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- Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

Versão dez.12

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FUNDAMENTOS DE DESENHO DE PROJETOS

Essas notas de aula servem de base para o conhecimento das representações


convencionais utilizadas nos projetos de instalações prediais de água. Elas não contêm
informações para o dimensionamento das instalações, que serão vistas em outra
disciplina.
A NBR 5626:1998 estabelece exigências e recomendações relativas ao projeto,
execução e manutenção das instalações prediais de água fria. Para o projeto de
instalações de água quente, a norma é a NBR 7198:1993 e para o de proteção contra
incêndio, a NBR 13714:2000.
Além das normas da ABNT, é necessário consultar as normas da companhia
concessionárias responsável pelo abastecimento da localidade em que está situada a
edificação.
No Anexo A, encontram-se as definições utilizadas pela NBR5626 e, no Anexo B,
alguns exemplos de desenho de instalações prediais de água.

SISTEMA PREDIAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O abastecimento de uma instalação predial de água fria pode ser feito pela rede
pública ou por fonte particular. Quando feito pela rede pública, a água para o
abastecimento das cidades, de modo geral, passa pelos processos de captação,
tratamento, reservação e distribuição, conforme ilustrado na Figura 1. Dessa forma, essa
água é potável e própria para uso na alimentação e na higiene pessoal.

Figura 1: Sistema de abastecimento d’água típico de cidades modernas.


Fonte: Creder (2011)

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1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO
O sistema de abastecimento nas edificações varia em função da pressão da água
na rede e da vazão disponível para distribuição, podendo ser direto, indireto,
hidropneumático ou misto.

1.1 Sistema direto de abastecimento


No sistema direto, a alimentação da rede interna de distribuição é feita diretamente
pelo alimentador ou ramal predial. Conforme ilustrado na Figura 2, nesse sistema não
existe reservatório na edificação.

Figura 2: Sistema direto.


Fonte: Creder (2011)

1.2 Sistema indireto de abastecimento


No sistema indireto, são adotados reservatórios para fazer frente à intermitência ou
irregularidades no abastecimento de água e às variações de pressão na rede pública.
Quando a pressão de fornecimento é suficiente para a distribuição, mas não há garantia
da continuidade do fornecimento, pode-se optar pelo abastecimento indireto sem
bombeamento, ou seja, a pressão é suficiente para abastecer o reservatório superior, a
partir do qual é feita a distribuição, conforme ilustrado na Figura 3.

Figura 3: Sistema indireto sem bombeamento.


Fonte: Creder (2011)

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Quando a pressão não é suficiente, são projetados dois reservatórios: um inferior e
outro superior, como na Figura 4. Um sistema de bombeamento leva a água do
reservatório inferior para o superior. Esse sistema é o utilizado no Rio de Janeiro.

Figura 4: Sistema indireto com bombeamento.


Fonte: Creder (2011)

1.3 Sistema hidropneumático de abastecimento


Nesse sistema, é utilizado um equipamento para pressurização da água a partir de
um reservatório inferior, que é abastecido pela rede pública. Esse sistema é ilustrado na
Figura 5.

Figura 5: Sistema de distribuição indireto pneumático em residência.


Fonte: Botelho e Ribeiro Jr.(1998)

1.4 Sistema misto de abastecimento


Conforme observado na Figura 6, é o sistema que utiliza mais de um dos sistemas
existentes, geralmente o indireto por gravidade em conjunto com o direto.

Figura 6: Sistema de distribuição misto em residência.


Fonte: Botelho e Ribeiro Jr.(1998)

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2. COMPONETES DO SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA
O sistema predial de água fria compreende tubulações, reservatórios, equipamento,
peças de utilização e outros componentes que conduzem a água da fonte de
abastecimento aos pontos de utilização.
A Figura 7 ilustra, de forma geral, os componentes de uma instalação predial de
água fria em um sistema indireto com reservatórios inferior e superior, que serão
detalhados a seguir.
Esse sistema é composto basicamente da alimentação predial, dos reservatórios e
da distribuição para os pontos de consumo. Pode haver variações no sistema em função
das exigências das companhias concessionárias.

Figura 7: Partes constituintes de uma instalação de água fria.


