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ÍNDI C E

AS S U N T O PAG

Processos de Identificação humana................................................................................ 03

Notações Cromáticas, anomalias e particularidades....................................................... 12

Cabeça: Divisão, subdivisão anomalias e particularidades............................................ 26


,

Olhos: Divisão, anomalias e particularidades................................................................. 29

Mãos e dedos.................................................................................................................. 30

Marcas particulares, cicatrizes e tatuagens..................................................................... 40

Lábios.............................................................................................................................. 43

Fronte.............................................................................................................................. 45

Nariz................................................................................................................................ 48

Boca................................................................................................................................ 52

Dentição.......................................................................................................................... 53

Mento.............................................................................................................................. 55

Orelha.............................................................................................................................. 57

Sobrancelhas................................................................................................................... 61

Anomalias do Corpo Humano........................................................................................ 64


NOTA DE AULA

CURSO: C Esp S/09 - IDENTIFICAÇÃO DATILOSCÓPICA

MATÉRIA: CARACTERES FÍSICOS E INDIVIDUAIS


OBJETIVOS PARTICULARES DA MATÉRIA NO CURSO

- Identificar os sinais característicos do indivíduo.


- Diferenciar indivíduos de acordo com os sinais característicos.
- Interessar-se pelo uso dos sinais característicos na identificação do indivíduo.
- Identificar um indivíduo pôr seus sinais característicos.

ASSUNTO: OBJETIVO:
- Processo de Identificação Humana. - Idt os principais processos de identificação humana.
- Classificar as raças humanas.

1. Introdução
Orientados pelos ensinamentos de alguns antropólogos e pelos polígrafos dos Cursos
realizados na Chefia do Serviço de Identificação do Exército, organizamos este pequeno trabalho
com o objetivo de facilitar ao máximo o ensimamento desta matéria, que tão importante quanto as
demais que compõem o Currículo do C Esp S/62, muito embora considera-se a Identificação
Datiloscópica como o meio mais seguro para obter-se a identificação do indivíduo. A importância
da presente matéria no Currículo do C Esp S/62, está no fato de que antes de se chegar a
Identificação Datiloscópica, a identidade do indivíduo poderá ser caracterizada pelo exame
descritivo ou retrato falado.

2. Desenvolvimento.
Antes de conhecermos os diversos processos de identificação para se estabelecer a identidade
de um indivíduo, aprenderemos o significado de IDENTIDADE, IDENTIFICADOR,
IDENTIFICANDO e IDENTIFICAÇÃO.

a. Identidade:
É um conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa, animal ou coisa.

b. Identificador:
É o técnico que procede a identificação.

c. Identificando:
É a pessoa que está sendo identificada.

d. Identificação:
É o processo utilizado para se estabelecer a identidade de determinada pessoa.

Processo de Identificação

Dos processos de identificação existentes, citaremos os mais conhecidos, dentre os quais


estão os adotados pelo Serviço de Identificação do Exército:

1- NOME
2- FISIONOMIA
3- FOTOGRAFIA
4- FERRETE
5- MUTILAÇÃO
6- SISTEMA ANTROPOMETRICO DE BERTILLON
7- SISTEMA DE MATHEIOS
8- SISTEMA DE ANFOSSO
9- SISTEMA DE CAPDEVILLE
10 - SISTEMA OFTALMOSCÓPIO DE LEVINSOHN
11 - SISTEMA RADIOGRAFICO DE LEVINSOHN
12 - SISTEMA OTOMETRICO DE FRIGÉRIO
13 - SISTEMA VENOSO DE TAMASSIA
14 - SISTEMA DE AMEUILLE
15 - SISTEMA ODONTOLÓGICO
16 - SISTEMA PAPILOSCÓPIO
17 - TIPO SANGUÍNEO E FATOR RH
18 - BACTERIAS
19 - RETRATO FALADO
20 - VOZ

Passaremos a estudar estes processo de identificação, dos quais o Serviço de Identificação do


Exército adota a Datiloscopia do Sistema Papiloscópico e parte do Sistema Antropométrico de
Bertillon.

Nome

Na vida prática a identificação é feita pelo nome, a primeira coisa que se procura saber a
respeito de uma pessoa é o seu nome. Na realidade prática, toda pessoa tem um nome pelo qual é
conhecida, o qual é, geralmente, designado como “nome de guerra”.
Nome: Termo ou termos com que designa qualquer pessoa, animal ou coisa.
Nome próprio: Prenome ou nome de batismo.
Sobrenome: Nome de família, apelido, nome que se acrescenta ao nome de batismo para
distinguir algumas pessoas que usam nome próprio idêntico.
Apelido: Alcunha ou cognome. Os apelidos e os sobrenomes, consideram-se também como
nomes próprios. Há os que adotam os chamados nomes artísticos, os quais são diferentes do seu
nome de batismo. Exemplo: Lima Duarte.
Nome civil: Compreende o nome e apelidos que servem para exprimir ou identificar o
indivíduo e a personalidade social da família. Tem grande importância na ordem civil, na qual
assegura a identificação do indivíduo e a conservação do grupo familiar. Geralmente, o nome é
derivado da filiação. O nome do filho é constituído pelo prenome, seguido dos nomes do pai e da
mãe, ou de um deles, permitindo assim, a composição do nome.
Pereira Braga diz que:
Nome e prenome servem para designar o primeiro nome individual;
Sobrenome são os outros nomes individuais;
Apelidos são os patronímicos ou os nomes de família”
Na composição do nome, observam duas ordens de elementos que são:
Elementos: Fixos e Contingentes
Elementos fixos: Compreendem o nome patronímico ou nome de família e o prenome.
-

Elementos contingentes: Compreendem os sobrenomes ou pseudônimos ou títulos.


É sabido que não existe pessoa sem nome, como não existem coisas sem nome, mas a
identificação pelo nome tem caráter relativo, porque ele pode ser mudado facilmente, a bel prazer
do interessado. Daí a necessidade da combinação ou da associação do nome com os caracteres do
indivíduo.
É neste fato importante que se baseiam todos os sistemas de identificação. Ao mesmo tempo
em que se colhem os caracteres exteriores capazes de identificar uma pessoa, toma-se o seu nome
completo, isto é, acompanhado da respectiva filiação. A este respeito, diz o Professor Falco, citado
por Luiz de Pina: ”Na prática, a identidade pessoal não é mais do que a soma de dois termos, o
nome e os caracteres; estes termos são a base de todos os documentos de identidade, de todo ato de
-

identificação”.

Luiz Pina apresenta a seguinte fórmula da identidade:


I=N+C
Onde:
I= identidade N = nome C = caracteres

Ainda, para o Professor Falco a identificação consiste em unir em nossa mente ou em


qualquer documento, os dois termos que constituem a identidade individual: nome e caracteres.
Na prática e para fins de arquivamento onomástico, o nome é dividido em duas partes, a
saber: prenome e sobrenome.
Prenome _ Também conhecido como nome de batismo, é o primeiro nome da pessoa.
Exemplo: Onofre, Getúlio, Jorge, etc.
Prenome Simples _ É constituído de um só substantivo. Exemplo: Onofre, Getúlio, Jorge, etc.
Prenome Composto _ É constituído por dois ou mais substantivos. Exemplo: Ana Maria,
Maria de Lourdes, etc.
Sobrenome _ É formado de todos os substantivos que se seguem ao prenome. O sobrenome
pode ser constituído de um único substantivo ou de dois ou mais substantivos. Exemplos: José
Bernardes, Pedro dos Santos Silva, etc.

NOME = PRENOME + SOBRENOME

Fisionomia

Evidentemente, toda pessoa é reconhecida pela fisionomia. É uma conseqüência natural do


conhecimento da pessoa.
Talvez, esse fenômeno tenha levado Bertillon a instituir o “assinalamento descritivo” no seu
sistema antropométrico, era necessário registrar todos os dados relativos à pessoa, de modo que ele
pudesse ser reconhecido facilmente. E, foi esse “assinalamento descritivo” que teria dado origem à
atual “qualificação”, usada quando da identificação de uma pessoa, para qualquer fim.
Também graças a ele, a polícia de investigações utiliza-se da fotografia, quando procura uma
pessoa desaparecida, ou no encalço de um criminoso foragido.
Ainda, esse fenômeno sugere a seguinte pergunta: se o sistema papiloscópico permite a
identificação de uma pessoa de modo seguro, porque a anotação do seus caracteres exteriores
(qualificação)?
Naturalmente, é necessário que a pessoa seja reconhecida pelos seus caracteres exteriores;
entretanto, sua identidade será estabelecida pelas impressões papilares, de modo seguro.

Fotografia

Quando apareceu a fotografia, passou a ser empregada como processo de identificação.


Menciona Hany J. Myers II, que a fotografia foi empregada como processo de identificação
nos EUA de 1854 a 1859. Em São Francisco, naquele país, essas fotografias eram colecionadas em
álbuns contendo 500 a 600 fotografias cada um, como suplemento, era usado um livro índice, no
qual constava um resumo histórico do criminoso.
Segundo o mesmo autor, este processo foi adotado em Londres, em 1885, em Paris, em 1888,
em São Francisco, em 1889, em Berlim e Viena, em 1890 e Calcutá, em 1892.
A fotografia não pode constituir processo exclusivo de identificação, porque não existe um
sistema de classificação da mesma.
Dir-se-ia que não existe um processo de “classificação” da fisionomia humana. Essa
“classificação” teria a finalidade de permitir a pesquisa da mesma, independentemente do nome ou
de qualquer outro dado, que não os próprios detalhes fisionômicos, o que não existe. Entretanto, ela
tem servido como precioso auxiliar da identificação papiloscópica, pois:
a) a “qualificação”, para qualquer fim, é sempre acompanhada da fotografia do identificado;
b) a remessa da cópia da “Individual Datiloscópica”, em certos casos, é feita pela fotografia
da mesma, isto é, remete-se a fotografia de “Individual Datiloscópica”;
c) as impressões papilares encontradas nos locais do crime são fotografadas para, em seguida,
proceder-se a “pesquisa” ou “confronto”;
d) ainda neste caso, o “assinalamento dos pontos característicos” é feito sobre fotografias
ampliadas.

Ferrete

Este processo é definido nos seguintes termos: “marca feira com o ferro em brasa”.
Consta ter sido este o primeiro processo de identificação adotado. Inicialmente, foi
empregado para marcar os animais, o que se faz ainda hoje, posteriormente, passou a ser utilizado
para marcar os escravos que fugissem e os criminosos. Segundo Fernando Ortiz, este processo foi
bastante usado na França, até 1823.
Diz Hariy J. Myers II: “Em muitos países empregou-se o ferrete, a tatuagem, a mutilação, em
diferentes épocas e graus”.
Durante os tempos coloniais nos EUA, empregou-se o ferrete. Em 1658, as Leis de
“Plymouth Colony”, determinando o emprego do Ferrete, estabeleciam o uso de letras, como, por
exemplo, a letra “A” para os adúlteros, e assim por diante, o que, indubitavelmente, inspirou o
imortal “Scarlet Letter”, de Hawthome, em 1850.
Fitzroy escreveu que, William Penn, fundador da Pensilvânia, em 1698, aprovou o uso das
“letras de fogo” para certos crimes. Em 1718, os assassinos eram marcados com um “M” (murderer)
sobre o polegar esquerdo, enquanto os autores de felonia (traição, falsidade), eram marcados com
um “T” (treachery). O uso do Ferrete tinha dois propósitos: a punição e a identificação.

