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UX/UI

Design
by
2 Tendências de Marketing para 2021
ÍNDICE

04. 23. Novos horizontes


para o UX/UI
Contextualização Quais são as skills a
desenvolver para ser

Sobre o UX e o UI
UX/UI Designer?
54.
Interações sem toque e
com comando de voz

07. 29.
O que é UX Design?
UX/UI Design
no novo paradigma
59.
Inteligência Artificial

11. Disciplinas em
crescimento no UX/UI
O que é UI Design?

35. 64.
UX Research Personalização Avançada

15.
O que fazem os UX Designers?

42. 67.
UX Writing Carta aos UX/UI

19. Designers do futuro

O que fazem os UI Designers?

47. 70.
Usabilidade e
Acessibilidade Formadores Envolvidos
FLAG | UX & UI

Contextualização

Encontrar uma separação clara entre os dois Em traços gerais, UI Design é focado na apa-
domínios UX Design e UI Design nem sempre rência do produto e na interação com este.
é fácil, até para profissionais que estão no Por sua vez, o UX Design está centrado no
mercado há vários anos. Se estás a dar os pri- caminho que o utilizador percorre e nas emo-
meiros passos na área de UX/UI Design ou a ções que sente ao longo da experiência. Se o
atualizar os teus conhecimentos sobre a área, corpo humano fosse um produto de design,
é importante teres a noção dos dois conceitos, os órgãos e o seu funcionamento, e as emo-
ter consciência que estes têm significados di- ções sentidas, seriam o UX Design, enquan-
ferentes, e que com eles se podem alcançar to a apresentação exterior, os sentidos e as
objetivos díspares (contudo, simultaneamen- reações, o UI Design. É importante entender
te complementares e fundamentais para criar que UX e UI andam sempre de mãos dadas e
o design adequado e resultado final pleno). num produto digital não pode existir um sem
o outro. No entanto, não é necessário ser es-
pecialista em UI Design para ser um ótimo UX
Designer, e vice-versa, existindo espaço para
um profissional se especializar na área para a
qual tem mais aptidão e interesse. /

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01.
O que é
UX Design?
FLAG | UX & UI

O QUE É
UX DESIGN?
U
ser Experience Design (UX De-
sign) centra-se na sensação geral César Garcia , Formador FLAG e Design
e na emoção que a experiência Director na OrbisPay, partilha que
transmite ao utilizador, indo para além “Para qualquer dado problema tem-
dos recursos visuais ou da simples inte- -se um leque de soluções possíveis,
ração entre o mesmo e o produto/ser- mas a disciplina do UX é o que
viço. A “experiência do utilizador” é um destila as melhores características
conceito que abrange todos os aspetos de cada solução e tenta criar a
da interação do utilizador final com a em- melhor solução possível tendo em
presa - serviços e/ou produtos -, desde o conta uma série de fatores (…)
atendimento ao cliente até à qualidade necessidades dos utilizadores,
dos bens consumidos. objetivos de negócio, considerações
sobre outras ofertas existentes em
O UX aplica-se a qualquer “experiência” mercado, e inclusive a dimensão
pela qual o utilizador possa passar no seu e capacidade da equipa que vai
contacto com o serviço/produto de uma desenvolver essa solução.”
marca, seja ela a utilização de descasca-
dores de vegetais, postes de luz, carros,
User Experience Design é, em teoria,
móveis, máquinas de café, ou até uma
uma prática não digital que foi posterior-
simples visita ao supermercado. Ou seja,
mente adotada no mercado digital e tec-
a “experiência do utilizador” diz respeito
nológico. É o processo de desenvolver e
à interação entre o utilizador e um pro-
melhorar a qualidade da conexão entre
duto ou serviço.
o utilizador e todas as facetas de uma
empresa, através do design.

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FLAG | UX & UI

Cláudia Pernencar
Cláudia Pernencar , Formadora FLAG e
Como diz David Cruz , formador FLAG Consulting & Research for Digital Health
e Product Designer na StudentFinance, Environments, e pode ser “aplicado” ao
“UX Design permite responder às pequeno-almoço, “imaginem-se a co-
perguntas de “O quê” e “Porquê”. mer cereais num prato raso e com um
Divide bastante a responsabilidade garfo, a experiência não ia ser a melhor
do “Como” com UI Design visto que de certeza, ou pelo menos não seria
UI Design irá também garantir que a mesma”.
não existe fricção desnecessária da
interface e que a interacção é feita O UX Design tem em conta cada um dos
de forma a suscitar delight”. elementos que constituem a experiên-
cia, garantido que são intuitivos para que
o utilizador consiga realizar as tarefas
Clinton Jorge , Formador FLAG, define
Clinton
desejadas de forma clara, evidente, ime-
UX Design como “uma metodologia de-
diata. O foco do UX Design, no desenvol-
senhada para guiar designers através
vimento de produtos, é o ser humano,
de um processo iterativo de busca, de-
tendo como objetivo criar experiências
senho e aprendizagem, centrado nas ne-
agradáveis fáceis, eficientes, relevantes
cessidades dos seus utilizadores. Trata-
e abrangentes para o utilizador.
-se de identificar e perceber se estão a
resolver o problema certo, e de identifi-
car e validar que a solução resolve esse Ricardo Costa
Ricardo Costa , Formador FLAG e UX
problema de uma forma usável, consis- Designer na Critical Techworks,
tente e estética”. partilha que o
“UX Design é uma área onde
Hugo Froes , Formador FLAG e Product
o objetivo principal é garantir
Operations Lead na Farfetch, lembra a
que o utilizador tenha a melhor
experiência de utilização
“forma como todos os produtos da
relativamente a algum produto
Apple se interligam e criam um eco-
ou serviço. É procurar conhecer o
sistema que aproveita o melhor de
utilizador, as suas necessidades,
cada produto para complementar
as suas preocupações e tentar
os outros”.
encontrar a melhor solução para
resolver estes problemas e fazer
com que este desfrute do produto
A necessidade e a importância de UX
ou serviço”. /
Design é partilhada no exemplo de

8
02.
O que é
UI Design?
FLAG | UX & UI

O QUE É
UI DESIGN?
O
User Interface Design (UI Design)
tem como propósito antecipar as Ivo Gomes , Associate Director e
necessidades dos utilizadores e Product Design na Talkdesk, refere que
garantir que as interfaces tenham ele- “UI Design pode ir desde as cores,
mentos visuais intuitivos e acessíveis, ícones, aos estilos dos componentes
que conduzam a uma determinada ação usados, ou aos estados de interação
por parte dos mesmos. O UI Design é uma de cada componente. Deve incluir,
prática essencialmente digital e reúne também, as componentes de
conceitos de design de interação, design animação, caso façam parte da
visual e arquitetura de informação. interação pretendida”.

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FLAG | UX & UI

O design de interfaces considera a apa- e que para isso é necessário analisar cui-
rência, a sensação e a interatividade do dadosamente cada elemento visual e in-
produto. terativo a ser considerado no layout.

Ricardo
RicardoCosta
Costa relembra que o UI Design
“permite ao utilizador navegar e inte- João Planche , Head of UX & UI na
ragir durante a sua jornada de um pro- Deloitte Digital Lisbon, relembra que
duto ou serviço e onde são pensadas e transformar uma experiência em algo
desenvolvidas todas as macro e micro que funcione visualmente deve estar
interações” e completa que, no caso dos “de acordo com as regras e
sistemas operativos dos computadores, ideologias da marca para a qual o
estes possuem interfaces que permitem produto está a ser criado”,
ao utilizador realizar as suas tarefas. De- uma variável de extrema pertinência
fende que a interface de um produto deva aquando do desenvolvimento dos ele-
ser o mais clara possível para o utilizador, mentos visuais. /

UX Design UI Design

Abordagem Estratégico, estrutural e emocional. Visual e interativa.

Experiência completa, desde o primeiro


Pontos de contato
contacto com o utilizador até muitas das
visuais que permitem aos
Foco coisas que possam não acontecer dentro
utilizadores interagir com o
do ecrã, mas que têm um impacto muito
produto.
grande em tudo aquilo que aí acontece.

Soluções estratégicas e estruturais Combinações de tipografia,


Criação para as necessidades dos utilizadores paletas de cores, botões,
identificadas ao longo da sua jornada. animações e imagens.

Produtos acessíveis e que


Produtos relevantes para os utilizadores
Resultados pela sua relevância e eficácia.
cativam visualmente os
utilizadores.

12
0 .
3
O que fazem os
UX Designers?
FLAG | UX & UI

O QUE FAZEM OS
UX DESIGNERS?
O
s UX Designers tornam os pro- Estes profissionais são um elemento da
dutos e a tecnologia utilizáveis, equipa com uma ampla participação no
acessíveis para o utilizador, de desenvolvimento dos projetos, preen-
forma que este tenha experiências signi- chendo as lacunas existentes entre o uti-
ficativas e relevantes. lizador, a equipa de desenvolvimento, os
principais interessados no negócio, e os
objetivos da própria empresa.
Ruben Ferreira Duarte , Formador
FLAG e UX Lead Designer e Editor do Estas tarefas envolvem todo o processo
blog DXD, explica que a função de um de produção e integração do produto ou
UX Designer é serviço, incluindo aspetos de branding,
“bastante ampla, deve ser capaz design, usabilidade, função, assim como
de ir à descoberta dos utilizadores, todas as alterações e modificações sig-
imaginar soluções diferenciadoras nificativas, para que o resultado final
e empáticas para problemas e ser cumpra com o pretendido.
exímio na prototipagem
de hipóteses”.

