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ENSINO SECUNDÁRIO

PROVA ESCRITA DE FILOSOFIA


11º ANO DE ESCOLARIDADE
1.ª FICHA FORMATIVA 9 Páginas
Duração da prova: 45 Minutos

2019-2020

VERSÃO 1

Para responder utilize o Anexo A.

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.

Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não seja classificado.

Apresente as suas respostas de forma legível.

Apresente apenas uma resposta para cada item.

A prova termina com a palavra FIM.

As cotações dos itens encontram-se indicadas no final da prova.


1. Na resposta a cada um dos itens 1.1. a 1.15, selecione a opção que permite obter a única
afirmação correta.

1.1. No contexto da arte como história, o fundamento da arte reside no facto de todas as obras
A. se relacionarem com obras anteriores.
B. dependem da apreciação dos membros do mundo da arte.
C. não terem um caráter histórico.
D. se centrarem no objeto que imita um aspeto do real.

1.2. No contexto da arte como instituição, para que uma obra seja considerada arte
A. ser um artefacto é condição suficiente.
B. ser um artefacto é condição necessária, mas não suficiente.
C. a atribuição de estatuto é condição suficiente.
D. é necessário identificar as suas características essenciais, intrínsecas.

1.3. Um dos aspetos a favor da teoria da arte como instituição é


A. é uma definição normativa, uma vez que nos permite distinguir uma boa obra de arte de uma má
obra de arte.
B. é uma definição prática, por caber aos entendidos em arte decidir o que é arte.
C. é uma definição essencialista, permitindo-nos aferir as características essenciais de uma obra.
D. é uma definição abrangente, uma vez que se considera que é arte tudo o que desperta uma emoção
estética.

1.4. À teoria que destaca o modo como a obra é tratada por quem a expôs ou aprecia damos o nome de
A. teoria da arte como instituição.
B. teoria da arte como forma.
C. teoria da arte como história.
D. nenhuma das anteriores.

1.5. Levinson defende que só podemos falar de arte se

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A. existir uma intenção duradoura.
B. atribuirmos ao objeto o estatuto de candidato a apreciação.
C. o artista tiver um conhecimento aprofundado da obra de arte.
D. a obra tiver uma forma significante.

1.6 O Gonçalo é um melómano (alguém que tem uma paixão pela música). Aprecia particularmente as
sinfonias de Beethoven, Haydn e Mozart. Por esse motivo, nas aulas de filosofia da arte, opôs-se,
com bons argumentos
A. teoria da arte como expressão, porque as sinfonias transmitem sentimentos e, por isso, não
poderiam ser consideradas arte.
B. à teoria institucional da arte, porque uma sinfonia não é um artefacto.
C. à teoria da arte como imitação/representação, porque as sinfonias são arte, mas não imitam ou
representam algo.
D. à teoria da arte enquanto forma, porque as primeiras sinfonias não têm um contexto histórico onde
possam ser integradas e, por isso, na perspetiva desta teoria, não são arte.

1.7 É restritivo e até peculiar pretender que as emoções do público sejam idênticas às do artista.
Quem argumenta desta forma opõe-se
A. à teoria da arte enquanto expressão.
B. à teoria da arte enquanto forma.
C. à teoria institucional da arte.
D. à teoria histórica da arte.

1.8 O João, perante uma tela de Kandinsky, sente-se elevado e tocado pelas cores e disposições
geométricas da obra. A Mariana, grande apreciadora da pintura renascentista, considera aquela obra
como irrelevante e não compreende a emoção do João. O facto de perante a mesma obra uma
pessoa sentir uma emoção estética e outra não, pode ser utilizado para mostrar as fragilidades
A. da teoria histórica da arte.
B. das teorias não essencialistas.
C. da teoria da arte enquanto imitação.
D. da teoria da arte enquanto expressão.

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1.9 Realizemos a seguinte experiência mental: uma importante crítica de arte, prestigiada e respeitada
por todos, afirma que todas as produções humanas são arte, ou seja, confere o estatuto de arte a
tudo o que o homem faz. Teremos de admitir que, então, tudo é arte?
Esta experiência mental mostra as dificuldades
A. da teoria da arte como forma.
B. da teoria institucional da arte.
C. das teorias essencialistas.
D. das teorias não essencialistas.