Fonte: Carvalho Jr (2009)

2.1 Ramal predial (ramal externo)


Tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento de água e a
extremidade a montante do alimentador predial, conforme ilustrado na Figura 8. O ponto
onde termina o ramal predial, bem como os detalhes de sua instalação são definidos pela
concessionária. Geralmente esse ponto coincide com o hidrômetro.

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Figura 8: Entrada de água fria.
Fonte: Carvalho Jr (2009)

2.2 Hidrômetro
Aparelho destinado a medir o consumo de água, instalado em abrigo próprio,
próximo ao muro frontal. As características desse abrigo devem seguir as especificações
da companhia concessionária (Figura 9)

2.3 Alimentador predial (ou ramal interno ou ramal de alimentação)


Tubulação que se estende a partir do ramal predial (geralmente o hidrômetro) até a
primeira derivação ou até a válvula de flutuador (torneira de boia) do reservatório,
passando ou não pela coluna piezométrica ou caixa piezométrica, conforme ilustrado na
Figura 9.

Figura 9: Esquema típico de entrada de água em edifícios.


Fonte: Creder (2011)

Em algumas regiões, com o objetivo de proporcionar uma distribuição com pressão


igual para todos os consumidores, a concessionária exige a instalação de caixa
piezométrica, com volume variando entre 200 litros e 300 litros e altura geralmente de
3,00 m em relação ao meio-fio (Figura 9). Há também colunas piezométricas para essa
função.

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2.4 Reservatórios
Local de armazenamento da água proveniente do sistema de abastecimento. Pode
ser superior e/ou inferior e o volume deve ser calculado para um dia de consumo, no
mínimo. Recomenda-se que essa reserva não ultrapasse a três dias de consumo. É
necessário consultar as eventuais exigências da companhia concessionária local.

2.4.1 Reservatório inferior (cisterna)


Geralmente enterrado, armazena a água que será bombeada para o reservatório
superior. Os reservatórios de maior capacidade devem ser divididos em dois ou mais
compartimentos para permitir manutenção sem interrupção da distribuição (Figura 9).

2.4.2 Reservatório superior


Alimentado pelo sistema de bombeamento, armazena parte da água necessária ao
consumo. Da mesma forma que o reservatório inferior, deve ser dividido em
compartimentos. Dependendo das exigências do Corpo de Bombeiros local, pode ser
necessário garantir um determinado volume como reserva técnica de incêndio (Figura 10).

Figura 10: Reservatório de concreto moldado in loco.


Fonte: Carvalho Jr (2009)

Quando o sistema de distribuição é feito por gravidade, tem-se que observar a


altura entre o ponto de consumo e a caixa d’água, de forma a garantir a pressão mínima
necessária. Esse problema ocorre não somente em residências, mas também em
edifícios, nos quais solução especial deve ser dada para o abastecimento dos
apartamentos do último pavimento (Figura 11 e Figura 12). Em edifícios, é comum a
instalação de caixas complementares, situadas acima da caixa d’água superior, para
tender exclusivamente ao último pavimento

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Figura 11: Reservatório sob o telhado (< pressão de serviço).
Fonte: Carvalho Jr (2009)

Figura 12: Reservatório sobre o telhado (> pressão de serviço).


Fonte: Carvalho Jr (2009)

2.4.3 Limpeza e extravasor


Localizado acima do nível máximo de água no reservatório, o extravasor, também
denominado ladrão, serve para permitir o eventual escoamento da água em excesso, no
caso de não funcionamento da válvula de boia. Deve desaguar em lugar visível, para
chamar a atenção dos usuários para o problema (Figura 13).
A tubulação de limpeza fica situada no fundo do reservatório, permitindo o
esvaziamento do mesmo para limpeza ou manutenção, conforme indicado na Figura 13.

Figura 13: Reservatório predial.


Fonte: Botelho e Ribeiro Jr. (1998)

2.5 Sucção, recalque e bombas


A elevação da água do reservatório inferior para o superior é feita geralmente por
bombeamento. Geralmente são projetadas duas bombas que podem ser usadas
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alternadamente e que permitem a retirada de uma delas para reparos ou manutenção. O
trecho que vai do reservatório inferior até a bomba é denominado recalque e o que vai da
bomba até o reservatório superior, sucção (Figura 9).