Mutilação

Mutilar, significa privar alguém de algum membro, cortar qualquer membro ou parte dele
(dos dicionários).
Ao lado do ferrete, empregou-se a mutilação, como processo de identificação.
Segundo Fernando Ortiz, em Havana, era costume cortar-se as orelhas dos escravos.
Enquanto que, na Rússia, cortavam-se as narinas dos criminosos.
Refere-se Harry J. Myers II:
“O Código de 1700 previa o emprego do ferrete e da mutilação, nos casos de rapto ou roubo,
quando houvesse ainda, um segundo crime”.
Se um casado praticasse sodomia, era castrado.
Um ato de 1718 previa a amputação das orelhas dos criminosos condenados. Não há dúvidas
que um homem sem as duas orelhas, estaria marcado para sempre, onde quer que ele fosse.
Encontramos o caso de um delinqüente, que apresentava as duas orelhas amputadas, por ter alterado
o valor de um documento de 2 para l0 “shillings”. Esses processos foram largamente empregados
durante o período de colonização dos EUA, de 1607 a 1763.
A propósito do emprego da mutilação e do ferrete, muitos autores mencionam as “Leis de
Manu”. Realmente, essas Leis previam a aplicação de penas corporais na Lndia, ao tempo em que as
mesmas vigoravam.
São as seguintes explicações para o autor dessas leis: Manu, o pensador, o homem tipo, ou
seja, o primeiro homem criado por Brahma.
Na época dos brãmanes, chegou a ser o nome genérico de quatorze personagens de origem
divina, ou semideuses.
O Código de Manu (ou Leis de Manu) constituem as fontes mais importantes do direito na
Índia. São os antigos livros sagrados que contém os ensinamentos e as doutrinas das escolas
bramânicas sobre os deveres civis e religiosos.

Sistema Antropométrico de Bertíllon

Este sistema foi apresentado em Paris no ano de 1882, e que consiste em três assinalamentos,
a saber:
1) Assinalamento Antropométrico;
2) Assinalamento Descritivo; e
3) Assinalamento das Marcas Particulares.
Estudaremos, separadamente, cada um desses assinalamentos:

Assinalamento Antropométrico

Consiste em tomar as medidas do corpo, em número de onze, porém o Serviço de


Identificação do Exército, adota apenas uma, que é a ESTATURA.
O cursor, aparafusado á haste vertical, movimenta-se ao longo desta e, colocado sobre a
cabeça da pessoa que esta sendo identificada permite ao identificador conhecer-lhe a estatura, dado
este que será consignado na Ficha de Identidade.

Assinalamento Descritivo

Consiste na descrição do Identificando, levando-se em conta as Notações Cromáticas,


Notações Morfológicas e Notações Complementares, a saber:
1.Notações Cromáticas: Cor do olho esquerdo, do cabelo e da pele.
2.Notações Morfológicas: Refere-se às formas dos lábios, da fronte, do nariz, da boca, da
dentição, do mento, das orelhas e sobrancelhas.
3.Notações Complementares: São relativas a certos traços particulares do Identificando.
Ex: calvície, miopia, surdez, etc.

Assinalamento das Marcas Particulares

Compreende as anotações relativas as cicatrizes, manchas da pele, tatuagens, anquiloses,


amputações, etc.
Essas marcas eram descritas e localizadas com exatidão, para que, o corpo fosse dividido em
regiões, a saber:

1ª_ extremidade superior esquerda;


2ª_ extremidade superior direita;
3ª_ extremidade anterior do pescoço e rosto;
4ª_ peito e ventre;
5ª_ parte posterior do pescoço e costas; e
6ª_ outras partes do corpo.

As fichas antropométricas eram arquivadas, de acordo com os dados nela registrados e


concernentes aos elementos que acabamos de descrever, isto é, os constantes dos assinalamentos
antropométricos descritivo e de marcas particulares.
Era a seguinte a ordem adotada para arquivamento dessas fichas:

1º_ sexo;
2º_ fichas dos de maior idade e dos de menor idade;
3º_diâmetro ântero-posterior da cabeça, o que dava três subclassificações, a saber:

a) pequena menos de 185mm;


b) média de 185mm a l90mm;
c) grande mais de l90mm;

4º_diâmetro transversal da cabeça;


5º_ comprimento do médio esquerdo;
6º_ comprimento do pé esquerdo;
7º_ comprimento do antebraço esquerdo;
8º_ estatura;
9º_ comprimento do mínimo esquerdo; e
10º_ cor dos olhos.

Bertillon adotava, ainda, um índice alfabético no qual constavam as fichas das pessoas
identificadas, tendo em cada ficha, referência a ficha antropométrica.
Alphonse Bertillon foi o primeiro homem a introduzir métodos científicos modernos em
criminologia.
A este respeito, assim se expressa Luiz de Pina:
“Contava Alphonse Bertillon 26 anos, quando concebeu a idéia de aplicar à Identificação
Criminal os processos da Antropologia, cujo progresso era admirável, debaixo da segura orientação
cientifica. O sábio Quetelet, com seus métodos antropológicos, interessou decisivamente o
funcionário da Prefeitura de Paris, desadornado de habilitações científicas e literárias”.
“Passava-se isto em 1879: - vinte anos antes, em 1859, fundara o grande Brocca, a Sociedade
de Antropologia de Paris; em 1832 estava criada a cadeira de Antropologia no Museu de história
Natural daquela cidade. Em 1876 o mesmo Brocca instituía, ali, a Escola de Antropologia e em
1865 realizava-se o primeiro Congresso Internacional de Antropologia (Spezzia). Já Brocca havia
delineado, em 1854, as Instruções Gerais para as Observações Antropológicas”.
“Bertillon com a sua genial criação, conseguiu chamar a si as autoridades policiais de Paris e,
no ano de 1882, é lhe permitido usar método na Prefeitura de Polícia da capital francesa. Assim se
criou o célebre Serviço de Sinalética Antropométrica de Paris”.
“Chamado para a chefia deste posto, publicava em 1885, o primeiro trabalho sobre o seu
sistema de identificação antropométrica. data desse ano, também, a primeira recomendação oficial
do sistema e três anos depois, em agosto de 1888, era decretada a sua obrigatoriedade”.
“Em 1893, ano da fundação definitiva do Serviço de Identificação Judiciária, sob a direção de
Bertillon, aparece nova edição de sua obra, muito ampliada e corrigida, com o título “ldentification
Antropometrique - Instructions Signelétique”. Nesse volume o autor trata da sinalética descritiva, da
sinalética por meio de marcas particulares e da sinalética antropométrica”.
“A Academia de Ciências de Paris, considerou o sistema antropométrico de Bertillon como,
“o primeiro sistema cientifico de identificação”. Este sistema foi adotado em quase todos os países
civilizados e predominou até o aparecimento da Datiloscopia e sua consagração como ciência
positiva de Identificação”.
Este último processo, a princípio olhado com certa desconfiança, passou a ser adotado
simultaneamente com o de Bertillon, até que se verificou sua superioridade.
Assim, a substituição do sistema de Bertillon pelo Datiloscópico foi lenta e, hoje, a
papiloscopia é adotada em todos os países.

Objeções ao Sistema de Bertillon

São as seguintes as principais objeções que se fazem a esse sistema:


1º_ Não é aplicável aos menores de 21 anos. Em princípio baseava-se na fixidez do esqueleto
humano, portanto, os menores dessa idade não podem ser identificados com segurança porque ainda
estão em fase de crescimento;

2º_ Não é aplicável às pessoas que tenha mais de 65 (sessenta e cinco) anos, porque nessa
idade, notam-se diferenças nas medidas;
3º_ Apresenta certas dificuldades para a identificação das mulheres, em virtude da grande
quantidade de cabelos, o que tornam imprecisas as medidas dos diâmetros ântero-posterior e
transversal da cabeça;
4º_ É profundamente indiscreto, porque o identificando devia ficar quase despido, para esse
fim; e
5º_ As medidas nunca podiam ser tomadas com absoluta exatidão, mesmo porque eram
registradas em milímetros.
A despeito destas objeções, não se pode negar que apresentou e continua apresentando, pelo
menos certa utilidade, pois, o seu “Assinalamento Descritivo” visa a descrição da pessoa de modo a
ser reconhecida facilmente.
Assim é que, ainda hoje, se faz o que se denomina de “qualificação”, quando se identifica
uma pessoa pelo processo papiloscópico. Além disso, a polícia de investigações, em muitos casos,
recorre à repartição identificadora a fim de obter detalhes relativos à pessoa que procura e obter a
sua fotografia que é auxiliada por essa “descrição”.
Em algumas polícias adota-se, ainda, esse assinalamento, porém, alterado. O motivo, é o
mesmo que expusemos anteriormente, é necessário que a pessoa seja reconhecida pelos seus
caracteres exteriores para que, depois, sua identidade seja confirmada por outros meios mais
positivos. E, talvez sentindo a realidade desse fato, Bertillon incluiu as impressões digitais na sua
“ficha antropométrica” a título complementar.

Sistema de Matheios

Consiste este sistema nas medidas das diversas partes da face, tomadas sobre fotografias,
essas partes consideradas fixas a partir de certa idade, excluídos os casos de enfermidades e
deformações.
As fotografias ampliadas, sendo uma antiga e outra recente.
Na prática, o trabalho é executado da seguinte maneira:
1º_ Traça-se uma linha vertical que passa pelo dorso do nariz;
2º_ Traça-se duas linhas paralelas à primeira, passando uma em cada pupila; e
3º_ Com o auxílio de outras linhas horizontais, o traçado fica completo, procedendo-se então,
as medidas necessárias.

Sistema de Anfosso

Foi lançado em 1896. Primeiramente, Anfosso inventou o “Taquiantropômetro”, aparelho por


meio do qual pretende tomar todas as medidas exigidas pelo Sistema Antropométrico de Bertillon.
Mais tarde, lançou um outro sistema que consistia:
1º_ No levantamento dos perfis cranianos, com o auxílio do “Craniógrafo”, aparelho de sua
invenção;
2º_ Tomada do ângulo formado pelos dedos indicador e médio da mão direita.

Sistema de Capdeviile

Este sistema consistia na medida e na cor dos olhos, nos seguintes elementos:
1º_Medida da curvatura da córnea;
2º_Medida da distância interpupilar;
3º_ Medida interorbitária máxima;
4º_Notação da cor dos olhos; e
5º_Notação dos caracteres particulares dos olhos.

As medidas exigidas pelo sistema eram tomadas com o auxílio do “Oftalmômetro” de Javal e
Schlitz e pelo “Oftalmostatômetro”, criado pelo próprio Capdeville.
Sistema Oftalmoscópico de Levinsohn

Este sistema é baseado na fotografia dos fundos dos olhos.

Sistema Radiográfico de Levinsohn

Este sistema é baseado nas dimensões das radiografias do carpo e metacarpo.

Sistema Otométrico de Frigério

Este sistema foi lançado em 1888 e é baseado no imutabilidade e extrema variabilidade do


pavilhão da orelha, tomando-se as seguintes medidas:
1ª_ Distância entre o pavilhão da orelha e a imediata parede craniana;
2º_ Diâmetros máximos da orelha; e
3º_ Diâmetros mínimos da orelha;
Essas medidas eram tomadas com o “Otômetro”, instrumento criado pelo próprio Frigério.