1.10 É frequente chamarmos a certos artistas como “o pai do surrealismo” ou o “criador da action paiting”
ou o “fundador do cubismo”. O facto de certos artistas estabelecerem obras que consideramos as
primeiras de um certo tipo contribui para descredibilizar
A. a teoria histórica da arte.
B. a teoria institucional da arte.
C. a teoria da arte como imitação.
D. a teoria da arte enquanto forma.

1.11. O 11.º A considera que a conceção de arte como imitação deixa muito a desejar, na medida em que
A. há obras de arte que são classificadas como tal, mas não imitam nada.
B. copiar a realidade é uma atividade muito pobre.
C. sempre que retratamos a realidade exprimimos emoções estéticas.
D. nunca existe o objetivo de imitar o real, quando se leva a cabo uma determinada obra.

1.12. Para os defensores da arte como expressão


A. a arte é sempre uma expressão genuína e clara de emoções sentidas pelo artista.
B. a arte traduz uma cópia da realidade associada a emoções e sentimentos.
C. a arte, mediante a sua forma significante, explora o mundo das emoções e dos sentimentos do
artista.
D. a obra de arte é independente do artista, permitindo uma multiplicidade de leituras por parte do
espetador.

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1.13. “ Como podemos nós saber se uma determinada obra exprime corretamente as emoções do artista
que a criou, quando o artista já morreu há séculos? Esta crítica poderia ser feita à arte como
A. imitação.
B. expressão.
C. forma.
D. expressão e forma.

1.14. Segundo a conceção de arte como forma, não se deve procurar aquilo que define uma obra de arte
na própria obra. Deve-se procurá-la no sujeito que aprecia. Esta afirmação é
A. falsa. A arte como forma promove a dimensão da obra de arte.
B. verdadeira. A arte valoriza a dimensão do recetor, das emoções estéticas que este experiencia
mediante a forma significante.
C. falsa. A emoção estética é irrelevante para podermos classificar uma obra de arte como tal.
D. verdadeira. O sujeito que aprecia atribui uma forma significante à obra de arte.

1.15. Alguns alunos do 11.º A rejeitam a conceção da arte como forma, porque
A. não explica de forma convincente o critério de forma significante.
B. nem sempre é possível aceder às emoções do artista e, deste modo, determinar o seu valor.
C. a forma significante não é fiel ao propósito de retratar a realidade.
D. não gostam de formas, nem todas as pessoas gostam de formas!

2. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.

1. As teorias não essencialistas defendem que não existem propriedades, intrínsecas (e observáveis)
ou extrínsecas (e não observáveis), comuns a todos os objetos de arte.
2. O problema da definição da arte traduz-se na procura de critérios que distingam as boas das más
obras de arte.
3. A teoria da arte enquanto expressão oferece um duplo critério relativo à arte, classificativo (distingue
o que é arte do que não é) e valorativo (distingue a boa da má arte).
4. Muitas das coreografias de dança contemporânea oferecem uma experiência estética, mas não
podem ser consideradas arte, se aplicarmos o critério da teoria da arte como expressão, por não ser
claro que emoção é transmitida.