2.6 Rede predial de distribuição


É o trecho responsável pela distribuição da água do reservatório superior até os
pontos de consumo. É formado por: barrilete, colunas, ramais e sub-ramais.

2.6.1 Barrilete (ramificado ou concentrado)


Tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de
distribuição. Pode ser ramificado (Figura 14) ou concentrado, conforme ilustrado na Figura
15. São instalados registros de gaveta nas ligações do barrilete com a caixa e na
derivação de cada coluna. No barrilete concentrado, no caso de emergências, é mais
fácil a identificação dos ramais e o acesso aos registros, que estão próximos uns aos
outros.

Figura 14 - Barrilete concentrado.


Fonte: Carvalho Jr (2009)

Figura 15 - Barrilete ramificado.


Fonte: Carvalho Jr (2009)

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2.6.2 Coluna de distribuição
Tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar os ramais, ilustrada na
Figura 16.

Figura 16 – Colunas de distribuição.


Fonte: Carvalho Jr (2009)

Obs. : Caso particular de edifícios altos


Em edifícios de grande altura devem ser tomadas precauções especiais para
limitação da pressão e da velocidade da água em função de: ruído, sobrepressões
provenientes de golpe de aríete, manutenção e limite de pressão nas tubulações e nos
aparelhos de consumo.
São possíveis soluções: reservatórios intermediários (Figura 17), válvula redutora
de pressão no pavimento térreo (Figura 18) e válvula redutora de pressão no pavimento
intermediário (Figura 19).

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Figura 17 - Reservatórios intermediários.
Fonte: Botelho e Ribeiro Jr. (1998)

Figura 18 - Válvula redutora de pressão no pavimento térreo.


Fonte: Botelho e Ribeiro Jr. (1998)

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Figura 19 - Válvula redutora de pressão em andar intermediário.
Fonte: Botelho e Ribeiro Jr. (1998)

2.6.3 Ramal
Conforme ilustrado na Figura 20, é a tubulação derivada da coluna de distribuição e
destinada a alimentar sub-ramais.

Figura 20 - Detalhe isométrico (ramal de uma área de serviço)


Fonte: Carvalho Jr (2009)

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2.6.4 Sub-ramal
Tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização, ilustrada na figura 21.

Figura 21– Detalhe isométrico (sub-ramal de uma área de serviço).


Fonte: Carvalho Jr (2009)

2.7 Peças de utilização e aparelhos sanitários


São as peças que recebem a água proveniente dos sub-ramais para a utilização
humana. Na Figura 22 estão indicadas as alturas usuais dessas peças.

Figura 22 - Altura dos pontos de utilização dos aparelhos e peças.


Fonte: Macintyre (1990)

Obs. : As definições dos termos mais comumente utilizados em instalações de água estão
no Anexo A.

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3. DESENHO DE PROJETO DE INSTALAÇÕES DE ÁGUA
Geralmente os projetos de instalações hidráulicas são apresentados em plantas
baixas, esquemas verticais e isométricos. Os isométricos podem ser feitos para cada
conjunto de peças atendidos pelo ramal, como apresentado na Figura 23 e na Figura 24.

Figura 23 - Detalhe isométrico (cozinha).


Fonte: Carvalho Jr (2009)

Figura 24 - Detalhe isométrico (banheiro).


Fonte: Carvalho Jr (2009)

Obs. : Alguns exemplos de plantas de instalação de água estão no Anexo B.

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3.1 Simbologia
A NBR 5626 não estabelece os símbolos a serem adotados nos projetos. A seguir
são apresentadas as simbologias mais comumente utilizadas, podendo, no entanto,
outros símbolos serem utilizados. É importante, portanto, que conste, nas plantas,
legenda com a simbologia adotada.

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ANEXO A
As instalações prediais de água fria (projeto, execução e manutenção) são regidas
pela NBR 5626 / 1998, da qual foram extraídas as seguintes definições.

 água fria: Água à temperatura dada pelas condições do ambiente.