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FLAG | UX & UI

A função de UX Designer pode com-


Os UX Designers têm em conta toda preender conhecimentos inerentes à
a jornada do utilizador na resolução profissão de outros especialistas, como
de problemas. Grande parte de seu por exemplo, planeamento de websites,
trabalho é dedicado a identificar os programação de aplicações móveis, de-
tipos de problemas e pontos com- senvolvimento de software, elaboração
plexos que os utilizadores enfren- de projetos para funcionalidades por
tam, e o modo como um determina- voz, criação de realidade aumentada e
do produto os poderá solucionar. realidade virtual. Estas tarefas podem ir
para além do digital sendo que os profis-
sionais poderão aplicar o seu know-how
no design de serviços com uma forte
Clinton Jorge , Head of Design na componente emocional, como é o caso
Veniam, chama a atenção para as da experiência emocional do utilizador
tarefas essenciais na utilização de hospitais, hotéis, restau-
“começam por ler e compreender rantes, ou transportes públicos.
requisitos, user stories ou outros
métodos de gestão de workflow Embora distintas, tanto tarefas como sua
de projeto e produto. Pesquisar e aplicabilidade, todas partilham o mesmo
investigar o problema a resolver foco – o utilizador – e o mesmo objetivo
junto dos utilizadores. Identificar – uma boa experiência -, garantindo emo-
e definir testes com utilizadores ções como prazer, tranquilidade e, até, di-
utilizando protótipos em diferentes versão na utilização do produto/serviço.
níveis de maturidade de forma Uma boa experiência é aquela que aten-
a avaliar diferentes soluções, de às necessidades de um indivíduo es-
descartar as menos funcionais e pecífico, no contexto particular em que
iterar sobre as melhores”. este utiliza o produto ou serviço. /

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0 .
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O que fazem os
UI Designers?
FLAG | UX & UI

O QUE FAZEM OS
UI DESIGNERS?
O
s UI Designers concentram-se na
experiência visual do utilizador Para Clinton Jorge o
e têm à sua responsabilidade “UI Designer tem de garantir que
a pesquisa e o desenvolvimento da a solução é usável e consistente
aparência dos protótipos de produtos. O através de múltiplas plataformas,
objetivo é determinar a melhor forma de uma variedade de dispositivos, e
interação e guiar visualmente o utilizador milhões de utilizadores. Cabe na
entre o ponto A e o ponto B através de função de UI Designer saber porque
uma interface, e proporcionando-lhe está a desenhar a interface, qual
uma experiência esteticamente atrativa o problema que está a resolver e
e estimulante. identificar as melhores práticas e
sistemas”.

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FLAG | UX & UI

Estes designers elaboram conteúdos


gráficos como websites, aplicações on- João Planche lembra a importância de
line e jogos digitais, mas podem ir mais “criar layouts que sejam
além concebendo elementos interativos harmoniosos em termos de cor,
para diversos produtos como dispositi- tipografia, saber as regras usadas
vos móveis, computadores e eletrodo- para produtos mobile/desktop, e
mésticos, com o foco em maximizar a como a experiência das pessoas
usabilidade do utilizador. É necessário muda consoante o meio onde está a
ter em conta botões, ícones, espaça- consumir dito produto”.
mento, tipografia, esquemas de cores e
design responsivo, assim como elemen-
tos de interação ou animação. O melhor Os UI Designers têm de ser empáticos
interface para o utilizador é aquele que e colocar-se no papel do utilizador para,
nem se percebe que está a utilizar pois antecipando cada necessidade que este
essa utilização acontece de forma natu- enfrente, decidir quais os elementos vi-
ral e muito fluída. suais e interativos a utilizar, que respon-
dam de uma forma natural. /

UX Designer Comum UI Designer

• Pesquisa de design.
• Branding e desenvolvimento
• Análise da concorrência.
gráfico.
• Identificar e resolver os
• Guias do utilizador.
problemas.
• Análise e pesquisa das • Prototipagem de UI.
• Estrutura e estratégia do necessidades do utilizador.
produto. • Interatividade e animação.
• Design thinking.
• Definir esqueleto da jornada do • Adaptação a todos os
• Desenvolvimento de conteúdo. tamanhos de tela do
utilizador.
• Coordenação com developers. dispositivo.
• Prototipagem de
baixa-fidelidade (wireframing). • Articulação e trabalho em • Implementação com
equipa com developers. developers.
• Iteração e teste.
• Compreensão do processo de
• Cooperação com designers de
design e pesquisa UX.
UI.
• Prototipagem de
alta-fidelidade.

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0 .
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Quais são
as skills a
desenvolver
para ser UX/UI
Designer?
QUAIS SÃO
AS SKILLS A
FLAG | UX & UI

DESENVOLVER
PARA SER UX/UI
DESIGNER?
T
anto UI Designer, como UX Desig- Design, ou Figma. Devem apresentar
ner, são funções multifacetadas e conhecimentos sólidos em visual design
desafiadoras. Apesar das suas di- e serem capazes de criar equilíbrio e har-
ferenças, as áreas têm pontos de contac- monia nas interfaces para que o utiliza-
tos pelos seus objetivos, necessidades e dor atinja o objetivo pretendido da forma
ferramentas utilizadas. Os profissionais mais eficiente possível.
com conhecimentos nas duas áreas tor-
nam-se multidisciplinares e mais compe- Ricardo
RicardoCosta
Costa partilha o seu
titivos no mercado de trabalho, mesmo ponto de vista
que apresentem uma especialização na “um UI Designer deve ter um bom
sua área de eleição. gosto pela estética, no entanto
não é apenas desenhar interfaces
Os designers de UI, geralmente, usam bonitas. O UI Designer deve ter a
uma combinação de ferramentas para preocupação de garantir uma boa
criar os seus projetos. Estes profissio- funcionalidade para os utilizadores
nais necessitam de ter capacidades preocupando-se também com a sua
técnicas e conhecimentos avançados experiência, tal como o
de pelo menos uma das ferramentas de UX Designer”.
design e prototipagem, como o Adobe
Photoshop, Adobe Illustrator, Sketch,
InVision, Proto.io, Adobe XD, Adobe In-

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FLAG | UX & UI

Dado o ambiente colaborativo que um


Para ser um bom UI Designer, projeto pode exigir, a capacidade de tra-
RubenFerreira
Ruben FerreiraDuarte
Duarte aconselha balhar bem como parte de uma equipa é
que se desenvolva essencial. Os UI Designers precisam de
“uma forte apetência para o detalhe comunicar não apenas com seus colegas
e desenho pixel perfect, uma relação de trabalho, como com clientes e grupos
íntima com o visual design e o de utilizadores.
branding e por fim, um conhecimento
profundo sobre as técnicas e À semelhança dos UI Designers, também
preocupações de acessibilidade os profissionais de UX Design reque-
(…) deve ainda construir uma rem o domínio das principais ferramen-
base sólida de conhecimentos de tas e softwares de design, e para tal, é
tipografia e teoria da cor, e como fundamental um conhecimento sólido e
desenvolver e utilizar guias bem estruturado dos conceitos gerais
de estilo”. inerentes à área. Sendo uma profissão
orientada para as pessoas, uma das suas
habilidade-chave é a capacidade de com-
Ivo Gomes acrescenta que “deve ser
Ivo Gomes preender as necessidades e comporta-
alguém que está familiarizado com o uso mentos dos utilizadores do produto ou
de Design Systems, ter preocupações serviço. Este profissional está sempre
com acessibilidade (cores, contrastes, à procura de tornar a ação mais útil e
tamanhos) e ter conhecimentos básicos/ agradável para o utilizador.
intermédios de front-end para conseguir
transmitir a experiência pretendida para
as equipas de desenvolvimento”.

Francisco Melo , Designer na


Impossible, destaca a importância de
“vontade de aprender, boa
comunicação, humildade e bom
gosto são essenciais”.

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FLAG | UX & UI

Além do trabalho em equipa, o conforto


“Curiosidade acima de tudo” e confiança na receção e resposta a uma
defende César Garcia , e continua direção criativa deve ser uma constante.
“a curiosidade vai ajudar muito
na fase inicial em que é benéfico Os profissionais de UX/UI devem ser ca-
perceber porque o problema é um pazes de “calçar os sapatos dos utiliza-
problema, e numa fase posterior dores” e de fazer, sem constrangimentos
ter a capacidade de criar uma ou preconceitos, as questões necessá-
solução elegante que responde ao rias para chegar ao cerne dos problemas.
problema tão bem ou melhor do que
uma solução equiparável, mas de Ricardo Costa partilha
complexidade superior”.
“quando trabalhamos a experiência
do utilizador, tal como o nome
Trabalhar bem em equipa e boa comuni- indica, estamos a criar algo para
cação são habilidades essenciais tam- o utilizador e não para nós. Desta
bém para o profissional desta área, uma maneira, trabalhamos junto deles
vez que todo o seu trabalho envolve ouvir e por isso temos de criar empatia
queixas e reclamações, solucionar pro- com eles de forma a percebermos o
blemas, e identificar a origem dos mes- que eles precisam, que problemas
mos, etapas que devem ser trabalhadas têm, conseguir ter a habilidade
em equipa: “ter capacidade para colabo- de entender o ponto de vista do
rar com designers e programadores com outro indivíduo, sem julgamentos,
o objetivo de criar um sistema fácil de tentando-nos colocar no lugar do
Cláudia Pernencar
usar”, diz Cláudia Pernencar . nosso utilizador”.

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FLAG | UX & UI

Outras áreas, como Design Thinking, As áreas que melhor poderão contribuir
Web Development e Marketing Digital, para uma carreira de sucesso enquanto
com os seus conceitos, conhecimentos profissional de UX&UI Design são for-
e habilidades específicos, podem cons- mação e experiência em Design, Gestão
tituir mais-valias que contribuem para o de Projetos, áreas focadas no utilizador/
desenvolvimento de projetos de design cliente e orientadas para a resolução
mais interessantes, destintos e originais. de problemas. /

Estas características e necessidades,


possibilitam que muitos profissionais de
outras áreas procurem a área de UX&UI
Design como um novo rumo para as suas
carreiras e vidas profissionais desejadas.

UX Designer UI Designer

• Familiaridade com as técnicas de • Habilidades de branding visual:


pesquisa e análise do utilizador. tipografia, teoria das cores e
• Prototipagem de baixa-fidelidade. design de ícones.
Hard Skills • Prototipagem de alta-fidelidade.
• Compreensão da arquitetura da
informação. • Domínio de responsive design.
• Testes de usabilidade. • Animação e interatividade.

• Foco nas necessidades do utilizador.


• Empatia, adaptabilidade e curiosidade.
Soft Skills • Pensamento criativo e crítico.
• Colaboração e comunicação.
• Resolução de problemas.

• Visão de negócios. • Design gráfico.


• Atendimento ao cliente. • Atendimento ao cliente.
Cross Knowledge
• Pesquisa. • Pesquisa.
• Gestão de projetos. • Gestão de projetos.