Sistema Venoso de Tamassia

Este sistema era baseado nas ramificações venosas do dorso da mão, sob o fundamento de que
são permanentes e variáveis de mão para mão e de pessoa para pessoa, além de visíveis e serem
inalteráveis voluntariamente ou não.
Essas ramificações venosas eram classificadas em cinco grupos:
1º_ Arco;
2º_ Configuração arboriforme;
3º_ Configuração reticulada;
4º_Configuração em forma de “V”; e
5º_ Reunião indistinta de dois ou mais tipos.

Sistema Ameuille

É semelhante ao de Tamassia, baseando-se nas ramificações venosas do frontal.

Sistema Odontológico de Amoedo

Baseado no levantamento da arcada dentária e das rugas da abóbada pelatina.


Tem como principal finalidade a investigação da paternidade e a identificação dos cadáveres
carbonizados. Evidentemente, destruída a pele por qualquer processo, o sistema papiloscópico não
pode ser aplicado, assim, é o sistema odontológico que deve promover a identificação.

Sistema Papiloscópico

Baseia-se nas impressões papilares, sendo dividido em três grandes ramos: DATILOSCOPIA,
QUIROSCOPIA e PODOSCOPIA.
Datiloscopia_ A Datiloscopia tem tido aplicação mais ampla, pois a tomada das impressões
digitais é muito mais simples do que as duas outras regiões, além de que, os dez dedos que toda
pessoa possui, normalmente, oferecem elementos abundantes para classificação e sub-classificação,
donde as possibilidades de arquivamento de grande número de “Individuais Datiloscópicas”
Quiroscopia_ As impressões palmares não oferecem as mesmas facilidades das impressões
digitais, daí, estar o seu uso restrito aos arquivos monodatilares, como elemento complementar.

Podoscopia_ As impressões plantares oferecem as mesmas dificuldades das impressões


palmares, tendo sido usadas mais amplamente nas maternidades, para a identificação de recém-
nascidos.

Outros Sistemas de Identificação

Neste comentário, mencionamos alguns dos sistemas que descrevemos anteriormente.


Deixamos de fazer comentário sobre alguns dos sistemas mencionados, porque julgamos não haver
interesse. Todos eles não lograram aplicação técnica, já pelas dificuldades dessa aplicação, pela
dificuldade de preparo do pessoal técnico, ou por serem muito dispendiosos.
As Raças Antropologia Racial
-

A expressão raça, ao que parece, provem de palavra italiana “razza”, cuja origem por sua vez
é incerta e discutível. Que estende-se pelo termo raça?
Para Fróes da Fonseca, raça seria o grupo humano de característico correlativos
hereditariamente transmissíveis e de tal modo repetidos dentro dele, que lhe imprimiriam feição
diversas dos mais agrupamentos congéneres.
A raça, diz DE QUATREFAGES, tem como ponto de partida uma variedade primitiva, cujos
característicos se tornaram hereditários.
Segundo Brocca, a palavra raça designa o conjunto de indivíduos bastante semelhantes entre
si, para que possa admitir que descendem de ancestrais comuns.
São inúmeras, afinal, as definições de raça. Mais prático, porém, que defini-la será estudar e
por em evidência os seus característicos. Ora, são de considerar-se como característicos raciais as
peculiaridades restritas a um grupo humano, suscetíveis de serem transmitidas por hereditariedade.
Por isso que transmissíveis de pais a filhos, furtam-se de algum modo os característicos raciais à do
meio. Não são, pois, de procuram-se entre as particularidades do sistema locomotor ou do aparelho
mastigador, por exemplo, que com relativa facilidade, se deixam influenciar pelos fatores
ambientais. Mas a forma do nariz, o tipo do cabelo, a feição dos lábios, estes sim, são característicos
raciais dos mais concludentes, por serem transmissíveis por hereditariedade e dificilmente se
modificam sob a ação dos agentes externos.
Entre os característicos raciais, apresentam E. Fischer, como sendo mais importantes, os
seguintes:
1) A proporção do pigmento, bem como a cor da pele, da íris e do cabelo;
2) O tipo do cabelo;
3) A forma do crânio e da face e de suas partes constituintes;
4) Peculiaridades outras, de ordem fisionômica, como sejam a forma do nariz, dos lábios, da
fenda palpebral, do pavilhão da orelha;
5) A estatura e as proporções do corpo humano.

ASSUNTO: OBJETIVO:
- Notações Cromáticas - Distinguir a cor da cútis, cabelos e olho esquerdo.
- Anomalias e particularidades. - Identificar anomalias e particularidades

Notação Cromática da Pele


O elemento cor, pode ser pesquisado na pele, nos olhos e no cabelo.
Do ponto de vista científico, a questão da cor da pele tem sua importância, por ter servido,
desde muito tempo, a classificação das raças humanas em quatro raças básicas: a branca ou
caucasiana, a preta ou africana, a amarela ou mongólica e a vermelha ou amerígena.
No Brasil apenas as duas primeiras são as que adotam para a identificação, porque não temos
basicamente a amarela e a vermelha.
A pele do indivíduo assemelha-se em muitos pontos a um invólucro, servindo para diversos
fins, inclusive a proteção dos tecidos subjacentes. Serve, entre outros, para proteger os vasos
delicados da ação dos raios do sol e da luz. A natureza confia portanto a certos genes a tarefa de
fornecer à pele as partículas de pigmento e, pelo fato de ser o homem um animal migrador, a
quantidade do pigmento é regulada até certo ponto pelas necessidades do indivíduo de acordo com
as estações e outras influências (inclusive as moléstias).
As pessoas pertencentes oficialmente as raças brancas podem ter peles cuja coloração vá, da
dos nórdicos excessivamente claros dos climas frios a dos italianos morenos do sul da Península e
dos árabes quase negros. A diferença da tez entre brancos de diversos países é devida em parte a
variações dos genes, e em parte ao grau de exposição do calor do sol.
A pele escura do negro, porém, não tem por causa, semelhante exposição, embora possa ser
modificada pela maior ou menor irradiação solar.
Os genes cromogenos entre os diversos povos diferem não só na quantidade, mas ainda no
tipo de pigmento que produzem. No branco, o pigmento fundamental é a melanina escura, espalhada
de modo difuso na epiderme, de maneira que os vasos sanguíneos subjacentes aparecem, dando a
“cor de carne” que os artistas tanto se esforçam por imitar. Entre os mongóis, os esquimós e no
índios norte-americanos, o gene escuro é completado ou substituído por um que elabora o pigmento
amarelo ou amarelo-avermelhado. Acredita-se que no negro, vários genes elaboradoras do pigmento
cutâneo estejam trabalhando, alguns fabricando pigmentos amarelos e escuros em quantidade maior
do que nos indivíduos de pele clara.
O cruzamento de brancos com negros oferece exemplos da maneira pela qual funcionam os
genes “múltiplos”. Embora, à primeira vista a cor da pele dos seus descendentes pareça demonstrar
um ação mista dos genes brancos e pretos dos pais, a análise demonstra que os genes das diversas
cores trabalham separadamente, produzindo alguns pigmentos amarelados e escuros, com
intensidade maior que nos povos de pele mais escura.
Temos exemplos de modo prático como os genes “múltiplos” atuam nos cruzamentos entre
indivíduos da raça caucasiana e africana. Embora, à primeira vista, a cor da epiderme dos filhos
pareça demonstrar uma ação difusora dos genes caucasianos e africanos paternos, a análise prova
que os genes das cores estão trabalhando isoladamente, e que a única fusão resultante é a dos efeitos
por eles produzidos. A separação dos genes ficará demonstrada, se, na geração subsequente, o
descendente mulato, cruzar com outro mulato. Se o genes tivessem fundidos todos os descendentes
teriam a cor mulato dos pais. Ao invés, esses descendentes exibem uma variedade de matizes que
vai do negro escuro do avô mais africano ao caucasiano do avô mais claro.
Quando aparecer um descendente da raça africana, pode-se ter a certeza de que:
a) Ambos os pais tem ascendentes negros, ou
b) Os pais são duvidosos.
Inversamente, seria do mesmo modo impossível a indivíduo da raça africana com sangue
latente caucasiano, cruzando com um negro legítimo, dar nascimento a um filho branco.
Além da elaboração do pigmento, outra função dos genes é uma possível influência sobre a
maneira pela qual a pele reage à luz violeta do sol. Tomemos como exemplo, o caso freqüente dos
empregados em escritórios durante as férias. Em um deles, quanto mais expostos ao sol, mais os
genes reagem, intensificando a pigmentação e produzindo um belo bronzeado da pele; no outro (em
geral um indivíduo de pele excessivamente alva), os genes poderão não estar à altura da tarefa; se o
indivíduo não se proteger contra os raios solares, pode produzir-se um eritema ou uma verdadeira
queima da pele de resultados sérios.
Existem indivíduos brancos que, pela exposição constante ao sol, podem torna-se tão escuros
quanto alguns negros. A carapaça bronzeada, porém, assim adquirida, nunca os protegerá tão
eficazmente contra o ardor do sol quanto a pigmentação natural do negro.
Quando um homem branco normalmente claro se torna queimado pelo sol, deve ficar bem
patente trata-se unicamente de uma característica adquirida, incapaz de efeito algum sobre os filhos.
Gerações seguidas de famílias brancas poderão viver nos trópicos, sem que os filhos ostentem ao
nascer outra pigmentação que não a alvura da cútis da pátria setentrional de origem dos pais.
O resguardo contra o sol poderá tornar o negro mais claro?
Sim, até certo ponto. Embora seja sempre escura a cor fundamental do negro, ele pode,
todavia, variar de intensidade, de acordo com as condições. A fusão crescente, com a mistura cada
vez maior de genes brancos, tem provocado uma “diluição” média do elemento negro da população.
Nos Estados Unidos, acreditando-se que a população negra do país não contenha, hoje em dia, mais
de 5% de negros puros, complemente isentos de sangue branco.
As sardas constituem exemplos mais comuns da pigmentação “pampa” no homem, o que
pode ter uma origem hereditária. E comumente transitória, aparecendo na infância e desaparecendo
na idade adulta. É freqüente nos indivíduos de cabelo vermelho e pele alva, indicando a
probabilidade de uma ação conjunta de diversos genes. Outra forma, mais rara, de “marmoreação”
no homem, semelhante a encontrada nos animais, é a presença, desde o nascimento, de manchas
brancas permanentes no corpo, devidas a um gene dominante excêntrico.
No processo geral de pigmentação da pele, os genes não manifestam toda sua força senão
depois da infância. A pigmentação característica manifesta-se durante a fase embrionária. A criança
descendente da raça negra tem, ao nascer, uma pele cor de sépia clara e a branca, é tudo menos
branca, sua coloração rósea carregada é devida a seu pigmento ainda muito fino e muito espalhado,
permitindo aos vasos subcutâneos se manifestarem através da pele.
Outras influências, podem provocar no decurso da vida, variações de cor da pele. A moléstia
de Addison dá ao indivíduo, uma coloração bronzeada. A gravidez, tende a tornar a pele mais
escura. A icterícia produz a cor amarela, assim como certas drogas. A tuberculose pode dar a pele
uma cor lívida, com a face excessivamente vermelha. Outras enfermidades trazem as suas
manifestações cutâneas características. Todas as alterações, porém, não o devemos esquecer, nunca
modificarão os genes responsáveis pela coloração da pele, que o indivíduo transmiti aos seus filhos.
Segundo o Tratado de Velmont de Bonare, L. Figuier (Raças Humanas, pag 559) eis pois os
produtos resultantes dos diversos cruzamentos:
a) Um branco com uma negra ou vice-versa, produzem o mulato de cor testada, de cabelos
pretos, curtos e frisados;
b) Um branco com uma mulata ou um negro com uma mulata. São o que se chama de
quarteirão;
c) Um branco com uma quarteirã ou um negro com uma quarteirã. produzem um oitavão;
d) Um branco com uma oitavã ou um negro com uma oitavã, produzem um ser quase
completamente branco ou quase inteiramente negro.
Daí resultam: branco, mulato, negro em resumo, as notações cromáticas da cútis são: branca,
parda e preta.
Quanto a anotação cromática, referente ao tipo étnico, deve como elemento primordial,
prevalecer sobre a rubrica cor e então anota-se: Raças branca, negra, amarela ou vermelha.
A população brasileira, segundo dados publicados pelo Museu Nacional, é formada por
quatro grupo distintos:
a) LEUCODERMOS..................................BRANCOS
b) FAIODERMOS..................................... BRANCOS X NEGROS
c) XAINTODERMOS............................... BRANCOS X ÍNDIOS
d) MELANODERMOS..............................NEGROS
Considerando-se os estudos realizados com referência a cor da pele, o Serviço de
Identificação do Exército passou a adotar a seguinte escala cromática:
1) BRANCA
2) MORENA
3) PARDA CLARA
4) PARDA
5) PARDA ESCURA
6) PRETA