 água potável: Água que atende ao padrão de potabilidade determinado pela Portaria
nº 36 do Ministério da Saúde.

 alimentador predial: Tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório


de água de uso doméstico.

 aparelho sanitário: Componente destinado ao uso da água ou ao recebimento de


dejetos líquidos e sólidos (na maioria das vezes pertence à instalação predial de
esgoto sanitário). Incluem-se nessa definição aparelhos como bacias sanitárias,
lavatórios, pias e outros, e, também, lavadoras de roupa, lavadoras de prato,
banheiras de hidromassagem, etc.

 barrilete: Tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de


distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. No caso de tipo de
abastecimento direto, pode ser considerado como a tubulação diretamente ligada ao
ramal predial ou diretamente ligada à fonte de abastecimento particular.

 camisa: Disposição construtiva na parede ou piso de um edifício, destinada a proteger


e/ou permitir livre movimentação à tubulação que passa no seu interior.

 cobertura: Qualquer tipo de recobrimento feito através de material rígido sobre um


duto, um sulco ou um ponto de acesso, de resistência suficiente para suportar os
esforços superficiais verificados na sua posição. Quando referida a reservatório
domiciliar, define o fechamento
 superior horizontal do reservatório.

 coluna de distribuição: Tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar


ramais.

 componente: Qualquer produto que compõe a instalação predial de água fria e que
cumpre individualmente função restrita. Exemplos: tubos, conexões, válvulas,
reservatórios,etc.

 concessionária: Termo empregado para designar genericamente a entidade


responsável pelo abastecimento público de água. Na maioria dos casos esta entidade
atua sob concessão da autoridade pública municipal. Em outros casos, a atuação se
dá diretamente por esta mesma autoridade ou por autarquia a ela ligada.

 conexão cruzada: Qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro


arranjo que conecte duas tubulações das quais uma conduz água potável e a outra
água de qualidade desconhecida ou não potável.
NOTA - Através dessa ligação a água pode escoar de uma para outra tubulação,
sendo o sentido de escoamento dependente do diferencial de pressão entre as duas
tubulações. A definição também se aplica à ligação física que se estabelece entre a
água contida em uma tubulação da instalação predial de água fria e a água servida
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contida em um aparelho sanitário ou qualquer outro recipiente que esteja sendo
utilizado.

 construtor: Agente interveniente no processo de construção de um edifício,


responsável pelo produto em que o mesmo se constitui e, conseqüentemente, pela
instalação predial de água fria, respondendo, perante o usuário, pela qualidade da
instalação predial de água fria.

 diâmetro nominal (DN): Número que serve para designar o diâmetro de uma
tubulação e que corresponde aos diâmetros definidos nas normas específicas de cada
produto.

 dispositivo de prevenção ao refluxo: Componente, ou disposição construtiva,


destinado a impedir o refluxo de água em uma instalação predial de água fria, ou desta
para a fonte de abastecimento.

 duto: Espaço fechado projetado para acomodar tubulações de água e componentes


em geral, construído de tal forma que o acesso ao seu interior possa ser tanto ao
longo de seu comprimento como em pontos específicos, através da remoção de uma
ou mais coberturas, sem ocasionar a destruição delas a não ser no caso de coberturas
de baixo custo. Inclui também o shaft que usualmente é entendido como um duto
vertical.

 fonte de abastecimento: Sistema destinado a fornecer água para a instalação predial


de água fria. Pode ser a rede pública da concessionária ou qualquer sistema particular
de fornecimento de água. No caso da rede pública, considera-se que a fonte de
abastecimento é a extremidade a jusante do ramal predial.

 galeria de serviços: Espaço fechado, semelhante a um duto, mas de dimensões tais


que permitam o acesso de pessoas ao seu interior através de portas ou aberturas de
visita. Nele são instalados tubulações, componentes em geral e outros tipos de
instalações.

 instalação elevatória: Sistema destinado a elevar a pressão da água em uma


instalação predial de água fria, quando a pressão disponível na fonte de
abastecimento for insuficiente, para abastecimento do tipo direto, ou para suprimento
do reservatório elevado no caso de abastecimento do tipo indireto. Inclui também o
caso onde um equipamento é usado para elevar a pressão em pontos de utilização
localizados.

 instalação predial de água fria: Sistema composto por tubos, reservatórios, peças de
utilização, equipamentos e outros componentes, destinado a conduzir água fria da
fonte de abastecimento aos pontos de utilização.

 instalador: Agente interveniente no processo de construção de uma instalação predial


de água fria, responsável, perante o construtor, pela qualidade da sua execução.