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06 .
UX/UI Design no
novo paradigma
FLAG | UX & UI

UX/UI DESIGN
NO NOVO
PARADIGMA
O
mundo laboral mudou no último
ano e para muitas pessoas o tra- “O facto de muitas empresas
balho remoto tornou-se uma reali- terem adotado o trabalho remoto
dade. Sejam essas mudanças definitivas e eventualmente, em muitos casos
ou não, é impossível negar que o impacto terem tido sucesso, acredito que o
a longo prazo será enorme. Este “novo futuro passa pelas organizações
normal” tem forçado muitas organiza- optarem por um modelo híbrido
ções a mudar a sua configuração e tam- em que os seus colaboradores
bém há cada vez mais pessoas a equa- poderão gerir o trabalho remoto e
cionar construir uma carreira baseada no trabalho no escritório de maneira
trabalho remoto. a potenciarem mais os seus
resultados”
diz Ricardo Costa .

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FLAG | UX & UI

Na visão de Cláudia Pernencar , as em- RicardoMelo


Ricardo Melo , Head of Frontend na Full-
presas nacionais que ainda não tinham six, vai ao seu encontro: “sim, veio criar
adotado o trabalho remoto perceberam mais oportunidades nas organizações
as mais-valias deste modelo e, aos pro- pela força de uma evolução mais rápida
fissionais da área foi-lhes dada a opor- no crescimento digital e na necessidade
tunidade de trabalharem internacional- de digitalização de produtos e serviços,
mente, para empresas estrangeiras. desde o setor público ao setor privado”.

E para Catarina Garcia


Garcia , Formadora FLAG DavidCruz
Já David Cru sublinha que esta “nova
e Senior UX/UI Designer, esta foi bem realidade forçou a abertura das fron-
uma realidade: “A pandemia apontou um teiras e neste momento a competição,
holofote para algo que já era a minha quer de empregados quer de mercado,
realidade que é o trabalho remoto. passou a ser significativamente mais
Posso estar a ter formação em Portugal, global.”
mas neste momento é muito mais fácil
trabalhar para uma empresa que tem O pensamento em relação ao trabalho
sede nos EUA, Alemanha ou Irlanda”. remoto está a evoluir, com os emprega-
dores muito mais abertos à ideia de con-
O mercado de trabalho remoto está a tratar pessoas independentemente do
crescer e essa tendência reflete-se dire- local. E, à luz da recente pandemia, uma
tamente na área de UX&UI Design. carreira remota é agora muito mais e,
em alguns casos, uma necessidade.

Ivo Gomes refere


“a pandemia ajudou a acelerar a
transformação digital da maior
parte das empresas. Algo que
normalmente demoraria anos,
aconteceu em poucos meses. Como
tal, há muito trabalho de UX/UI por
fazer, uma vez que a transição foi
muito rápida e nem sempre foi tida
em conta a melhor experiência de
utilização, mas sim a solução
mais rápida”.

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FLAG | UX & UI

Clinton Jorge relembra, de forma posi-


Clinton Toda esta situação acarreta desafios que
tiva, que a situação pandémica “trouxe impactam não só os designers mais inex-
novas oportunidades para User Expe- perientes como os designers mais expe-
rience e User Interface Designers. Com rientes e com vários anos de carreira:
múltiplas indústrias a terem de repen-
sar a sua operação e num mercado em “relativamente à UX, a pandemia
crescente competitividade, serviços obrigou os profissionais a tornarem
eficientes, usáveis e que entregam uma alguns processos de User Research
ótima experiência são os que se desta- remotos que, idealmente deveriam
cam”. E continua: “os negócios tiveram de ser realizados presencialmente”
ser rápidos a adaptar-se para sobrevive- lança Cláudia Pernencar .
rem, e muitos contaram com UI/UX De-
signers para perceber como fazer o shift.
Com uma maior adoção de e-commerce Ricardo Costa prossegue: “apesar de
Ricardo Costa
e online takeaways, maior número de ser um trabalho que conseguimos fazer
entregas, tudo efetuado através de apli- remotamente, perdeu-se a ligação
cações e websites, assistimos a um cres- mais próxima com os utilizadores e
cimento na importância de uma empre- desta forma aumenta o desafio de
sa contratar UI/UX Designers de forma entender as necessidades e dores dos
a capturar e reter mais clientes e fazer utilizadores porque a distância criou
crescer o seu negócio”. alguns bloqueios“.

Não há como negar que é mais fácil en-


João
JoãoPinheiro
Pinheiro , Formador FLAG e UX/UI contrar um emprego depois de adquirir
Design Consultant realça a versatilidade experiência, e isso vale tanto para car-
dos profissionais desta área: gos presencias quanto remotos. Quando
“a área de UX e UI Design oferece se trata de trabalho remoto, designers
garantias e estabilidade. É uma juniores e iniciantes podem encontrar
carreira muito versátil que permite menos oportunidades do que designers
tanto estar num escritório de séniores, simplesmente porque os em-
uma pequena empresa ou de pregadores tendem tradicionalmente a
uma multinacional ou, então, na treinar designers juniores internamente.
secretária de casa.” No entanto, existem oportunidades re-
motas para designers iniciantes, e o mer-
cado vai crescer à medida que as empre-
sas se adaptam a formas mais flexíveis
de trabalho.

31
FLAG | UX & UI

Em todo o caso, quer se trate de um pro-


fissional em início de carreira ou de um
UX/UI designer sénior, opções como de-
senvolvimento de projetos em regime
freelance, ou a oferta de know-how nesta
área a organizações sem fins lucrativos
ou a projetos públicos, são sempre for-
mas de ganhar experiência e enriquecer
o portfólio.

Hugo Froes deixa o alerta para


os negócios portugueses
“sinto que complicou a situação
para empresas em Portugal a tentar
contratar para estas funções,
porque agora têm que competir
com empresas internacionais que
oferecem melhores condições”.

Por outro lado, Ivo Gomes aborda o au-


mento das vagas de UX/Product Desig-
ners pois as organizações procuram “ga-
rantir que os seus produtos forneçam a
melhor experiência aos seus utilizado-
res. A maior parte das empresas ainda
são demasiado “engineering-driven”
mas parece que finalmente se começa a
perceber as vantagens de ter bons UX/
UI Designers nas equipas”. /

32
0 .
7
UX Research
FLAG | UX & UI

UX RESEARCH
Cada vez mais comum e familiar entre os
profissionais da área, está o conceito UX
Apesar de estar sempre presente, só ul-
timamente é que esta área tem ganho a
Research. atenção que merece (antes, com criação
e produção em massa para o total da
Como o nome bem indica, este conceito população, nichos e a minorias eram ig-
pressupõe a realização de pesquisas jun- norados, não só nos sectores do design,
to do utilizador, através de estudos qua- marketing e publicidade, como em varia-
litativos e quantitativos. Esta pesquisa díssimos outros da sociedade).
permite que os designers identifiquem
informações valiosas e oportunidades no
desenvolvimento de projetos. César Garcia fala na perspetiva dos
negócios
“à medida que o design foi
Sílvia Otto Sequeira , Senior Product
ganhando ‘um lugar à mesa’ e se
Design & Research Manager na
tornou numa faceta importante do
Farfetch, dá o mote:
negócio, foi necessário criar uma
“User Research foi sempre um pilar ponte entre linguagem business
do Design, mas muito ignorado e linguagem design. Este foi o
em nome de respostas rápidas e primeiro grande salto do user
baseadas em assunções.” research, porque colocou em termos
que o business percebe, aquilo que
os designers fazem”.

35
FLAG | UX & UI

Cláudia
Cláudia Pernencar reflete sobre a im- e criar produtos e soluções mais eficazes
portância do UX Research nas organi- e fortes no mercado em que operam.
zações: “perceberam que criar layouts Chegamos agora ao ponto em que o
sem pensar na experiência do utiliza- User Research tem uma importância
dor era tempo e recursos humanos mal e influência no processo de design e
empregues”. desenvolvimento, extraordinariamente
importante”.

A pesquisa do utilizador pode incluir


uma ampla gama de métodos e fer- Segundo David Cruz ,
ramentas de medição quantitativa
“User Research já era praticado
e qualitativa, desde entrevistas, a
na alçada de UX Design devido à
estudos clássicos de usabilidade e
necessidade de se obter a resposta
medições quantitativas de retorno
a ‘porquê?’ ‘quando?’ ‘onde?’ ‘como?’
sobre o investimento (ROI) na ex-
‘quais os ‘pain points’?’.
periência. O que todas as pesquisas
À medida que as empresas se foram
de utilizadores têm em comum é
apercebendo que design é um
que colocam as pessoas no centro
factor competitivo determinante,
do processo de design e dos produ-
foi emergindo o facto da maioria
tos privilegiando a empatia. A pes-
do valor de design estar assente
quisa do utilizador permite então
no trabalho de user research. E
inspirar o projeto, avaliar as suas
como ‘user research’ é uma tarefa
soluções e medir o seu impacto.
que consome muito tempo, e as
responsabilidades dos designers
CésarGarcia
César Garcia continua: “ter agora equipas têm aumentado, tem crescido a
dedicadas ao research, naturalmente, necessidade de especialização”.
conseguem resultados mais exaustivos
do que era possível antes, quando
Geralmente, os pesquisadores de UX co-
este era apenas uma de várias etapas
meçam pelos métodos qualitativos, para
do processo e responsabilidades do
determinar as motivações e necessida-
designer. E à medida que os processos
des dos utilizadores. Entrevistas, testes
evoluem, as descobertas e insights
de usabilidade e estudos de campo são
vão sendo cada vez melhores e mais
exemplos de ferramentas de pesquisa
cirúrgicos o que permite informar cada
qualitativa.
vez melhor o processo de design (e não só)

36
FLAG | UX & UI

Posteriormente, utilizam medidas quan-


titativas para testar os seus resultados. Francisco Melo completa
Os métodos de pesquisa quantitativa “tomar decisões de UX/UI acertadas
do utilizador procuram medir o compor- à primeira é cada vez mais
tamento do utilizador de uma forma que importante, já que o mundo digital
possa ser quantificada e usada para aná- é cada vez mais exigente. Perceber
lises estatísticas. quem é o nosso utilizador e ter o seu
feedback é essencial para a criação
Várias são as vezes em que é necessário e melhoria de qualquer produto”.
um estudo mais exploratório, em que se
procura uma compreensão mais profun-
da e detalhada das experiências e da vida Assim, a decisão de apostar em UX
quotidiana de utilizadores, tanto na sua Research traz um amplo leque de
individualidade como em grupo. benefícios, algo para o qual o mercado
Português tem estado desperto.
Cada método de pesquisa tem vantagens “Estamos a assistir a uma migração na
e desvantagens. Como tal, cada um pode indústria, o profissional de UX está
ser usado para atingir objetivos diferen- a transformar-se num Researcher. E
tes. O método escolhido depende, não isto é algo que o mercado português
só do objetivo, como de outras questões tem pedido”, diz-nos Marília Moita,
Marília Moita
como o tipo de projeto em que se está a Formadora FLAG, Lead Product Designer
trabalhar, orçamento ou limitações de na Talkdesk e Co-Fundadora do Design
tempo. Research Portugal.