O identificador ao tomar a cor da pele do identificando deverá fazê-lo de acordo com o


conjunto característico relativo à pessoa que está sendo identificada.
As características de uma pessoa para efeito de tomada da cor de sua tez estão ligados à
raça os quais poderemos enumerar os seguintes aspectos:
1º) Nariz: traços fisionômicos do nariz (afilado, ou achatado, ou tendente a um destes dois
traços);
2º) Cabelo: liso natural, anelado ou ondulado por processos artificiais, de contextura fina e
com brilho natural, carapinha ou liso por processos artificiais, cujos fios são de contextura mais
espessas e opacos;
3º) Lábios: finos ou normais e ou grossos; e
4º) Desenhos digitais: distância das linhas interpapilares.

Daí podemos estabelecer o seguinte critério:


a. - no branco o nariz é afilado;
- no negro o nariz é achatado, inclusive de sua descendência racial (mulato, pardo, etc);
b. - no branco os cabelos são lisos ou anelados por processos artificiais, com brilho
próprio e contextura fina;
- no negro a sua descendência racial, os cabelos são carapinha ou alisados por
processos artificiais, sem brilho ou opacos e cujos fios tem uma contextura mais grossa
que a do branco;
c. - no branco os lábios são finos ou normais;
- no negro e em sua descendência racial os lábios são grossos ou tendentes a isso;
d. - no branco as linhas interpapilares tem um afastamento normal uma das outras;
- no negro essas distâncias são mais afastadas.
O identificador deve, então classificar a cor do identificando, tal como ele se apresenta
no momento:

1) se a pessoa tem traços nitidamente da raça branca, mas apresenta a sua pele queimada
pelo sol, diremos que ela é morena;
2) se a pessoa de tez morena, mesmo pelo efeito do sol, mas apresenta traços característicos
da raça negra, podemos classificá-la como parda clara, ou parda, ou parda escura, de
conformidade com a coloração mais fraca ou mais forte de sua pele.

Há também, o caso do chamado “negro aço”. É o indivíduo cujos genitores são de cor
negra, mas que foram gerados sem os pigmentos negros hereditários (pigmento nigrum). A pele é
branca, os cabelos carapinha loiros e, geralmente, de olhos claros, e, em alguns, azuis. Estes
elementos nunca chegam a atingir a cor morena por ação solar. São “albinos” e, como tais,
devem ser classificados assim no lugar correspondente à cútis na respectiva Ficha de Identidade.
Notação Cromática do Olho
Entre as características da criança, que com mais freqüência constituem enigma inesperado
para os pais, está a cor dos olhos e do cabelo, e, às vezes a da pele.
Contudo, sendo a coloração um fator superficial e de natureza bem definida, ela nos
proporciona um dos meios mais simples de estudo e de análise da ação dos genes.
Para começar, a cor não é uma substância concreta, mas um efeito do reflexo da luz sobre
diversas matérias. Quando falamos portanto, da produção de cores diversas por genes diversos, o
que portanto, queremos dizer é que determinados genes tomam parte na produção de diferentes
pigmentos. O efeito colorido deste pigmentos não tem importância para a natureza. Quando se
forma pigmento na pele, olhos ou cabelo, é em geral com um fim protetor. O pigmento depositado
na íris, por si transparente, do olho, fornece uma sombra protetora para a retina; o pigmento cutâneo
protege a derma subjacente. Até o pigmento do cabelo protege as células pilosas e o couro cabeludo.
É no olho que encontramos a maior variedade de coloridos. Acreditam os genetícistas que os
primeiros seres humanos tinham todos, olhos negros ou escuros, e por modificações sucessivas pelo
tempo afora, os genes do pigmento ocular primitivo foram provocando as variações responsáveis
por todos os matizes claros hoje encontrados.
Para dar lugar aos efeitos coloridos, os genes não misturam os pigmentos, nem são formados
pigmentos distintos, correspondentes as cores oculares que conhecemos. Existem na verdade apenas
1ou 2 pigmentos oculares fundamentais, com algumas variações dos mesmos. A aparência do olho é
devida a quantidade destes pigmentos e a maneira pela qual eles se acham distribuídos na íris.

A Íris
Na íris se acham duas faixas ou zonas em forma de cinto, cuja coloração difere geralmente: a
primeira, chamada circuito interno, confinando-se com a pupila; a segunda, denominada circuito
externo, mais próxima da esclerótica.
Na maioria das íris, nota-se uma substância mais ou menos alaranjada, que se denomina
pigmento do olho. Quanto mais abundante é o pigmento, tanto mais a cor da íris se aproxima do tipo
denominado castanho, e na maioria dos casos, o pigmento se condensa no circuito interno.
Quando se fala na determinação da cor dos olhos, tem-se em consideração a coloração
propriamente da íris, considerando o exame do olho esquerdo (olho esquerdo do identificando) e
não ambos conjuntamente.
A pupila é sempre de um preto uniforme, seja qual for a cor da íris. O olho na raça negra
difere dos da raça branca. No negro a íris é de uma cor tão escura, que quase se confunde com o
preto da pupila. No olho do negro, todas as suas partes tem o mesmo tom. A esclerótica é sempre
injetada de amarelo e por isso se compreende que o órgão visual que na raça humana tão
poderosamente contribui para que acentua a fisionomia, seja, sempre no negro, baço (sem brilho),
inexpressivo e sem vivacidade. No europeu, a cor da íris é de tal modo acentuada que
imediatamente reconhecemos se o indivíduo tem os olhos castanhos ou azuis.
Considerando-se que a coloração, às vezes, difere de um para outro, o exame deve ser feito
apenas na irís esquerda, excetuando-se caso de faltar o olho esquerdo ou que este por qualquer
motivo não possa ser examinado. No caso, a observação recairá no olho direito, cumprindo, porém,
anotar que o exame foi feito no olho direito e por que motivo.
Para que o exame do olho seja feito sempre de um modo uniforme, o primeiro cuidado do
examinador deve consistir em colocar-se frente ao examinado, a uns 30 cm de distância, em tal
posição que o olho receba em cheio a luz uniforme (não os raios solares) e, convidando o
examinado a encarar nos olhos do examinador, este com o polegar e o indicador afastará as
pálpebras do olho do identificando, e observará as cores entre o circuito interno e circuito externo
que define a tonalidade de cor do olho.

Como Determinar as Cores


Para a determinação da cor do olho de uma pessoa, o identificador deve levar em conta dois
detalhes importantíssimos, na íris, que são: o circuito interno e o externo.
Em alguns casos os dois circuitos apresentam a mesma coloração e em outros um circuito se
apresenta com uma cor e o outro, com cor diferente.
Baseando-se na coloração da íris e dos circuitos, o olho pode ser classificado da seguinte
maneira:
1 – Azul_ Quando se apresenta uma coloração azul uniforme, tanto na íris como nos dois
circuitos, sem qualquer outra presença cromática pigmentar.
2 – Azul claro_ Quando houver a presença de outras cores no circuito interno misturando-se
na parte média da íris com a cor azul que é mais acentuada no circuito externo. Normalmente
aparecem, neste caso, pigmentos castanhos claros ou verdes.
3 – Verde_ Tal como o azul, deve a pessoa apresentar a cor verde em toda íris, do circuito
interno ao externo, sem qualquer outra presença pigmentar.
4 – Esverdeado_ A íris se apresenta com uma pigmentação castanho claro no circuito interno
que se mistura com a coloração verde, do meio para o circuito externo do olho.
5 – Castanho claro_ Quando a íris se apresenta em sua extensão uma coloração marron clara
sem interferência de outra cor pigmentaria.
6 – Castanho médio_ Apresenta uma cor marron médio, uniformemente distribuído.
7 – Castanho escuro_ É marron escuro, com tendência ao preto. E mais comum nas pessoas
de raça negra por possuirem grande concentração de pigmentos negros na íris.
Obs.: Para uma fiel tomada da cor do olho de alguém o ambiente em que estiver essa pessoa
deverá estar:
- Bem claro, se possível com luz natural;
- Paredes brancas para que não haja interferência de outras cores externas que possam dar ao
anotador uma falsa coloração do olho nem reduzir a claridade natural do ambiente.
Os cuidados acima facilita sobremaneira o identificador porque com bastante claridade a
pupila se retrai aumentando a área visível da íris com o maior afastamento entre os dois circuitos,
interno e externo.
Semelhança entre um olho e uma
Máquina Fotografica
Observe os dois desenhos: um está na
luz fraca e o outro na luz forte. Compare a
pupila do olho com o diafragma da máquina
fotográfica: na luz fraca, a pupila dos olhos
abre-se para captar mais luz, o mesmo
acontecendo com o diafragma da máquina;
na luz forte ocorre o inverso, pois tanto a
pupila como o diafragma se fecham devido
ao excesso de luz

Previsao da Cor dos Olhos


Se os olhos de um dos paisSe os olhos do outro cônjuge forem: Os olhos do filhos serão:
forem:
Escuros ou pretos De qualquer cor Escuros quase com certeza
Tipo 1 :Se a família toda deste Escuro, tipo 2 Escuros provavelmente, mas
ascendente tivesse olhos talvez de outra cor.
escuros.
Cinzentos, verdes ou azuis Probabilidade iguais de cores
Tipo 2: Se algum membro da escuras ou mais clara
família deste ascendente tiver (provavelmente a do
olhos claros (cinzentos, verdes ascendente mais claro).
ou azuis)
Provavelmente cinzentos ou
Cinzentos ou verdes Cinzentos, verdes ou azuis verdes, mas talvez azuis (raro
escuros)
Quase certamente azuis
(raramente de tonalidade mais
Azuis Azuis escura, sendo menor a
probabilidade se os olhos dos
pais forem azul claro.
Normais, tendendo para a
matiz normal dos olhos dos
pais, a menos que este
Albinos (sem cor) Ascendentes de olhos normais de ascendente tenha genes
uma cor qualquer “albinos” latentes, quando
haverá probabilidades iguais
de cor albina.
Albinos Francamente albinos
Baseando-se nos estudos acima, o Serviço de Identificação do Exército, adotou a seguinte
escala cromática para o olho:

1- AZUL
2- AZUL CLARO
3- VERDE
4- ESVERDEADO
5- CASTANHO CLARO
6- CASTANHO MEDIO
7- CASTANHO ESCURO

Notação Cromática do Cabelo

Os homens dão preferência, segundo se diz, às louras. Deve haver alguma verdade nesta
asserção, senão como explicar o grande número de mulheres que freqüentam os salões de beleza,
para tingir o cabelo?
Mais ainda do que o cabelo louro, o cabelo vermelho tem o seu valor social, o que poderia
levantar a questão, para os pais em perspectiva: Quais as possibilidades do seu filho ter cabelo louro
ou vermelho?
Como o aluno já terá percebido, a cor do cabelo de cada um dos pais não fornecerá, por si só,
a resposta do problema. É preciso verificar quais os genes da cor do cabelo, de que ambos são
portadores.
A pigmentação do cabelo obedece aos mesmos princípios gerais que a dos olhos. Muitas vezes
até (se bem que nem sempre) os dois fenômenos estão ligados. No cabelo, trata-se da pigmentação
das células pilosas, e, da mesma forma que nos olhos, a atuação fundamental dos genes
cromatógenos pode ser modificada por genes intrometidos ou pelo ambiente.
O elemento principal da coloração do cabelo é do ponto de vista químico, um pigmento
escuro denominado melanina. Se o gene cromatógeno chave provocar um depósito intenso de
melanina nas células capilares, o resultado será cabelos negros, se for um pouco menos, castanho
muito escuro, menos ainda, castanho claro; e muito diluído, cabelo louro. A coloração do cabelo
depende ainda da modalidade de construção das células capilares, da quantidade de ar nelas contida,
e da proporção de óleo natural. O cabelo vermelho é devido a um gene suplementar, que produz um
vermelho difuso. Acha-se freqüentemente presente, com o gene chave da melanina.
Se o gene da melanina for muito ativo, tornando o cabelo negro ou castanho escuro, a ação do
gene vermelho será completamente aclipsada. (Tem sido aventada a hipótese, porém, de que um
gene vermelho latente possa trair a sua presença nos indivíduos de cabelo negro, pelo brilho do
mesmo). Quando o gene da melanina for mais fraco, o gene vermelho consegue manifestar-se,
dando uma coloração vermelha-escura ou castanho. Se o gene castanho escuro for fraco ou estiver
ausente, o resultado será um cabelo fracamente vermelho.
Quando aos efeitos do gene vermelho sobre o gene louro, não temos tanta certeza.
Teoricamente, deverá dominá-lo, mas temos casos em que pais louros tem filhos de cabelo
vermelho. Com raras exceções, porém, o gene louro é francamente subordinado a todos os de cores
escuras.
Chegamos portanto as seguintes conclusões:
Se o identificando tiver cabelo louro, terá latentes os dois genes de cabelo louro.
Se o identificando tiver cabelo vermelho, terá latentes um ou dois genes escuros, além de
genes louros ou escuros.
Se tiver cabelo escuro, terá latentes os dois genes de cabelo escuro, ou um escuro e um outro
de matiz qualquer.
Os genes das cores fundamentais do cabelo encontram-se entre todos os povos, embora, de
forma alguma, nas mesmas proporções, mesmo entre os negros, e muitas vezes entre os latinos,
encontram-se cabelos vermelhos. Apesar de não serem raros os indivíduos louros entre os latinos e
outro povos de cabelo escuro, não dispomos de meios para saber até que ponto o gene louro possa
ter aparecido entre eles, por mutação ou pelo cruzamento das raças. A teoria da mutação parece a
mais plausível, no caso dos índios louros encontrados entre certas tribos de cabelo preto, sobretudo
no Panamá.
O cabelo branco pode ser devido a diversos fatores, genéticos ou outros. Na sua forma mais
notável, é devido ao gene albino, o qual, conforme vimos, rouba também aos olhos a sua coloração.
O cabelo branco poderia também ser devido ao gene louro excessivamente débil, ou a gene ou
estado “inibidor”, que desvirtuasse o processo de pigmentação do cabelo. As pessoas de cabelo
branco desse tipo, muito comuns entre os Noruegueses. Suecos, etc, diferem dos albinos no fato de
possuírem pigmentação normal dos olhos e da pele. E por fim, há cabelo branco devido a idade,
enfermidades, etc. Em todas as colorações do cabelo, existe mesmo a possibilidade constante de que
outros fatores venham o modificar a atuação do gene chave.
A idade representa um papel muito importante na cor do cabelo do que na dos olhos. Os genes
da cor do cabelo podem custar a revelar-se. Muitas vezes as mães se lamentam por terem visto os
cachos dourados dos seus filhinhos tomarem mais tarde um castanho escuro. De outra parte, uma
criança nascida com cabelo preto pode ter o segundo crescimento dos cabelos muito mais claro.
O cabelo claro tende a escurecer da infância para a idade adulta. Isto se estende também ao
cabelo vermelho. É muito raro que o cabelo da criança fique mais claro com a idade. A exposição
constante ao sol, o alvejamento pela água salgada, os agentes químicos ou outros meios artificiais,
poderão naturalmente embranquecer ou alterar a coloração do cabelo, assim como o clima.
Independentemente, porém, das modificações superficiais, as partículas de pigmento continuarão aí,
de modo que ao microscópico poderá dizer se sempre, se um determinado louro é verdadeiro ou
artificial.
A alteração da cor do cabelo proveniente da idade é conseqüência do processo de
descoramento. Não só o pigmento, mas ainda o conteúdo do óleo e a estrutura do cabelo sofrem. A
época em que a pigmentação do cabelo começa a manifestar-se parece freqüentemente ser
governada pela hereditariedade. Quando um pai encanece cedo, muitas vezes o filho encanece na
mesma idade.

Como é determinada a cor do cabelo


As desordens glandulares ou nervosas, as enfermidades e outros fatores fisiológicos podem
também alterar a coloração do cabelo. É muito antiga a crença de que uma emoção repentina pode
tornar branco da noite para o dia, o cabelo de um indivíduo. É muito possível que alguma desordem
nervosa possa afetar o processo de pigmentação capilar, provocando o crescimento do cabelo
branco, mais um estudo superficial da estrutura do cabelo, mostrará que nenhum choque pode ser
comunicado instantaneamente em todo comprimento de cada fio de cabelo, de maneira a destruir o
pigmento já existente. Por falta de casos idênticos, as histórias do cabelo que “virou branco da noite
para o dia” terão que ser guardadas nos mesmos armários em que, já se encontram as dos mitos das
crianças nascidas com cabelo branco, por causa do susto que as mães levaram durante a gravidez.
Salientaremos de passagem que as condições locais do ambiente, nas diversas partes do
organismo, poderão explicar as diferenças de cor ou matiz entre a cabeleira e os pêlos. A ação pode
motivar semelhantes diferenças: interessante é que, ao passo que no homem os pêlos da região
púbica tendem a ser mais claros que os da cabeça, na mulher loura, dá-se justamente o contrário. A
ação das glândulas, a transpiração, a menor exposição ao ar, etc, bem pode motivar semelhantes
diferenças.
Estendemo-nos com alguma minúcia as influências do ambiente, por causa da importância,
para os pais, da eliminação destes fatores, antes de poderem verificar quais os genes capilares que
possuam, e que possam transmitir aos filhos. A menos que as modificações do cabelo paterno sejam
produzidas pelos genes, não podem ter importância alguma, na coloração do cabelo do filho.

Sistema Piloso
O estudo dos pêlos e cabelos tem a máxima importância e o seu conhecimento não deve ser
desconhecido pelo identificador.
Não se confundem os cabelos “castanhos escuros” com os de cor preta pura (asa de corvo).
Os cabelos pretos, de cor negra pura (asa de corvo) são comuns entre os nossos silvícolas, dos
mestiços e dos negros, sendo que nos primeiros a cor é mais uniforme e de um símile perfeito.
Como dizia José de Alencar, Iracema tinha os cabelos tão negros como as asas de graúna.
O cabelo da raça negra, conquanto muito preto, não tem brilho e o viço muito peculiares ao
negro asa de corvo, devido, naturalmente, ao fato observado por Brocca, isto é, que o aspecto de
uma mecha de cabelos resulta ao mesmo tempo de sua cor, dos reflexos múltiplos dos fios que a
compõem e de suas sombras lineares.
Previsão da Cor do Cabelo
Se um dos pais tiver o cabelo: Sendo a cor do cabelo do O filho terá o cabelo:
outro ascendente:
Escuro ou preto: Qualquer cor Escuro quase com certeza

Tipo 1: Se todos da família Escuro, tipo 2 Provavelmente escuro, mas


deste ascendente tiveram possivelmente de algum matiz
cabelo escuro. mais claro.
Vermelho Probabilidade mais ou menos igual
Tipo 2: Se existirem entre de escuro ou vermelho escuro, com
outros menbros da família, alguma possibilidade de louro.
matizes mais claros. Louro Provavelmente escuro, mas talvez
louro, raramente vermelho.
Vermelho Vermelho Provavelmente vermelho, as vezes
negro claro ou loiro.
Louro Probabilidades iguais de vermelho,
negro claro ou louro.
Louro: Louro Vermelho quase certamente, ou
Tipo 1: Se de cor escuro, raramente (vermelho
intermediária. possível, se esta cor existir na
Tipo 2: Se cor de milho ou branco. família de qualquer dos pais).
Louro - Cor de milho ou branco Certamente louro, mas
provavelmente com matiz de
ascendente mais escuro.

Baseando-se nos estudos acima o Serviço de Identificação do Exército, adotou a seguinte


escala cromática para o cabelo:
1_LOUROS 6_ CASTANHO MÉDIOS
2_ALOURADOS 7_ CASTANHO ESCUROS
3_RUIVOS 8_ PRETOS
4_ AVERMELHADOS 9_ ENCANECIDOS
5_ CASTANHOS CLAROS. 10_ TINGIDOS

Anomalias e Particularidades
Anomalias da Pele
Albinismo
É uma anomalia de organização que consiste na diminuição ou ausência da matéria corante da
pele. Pode ser total ou parcial. Não há tratamento que a cure; minora, porém, com a idade. Previne-
se o deslumbramento da vista de que sofrem os albinos, pelo emprego de óculos ou estenopeicos.
Dá-se este último nome aos óculos, ordinariamente, cujos vidros são substituídos por lâminas
metálicas tendo no centro uma pequena abertura circular.

Vitíligem ou Vitiligo
Consiste no descoramento parcial da pele, em malhas brancas e irregulares, lisas e canícies
dos pêlos correspondentes. Não há indicação contra essa afecção.