 junta: Resultado da união de dois componentes através de um determinado processo,


envolvendo ou não materiais complementares.

 ligação hidráulica: Arranjo pelo qual se conecta a tubulação ao reservatório


domiciliar.
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 metal sanitário: Expressão usualmente empregada para designar peças de utilização
e outros componentes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e outros
ambientes do gênero, fabricados em liga de cobre. Exemplos: torneiras, registros de
pressão e gaveta, misturadores, válvulas de descarga, chuveiros e duchas, bicas de
banheira. Ver também plástico sanitário.

 nível de transbordamento: Nível do plano horizontal que passa pela borda do


reservatório, aparelho sanitário ou outro componente. No caso de haver extravasor
associado ao componente, o nível é aquele do plano horizontal que passa pelo nível
inferior do extravasor.

 padrão de potabilidade: Conjunto de valores máximos permissíveis das


características de qualidade da água destinada ao consumo humano, conforme
determina a Portaria nº 36 do Ministério da Saúde.

 peça de utilização: Componente na posição a jusante do sub-ramal que, através de


sua operação (abrir e fechar), permite a utilização da água e, em certos casos, permite
também o ajuste da sua vazão.

 plástico sanitário: Expressão usualmente empregada para designar peças de


utilização e outros componentes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e
outros ambientes do gênero, fabricados em material plástico. Exemplos: torneiras,
registros de pressão e gaveta, válvulas de descarga, chuveiros e duchas. Ver também
metal sanitário.

 ponto de suprimento: Extremidade a jusante de tubulação diretamente ligada à fonte


de abastecimento que alimenta um reservatório de água para uso doméstico.

 ponto de utilização (da água): Extremidade a jusante do sub-ramal a partir de onde a


água fria passa a ser considerada água servida. Qualquer parte da instalação predial
de água fria, a montante desta extremidade, deve preservar as características da água
para o uso a que se destina.

 projetista: Agente interveniente no processo de construção de uma instalação predial


de água fria, responsável perante o construtor pela qualidade do projeto.

 ramal: Tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-


ramais.

 ramal predial: Tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento de


água e a extremidade a montante do alimentador predial ou de rede predial de
distribuição. O ponto onde termina o ramal predial deve ser definido pela
concessionária.

 rede predial de distribuição: Conjunto de tubulações constituído de barriletes,


colunas de distribuição, ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos,
destinado a levar água aos pontos de utilização.

 refluxo de água: Escoamento de água ou outros líquidos e substâncias, proveniente


de qualquer outra fonte, que não a fonte de abastecimento prevista, para o interior da
tubulação destinada a conduzir água desta fonte. Incluem-se, neste caso, a
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retrossifonagem, bem como outros tipos de refluxo como, por exemplo, aquele que se
estabelece através do mecanismo de vasos comunicantes.

 registro de fechamento: Componente instalado na tubulação e destinado a


interromper a passagem da água. Deve ser usado totalmente fechado ou totalmente
aberto. Geralmente, empregam-se registros de gaveta ou registros de esfera. Em
ambos os casos, o registro deve apresentar seção de passagem da água com área
igual à da seção interna da tubulação onde está instalado.

 registro de utilização: Componente instalado na tubulação e destinado a controlar a


vazão da água utilizada. Geralmente empregam-se registros de pressão ou válvula-
globo em sub-ramais.

 retrossifonagem: Refluxo de água usada, proveniente de um reservatório, aparelho


sanitário ou de qualquer outro recipiente, para o interior de uma tubulação, devido à
sua pressão ser inferior à atmosférica.

 separação atmosférica: Separação física (cujo meio é preenchido por ar) entre o
ponto de utilização ou ponto de suprimento e o nível de transbordamento do
reservatório, aparelho sanitário ou outro componente associado ao ponto de utilização.

 sub-ramal: Tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização.

 sulco: Cavidade destinada a acomodar tubulações de água, aberta ou pré-moldada,


de modo a não afetar a resistência da parte do edifício onde é executada e onde o
acesso só pode se dar pela destruição da cobertura ou das coberturas.

 tipo de abastecimento: Forma como o abastecimento do ponto de utilização é


efetuado. Pode ser tanto direto, quando a água provém diretamente da fonte de
abastecimento, como indireto, quando a água provém de um reservatório existente no
edifício.

