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OBS: A figura da remissão de bem acabou com a reforma da lei processual; a remissão de bem
foi substituída pelo parágrafo §2º do art. 685-A/CPC (também é uma regra que está escrita
dentro de um preceito de adjudicação, mas aplica-se também na hipótese de venda em hasta
pública ou venda privada). A remissão de bens sempre foi estabelecida na lei como forma de
manter aquele bem na família do vendedor; vejam que o legislador acabou com a figura da
remissão, mas substituiu pelo direito de preferência dos descentes e ascendentes do
executado. Para o credor não tem que ter preferência nenhuma para adjudicar, porque a
adjudicação é uma forma dele receber o pagamento do seu crédito.
Agora em matéria de sociedade, no caso de penhora de cotas, quando se confronta o direito
de preferência do §2º com o do §4º, qual é a prevalência? É o direito de preferência do §4º
(dos sócios), porque é regra especial e ela prevalece sobre a regra geral do §2º. Agora, se o
sócio não quiser exercer o direito de preferência, podem exercer aquelas pessoas que estão no
§2º; se estas também não quiserem, aí o credor fica com as cotas.
É possível, diante da reforma do CPC, continuar com a orientação que a sociedade pode remir
a execução, como qualquer sócio e qualquer interessado pode fazer. Essa regra esta no art.
304/CC. O credor não pode se opor a que qualquer interessado pague pelo devedor e fique
sub-rogado nos direitos de credor; tanto que o CC diz que se o credor se opuser, o interessado
pode fazer o pagamento por consignação (art. 335, I/CC).
REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA
Transformação
- Conceito
- Espécies
- Quorum/Recesso
- Efeitos quanto aos credores
Incorporação
- Conceito
- Efeitos quanto aos credores
Fusão
- Conceito
- Efeitos quanto aos credores
Cisão
- Conceito
- Efeitos quanto aos credores
Se eu tenho uma sociedade anônima ou em comandita por ações, eu vou buscar as regras para
disciplina dessas operações na Lei nº 6.404/76. Já se essa operação tem como sujeito uma
limitada, uma comandita simples, um nome coletivo e uma sociedade simples, eu vou pegar
essas regras no CC.
Agora, e se uma S.A quiser incorporar uma limitada? Em relação à incorporada, que é a S.A., a
disciplina será a da Lei nº 6.404/76 e em relação à incorporada, que é a limitada, a disciplina
será a do CC.
Incorporação. Conceito (art. 1.116/CC): operação através da qual uma ou mais sociedades são
absorvidas por outra. É uma forma de extinção da sociedade, porque a incorporadora sucede
a(s) incorporada(s) à título universal, ou seja, em todos os direitos e obrigações.
Fusão. Conceito (art. 1.119/CC): união de duas ou mais sociedade para formação de uma nova
sociedade e essa nova sociedade irá suceder as que se fundiram em todos os direitos e
obrigações – também uma sucessão à título universal. As sociedades que se fundiram se
extinguem quando há formação da nova sociedade; portanto, a fusão também é forma de
extinção da sociedade.
A definição e a regulação da cisão não estão no CC, somente em relação à disciplina dos seus
efeitos quanto aos credores. Ela está regulada na LSA 1 – portanto, a doutrina tem sustentado
de forma uníssona que as regras da cisão da LSA se aplicam às sociedades da LSA e do CC.
Conceito: uma sociedade que já existe tem seu patrimônio cindido e esse seu patrimônio vai
ser absorvido por uma ou mais sociedades, que já existiam ou foram constituídas para
absorver o patrimônio da cindida.
Na cisão parcial, a cindida continua a existir (sucessão à título singular). Na cisão total, há
versão de todo o patrimônio da cindida e, portanto, ela se extingue.
Uma sociedade A é incorporada pela B e ela tem ação em juízo; como é que fica? O art. 43/CPC
só fala em morte (refere-se à pessoa física), mas nós temos que fazer a interpretação diante da
situação concreta: a morte da sociedade não é sua extinção, então é uma sucessão à título
universal, a incorporado vai substituir automaticamente a incorporada, independentemente
de anuência da parte diversa (art. 41/CPC), porque a incorporada desapareceu. Então, aplica-
1
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais
sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de
todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
§ 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a sociedade que absorver parcela do patrimônio da companhia
cindida sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão; no caso de cisão com extinção, as
sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos
patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações não relacionados.
§ 2º Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada pela
assembléia-geral da companhia à vista de justificação que incluirá as informações de que tratam os números do
artigo 224; a assembléia, se a aprovar, nomeará os peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, e
funcionará como assembléia de constituição da nova companhia.
§ 3º A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às disposições sobre
incorporação (artigo 227).
§ 4º Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das sociedades que
tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e publicação dos atos da operação; na
cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos administradores da companhia cindida e da que
absorver parcela do seu patrimônio.
§ 5º As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas a seus
acionistas, em substituição às ações extintas, na proporção das que possuíam.
§ 5º As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas a seus titulares,
em substituição às extintas, na proporção das que possuíam; a atribuição em proporção diferente requer aprovação
de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
se a regra do 43 na incorporação; também se aplica à fusão. E na cisão? Na cisão parcial
sempre vai haver anuência. Nesse caso, a cindida subsiste e a sociedade que absorveu parcela
do seu patrimônio também; obviamente, nas ações relativas ao patrimônio que está com a
cindida, ela será parte do processo, mas naquelas ações relativas ao patrimônio que foi
transferido, o entendimento é que ela permanece como parte do processo – só vai haver a sua
substituição pela sociedade que absorveu parcela do seu patrimônio se houver o assentimento
da parte contrária.