Anomalias do Olho
Daltonismo
A anomalia de visão, no caso particular das cores, chama-se Daltonismo.
Dalton, foi um dos grandes sábios do seu tempo (1766-1844). Tendo Juan
Dalton verificado que sua visão era para as cores, diferentes dos demais,
examinou o espectro solar e logo se convenceu de que em vez das 7 cores, não
via senão 3: o amarelo, o azul e a púrpura. Dizia ele: “Meu amarelo encerra o
vermelho, o laranja e o verde de todo mundo. Meu azul confunde-se de tal
maneira com a púrpura que vejo nos dois, uma mesma cor. A parte que tem o
nome de vermelha, mal me parece uma sombra ou ausência de luz”.
Nas clínicas oftalmológicas registam-se muitas variedades quanto à percepção defeituosa das
cores pelo olho humano:
a) ACROMOPSIA_ É chamada assim, quando haver a cegueira total para todas as cores.
b) ANERITROPSIA _ É chamada assim, quando haver cegueira apenas para o vermelho.
c) ACROPSIA _ É chamada assim, quando haver a cegueira para o verde.
d) ANIANTINOPSIA_ É chamada assim, quando haver cegueira para o violeta.
O Daltonismo (DISCROMATOPSIA) é mal congênito, isto é: o indivíduo já nasce com os
olhos talhados para confundir as cores; desde que a criança começa a ver, erra nas cores, tomando o
verde pelo vermelho, ou não suspeitando haver gradações entre um e outro tom.
Nas populações em que o casamento consangüíneo é freqüente, a proporção de Daltonismo é
mais elevada. Seja como for o Daltonismo é mal dos homens: enquanto neles a proporção de casos
verificados, oscila de 3 a 8%, já. nas mulheres a cifra não vai além dos 0,4%, isto é, 4 casos para
mil mulheres.
Segundo alguns cientistas, o Daltonismo pode também ser adquirido por uma infecção grave
ou intoxicação crônica, de onde uma nebrite ótica retro bulbar, então aparecem, às vezes, alterações
do senso cromático. Isso pode acontecer em conseqüência de certas sinusites, em afecções dentárias,
na esclerose em placas e sobretudo, na ambliopia dos grandes fumantes, que são ao mesmo tempo
inveterados alcoólatras.
A história também pode ter sua culpa no caso, bem como as comoções. Ficou registrada nos
anais da ciência, aquela observação referente a um médico que caíra de um cavalo, depois do caso,
nunca mais pode distinguir pela cor, uma rosa das folhas verdes do ramo.
Finalmente, chega-se a conclusão, através de estudos realizados por cientistas, que o
Daltonismo pode se apresentar nos indivíduos, de duas maneiras, a saber:
1ª) Daltonismo Absoluto - O portador desta anomalia, confunde as cores.
2ª) Daltonismo Relativo - O portador desta anomalia, só consêgue perceber grosseiramente as
cores.
Astigmatismo
Esta anomalia consiste na impossibilidade de seu portador ver ao mesmo tempo as imagens
nos dois planos, horizontal e vertical. Essa anomalia pode ser corrigida com lentes, que funcionam
como vidros planos no sentido de suas geradoras e como convergentes no sentido perpendicular às
geradoras. O olho normal, desprovido de Astigmatismo, recebe o nome de ANASTIGMATICO.

Presbitismo
Vista cansada, defeito das pessoas que somente percebem objetos à distância; defeito
produzido pelo excessivo achatamento do cristalino (corpo transparente que tem mais ou menos a
forma de uma lente e fica localizado imediatamente detrás da pupila). Corrige-se pelo uso de óculos
com lentes convexas.

Miopia
Vista curta, as pessoas portadoras desta anomalia, só conseguem ver os objetos à pequena
distância. É corrigível com o uso de lentes côncavas.

Hipermetropia
A hipermetropia é o inverso da miopia. O poder de convergência é insuficiente e o globo
ocular muito achatado. Corrige-se a hipermetropia com lentes convexas, que convergem e
concentram os raios luminosos.
Procidência
É o abaixamento da região palpebral superior, esquerda ou direita, ou ainda de ambas.

Estrabismo
Esta anomalia consiste no desvio da íris para o canto externo do olho ou para a região
lacrimal. O Estrabismo pode ser:

Convergente - Direito ou esquerdo: Íris voltada para a região lacrimal.


- Ambos: As duas íris voltadas para a região lacrimal.

Divergente - Direito ou esquerdo: Íris voltada para o canto externo do olho.


- Ambos: As duas íris voltadas para o canto externo do olho.

Estrabismo - Convergente: Direito, esquerdo, ambos.


- Divergente: Direito, esquerdo, ambos.

DIREITO DIVERGENTE

ESQUERDO DIVERGENTE

DIREITO CONVERGENTE

ESQUERDO CONVERGENTE

AMBOS CONVERGENTES

AMBOS DIVERGENTES
Outros Defeitos Classificados como Anomalias

-Olho de vidro
-Falta de olho (por amputação ou extração)
-Amaurose_ É a perda total da vista, sobretudo sem haver obstáculo de acesso dos raios
luminosos ao fundo dos olhos.
- Ambliopia_ É quando há só enfraquecimento da vista, sem lesão apreciável.

Particularidades do Cabelo
Nas fichas utilizadas pelo Serviço de Identificação do Exército, os identificadores deverão
anotar, sempre entre parênteses e após a forma do cabelo, da barba e do bigode, as seguintes
particularidades:
a) Grisalhos
b) Ligeiramente grisalhos
Os cabelos grisalhos apresentam mais ou menos a metade dos fios com a cor natural e a outra
metade embranquecidos.
Os cabelos ligeiramente grisalhos apresentam alguns fios embranquecidos, entre os da cor
natural.
Independentemente do ponto de vista cromático ou de particularidades, o sistema piloso
apresenta uma série de fatores que se presta a notação complementares, referente a:
- Forma do cabelo - Liso, ondulado, crespo e carapinha ou acarapinhado.
- Implantação do cabelo - Circular, retangular, triangular ou em ponta.
- Grau de pilosidade - Falta ou abundância.
- Calvície - Pelada ou falta de cabelo.
- Forma da barba - Lisa ou crespa.
- Corte e uso habitual da barba - Raspada ou rapada
Aparada
Cavanhaque
Suiça
Andó
Mosca
Etc.

- Bigode - Raspado ou aparado.

Caracteres Físicos Individuais Usados no Serviço de Identificação do Exército

Cútis (Cor) - Branca


Morena
Parda clara
Parda
Parda escura
Preta

Olho - Cor - Azul


Azul claro
Verde
Esverdeado
Castanho claro
Castanho médio
Castanho escuro

- Anomalias - Daltonismo (Absoluto ou Relativo)


Astigmatismo
Presbitismo
Miopia
Procidência
Estrabismo: Convergente direito, esquerdo ou ambos
-

Divergente – direito, esquerdo ou ambos

Cabelos - Cor - Louros


Alourados
Ruivos
Avermelhados
Castanhos claros
Castanhos médios
Castanhos escuros
Pretos
Encanecidos
Tingidos

- Natureza - Lisos
Ondulados
Crespos
Carapinha

- Particularidade - Ligeiramente grisalhos


Grisalhos

Calvície - Frontal
Parietal
Coronal
Ocipital
Fronto-parietal
Fronto -coronal
Fronto-ocipital
Corono-ocipital
Tonsural
Total

Obs: O sexo feminino não é posto a natureza do cabelo;


A calvície é uma particularidade da cabeça.

Barba - Cor - Idem quanto ao cabelo.


- Natureza - Lisa
Crespa.
- Quanto ao corte e uso Raspada ou rapada
-

Aparada
Cavanhaque
Suíça
Mosca
Pêra

Bigode - Quanto ao corte e uso - Raspado ou rapado e aparado.

Imberbe – Ausência e pelos


RAPARA OU RASPADA APARADA CHEIA

PÊRA CAVANHAQUE SUIÇA

ANDÓ MOSCA
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Cabeça: - Descrever a divisão e subdivisão da cabeça.
- Divisão - Identificar anomalias e particularidades.
- Subdivisão
-Anomalias e particularidades

Divisão – Subdivisão - Anomalias e Particularidades


O estudo da cabeça é um ponto importante na identificação, uma vez que sobre as suas
diversas regiões devemos anotar a calvície, as marcas, as cicatrizes e todas as suas particularidades,
a dentição e seus fenômenos de conformação, os lábios, etc, cujo assinalamento é freqüentemente
empregado como modo identificativo.

Como elemento subsidiário de identificação Datiloscópica foi adotado o exame das partes
descobertas do corpo humano. É fato que a adoção na ficha desses elementos, não deve ser
considerado como recurso imprescindível, a prova mais precisa da identificação humana. No
entanto, como nem sempre na vida prática, o indivíduo tem necessidade da perícia Datiloscópica
para certos comuns na sociedade, basta tão somente, o reconhecimento de sua identidade por meios
claros e simples, ao alcance de qualquer leigo, foi introduzido com complemento, parte do processo
adotado por Bertillon, no tocante ao retrato falado. Lendo-se na ficha de identidade os dados
sinaléticos de um indivíduo, poder-se-á fazer rapidamente uma idéia da formação e constituição do
mesmo.
Além do mais, existem certas particularidades visíveis a olho nu em certas pessoas que as
distinguem, em qualquer ocasião, servindo como sinal identificativo. Passou-se então a integrar a
individual Datiloscópica com o exame das partes visíveis do identificando.

Divisão e Subdivisão da Cabeça


Segundo nomenclatura adotada pela Diretoria de Saúde do Exército, publicada em Boletim do
Exército n0 64, de 1933, para os processos de Atestado de Origem, a cabeça foi divida em duas
partes principais: ANTERIOR e POSTERIOR, as quais por sua vez, foram subdivididas conforme o
esquema abaixo:

I) Parte Anterior
1 Região Frontal
-

2 Região Orbitária (direita e esquerda)


-

3 Região Nasal
-

4 Região Malar (direita e esquerda)


-

5 Região Masseterina (direita e esquerda)


-

6 Região Auricular (direita e esquerda)


-

7 Região Bucinadora (direita e esquerda)


-

8 Região Labial (superior e inferior)


-

9 Região Mentoniana
-

10 Região Supraioidéia
-

11 Região Infraioidéia
-

12 Região Carotidiana (direita e esquerda)


-

13 Região Supraclavicular (direita e esquerda)


-

II) Parte Posterior

1 - Região Parietal (direita e esquerda)


2 - Região Occipital
3 - Região Temporal (direita e esquerda)
4 - Região Mastoidéia (direita e esquerda)
5 - Nuca
Esquema da Divisão e Subdivisão

1 - Região Frontal
2 - Região Orbitária (direita e esquerda)
3 - Região Nasal
4 - Região Malar (direita e esquerda)
5 - Região Masseterina (direita e esquerda)
6 - Região Auricular (direita e esquerda)
7 - Região Bucinadora (direita e esquerda)
8 - Região Labial (superior e inferior)
9 - Região Mentoniana
10 - Região Supraioidéia
11 - Região Infraioidéia
12 - Região Carotidiana (direita e esquerda)
13 - Região Supraclavicular (direita e esquerda)

1 - Região Parietal (direita e esquerda)


2 - Região Occipital
3 - Região Temporal (direita e esquerda)
4 - Região Mastoidéia (direita e esquerda)
5 - Nuca
Anomalias da Cabeça

Como anomalias de cabeça, podemos anotar:

- Macrocefalia (Desenvolvimento anormal)


Consiste no aumento do crânio

- Microcefalia (Desenvolvimento anormal)


Consiste na diminuição do crânio.