Todos os produtos, sejam digitais ou Para o produto, o UX Research fornece


não, devem oferecer uma experiência ao um conjunto de dados sobre o seu utiliza-
utilizador de alta qualidade. Os que não dor, como e quando este usará o produto
o fizerem correm o risco de o perder para e os principais problemas que o produto
Sílvia Otto Sequeira
os concorrentes. Sílvia Sequeira resolverá. Todas estas informações são
reflete “os produtos estão condenados úteis quando uma equipa de produção
à fraca adoção quando não são pen- precisa decidir entre várias soluções
sados de acordo com as necessidades de design.
reais dos utilizadores, e acabam por fa-
lhar. Um tiro ao alvo pressupõe este in-
vestimento no Research, e equilibra ob-
jetivos do negócio e necessidades dos
utilizadores”.

37
FLAG | UX & UI

O UX Research, permite às empresas


acelerarem o processo de desenvolvi- “Para criar produtos que possam
mento de produtos, eliminar custos de satisfazer as necessidades dos
redesenho, aumentar a satisfação do uti- utilizadores e deixá-los satisfeitos,
lizador, e consequentemente aumentar temos de estar preocupados com
os lucros, servindo também como ponte eles. Além disso, as organizações
entre a empresas e os seus clientes. que investem em User Research
conseguem ter mais eficácia no
Na ótica do utilizador, o UX Research produto final, na medida em que não
expressa os seus pensamentos, o que perdem tempo e dinheiro na criação
resultará em produtos/serviços que vão de outros produtos, porque o que
ao encontro das suas necessidades e ob- saiu foi um erro“,
jetivos, considerando as suas especifici- remata Ricardo Costa .
dades únicas.

38
FLAG | UX & UI

O UX Research assumiu uma importân-


cia tão relevante que foi necessário en- 6 características de
contrar novas formas de realizar os tes- um bom UX Researcher
tes durante a pandemia.

Ivo Gomes fala da sua experiência: Específico


“uma das coisas boas do research
remoto é que as pessoas estão
no seu ambiente, a usar o seu
computador, e como tal agem
de forma mais natural. O facto Focado
de estarem mais habituados a
fazer videochamadas também
ajudou nisso, pois já não existe
o sentimento de estarem a ser
observados”
Relevante
e recomenda
“peçam para apenas observar
os utilizadores a usar as vossas
aplicações no seu dia-a-dia.
Passar 30 minutos ou 1 hora a
simplesmente observar, permite- Prático
nos perceber como as pessoas usam
as aplicações na vida real, sem as
estarmos a guiar com tarefas que
têm de resolver”.
Dinâmico

Lembra Francisco Melo


Melo “é importante
utilizar um bom software de streaming
desenhado para User Research e ten-
tar garantir as melhores condições de
ambas as partes para poder iniciar o Flexível
processo. E nunca esquecer de testar o
protótipo com o máximo de fidelidade
possível se houver essa possibilidade”. /

39
08 .
UX Writing
FLAG | UX & UI

UX WRITING
D
urante os últimos anos, a comuni- É “a capacidade de escrever textos que
dade de design tem discutido uma sejam fáceis de entender” acrescenta
nova tendência no desenvolvi- Ivo Gomes e partilha “há alguns anos
Ivo Gomes
mento de produto chamada UX Writing. atrás estive a trabalhar no desenvolvi-
O termo confunde muitas pessoas, até mento de uma plataforma de gestão de
mesmo profissionais de design. conteúdos de uma publicação cujo públi-
co-alvo eram jornalistas. Numa das ses-
sões de testes com utilizadores, havia
Para Ricardo Costa muita confusão sobre um botão que dizia
“UX Writting é tudo aquilo que “Editar” junto aos artigos. Os jornalistas
envolve a escrita nos produtos. não viam esse botão como a ação para
No entanto, esta escrita tem poderem fazer alterações ao artigo, por-
de ser o mais natural possível e que na redação quem faz a edição é o Edi-
de compreensão para todos os tor. Uma simples mudança no texto do
utilizadores. Uma linguagem mais botão para “Alterar” fez toda a diferença
técnica pode levar a incompreensão na perceção da ação”.
do utilizador”.

42
FLAG | UX & UI

Um dos primeiros motivos que levam Um website ou aplicação sem palavras


ao surgimento do termo UX Writing é a não faria sentido, pois seria como uma
crescente atenção ao papel do copy no estrada sem sinalização. UX Writing
User Interface. Especialistas em marke- orienta o utilizador na utilização, e de-
ting e design concordam que o copy de fine a ligação entre este e o produto. É
um conteúdo é um elemento relevante e importante garantir que as palavras uti-
que influencia a perceção do utilizador no lizadas reflitam a voz da marca, e que ao
que toca a UX. Um copy mal escrito pode mesmo tempo adaptem o tom para se
arruinar completamente um projeto ou adequarem às várias situações em que
até transmitir uma mensagem errada. o utilizador se encontra ao longo da sua
jornada de interação com o produto.
Ao estudar um produto sob a perspetiva
do utilizador percebe-se como pequenas
indicações de texto são úteis e essen- Hugo Froes não esquece a
ciais. Quando as pessoas começam a sua importância da
jornada num novo software, dicas de tex- “escrita de textos que ampliem a
to curtas tornam o processo de adapta- experiência e deem uma voz mais
ção mais rápido e fácil. clara às marcas, de uma forma que
vá ao encontro das expetativas dos
utilizadores e de um modo mais
David Cruz partilha humano”.
“É a disciplina de escrita que guia
o utilizador na sua interacção
e experiência com um sistema/ Com as melhorias tecnológicas, foi
produto. Como tal, está mais focado necessário que o UX Writing também
na texto presente ou que impactam evoluísse e o conteúdo passasse de
o uso de UI (visual ou não). É palavras ou de pequenas frases para uma
fundamental para uma correcta conversa. Isso acontece, por exemplo,
interpretação da capacidades de UI, com produtos que envolvem suportes de
impactando como tal a usabilidade chat ou voz. Imaginar o fluxo como uma
do produto, contribuindo igualmente conversa entre o utilizador e o conteúdo
para garantir a consistência de ajuda a imaginar o fluxo lógico de um
comunicação e acentuar o “delight” produto ou serviço, além de facilitar a
durante a interação”. narrativa. Tomemos como exemplo uma
aplicação para o aluguer de trotinetes em
que o objetivo do utilizador é encontrar
um destes transportes para se deslocar,

43
FLAG | UX & UI

e se encontra ansioso por caminhar


numa rua movimentada ou até uns Ricardo Melo lembra
quarteirões para alcançar o objeto. O UX “são da responsabilidade do UX
Writing poderá ajudar nestas situações, Writer a redação, a revisão e a
informando o utilizador da sua, cada vez validação do conteúdo de emails,
menor, distância em relação ao objeto, notificações, artigos de uma área
exibindo a sua localização num mapa e de ajuda e outros tantos canais de
enviando mensagens tranquilizadoras. comunicação com o utilizador. Tudo
o que possa existir em vertente
de texto que possa melhorar
a experiência e a interação do
utilizador com o produto digital”.

Antes de escrever qualquer copy, os


profissionais de UX Writing pensam
em alguns pontos fundamentais como:
o público-alvo e personas; objetivo do
copy; o contexto por detrás do copy;
como o copy resolverá o problema do
Criar conteúdos de UX Writing re- utilizador; as emoções do utilizador em
quer muito pensamento e conhe- determinadas situações e a localização
cimento sobre o produto e sobre do utilizador.
a própria marca. Quando se trata
de websites e aplicações, o espaço
dos ecrãs dita a área que o UX Writ- “Podes tentar criar a experiência
ter poderá utilizar para comunicar. mais funcional de sempre, com o
É necessário considerar cuidado- melhor aspeto gráfico de sempre,
samente cada palavra a ser utiliza- mas se a mensagem que passas às
da, tendo sempre em mente o seu pessoas não for a correta e pensada
significado junto do público-alvo para essa pessoa, então não vais ter
em questão, e a sua contribuição grande sucesso”
para o alcance do objetivo. remata João Planche . /

44
0 .
9
Usabilidade e
Acessibilidade
FLAG | UX & UI

INCLUSIVIDADE,
ACESSIBILIDADE
E USABILIDADE
NO UX DESIGN
O
design acessível centra-se na ideia
de que nem sempre é linear para Clinton Jorge afirma que
todas as pessoas a utilização dos “A nossa responsabilidade como
produtos com que interagem. A idealiza- UI/UX Designers é de garantir
ção de produtos e serviços tem de ir mais que a interação é o mais simples,
além da utilidade destes e desafia os de- usável e intuitiva possível. Somos
signers a expandir o seu pensamento. É nós designers que empatizamos
necessário o envolvimento ativo com di- com os nossos utilizadores
ferentes perfis de pessoas e colocar-se e compreendemos as suas
na “pele” destas para entender diferen- necessidades, e temos de ser
tes perspetivas e possíveis carências de capazes de suportá-los quando mais
habilidades ou conhecimentos. precisam de nós”.