 tubulação: Conjunto de componentes basicamente formado por tubos, conexões,


válvulas e registros, destinado a conduzir água fria.

 tubulação aparente: Tubulação disposta externamente a uma parede, piso, teto ou


qualquer outro elemento construtivo. Permite total acesso para manutenção. Pode
estar instalada em galerias de serviço.

 tubulação de aviso: Tubulação destinada a alertar os usuários que o nível da água


no interior do reservatório alcançou um nível superior ao máximo previsto. Deve ser
dirigida para desaguar em local habitualmente observável.

 tubulação de extravasão: Tubulação destinada a escoar o eventual excesso de água


de reservatórios onde foi superado o nível de transbordamento.

 tubulação de limpeza: Tubulação destinada ao esvaziamento do reservatório, para


permitir sua limpeza e manutenção.

 tubulação embutida: Tubulação disposta internamente a uma parede ou piso,


geralmente em um sulco, podendo também estar envelopada. Não permite acesso
sem a destruição da cobertura.
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 tubulação recoberta: Tubulação disposta em espaço projetado para tal fim. Permite o
acesso mediante simples remoção da cobertura, somente implicando destruição da
mesma em casos de cobertura de baixo custo.

 uso doméstico da água: Uso da água para atender às necessidades humanas,


ocorrentes em edifício do tipo residencial; entre elas incluem-se aquelas atendidas por
atividades como: preparação de alimentos, higiene pessoal, cuidados com roupas e
objetos domésticos, cuidados com a casa, lazer e passatempo e outros como combate
ao fogo e manutenção de instalações prediais.

 usuário: Pessoa física ou jurídica que efetivamente usa a instalação predial de água
fria, ou que responde pelo uso que outros fazem dela, respondendo pelo correto uso
da instalação e por sua manutenção, podendo delegar esta atividade a outra pessoa
física ou jurídica. Recorre ao construtor nos casos em que há problema na qualidade
da instalação predial de água fria.

 vazão de projeto: Valor de vazão, adotado para efeito de projeto, no ponto de


utilização ou no ponto de suprimento. No caso de ponto de utilização, corresponde à
consolidação de um valor historicamente aceito, referente ao maior valor de vazão
esperado para o ponto.

Além desses termos definidos em norma, há, ainda, alguns outros que podem ser
úteis:

 caixa piezométrica: caixa localizada entre o medidor e o reservatório inferior, tem a


finalidade de equilibrar e manter a linha piezométrica do distribuidor público e evitar
que a pressão excessiva dentro do distribuidor público danifique a boia do
reservatório.

 pena d’água: aparelho antigo usado em pequenas instalações com o objetivo de limitar
a entrada de água na unidade consumidora. Apresenta um dispositivo estrangulador da
seção do tubo de entrada, limitando-o a 2 mm, resultando em grande perda de carga e
passagem de apenas 50 litros/hora.

 suspiro: tubulação ligada ao barrilete com função de permitir a saída de gases


provenientes do golpe de aríete, por exemplo.

 torneira de boia: dispositivo destinado a controlar automaticamente o abastecimento


dos reservatórios.

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ANEXO B

Exemplos de desenhos de instalações hidráulicas de água fria e água quente.

Exemplo 1: casa de dois pavimentos (plantas, isométrico e esquema vertical)

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Exemplo 2: edifício (plantas, isométrico e esquema vertical)

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Exemplo 3 detalhes de banheiro

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTELHO, Manoel Henrique Campos; RIBEIRO JR, Geraldo de Andrade. Instalações


prediais feitas para durar. São Paulo: Proeditores, 1998.

CARVALHO JR, Roberto. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 2.ed. São


Paulo: Edgard Blücher, 2009.

CREDER, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações hidráulicas prediais e industriais. Rio de


Janeiro: Guanabara Dois, 1988.

MACINTYRE, Archibald Joseph. Manual de instalações hidráulicas e sanitárias. Rio de


Janeiro: LTC, 1990.

MELO, Vanderley de Oliveira; NETTO, José M. de Azevedo. São Paulo: Edgard Blücher,
2004.

SALGADO, Julio. Instalação hidráulica residencial: a prática do dia a dia. São Paulo:
Érica, 2010.

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