Particularidades da Cabeça

Como particularidade da cabeça deverão ser anotados os diversos tipos de calvícies, que são
as seguintes:

- FRONTAL, PARIETAL, CORONAL, OCIPITAL , FRONTO-PARIETAL, CORONAL,


FRONTO-OCIPITAL, CORONO-OCIPITAL, TONSURAL e TOTAL

FRONTAL PARIETAL CORONAL TONSURAL

FRONTO - FRONTO - FRONTO - CORONO -


PARIETAL CORONAL OCIPITAL OCIPITAL
OCIPITAL TOTAL

ASSUNTO: OBJETIVO:
- Olhos: - Descrever a divisão dos olhos.
- Divisão
-Anomalias e particularidades - Identificar anomalias e particularidades dos olhos

Olho

Divisão
Neste capítulo estudaremos apenas a divisão do olho, como complemento da identificação. O
olho, para fins de estudo, foi dividido em 11 partes, que são:

1_ ARCADA SUPERCILIAR.
2_ REGIÃO PALPEBRAL SUPERIOR.
3_ REGIÃO PALPEBRAL INFERIOR.
4_ REGIÃO LACRIMAL.
5_ CANTO EXTERNO.
6_ ESCLERÓTICA (branco do olho).
7_ÍRIS (cinta circular colorida).
8_ PUPILA (pequeno círculo preto, parte central da íris).
9_ CIRCUITO INTERNO (da íris).
10_ClRCUITO EXTERNO (da íris).
11_CANTO INTERNO.
Cuidados a serem observados no exame dos olhos:

Tendo-se chegado a conclusão que a coloração, às vezes difere de um para outro olho, o
exame deve ser feito apenas na íris esquerda, desprezando-se a direita, salvo quando acontecer a
falta do olho esquerdo ou que este por qualquer motivo não possa ser examinado. Neste caso, o
exame recairá no olho direito, devendo, porém o examinador anotar que o mesmo foi feito na íris do
olho direito e por qual o motivo.
Para que o exame dos olhos seja sempre feito de um modo uniforme, o primeiro cuidado do
examinador deverá consistir em colocar-se de frente ao examinando, a uma distância de 30 cm e em
tal posição que o olho receba em cheio a luz uniforme (não os raios solares) e, convidando o
examinando a encarar os olhos do examinador, este com o polegar e o indicador, afastará as
pálpebras do olho do identificando e observará a região entre o Circuito Interno e Circuito Esterno
-

da íris.

ASSUNTO: OBJETIVO:
- Mãos e dedos: - Descrever a divisão e subdivisão das mãos.
- Identificar anomalias das mãos e dedos.
- Registrar as anomalias nos documentos de Identificação.

Mãos

Divisão - Subdivisão e Anomalias

Divisão
Para efeito de anotação de marcas particulares e anomalias a mão foi dividida em duas partes
principais, pelo método do Dr. Pires de Lima, adotado pelo Serviço de Identificação do Exército:
1- REGIÃO ANTERIOR OU PALMAR
2- REGIÃO POSTERIOR OU DORSAL

Subvisão
A região PALMAR subvidi-se em 8 (oito) Regiões:
1- FACE ANTERIOR DA MUNHECA OU PULSO (CARPO)
2- REGIÃO HÍPOTENAR
3- REGIÃO PALMAR
4- REGIÃO TENAR
5- PREGAS DÍGITO-PALMARES
6- FALANGE OU PRIMEIRA FALANGE
7- FALANGINHA OU SEGUNDA FALANGE
8- FALANGETA OU TERCEIRA FALANGE

A região DORSAL subdividi-se em 9 (nove) Regiões:


1- FACE POSTERIOR DA MUNHECA OU PULSO (CARPO)
2- METACARPIANOS OU METACARPIOS
3- INTEROSSOS OU IINTEROSSEOS
4- PRIMEIRAS ARTICULAÇÕES
5- FALANGES OU PRIMEIRA FALANGE
6- SEGUNDAS ARTICULAÇÕES
7- FALANGINHAS OU SEGUNDA FALANGE
8- TERCEIRAS ARTICULAÇÕES
9- FALANGETAS OU TERCEIRA FALANGE
Obs.: Os polegares não possuem a 3ª articulação nem 2ª falange.
Obs:As pregas interfalangeanas encontram-se entre as falanges 1ª, 2ª e 3ª.
Para a localização das marcas particulares e anomalias, examinam-se primeiramente a Região
Anterior ou Palmar e depois a Região Posterior ou Dorsal (costas da mão).
As falangetas são em número de três para os dedos indicador, médio, anular e mínimo e duas
para os polegares. Tem nomes particulares de falanges (as que confinam com os metacarpianos),
falanginha (as que ficam no meio, nos dedos em que há três) e falangetas (as que ficam nas
extremidades, sobre as quais assentam as unhas).
Acima da prega dígito-palmar está situada do lado do dedo mínimo a Região Hipotenar; na
base do polegar, a Região Tenar; no centro a Região Palmar ë por cima desta a munheca ou pulso
(carpo) que serve de ponto de referência para indicar a distância das marcas, cicatrizes, tatuagens,
etc, que se encontram nas regiões acima mencionadas, tomando-se por base a linha do pulso. Feito o
exame da Região Palmar, passa-se à Região Dorsal. O exame dos dedos é exatamente igual, com
diferença apenas de que as bordas mudaram de posição, por estarem em sentido oposto. Quando a
Região Palmar se encontrar voltada par o identificador, o bordo externo está localizado na parte
externa do polegar e quando em sentido contrário, isto é, a Região Dorsal, o bordo externo está
localizado na parte externa do mínimo.
Anomalias das Mãos

Em seu tratado “Dactiloscopia Comparada - La Plata - 1904” - Juan Vucetich, refere-se as


anomalias das mãos e, apoiado em Guiot Daubés, classificou-as nos três tipos gerais: Sindactilia,
Polidactília e Ectrodactília.
Nesse assunto vamos orientar-nos principalmente pelo que doutrina o Dr. J. Pires de Lima,
abalizado Professor da Universidade do Porto, em sua interessante obra “As anomalias dos
membros dos Portugueses - Porto 1927”. O autor, secundando a doutrina de Dubreuil, ocupando-se

da diferenciação e nomenclaturas dos vícios das mãos, classifica-as nos seis grupos seguintes:

1 - Variação quanto ao número de raios digitais:


a) Aumento de número.............................................HIPERDACTÍLIA
b) Diminuição de número.........................................HIPODACTÍLIA
2 - Variações de comprimento digital, sendo normal o número de falanges:
a) Aumento de comprimento.....................................MEGALODACTÍLIA
b) Diminuição de comprimento.................................BRAQU1DACTÍLIA

3 - Variação do volume digital:


a) Aumento de volume................................................MACRODACTÍLIA
b) Diminuição de volume............................................MICRODACTÍLIA

4 - Variações de direção do eixo digital:


a) Desvios antero-posteriores......................................CAMPODACTÍLIA
b) Desvios laterais........................................................VAROS ou VALGOS

5 - Variações do número de falanges:


a) Aumento de número.................................................HIPERFALANGIA
b) Diminuição de número.............................................HIPOFALANGIA

6 - Variações na interdependência dos dedos ..............SINDACTÍLIA

Quando ao 1º grupo, observa o professor Pires de Lima, a HIPERDACTLLLA ou


(POLIDACTILIA) é muito vulgar e o número de dedos nas extremidades polidactilas pode ser
desde seis até dez e mesmo treze dedos.
A HIPODACTÍLIA (também chamada de ECTRODACTÍLIA) é um vício de conformação
antônima à HIPERDACTÍLIA, isto é, enquanto nesta há quantidade superior a cinco dedos, (6, 7, 8,
9, 10, 11, 12 e até 13), naquela há apenas 4, 3, 2, 1 ou mesmo nenhum.
A SINDACTÍLIA é a união de dois ou mais dedos. Esta anomalia apresenta dois graus, ou
consiste na simples ligação do segmento proximal por meio de uma membrana parecida com a dos
palmípedes ou então apresenta coalescência digital mais profunda, ou seja, fusão de dois ou mais
dedos, geralmente entre os dedos indicador e médio.
A mão ainda pode ser torta ou bota.
As mãos de gengibre são os lesos-manos portadores do mal de Lázaro, vítimas de efeito
fagedênico lepróide, que lhes corrói os dedos deformando-os.
A forma mais freqüente de POLIDACTÍLIA é a HEXADACTÍLIA (seis dedos) ou
SIDÍGITUS. A conformação, o lugar, o modo de implantação dos dedos supranuméricos tem sido a
base de várias classificações polidáctilas.
A HIPERFALANGIA pode acompanhar a POLIDACTÍLIA, mas raramente.
A HEMIMELIA é a falta congênita dos membros superiores ou inferiores. É também
chamada de ECTROCÍRIA, que determina a falta da mão, pela origem congênita e não acidental.
Não se deve confundir amputação com ectrocíria ou hemimelia.
Sob o ponto de vista propriamente datiloscópico, o que interessa é o registro das anomalias
constantes dos grupos do 1º ao 6º, conquanto os demais não deixam de ter um apreço sinalético de
grande importância como meios identificáveis. Mas o nosso ponto de vista é puramente
datiloscópico.
Qualquer que seja a anomalia, deve a ficha conter a impressão respectiva, completa.
Finalmente, ainda como anomalias das mãos, encontramos as anquiloses das articulações, que
classificam-se em:
1 - ANQUILOSE PARCIAL _ Quando o membro ou órgão ainda tem movimento, sem contudo
poder voltar à sua posição normal;

2 - ANQUILOSE ANGULAR _ Quando a articulação está dobrada, impossibilitando de readquirir a


sua posição primitiva;

3 - ANQUILOSE TOTAL_ Quando a articulação se acha soldada de tal modo, que o membro ou
órgão está impossibilitado de movimento.

Abreviaturas das Anomalias das Mãos

HIPERDACTÍLIA............................................................ HPRD
MEGALODACTÍLIA...................................................... MEGA
MACRODACTÍLIA......................................................... MACR
CAMPODACTÍLIA......................................................... CAMP
HIPOFALANGE.............................................................. HPOF
HEXADACTÍLIA............................................................ HEXD
OCTADACTÍLIA............................................................. OCTD
ÉCTROCÍRIA................................................................... ECTR
............. HIPODATÍLIA................................................................. HPOD
BRAQUIDACTÍLIA......................................................... BRQD
MICRODACTÍLIA.......................................................... MICR
HIPERFALANGE............................................................ HPRF
SINDACTÍLIA................................................................. SIND
HEPTADACTÍLIA.......................................................... HEPT
HEMIMELIA................................................................... HEMI

HIPERDATÍLIA ou HEXADATÍLIA

HIPODATÍLIA ou TRIDATÍLIA ( o 2º dedo,


rudimentar com única falange ; o 5º metacárpio
normal, articulando-se com o auricular de duas
falangetas).
SINDATÍLIA COM CLJINODATÍLIA E
HIPOFALANGIA

DIDATÍLIA ou HIPODATÍLIA
Mão em pinça de lagosta ou em chave inglesa.
Apenas 02 (dois) metacarpianos correspondem
ao índice e auricular, este com falangeta sem
unha.