47
FLAG | UX & UI

O desafio de pensar em todos tam- Ruben Ferreira Duarte alerta


bém é fonte de inspiração para os “Como pode ser um produto digital
criativos e possibilita que se che- relevante se não conseguir ser
gue a resultados que de uma forma utilizado? Naturalmente tem que
mais óbvia não seriam alcançados. ser acessível. O perigo do tema da
Sem ter como foco as pessoas e acessibilidade no UX/UI é achar
sem incluí-las na conceção do seu que este é um tema apenas para
projeto, nenhum UX designer pode minorias.”
ter êxito, estando a ir contra um dos
pilares sustentáveis dessa área que
permite aos projetos serem impac- O design acessível é um segmento da
tantes e eficazes. estratégia de design inclusivo. Este ele-
mento trata da interação simples, direta
e rápida entre o utilizador e uma interfa-
Um projeto de design inclusivo signifi- ce, com a particularidade de ser pensada
ca desenvolver um produto empático e e criada para pessoas com deficiência. O
consciente que possa ser usado confor- design inclusivo reconhece, também, que
tavelmente por diversos grupos de pes- as soluções que funcionam para pessoas
soas com diferentes características e es- portadoras de deficiência muito prova-
pecificidades demográficas, como idade, velmente funcionarão bem para outros,
sexo e idioma, assim como por pessoas nas mais diversas circunstâncias.
que tenham diferentes modos de vida,
nível de escolaridade, possibilidades de Todos nós conhecemos alguns exemplos,
acesso a tecnologia, situações económi- como a possibilidade de pesquisa ou en-
cas, ou tempo disponível para aprender vio de mensagens por voz, o reconheci-
novas interações. Resumindo numa fra- mento e leitura dos textos por um assis-
se, design inclusivo é tornar algo utilizá- tente virtual ou a adaptação automática
vel por qualquer pessoa. dos níveis de luminosidade dos ecrãs de-
pendendo da luz ambiente.
Em ambiente digital, o processo de de-
sign inclusivo começa pela identificação Acessibilidade digital significa que as
de situações em que as pessoas são ex- pessoas com deficiência podem igual-
cluídas da utilização de tecnologias. Esta mente perceber, compreender, navegar
exclusão pode acontecer a qualquer pes- e interagir com aplicações e ferramentas
soa dependendo das circunstâncias. digitais, sem qualquer tipo de constran-
gimento ou barreira.

48
FLAG | UX & UI

A estrutura de uma interface acessível


DavidCruz
David Cruz partilha não deve ser criada de ânimo leve e tem
“Actualmente, a preocupação por de ter atenção a vários aspetos que in-
acessibilidade ainda é um nicho fluenciam a maneira que cada elemento
e só surge quando se trata de um afeta a experiência do utilizador:
projecto governamental ou uma
empresa aponta para negociar • Elementos de visão
com uma entidade governamental. Formas, cores, contrastes, tamanhos
Felizmente, os principais sistemas do texto e componentes gráficas;
operativos vão tendo capacidades • Elementos de audição
cada vez mais poderosas para Sons de interação humana ou produzi-
colmatar as lacunas dos sites dos pelo produto, volume e ruído;
e aplicações desprovidas de
preocupações de acessibilidade”. • Elementos de pensamento
Tempo que o utilizador deve gastar para
interpretar o produto, quanta atenção
deve ser dada e quanta experiência é
necessária para utilizar o produto con-
fortavelmente;

• Elementos de destreza
Tipo de atividades de movimento que
o utilizador deve realizar para interagir
com um produto.

Quando se fala no impacto do design na


experiência do utilizador, é impossível
desassociá-lo da usabilidade. A usabili-
dade é outro elemento do design inclu-
sivo, crucial para que um produto seja
útil e atrativo, devendo para isso res-
ponder a critérios de eficácia, eficiência
e satisfação.

Tratando-se de um processo de design


centrado no utilizador, com o objetivo de
perceber o que faz as pessoas utilizarem

49
FLAG | UX & UI

e adotarem aquele produto ou serviço Existem 5 características fundamentais


em específico, é mais do que natural que definem um produto com usabilida-
que o procedimento se revele interrupto de:
e duradouro, uma vez que se procura
uma melhoria contínua a cada ciclo de • Eficácia
avaliação. Clareza e precisão com que os utiliza-
dores alcançam seus objetivos;
A International Organization for • Eficiência
Standardization (ISO) define usabilidade Velocidade e exatidão, com que os utili-
na norma ISO 9241 como “a capacidade zadores atingem os seus objetivos;
que um sistema, produto ou serviço
tem em ser usado por utilizadores • Envolvência
específicos de modo a atingirem os Quão agradável, satisfatório e interes-
seus objetivos com eficácia, eficiência e sante é utilizar o produto;
satisfação num determinado contexto”.
• Tolerância a erros
Competência do produto para evitar
erros e ajudar o utilizador a resolver
O Observatório em números qualquer um que ocorra;

• Facilidade de aprendizagem
6,3 38 Aptidão do produto na oferta de orien-
Média de classificação Sítios Web com
nos sites da
Administração
Declaração de
Acessibilidade
tação inicial, descomplicando uma utili-
Pública
12 zação mais complexa.
Sítios Web
com Selo de
Usabilidade O design inclusivo é um aspeto funda-
mental no UX Design, onde a ligação en-
tre pessoas reais e o design é a sua base.
898 865 Todos os produtos e serviços devem ofe-
Sítios Web Entidades
+ 898 + 865 recer a melhor experiência possível aos
no último ano no último ano
diferentes elementos do público, sendo
claros e intuitivos, e proporcionando
uma resposta adequada nas mais di-
69267 212
Páginas Páginas sem erros versas situações. Contudo, nem sempre
+ 69267
no último ano
+ 212
no último ano
o mercado acompanha as necessidades
quando se trata de grupos minoritários.
Fonte: observatorio.acessibilidade.gov.pt

50
FLAG | UX & UI

Acessibilidade Web para todos César Garcia desabafa


“é uma pena que por ter uma
Sabias que qualquer utilizador da expressão muito pequena na
Web poderá, em qualquer fase da maioria dos mercados e grupos-
sua vida, ter graus de deficiência -alvo, raramente se despendam os
ou limitações visuais, auditivas, recursos para explorar soluções com
cognitivas, físicas ou motoras? Acessibilidade em mente”.

Em Portugal, estima-se que há,


aproximadamente: Por sua vez, Sílvia
SílviaOtto
Otto Sequeira relem-
bra que também existem mais valias para
as marcas: “ao fazê-lo, não estão apenas
2 905 200 a fazer o que é eticamente responsável,
pessoas com limitações mas terão de entender que estão a to-
visuais, auditivas ou
motoras temporárias
mar decisões que são boas para o seu
ou permanentes. negócio: expandir a sua audiência, me-
lhorar a usabilidade para todos os públi-
cos, potenciar as vendas e, num futuro
18%
da população com muito próximo, tratar-se-á também de
limitações físicas ou cumprir a lei, como já acontece em países
cognitivas crónicas como a Noruega, em que já é ilegal ter um
ou permanentes.
website não acessível”.

24,8% Mas João Pinheiro


Pinheiro aponta que esta é
da população entre os 15 e
os 64 anos com limitações apenas uma realidade no seio das gran-
visuais ou auditivas,mesmo des organizações “Normalmente, as
com auxiliares. grandes empresas é que apostam nos
testes de usabilidade”. /

508 400
pessoas com mais de 65
anos com dificuldade em
ver, mesmo com óculos.

Fonte: observatorio.acessibilidade.gov.pt
Dados: Censos 2011

51
10.
Interações sem
toque e com
comando de voz
FLAG | UX & UI

INTERAÇÕES SEM
TOQUE E COM
COMANDO DE VOZ
O
design tem seguido de braço dado
com a inovação, na adaptação Francisco Melo partilha que
das melhores estratégias para as “principalmente com o boom do
pessoas. Estas interfaces permitem aos IOT (Internet of Things) diversos
utilizadores interagirem com um sistema sistemas de som tornaram-se
sem a necessidade de toque ou de aten- assistentes pessoais. A evolução
ção visual, ao tornar a experiência mais do reconhecimento de voz e de
leve e rápida por não exigir tanta atenção processos automatizados de
e alerta dos vários sentidos. pagamentos também ajudaram a
acelerar o processo”.
Uma interface de voz, conhecida como
VUI (Voice User Interface) é uma interfa-
ce invisível que requer voz para interagir
com ela.

54
FLAG | UX & UI

O desenvolvimento dos assistentes in-


teligentes da Google, Apple e Amazon Para João Planche as vantagens são
permitiram a interação entre vários dis- notórias para os consumidores que
positivos através de wi-fi e bluetooth. “cada vez mais não querem perder
Estes sistemas comportam referências tempo em balcões, filas e espera,
focadas no entretenimento, tradução, in- etc. Por isso, se puderem resolver o
formação atualizada, ligação ao Spotify, seu problema/comprar algo através
e até a possibilidade de chamar um Uber do seu smartphone e sem terem de
ou pedir uma pizza. Podemos encon- sair do sofá, não vão olhar para trás
trar interfaces de voz em smartphones, e vão optar por essa opção”
smartwatches, computadores, smart e também para as empresas
TVs, sound systems e em uma varieda- que pretendem
de de outros dispositivos digitais. Com “reduzir os custos com pessoas,
os avanços no reconhecimento de voz infraestruturas e isso leva-as a
e na tecnologia das casas inteligentes, investir em soluções digitais que
espera-se que a afluência às interfaces consigam fazer o mesmo, mas com
de voz seja ainda maior. O melhoramen- custos substancialmente inferiores”.
to das capacidades destes dispositivos
tem vindo a torná-los utilitários mais
comuns entre a população, e mais aces- No que toca ao UX/UI Design este tema
síveis a todos. é de máxima importância e os designers
devem encará-lo como uma oportunida-
de de estudo e de especialização. Ao adi-
cionar interfaces de voz ao UX Design, o
Como indica
profissional pode tornar a relação com
David Cruz
a interface gráfica mais atrativa para o
“Sistemas como utilizador. No entanto, as interfaces de
Alexa, Siri, voz exigem conhecimentos diferentes
OK Google, são das interfaces gráficas. Apesar da força
um bom exemplo da interface não estar concentrada na
de Audio UI que imagem, os utilizadores têm de ter indi-
permite um modelo cações claras sobre as decisões a tomar.
de interacção Ao mesmo tempo, os utilizadores não
conversacional rico”. têm a certeza do que podem esperar da
interação de voz, porque normalmente
associa-se a voz à comunicação com ou-
tras pessoas, e não com a tecnologia.

55
FLAG | UX & UI

personas é necessário considerar pensa-


Ricardo Melo afirma mentos, atitudes e o estilo de vida do uti-
“Voice is the new UX. Isto é bastante lizador. Uma persona que funciona bem
verdade pois a interação com a numa cultura pode não funcionar numa
voz é bastante intuitiva, fácil e outra.
prática. Por isso, é preciso olhar
para que tipo de experiência Estas funcionalidades tornam os dispo-
podemos ‘desenhar’ e fazer evoluir sitivos inclusivos, por exemplo, ao be-
junto de algo que nos é tão natural neficiarem utilizadores com deficiência
como falar. Por outro lado, diria visual que agora podem usufruir das van-
que ainda podemos vir a ver um tagens destas aplicações. Também cabe
desenvolvimento significativo em ao UX Designer garantir que o sistema
touchless interaction através de entenda várias nuances da linguagem,
ondas cerebrais com algum tipo de perda do contexto, problemas de fala,
device que consigamos utilizar para ou incapacidade de entender à primeira
também facilitar interações digitais aquilo de que uma interface de voz é ca-
e até multitasking”. paz.