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5. A arte conceptual tem como principal propósito apenas despertar ideias no seu público. Nessa
medida, muitas das obras conceptuais ficariam excluídas do conjunto de obras de arte se
aplicarmos os critérios propostos pela teoria da arte enquanto expressão.
6. Por ser difícil perceber quem pertence ou não ao mundo da arte, a teoria histórica da arte apresenta
problemas de definição.
7. Um famoso pintor, conhecido principalmente pela sua pintura abstrata, distraidamente deixa cair
tinta numa tela. Como esse pintor costumava (desavisadamente) assinar as telas assim que as
recebia, o borrão de tinta estava assinado. Apercebendo-se disso, o seu agente (que tinha um prazo
de entrega de um trabalho deste artista para cumprir), leva-o. O quadro foi comprado e está hoje
exposto num museu de arte moderna.
Relativamente a este caso, podemos afirmar que a tela é arte segundo a teoria histórica da arte,
mas não segundo a teoria institucional da arte.
8. A teoria da arte como imitação/representação torna-se alvo de críticas por sustentar que o conteúdo
é irrelevante para apreciar uma obra de arte.
9. A teoria da arte enquanto expressão apresenta uma definição circular e, por isso, apresenta
problemas de definição.
10. No contexto da teoria institucional, um objeto do mundo natural nunca pode ser considerado um
artefacto.
11. A teoria da arte como imitação defende que o critério estético que utiliza para distinguir arte de não
arte não é o mesmo que permite distinguir boa arte de má arte.
12. No contexto da arte como história, sem intencionalidade não podemos falar de arte.
13. A teoria da arte como expressão defende a unidade emocional entre artista/obra/público.
14. A teoria da arte como expressão defende que o artista, em certos casos, pode fingir as emoções
que expressa nas suas obras.
15. Uma argumentação a favor da teoria da arte como expressão é que existem várias obras que imitam
o real.
16. A teoria da arte como forma é mais restritiva do que a teoria da arte como imitação.
17. Platão censura a arte por considerar que ela não é imitação.
18. A teoria institucionalista considera que qualquer artefacto pode ganhar estatuto artístico desde que
reconhecido por alguém do mundo da arte.
19. No contexto da teoria institucional, dizer que um artefacto é “candidato a apreciação”, implica que o
objeto seja realmente apreciado pelo público para que possamos falar de arte.
20. A experiência estética é meramente contemplativa.

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3. Observe as imagens que se seguem, respondendo, de seguida, à questão colocada.

3.1.

A mulher que chora, Picasso

Esta obra seria considerada arte no contexto da teoria da arte como expressão?

3.2.

Mont Sainte-Victoire, Cézanne

Esta obra seria considerada arte no contexto da teoria da arte como forma?

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3.3.

Monocromático verde, Yves Klein

Esta obra seria considerada arte no contexto da teoria da arte como imitação?

3.4.

A coluna partida, Frida Kahlo

Esta obra seria considerada arte no contexto da teoria da arte como instituição?

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3.5.

Le Bal Bullier, Sonia Delaunay

Esta obra seria considerada arte no contexto da teoria da arte como expressão?

3.6.

Campbell Soup, Andy Warhol

Esta obra seria considerada arte no contexto da teoria da arte como história?

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4. Faça corresponder o conceito à respetiva descrição.

1. Teoria essencialista A) Defende que existe uma essência de arte, que


existem propriedades essenciais comuns a todas as
obras de arte e que só nas obras de arte se
encontram.
2. Teoria não essencialista B) Combinação de linhas, formas e cores em certas
relações; única qualidade comum a todas as obras
de arte.
3. Juízo estético C) Visam mostrar que não é possível definir arte através
de um conjunto de caraterísticas intrínsecas.
4. Problema da definição de D) Uma obra é arte se, e só se, imitar algo.
arte.
5. Arte como história. E) Ato mediante o qual formulamos proposições e que
atribui determinada qualidade estética.
6. Forma significante F) Uma obra é arte se, e só se, exprimir os sentimentos
e emoções do artista.
7. Arte como imitação G) Apresenta três condições necessárias para falarmos
de arte: direito de propriedade, intencionalidade e
historicidade.
8. Arte como expressão H) Uma obra é arte se, e só se, provocar emoções
estéticas.
9. Arte como forma I) Existirá uma propriedade ou um conjunto de
propriedades comuns a todas as obras de arte? O
que é a arte?
10. Teoria institucional da J) Uma obra é arte se, e só se, for um artefacto e for
arte proposto por apreciação de alguém que faz parte de uma
certa instituição social, o mundo da arte.

FIM

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COTAÇÕES

Questões Itens

1 1.1 a 1.15

15 × 7 pontos

2 2.1 a 2.20

20 × 3 pontos

3 3.1 a 3.6

6 × 6 pontos

Total 200

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