com toda a sua parede interna, não apresentando
nenhuma superfície livre;
• O conduto é dito livre quando o fluido em movimento
apresenta uma superfície livre.
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Definições importantes:

Conduto (a) forçado e (b) livre

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Definições importantes:
Raio e diâmetro hidráulico:

• O diâmetro hidráulico (DH) é definido por:

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Definições importantes:
Exemplos de raios e diâmetros hidráulicos:

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Definições importantes:
Rugosidade:

• Os condutos apresentam asperezas nas paredes


internas que influem na perda de carga dos fluidos
em escoamentos;
• Em geral, tais asperezas são uniformes, mas
apresentam uma distribuição aleatória tanto em
altura como em disposição;
• Para efeito de estudo, incialmente será suposto que
as asperezas tenham altura e distribuição uniformes.

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Escoamento Permanente de Fluido
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Definições importantes:
Classificação das perdas de carga:

• Ao examinar o comportamento do escoamento de


fluidos em condutos, é possível distinguir dois tipos
de perda de carga:

1) A perda de carga distribuída, que será indicada por


h f;
2) As perdas de cargas locais ou singulares, que serão
indicadas por hs.

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Escoamento Permanente de Fluido
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Definições importantes:
Classificação das perdas de carga:

• A perda de carga distribuída acontece ao longo de


tubos retos, de seção constante, devido ao atrito das
próprias partículas do fluido entre si, sendo que essa
perda só será considerável se houver trechos
relativamente longos de condutos, pois o atrito
acontecerá de forma distribuída ao longo deles;

• As perdas de carga locais ou singulares acontecem


em locais das instalações em que o fluido sofre
perturbações bruscas no seu escoamento. Essas
perdas podem ser grandes em trechos relativamente
curtos da instalação (válvulas, mudanças de direção,
alargamentos bruscos, etc.)
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Definições importantes:
Classificação das perdas de carga:

• Entre (1 e 2), (2 e 3), (3 e 4), (4 e 5) e (5 e 6)


existem perdas distribuídas;
• Em (1) ocorre um estreitamento brusco, (2) e (3) são
cotovelos, (4) um estreitamento, (5) uma válvula,
que são perdas singulares.
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Definições importantes:
Classificação das perdas de carga:

• Em uma instalação completa, o termo Hp1,2 será dado


por:

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Estudo da perda de carga distribuída (hf):

Serão consideradas as seguintes hipóteses:

a) Regime permanente e fluido incompressível;


b) Condutos longos, para que no trecho considerado
possa ser alcançado o regime dinamicamente
estabelecido;
c) Condutos cilíndricos, isto é, de seção transversal
constante. Se na instalação a área da seção variar
de local a local, será necessário calcular a perda de
carga em cada trecho e posteriormente soma-las
para obter o total;

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Escoamento Permanente de Fluido
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Estudo da perda de carga distribuída (hf):


Serão consideradas as seguintes hipóteses:

d) Regime dinamicamente estabelecido, para que o


diagrama de velocidades seja o mesmo em cada seção;
e) Rugosidade uniforme;
f) Trecho considerado sem máquinas.

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Estudo da perda de carga distribuída (hf):
A equação da energia:

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Estudo da perda de carga distribuída (hf):
A equação da energia:

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Estudo da perda de carga distribuída (hf):

Pela figura observa-se que a perda de carga é dada


pela diferença entre as cargas piezométricas das duas
seções:

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Estudo da perda de carga distribuída (hf):

A diferença de cotas entre dois pontos quaisquer da


linha de energia fornecerá o valor da perda de carga no
trecho considerado, isto é, entre as seções
correspondentes aos dois pontos.

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Escoamento Permanente de Fluido
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Escoamento Permanente de Fluido
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Escoamento Permanente de Fluido
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A experiência de Nikuradse:

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Escoamento Permanente de Fluido
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A experiência de Nikuradse:

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Escoamento Permanente de Fluido
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A experiência de Nikuradse:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
A experiência de Nikuradse:

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Escoamento Permanente de Fluido
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A experiência de Nikuradse:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
A experiência de Nikuradse:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Condutos industriais:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Condutos industriais:

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Diagrama de Moody-Rouse

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Escoamento Permanente de Fluido
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Problemas envolvendo perda de carga distribuída:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplo 1:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

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Diagrama de Moody-Rouse

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplo 2:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

132
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

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Diagrama de Moody-Rouse

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplo 3:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

136
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

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Diagrama de Moody-Rouse

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplo 4:

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Escoamento Permanente de Fluido
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Exemplos:

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Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

142
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

143
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

144
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Perdas de carga singulares:

• É produzida por uma perturbação brusca no


escoamento do fluido;

• As perturbações são produzidas nas singularidades,


como válvulas, conexões, alargamentos bruscos,
etc.;

• A perda de carga singular é calculada pela expressão:

• No qual, ks é o coeficiente de perda de carga singular.


145
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Perdas de carga singulares:
Alguns exemplos de valores de ks são:

146
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Perdas de carga singulares:

• Outro método para a determinação das perdas


singulares é dos comprimentos equivalentes;

• O comprimento equivalente de uma singularidade é o


comprimento fictício de uma tubulação de seção
constante de mesmo diâmetro, que produziria uma
perda distribuída igual à perda singular da
singularidade;

• O comprimento equivalente pode ser determinado


por:

147
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Perdas de carga singulares:
• Igualando as duas equações:

• Na prática, os comprimentos equivalentes são


tabelados, de forma que em uma instalação todas as
singularidades possam ser reduzidas a comprimentos
imaginários de condutos, e o cálculo da perda total é
dado por:

148
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Perdas de carga singulares:
•Exemplo:
No trecho (1)-(5) de uma instalação existem: uma
válvula de gaveta (2), uma válvula tipo globo (3) e um
cotovelo (4). Sendo a tubulação de aço de diâmetro de
2’’ (5 cm), determinar a perda de carga entre (1) e (5),
sabendo que a vazão é 2 L/s e que o comprimento da
tubulação entre (1) e (5) é 30 m. Dado: ν = 10-6 m2/s.

149
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

150
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

151
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

152
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Instalações de recalque:

153
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Instalações de recalque:

• Geralmente, o objetivo nas instalações é a seleção e


a determinação da potência da máquina hidráulica
instalada;

Cavitação:

154
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Cavitação:

155
Escoamento Permanente de Fluido
Incompressível em Condutos Forçados
Cavitação:

Nos problemas que serão trabalhados a seguinte


condição será imposta:

As condições que ajudam a manutenção dessa


desigualdade são:

156
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Perdas de carga singulares:
• Exemplo:

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Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

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Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

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Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

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Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

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Exemplos:

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Incompressível em Condutos Forçados
Exemplos:

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