As interfaces comandadas por gestos


Faz parte da natureza humana o relacio- estão a um passo atrás das interfaces
namento das pessoas entre si e não com controladas por voz. Contudo, os Air-
máquinas. Face a isto, cabe ao UX Desig- Pods Pro da Apple são um sinal da evolu-
ner utilizar os seus conhecimentos sobre ção desta tendência para o dia a dia das
Design Emocional para transformar es- pessoas ao permitir o controlo por ges-
tes sistemas em algo similar às pessoas tos dos fones sem fios. Tem-se verifica-
reais, através da criação de personas de do noutras indústrias, como a dos video-
interação. Para isso, é necessário tempo jogos, a conjugação de voz e movimento
e pesquisa para encontrar uma perso- com a realidade virtual, que promovem
nalidade para o produto em concreto, a experiências diferenciadoras ao utiliza-
forma como este interage, a frequência dor. Outro mercado com forte aposta
de uso do dispositivo e o seu tom de voz nestas soluções é o setor automóvel, que
nos vários idiomas. Não se pode esque- apresenta cada vez mais recursos sem a
cer que em matéria de construções das necessidade de contacto tátil. /

56
FLAG | UX & UI

57
FLAG | UX & UI

11.
Inteligência
Artificial

58
FLAG | UX & UI

INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL
A
Inteligência Artificial (IA) deixou
de ser uma novidade para se tor- Ricardo Melo partilha que
nar a base das estratégias de ne- “a Inteligência Artificial tem
gócios em todos os setores imagináveis. trazido várias ferramentas que têm
Deixou de ser aplicado apenas em algu- contribuído quer na vertente de
mas indústrias para ser uma realidade no análise, quer na automação, mas
dia-a-dia de todos nós. penso que um dos contributos mais
importantes é na forma analítica
A utilização da IA tem três propósitos de inputs de dados para ajudar a
essenciais: automatizar processos, me- decidir caminhos e experiências (…)
lhorar a eficiência e reduzir os custos. acho que na vertente mais prática,
criativa e até da própria criação
Não são apenas as funções administrati- e definição da experiência ainda
vas, baseadas em processos repetitivos, não consegue estar ao nível do
que estão a ser transformadas e influen- contributo humano”.
ciadas pela inteligência artificial.

59
FLAG | UX & UI

Com a chegada dos produtos de IA, entrá- Atualmente, quando aplicado ao design,
mos numa nova era em que as máquinas a IA pode implementar o processo de
começam não só a cumprirem as ordens otimização, na medida em que a tecno-
dos humanos, como a tomar as suas pró- logia é capaz de coletar e analisar gran-
prias decisões com base num conjunto des quantidades de dados muito mais
bastante alargado de informações. Estas rapidamente do que um ser humano.
transformações não só mudam a vida das Pode ainda, utilizar essas informações
pessoas como fazem com que estas te- para executar testes A/B automatica-
nham expectativas muito mais elevadas mente, compreender os resultados dos
sobre a tecnologia e sobre os produtos. testes, atualizar o produto ou design, e
desenvolver wireframes a partir de flu-
A IA não é uma ameaça para a área do xogramas, ou até, reiniciar o processo
UX/UI Design. Pelo contrário, apresenta testando outros elementos do design.
uma oportunidade imensa para a elevar a Este desenvolvimento trouxe melhorias
outros patamares de qualidade. também na inovação dos efeitos visuais
e no reconhecimento facial humano.

De muitas maneiras, a IA e o design Segundo David Cruz, “permite uma


David Cruz
da experiência do utilizador andam melhor interpretação dos dados,
unidos e pode-se perspetivar que inferindo padrões e permitindo que as
a Inteligência Artificial alterará interacções possam ser sugeridas, com
os designers de hoje e mudará o maior nível de confiança, a um utilizador.
seu papel como o conhecemos. Ou então, graças à melhor interpretação
Prevê-se que num futuro próximo dos dados, reduzindo a quantidade de
os UX&UI Designers terão outras input necessário ou simplificando a
oportunidades de carreira como interface”.
“Systems Designers” ou “Behavior
Designers” e, fornecerão informa- A tecnologia de IA concentra-se em sa-
ções, dados e instruções para algo- tisfazer as necessidades específicas
ritmos de IA e, sistemas automati- dos utilizadores, mas uma das grandes
zados por meio de um conjunto de ajudas que traz ao design é a possibilida-
parâmetros, restrições e metas. de de fornecer várias opções e ajudar os
profissionais a tomarem as melhores de-
cisões, ao analisar os dados com máxima
eficiência.

60
FLAG | UX & UI

Clinton
ClintonJorge
Jorge enaltece as vantagens da Todas estas vantagens vão traduzir-se
AI: “muitas vezes UI/UX Designers estão no aumento de taxas de conversão, devi-
limitados na solução que apresentam do à personalização e relevância dos pro-
devido a fatores tecnológicos. Sistemas dutos para os utilizadores.
de back-end antiquados ou formulários
ligados a CRMs restritos, podem limitar
a interação humana para se ajustar à lin- Ivo Gomes fala da sua experiência:
guagem da máquina. A Inteligência Arti- “na Talkdesk desenvolvemos
ficial veio quebrar com essa limitação. software para call centers, onde
Já nos é possível comunicar com máqui- os agentes têm de poder lidar com
nas com uma linguagem natural. Formu- clientes que os estão a contactar
lários são mais naturais na sua linguagem com um problema. Através de AI
e no seu flow (…) Cada vez mais os UI/ conseguimos ajudar os agentes
UX Designers podem focar-se em dese- a resolver mais rapidamente
nhar a melhor experiência para o utiliza- o problema dos seus clientes,
dor com capacidades de computação e fornecendo informações úteis e
personalização quase ilimitados”. contextuais ao agente em tempo
real” e acrescenta “por outro
Existem várias maneiras da IA melhorar lado, a AI também nos permite
as capacidades dos designers: desviar certas chamadas para
assistentes virtuais que conseguem
• Permitir aos designers fazerem esco- rapidamente resolver o problema
lhas de design muito mais informadas, do cliente sem que seja necessário
sustentadas em dados reais e concretos; transferi-las para um agente”. /
• Melhorar recursos de análise e otimiza-
ção de dados;

• Reduzir o trabalho manual ao remover


tarefas repetitivas, aumentando assim a
produtividade;

• Tornar os sistemas de design mais ro-


bustos.

61
12.
Personalização
Avançada
FLAG | UX & UI

PERSONALIZAÇÃO
AVANÇADA
Personalização em design é uma aborda-
gem onde as empresas ou marcas criam Clinton Jorge esclarece que
conteúdo individual, específico e dire- “a personalização cria empatia
cionado para cada utilizador. O principal no nosso utilizador. Muitos de
objetivo do Design Personalizado é for- nós preferem efetuar as suas
necer conteúdos e funcionalidades que compras no mercado perto de
atendam às necessidades ou interesses casa porque o vendedor conhece
específicos do utilizador, sem nenhum as nossas preferências e o nosso
ou pouco esforço por parte deste, e que nome. Procuramos isso como
façam sentir que o conteúdo foi criado humanos. Um produto que oferece
especialmente para si. uma personalização avançada e
adaptada às minhas necessidades
As interfaces personalizadas tornam como utilizador deverá oferecer uma
o sistema mais confortável de utilizar melhor experiência”.
e entender. A personalização fornece
ou enfatiza informações específicas,
restringe ou concede acesso a certas
informações, e simplifica transações e
processos.

64
FLAG | UX & UI

A personalização é uma tendência de ex-


periência do utilizador e uma das melho- João Planche defende que
res práticas da atualidade. “conseguir personalizar ao máximo
a experiência das pessoas é o
segredo para qualquer produto
Para Ricardo Costa digital. Porque cada pessoa é
“o ser humano é comodista uma pessoa, com necessidades
e não gosta de ter de pensar diferentes, proficiência tecnológica
demasiado; desta forma, usufruir diferente, tudo isso influencia a
de experiências personalizadas forma como utiliza os produtos.
aumenta a satisfação dos Quando se conseguir personalizar
utilizadores”. individualmente a experiência de
uma pessoa, aí sim, o Eden do UX
foi atingido”.
No futuro, as interfaces tornar-se-ão
ainda mais personalizadas e mudarão a A personalização também pode ser fei-
sua aparência, posição dos elementos, ta pelo utilizador, desde que o sistema
tom e comportamento, em milésimas de esteja preparado para isso tanto a nível
segundo. de programação como de interface. A
plataforma pode permitir que existam
A personalização pode ser realizada de alterações ao nível de layout, conteúdo
dois modos. A personalização baseada ou funcionalidade do sistema. A perso-
em funções, onde os utilizadores são nalização pode envolver, por exemplo,
agrupados de acordo com certas carac- a movimentação de itens, a seleção de
terísticas que eles próprios definiram tópicos de interesse, a alteração de co-
previamente. Ou então a personalização res ou outros fatores relacionados com
individualizada, em que é criado através o design visual de uma interface. Muitas
do computador um perfil individual para vezes, os designers responsáveis pelos
cada utilizador, onde apresenta conteú- produtos preferem dar o controlo ao uti-
dos diferentes para cada pessoa com a lizador e permitir que este decida qual a
informação do histórico de pesquisas, de experiência mais adequada para atender
visualizações ou de pedidos. às suas necessidades. A desvantagem é
que muitos utilizadores não sabem o que
realmente precisam ou não estão inte-
ressados em fazer o trabalho necessário
a fim de ajustar a interface por forma a
corresponder às suas preferências.

65
FLAG | UX & UI

Se para alguns a personalização de Ricardo Melo


Ricardo Melo avisa: “no entanto, é im-
interface pode ser indiferente, para portante garantir que a personalização
outros estas adaptações de UX acrescente valor ao utilizador. É uma li-
Design mudam completamente a nha ténue que separa uma personaliza-
sua experiência e a sua facilidade de ção com sentido e objetivo, de algo que
adaptação ao produto. No caso da fazemos meramente por fazer”.
população canhota, que constitui um
número significativo de pessoas por todo Com grandes poderes vêm grandes res-
o mundo, a possibilidade de colocar os ponsabilidades.
elementos de interação no lado esquerdo
da interface vai representar uma maior Personalização não é uma tendência de
simpatia pelo produto por não obrigar design fácil de seguir. Não se trata ape-
a movimentos longos e pouco naturais. nas de deixar um utilizador alternar en-
Também no mundo dos videojogos, onde tre temas escuros e claros. Os websites
os jogadores procuram constantemente podem agregar e analisar dados incorre-
otimizar a sua performance, é comum a tamente e, assim, resultar em más expe-
possibilidade de personalização do HUD riências para o consumidor.
e dos comandos de input.
Assegurar o bom desenvolvimento
Quanto mais avançadas se tornam as das plataformas a nível de design,
tecnologias, mais exigentes são os programação ou comunicação, de forma
clientes, e o UX&UI Design e a Inteli- a garantir uma personalização eficaz,
gência Artificial desempenham papéis requer investimento. Contudo, é cada
essenciais para que os diferentes siste- vez mais determinante na criação de
mas funcionem na perfeição. São exem- experiências realmente memoráveis e
plos de sucesso algumas plataformas impactantes. /
bem conhecidas por todos: as sugestões
de músicas do Spotify, os vídeos reco-
mendados no Netflix ou Youtube, a per-
sonalização da página inicial, a lista de
desejos com base nos hábitos de compra
na Amazon, ou a indicação de promoções
especiais para destinos pesquisados an-
teriormente em websites de viagens.

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FLAG | UX & UI

67
FLAG | UX & UI

1 .
3
Carta aos
UX/UI Designers
do futuro

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CARTA AOS FLAG | UX & UI

UX/UI DESIGNERS
DO FUTURO
por Ruben Ferreira Duarte

Não sei muito bem como aqui chegaste, mas É certo que poderás pensar que começas ago-
ainda bem que aqui estás. ra um caminho absolutamente novo, mas não
começas. As disciplinas de UX e UI só existem
Se estás agora a começar o caminho de desco- porque existem pessoas. Pessoas com neces-
berta das disciplinas de user experience (UX) sidades muito específicas no dia a dia, como
e user interface (UI) é sinal que alguma coisa pagar as suas contas de casa, consultar o seu
te chamou a atenção e isso é fantástico. A in- saldo no banco, ver uma série na televisão,
dústria digital precisa de pessoas (designers) encomendar o jantar, comprar uma viagem ou
curiosas pelo mundo que as rodeia e capazes um sem fim de necessidades, que através dos
de desafiar convenções, ou no teu caso, o pró- produtos e serviços digitais que ajudamos a
prio percurso profissional. construir, podem tornar o seu dia a dia muito
mais simples.
Tu já tens experiência (muita)
Independentemente do que tenhas feito an-
Podes cair na tentação de dizer que não tens tes de aqui chegares, há uma coisa que já tens
experiência na área. em comum com qualquer UX/UI Designer: a
preocupação com as pessoas. Dizemos mui-
tas vezes que o princípio do nosso trabalho
Que nunca fizeste nenhum tipo de estudo de
é “calçar os sapatos dos utilizadores” e este
user research nem pensaste uma arquitetura
será sempre o teu principal desafio. A não ser
de informação. Que nunca definiste as gui-
que tenhas vivido numa ilha deserta, já traba-
delines de visual design nem desenhaste um
lhaste certamente em equipa, já tiveste que
protótipo ou moderaste um teste de usabili-
perceber o ponto de vista de alguém que ti-
dade. Que antes de aqui chegar eras designer
nhas do outro lado (utentes, clientes ou outro
gráfico, engenheiro, psicólogo, veterinário,
nome que utilizavas) e tudo isso te será muito
ou qualquer outra profissão e por isso senti-
útil neste teu novo desafio.
rás que o caminho será mais difícil. Não será
difícil, será trabalhoso. Nada acontecerá sem
muito trabalho mas também sem humildade,
curiosidade e aprendizagem.

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FLAG | UX & UI

Para além disso, todo o conhecimento que pos- Cabe ao UX Designer, através de todos os
sas ter noutras áreas técnicas será sempre uma processos, métodos e ferramentas, ir à pro-
mais-valia para esta tua nova missão. Ou não cura das respostas. Por outro lado, depois de
fosse o design, em geral, e o UX/UI, em particu- encontrares as respostas às primeiras per-
lar, disciplinas multidisciplinares. Não esque- guntas, surge uma outra no projeto:
ças ou descartes nada daquilo que aprendeste
até aqui, pois isso são já as tuas ferramentas
especiais para tudo aquilo que aí vem. “Como é que as pessoas vão utilizar


as funcionalidades da aplicação?

UX? UI? Qual é a diferença? E é aqui que entra o UI Designer e todas as suas
preocupações com a dimensão visual e intera-
Se estás agora a mergulhar nesta área, vais tiva da aplicação que se procura construir.
ouvir falar muitas vezes da diferença entre
UX e UI. São duas disciplinas diferentes, em- De um lado, temos o UX Designer focado
bora muito próximas e que te abrem um sem em definir o propósito e relevância da nos-
fim de oportunidades. Daqui para a frente, sa aplicação. Do outro, temos o UI Designer
podes escolher participar nos projetos como preocupado com o interface que as pessoas
UX Designer, UI Designer ou então como UX/ vão utilizar.
UI Designer.
Podes escolher um destes dois chapéus ou
Contudo, embora possa parecer um pouco simplesmente utilizar os dois. Esta é uma es-
confuso ao princípio, a diferença entre as duas colha tua. No final do dia, de um lado, de outro
disciplinas e os vários chapéus que podes uti- ou no meio das duas disciplinas, lembra-te que
lizar no mesmo projeto, é bastante simples de as pessoas são motivadas pelas emoções e é
perceber. Imagina que queres criar uma nova isso que a tua aplicação também deve desper-
aplicação móvel. As primeiras perguntas a que tar nas pessoas.
deverás responder no projeto são:
Isto é um trabalho (muito) sério
“ Porque é que as pessoas precisam


desta aplicação? É importante que saibas também que vais ter
sobre os teus ombros, sejas tu um UX, um UI
“ O que é que ela pode fazer para ou UX/UI Designer, uma grande responsabi-


melhorar a vida das pessoas? lidade. As tuas decisões, boas ou más, terão
um grande impacto nos produtos e serviços

“ Quem são essas pessoas?



digitais que criamos e que todos os dias são
utilizados por milhares (às vezes milhões) de
pessoas.

70
FLAG | UX & UI

Já pensaste nos problemas que podemos Conforto no desconforto


causar a uma pessoa se ela confundir, na sua
aplicação do banco, o botão de pagar com o Ainda agora aqui chegaste e é bom que saibas
botão de transferir dinheiro? Ou se por causa que os caminhos que se abrem à tua frente
da escolha do tamanho dos textos num web- são infinitos. Não olhes para o UX e UI como
site excluirmos boa parte da população mais um ponto de chegada. O mundo está a mudar
idosa com alguns problemas de visão? Ou ain- (isto tu sabes bem) e com ele a tecnologia e o
da, se não percebermos bem as pessoas para papel do design e dos designers. Todos os dias
quem estamos a desenhar um produto digital vemos aparecer novos negócios, novos produ-
e utilizarmos uma linguagem que elas não per- tos e serviços digitais, novas startups, novas
cebem? A responsabilidade que temos às cos- formas de facilitar o dia a dia das pessoas
tas é bastante grande, mas é também isso que através da tecnologia e não só.
torna o UX/UI tão fantástico. A oportunidade
de conseguir, através do nosso trabalho, sim- Novos campos onde o nosso papel, enquanto
plificar realmente o dia a dia das pessoas, designers de experiências feitas por pessoas
nas coisas mais pequenas mas também nas e para pessoas, pode ser muito valioso. Seja
mais relevantes. através das potencialidades da inteligência
artificial, dos modelos de interface, onde a
Lembra-te que serás tu nos projetos o “advo- voz é o principal instrumento de interação,
gado do utilizador”. És tu que deves garantir das funcionalidades hiper-personalizadas a
que o utilizador “está sempre à mesa” da equi- cada indivíduo ou de uma série de coisas que
pa. Que perguntarás “O que é que o utilizador nem conseguimos imaginar, o teu processo de
achará disto?”. Que terás que garantir que os evolução e aprendizagem nunca terminará.
temas usabilidade e acessibilidade não são só
palavras bonitas, mas sim preocupações reais Um desconforto permanente de ter de estar
de toda a equipa. Mesmo que tenhas que dizer sempre a aprender, a descobrir o que o futuro
(muitas vezes) à equipa e aos clientes “nós não nos reserva. Como através dos instrumentos
somos os utilizadores”, acredita que, no final, que temos à disposição podemos concretizar
todas as pessoas que não conheces pessoal- o essencial da nossa missão enquanto UX/UI
mente e que simplesmente chamamos de “uti- Designers (hoje chamamo-nos assim, amanhã
lizadores” te vão “agradecer” (mesmo que não muito provavelmente será outra coisa): pen-
te conheçam). sar, desenhar e desenvolver experiências que
melhorem o dia a dia de todas as pessoas. /

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FLAG | UX & UI

Formadores envolvidos

Catarina Garcia
Formadora FLAG e Senior UX/UI Designer

É licenciada em Novas Tecnologias da Comunicação


pela Universidade de Aveiro. Pós-graduada em design
thinking, pela ESAD, é no desenho de interfaces de
aplicações que ganha a vida (ou User Interface como é
da moda chamar). É certificada em User Experience, com
foco em User Research pela NNGroup. Solopreneur, para
além de formadora na Flag, no ISAG e na FEUP é também
UX Mentor na CareerFoundry. Nos tempos livres, dá Cláudia Pernencar
muitas vezes a voz ao podcast Mudo. Formadora FLAG e Consulting & Research for Digital Health
Environments

Consultadoria e investigação, na área do Design para


a Saúde e Bem-Estar, com a atuação na indústria e na
academia.

9 anos de experiência como designer de produtos digitais.


13 anos de experiência de docência no ensino superior –
Design de Interação e de Design de Interfaces. 10 anos
a atuar no mercado como formadora certificada pela
Adobe® e com 2 livros publicados na área – editora FCA.

Doutorada em Medias Digitais pela FCSH.UNL –


Programa Austin-Portugal. Investigadora integrada
no ICNova com artigos científicos e capítulo de livro
César Garcia publicados. Responsável pela área de UX/UI em 2
Formador FLAG e Design Director na OrbisPay projetos de Investigação no Brasil (FIOCRUZ-CE).

Picuinhas e preocupado com coisas que ninguém me paga


para me preocupar, acho que o design é apenas um nome
para uma disciplina que devia estar presente em todos os
aspetos do nosso quotidiano, incluindo política e outros
menos óbvios.

Design pensa nos problemas para além da sua


representação e influência imediatas, o que (tipicamente)
ajuda a criar soluções mais conscientes e pensadas a
longo prazo. Isso, ou fazer uma coisa rápida e barata que
viralize e tenha montes de likes.

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FLAG | UX & UI

David Cruz
Product Designer / StudentFinance

David Cruz, designer numa empresa que tenta redefinir o


modelo de financiamento de cursos a estudantes.

Fui amealhando experiência em diversos ambientes


(investigação académica, Telco, startup, grandes
empresas, freelance), em sectores díspares (ensino,
e-commerce, financeiro, telecomunicações, IoT,
healthcare) e no ensino de UX Design.

O que me caracteriza é a capacidade de ser a ponte de


comunicação entre equipas, e também entre o utilizador Francisco Melo
e o negócio. Saltando entre tarefa de ‘user research’, Designer na Impossible
facilitação de workshops, implementar solução ou formar O meu nome é Francisco Melo e vivo em Lisboa, Portugal.
member mais jovens.
Sou Designer de Produto com vários anos de
À medida que o tempo passa, cada vez sinto mais o peso experiência na área, habituado a pensamento criativo,
da pergunta: “qual o impacto do meu trabalho no mundo?” desenvolvimento de conceito, estratégia, UX / UI e
criador de diversas startups.

Sempre tive uma paixão por design e publicidade, e


especializei-me em diversas áreas: Design Gráfico (BSc.),
Design de Produto (BSc.) e Vídeo.

Sou curioso por natureza, sempre com necessidade


trabalhar em projetos novos e ser desafiado.

Tenho alguns sonhos malucos que servem de inspiração


para os meus projetos.

Por outro lado, adoro relaxar com a minha família, correr,


surfar, andar de skate e beber umas cervejas com os meus
amigos.
Sílvia Otto Sequeira
Formadora FLAG e Senior Product Design & Research Manager
na Farfetch

Sílvia leads several teams of product designers and


researchers at Farfetch, the global platform for luxury
fashion. She started (and it seems like ages ago) in
Advertising and Publishing, but then turned to the
digital world in companies like GuestCentric, SAPO
and OutSystems. Her mission is to always work as user
advocate by designing better products, and help others
doing the same. And then writing and talking about it.

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FLAG | UX & UI

Hugo Froes João Pinheiro


Formador FLAG e Product Operations Lead na Farfetch Formador FLAG e UX/UI Design Consultant
Hugo Froes é um UX Strategist experiente em João Pinheiro é freelancer na área do Branding e UX/
metodologias de user experience. Co-fundador da UI Design onde ajuda diversos clientes a encontrarem
UXDiscuss e board member da UX for Change, procura soluções para problemas de usabilidade e comunicação
formas de resolver os problemas certos de forma certa. nos seus produtos digitais.
Com 20 anos de experiência profissional, dedica o seu Fez uma pós-graduação na London College of
tempo a aprender e a partilhar o seu conhecimento com Communication e já trabalhou em diversas agências
os outros. O seu objetivo principal é contribuir para a em Lisboa e em Londres, onde teve a oportunidade de
melhorar a maturidade da user experience em Portugal. trabalhar com marcas de renome, como TAP Air Portugal,
Galp, BBC, Federação Portuguesa de Futebol, Novo Banco
Hugo Froes é atualmente Senior Ux Designer na - AMA -
e Jornal de Negócios, entre outros.
Agência para a Modernização Administrativa, IP.

João Planche
Ivo Gomes
Head of UX & UI na Deloitte Digital Lisbon
Associate Director e Product Design na Talkdesk
As Head of UX & UI at Deloitte Digital Lisbon, I lead a
Licenciado em Ergonomia pela Faculdade de Motricidade
team of creatives working to deliver the best quality
Humana e especializado em usabilidade e acessibilidade.
digital products with emphasis on the financial services
Com quase 20 anos de experiência em UX em várias
market. With an agile approach to our projects our team
plataformas e contextos, tais como aplicações web e
focuses on creating meaningful experiences that both
mobile, aplicações para TV interativa, B2C, B2B, etc.
serve the user needs and the business strategic vision.
Atualmente lidera a equipa de CCaaS Design (Contact
I’ve been working as a digital creative for 18 years with
Center as a Service) da Talkdesk onde tem como objetivo
global brands such as Nike, LG, Mc Donald’s, Fiat and with
fornecer a melhor experiência possível para os agentes,
Portuguese clients Caixa Geral de Depósitos, Fidelidade
supervisores e administradores de contact centers na
among others.
cloud.

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FLAG | UX & UI

Ricardo Melo
Formador FLAG e Head of Frontend na Fullsix

Ricardo Melo, 40 anos, vivo em Sesimbra e desde cedo os


Ricardo Costa computadores se tornaram a minha paixão, e sempre me
Formador FLAG e UX Designer na Critical Techworks
acompanharam fazendo crescer o gosto pelo digital.
A sua jornada é um pouco diferente da maioria dos
Desde o ano 2000 que comecei a investir na minha
Designers.
formação começando com design gráfico, passando
Terminou o 12º ano e iniciou a sua carreira com planos por web design e depois iniciando a minha carreira
de ser técnico de informática, porque achava que queria profissional no final de 2000 onde comecei a ter os
arranjar computadores. Mas pelo meio descobriu o primeiros contatos com desenvolvimento web.
mundo das artes e, como criativo que era começou a
Ao logo dos anos o percurso fez-se com evolução diária,
brincar com o Photoshop. Percebendo da sua capacidade,
acompanhamento e estudo do meio digital de forma a
começou a aprender de forma autónoma aos 18 anos.
usar a tecnologia como ferramenta no dia a dia.
Iniciou a sua carreira na Marques Soares onde trabalhou
no Dpto de Marketing e, mais tarde criativo na CAETSU Mais tarde, em 2009, juntei-me ao grupo Fullsix onde
onde ganhou um prémio Meios e Publicidade numa trabalhei como front-end developer para várias marcas
campanha para a Toyota. Teve o privilégio de trabalhar nacionais e em vários projetos internacionais. Tive
com marcas como a Toyota, Lexus, Fidelidade, OK experiências profissionais em Londres e Paris onde
Teleseguros, Sumol+Compal, Aldeias do Xisto, MAR trabalhei marcas como Fiat, Alfa-Romeu, Tesco e a nível
Shopping, Cetelem entre outras. nacional, desde Coca-Cola, EDP, Médis, Porto Business
School, Seguro Direto, Vodafone, Ageas Seguros, CUF,
Hoje, orgulha-se de ser UX Designer na Critical Techworks,
McDonalds, Portgás entre outros.
uma empresa do grupo BMW e Critical Software onde
desenvolvem software da próxima geração para o Atualmente sou Head of Frontend na Fullsix Portugal
futuro da marca desde o processo de fabrico, condução onde tenho como responsabilidade a gestão dos projetos
autónoma aos serviços de conectividade. e de uma equipa de 15 frontend developers focados no
desenvolvimento aplicacional das plataformas para os
nossos clientes. Sou também desde 2011 formador na
EDIT.

75
FLAG | UX & UI

Clinton Jorge
Formador FLAG e Head of Design na Veniam

Clinton Jorge foi investigador no Instituto Interativo


de Tecnologias da Madeira onde conta com múltiplas
publicações internacionais na área de Human-Computer
Interaction.

Na CGI, com a equipa do Service Design Lab, desenhou


soluções para milhões de portugueses abrangendo áreas
de Telecomunicação, Energy and Utilities e Finance.
Como Head of Design na Veniam, uma tech-startup com
headquarters na Califórnia, USA, foi responsável pela
equipa de UI/UX e de desenhar uma plataforma para gerir
e monitorizar veículos conectados e autónomos.
Ruben Ferreira Duarte
Formador FLAG e UX Lead Designer no TicAPP

Designer quase todas as horas do dia e UX Lead


Designer no TicAPP, o Centro de Competências Digitais
da Administração Pública, integrado na AMA, a Agência
para a Modernização Administrativa, na maior parte
dos dias. O Ruben é amante confesso de fazer muitas
perguntas, mas convive bastante mal com qualquer tipo
de coisas desalinhadas, especialmente se for em cima da
secretária.

Para além disso, nas horas vagas (as que sobram quando
não está a viajar), é também formador nas áreas de UX/
UI e Editor do DXD, um blog em português que funciona
Marília Moita acima de tudo como espaço de reflexão e partilha sobre
Formadora FLAG, Lead Product Designer na Talkdesk e Co- digital experience design.
Fundadora do Design Research Portugal

Especializada em negócios de telecomunicações e TI, nos


últimos +12 anos a Marília tem usado diferentes chapéus:
UX, Service Design, Research, Ops, Gestão de Projetos
para cumprir os objetivos do negócio e melhorar a vida
das pessoas, projetando experiências de acordo com
suas necessidades em todos os touchpoints das suas
jornadas.

A Marília é formadora na FLAG desde 2019 nos cursos


profissionais e especializados de UX/UI, onde tem a
sorte de partilhar e aprender com as pessoas que se têm
aventurado a especializar-se nestas áreas.

76
FLAG | UX & UI

OFERTA FORMATIVA FLAG


- UX & UI -

CURSOS MONOPROGRAMAS

Adobe Animate CC

Arquitetura de Informação

Design de Interação

Front-End Development com HTML5 e CSS3

Fundamentos de UX/UI Design

Interatividade e Animações com CSS3, jQuery e Plug-Ins

Metodologias de Design Digital

Motion for Interaction

Prototipagem com Figma

Prototipagem interactiva com Invision

Responsive Web Design & Development

User Research

User Testing

Visual Design

Workshop: Responsive WordPress

CURSOS ESPECIALIZADOS

USER INTERFACE UX/UI


DESIGN & DESIGN
DEVELOPMENT 144 HORAS / 11 MÓDULOS
111 HORAS / 6 MÓDULOS

CURSOS FLAGPROFESSIONAL

UX/UI
DESIGNER
327 HORAS / 20 MÓDULOS

77
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FLAG LISBOA FLAG PORTO FLAG COIMBRA

Edifício Mirage Rua Dr Ricardo Jorge, 139 Avenida Emídio Navarro, 81 - 1º A


Rua Dr. Eduardo Neves, 3 4050-392 Porto 3000-151 Coimbra
1050-077 Lisboa
(+351) 22 609 47 89 (+351) 239 724 500
(+351) 21 356 06 06
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