MICRODATÍLIA,, HIPOFALANGIA e
CAMPODATÍLLA

AGENÉSIA TOTAL DOS DEDOS


Mão esquerda . Em vez de dedos, apenas
diminutas protuberâncias com remates de
metacárpios.
HEXADATÍLIA, POLIDATÍLIA ou
SIDÍGITOS

POLEGAR EM PINÇA DE LAGOSTA

SINDATÍLIA, BRAQUIDATÍLIA e
CAMPODATÍLIA

OCTODATÍLIA
SINDATÍLIA e BRAQUIDATÍLIA

HEPTADATÍLIA POLIDATÍLIA
-

7º dedo, apenas uma nesga; 5º dedo muito


curto largo intervalo; 6º e 7º no bordo cubital,
pequenos, unidos pela base, ligados por prega
dorsal.

Algumas Enfermidades
GOTA
A gôta é uma enfermidade causada pela
incapacidade de certos organismos de destruir ou
eliminar de maneira normal o ácido úrico.

MÃO AFETADA DE ARTRITE


REUMATÓIDE
Nos dedos anular e médio, observaram-se
as saliências fusiformes das articulações dos
dedos, típicas desta forma de reumatismo.

MÃOS DE UM PACIENTE AFETADO DE


UMA FORMA INTENSA DE ARTRITE
REUMATÓIDE. As deformações dos dedos são
muito acentuadas.
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Marcas Particulares, Cicatrizes e Tatuagens. - Identificar as marcas particularidades, cicatrizes e
tatuagens.

Marcas Particulares, Cicatrizes e Tatuagens

Estruturação nas Fichas de Identidade


Antes de entrarmos no assunto propriamente dito, é necessário que se conheça a distinção das
partes do corpo humano, ou melhor as suas faces. Estas são em número de quatro: uma da frente ou
anterior; outra de trás ou posterior e duas laterais, a direita e a esquerda. Para os membros
superiores, segundo os lados estejam ou não voltados para o tronco, as faces são interna e externa.
Na mão direita ou esquerda a face anterior é a que está voltada para a frente, considerando a
mão aberta, com o dedo polegar virado para fora, o mínimo encostado na perna e o braço pendente
ao longo do corpo. Nesta posição, a face palmar vem a ser a região anterior e a dorsal a posterior.
O bordo ou face interna, estende-se, para todo o braço, desde a axila até o dedo mínimo
(considerando a posição já mencionada), a externa, desde a cabeça do úmero até o polegar, na
postura já referida, e assim, em relação a estes dois pontos de referência se acham os demais órgãos
da mão.
Da mesma maneira, necessário se torna conhecermos antes de iniciarmos o estudo, o que vem
a ser LINHA MEDIANA, cuja definição é a seguinte:

LINHA MEDIANA _ É a linha imaginária, que partindo da raiz da implantação do cabelo,


divide o corpo humano em duas partes iguais. Essa linha deve sempre ser tomada como ponto de
referência para a localização, posição e distâncias das cicatrizes e sinais particulares situados na
cabeça.
A medida ou dimensão de uma cicatriz ou marca, deve ser tomada de um extremo a outro,
sempre que por suas proporções exceder de meio centímetro. Nas medidas das cicatrizes ou marcas,
a unidade é o centímetro.

Marcas Particulares
As marcas particulares que o indivíduo apresentar nas partes descobertas (mãos e cabeça)
devem ser anotadas nas fichas de identidade.
As marcas particulares mais comuns são os Nevos Maternos ou Manchas Pigmentares, as
quais tem uma coloração firme (quase sempre), isto é, continuam da mesma cor desde o nascimento
até a velhice.
As Manchas Pigmentares ou Nevos Maternos apresentam varias cores: escura, violeta,
vermelha, branca, roxa, etc, diferindo de forma e dimensão, sendo que algumas se tomam notáveis
pelo tamanho e em outros se manifesta a Hipertricose (pêlos), que se denominam de Nevos Pilosos.
Os quistos de várias espécies, verrugas de diversas cores e conformações, as pintas, as
manchas sardentes, são outros tantos sinais particulares que devem ser devidamente anotados.
Inútil insistir sobre o valor sinalético das amputações, das desarticulações e qualquer outra
deformação de órgão ou membro.
O exame do pescoço, nos oferece muitas vezes a descoberta de marcas e fístula, escrófulas,
rugas occipitais, etc.
Havendo indivíduos que possuem grande quantidade de marcas particulares, cicatrizes e
tatuagens, basta que se anotem quatro ou cinco principais e das mais visíveis na vida ordinária.

Cicatrizes
No exame das cicatrizes, marcas particulares e tatuagens, o identificador, deve começar pela
cabeça, passando depois para a mão direita e desta para a esquerda. Nas mãos inicia-se o exame pela
face palmar, passando em seguida para a dorsal.
O critério que deve primar nesse assinalamento é o caráter permanente, imutável, da marca ou
cicatriz. O pior que poderia fazer um identificador seria anotar, qualquer marca ou cicatriz que com
o tempo, viesse a desaparecer. E na dúvida ou receio quanto a sua perenidade, o melhor é não
anotar, ou mencioná-la apenas. Exemplo: recente, nova ou em cicatrização, para futuros confrontos,
sabido que as cicatrizes de segundo grau, sempre deixam na pele o cunho de sua passagem, por mais
perfeita que seja a cicatrização e a recomposição dos tecidos.
É de capital importância a localização exata das cicatrizes nas regiões em que se encontram,
sendo imprescindível que o identificador as anote com precisão, esclarecendo, inclusive as suas
origens, que podem ser: de Corte, Intervenções Cirúrgicas, Inflamações e Queimaduras. As
provenientes de operações são denominadas de Post-Operatórias e assim que deverá ser anotada nas
fichas de identidade.
O exame das marcas particulares, cicatrizes, etc, segundo o método de Vucetich, limita-se
somente as partes descobertas ou visíveis na vida ordinária, sendo dispensável o desnudamento da
pessoa para qualquer outra pesquisa nas regiões cobertas pelo vestuário.
Para avaliar-se a distância de uma cicatriz à linha mediana, toma-se como referência o ponto
da cicatriz que mais próximo ficar, da supra citada linha. Numa cicatriz oblíqua interna, o ponto
mais próximo da linha mediana é a sua extremidade superior; numa oblíqua externa, a inferior.

Tatuagens
A mania da tatuagem, registrada principalmente nos países da Europa e também nos Estados
Unidos (onde sempre foi popular) chegou ao Brasil timidamente, depois dos hippies e através das
crianças, que entram na onda da tatuagem industrializada, que é removível com álcool ou acetona e
muitas vezes com água.
O uso de tatuagem entre os brasileiros é pouco freqüente; no entanto, damos algumas notas
sobre este singular ornamento humano.
A tatuagem, define Lacassagne, é quando matéria corante, vegetal ou mineral, são
introduzidos sob a epiderme para efeito de produzirem uma coloração ou desenhos, de longa
durabilidade. São inteiramente indeléveis.
As substâncias mais empregadas e mais duradouras são a tinta da China e o vermelhão, o
carvão de madeira pilado e dissolvido na água e a tinta azul comum.
Mayrac, chega às seguintes conclusões sobre a tatuagem:
“A tatuagem apresenta-se raramente na mulher. Ela é apanágio quase exclusivo da “ rameira,
e mais freqüente entre os criminosos”.
A tatuagem costuma facilitar a identificação de pessoas, para as autoridades policiais, e é por
essa razão que tem levado muitos a mandarem retirá-las através de cirurgia plástica.
A destatuagem (meio para fazer desaparecer a tatuagem), ainda não foi resolvida. Todos os
processos até agora usado são inseguros e falhos. Dizem os clínicos que a intervenção cirúrgica é
paliatíva.
Assim, pois, quer exista a tatuagem, quer tenha sido tentada ou mesmo operada a
destatuagem, a pele oferecerá sempre campo seguro para observação do operador. Nessa observação
cuidadosa, que num, quer noutro, é que assenta o critério do exame pericial.

Esquema das Cicatrizes


Escrituração nas Fichas

1. Cabeça
a) Cicatriz de corte, oblíqua interna, com 3 cm na região bucinadora direita, a 5 cm mais ou
menos da linha mediana.
*

b) Cicatriz de origem ignorada, curva externa, com mais ou menos 5 cm na região malar
esquerda, a 3 cm mais ou menos da linha mediana.
c) Cicatriz de queimadura, de forma irregular, com mais ou menos 3 cm na região frontal, lado
esquerdo, a 3 cm mais ou menos da linha mediana.
d) Nevo materno, cor castanha e de forma oval, com mais ou menos 2 cm na região malar
direita, a 3 cm mais ou menos da linha mediana.

2. Mãos
a) Cicatriz de corte oblíqua interna, com mais ou menos 3 cm, na região tenar, a 4 cm mais ou
menos do pulso, da mão direita.
b) Cicatriz de origem ignorada, curva superior, com mais ou menos 5 cm, na região hipotenar,
a 4 cm mais ou menos no pulso, da mão esquerda.
c) Tatuagem representando uma caveira, encimada por dois punhais cruzados, na região
hipotenar, a 3 cm do pulso, da mão direita.
d) Cicatriz vertical, post-operatória com mais ou menos 3 cm, interessando às a e a falanges do 1 2

indicador, da mão esquerda.

Os exemplos acima servirão de orientação para a escrituração das diversas formas de


cicatrizes conhecidas, bem assim, de marcas particulares e tatuagens.

ASSUNTO: OBJETIVO:
- Lábios - Analisar a morfologia dos lábios.
- Identificar as particularidades dos lábios.

Lábios

Exame e Particularidades

Para fins de exame, a Região Labial, dividi-se em Superior e Inferior, Externa e Interna.
Somente a parte Externa ou seja a visível, é que interessa ao exame morfológico.

No exame dos lábios o identificador deve ter em vista:


1_ A altura do espaço naso labial, compreendido entre a base do nariz e o lábio superior, altura
-

esta, que pode ser pequena ou grande.


2_ A proeminência ou saliência de um dos lábios em relação ao outro.
-

3_ A altura labial, ou melhor, a saliência visível da mucosa apresenta dois casos: Lábios sem
bordos e lábios de bordos desenvolvidos.
4_ A espessura, isto é, o desenvolvimento dos bordos superior e inferior. Se a espessura for
-

mínima, os lábios apresentam-se colados à arcada dentária. Apreciados ainda em espessura os lábios
podem ser Delgados ou Espessos.

Lábios - Resumo
1) DIVISAO............................................................ - Superior (interna - fig. 1 - A)
Inferior (externa - fig. 1 - B)

2) ALTURA NASO-LABIAL............................... - Pequena (fig. 2)


Grande (fig. 3)

3) PROEMINENCIA............................................. - Superior (fig. 4)


Inferior (fig. 5)
4) LARGURA DOS BORDOS................................. - Sem bordos (fig. 6)
Bordos desenvolvidos (fig. 7)

5) ESPESSURA......................................................... - Delgados (fig. 6)


Espessos (fig. 7)

6) PARTICULARIDADES.......................................... - Superior vultoso (fig. 8)


Inferior pendente (fig. 9)

7) ANOMALIAS.......................................................... - Leporinos superior


Inferior (fig. 10)

Lábio Leporino

Quando o lábio apresenta uma fissura vertical, semelhante ao de uma lebre. Embora a maior
incidência registrada seja no lábio superior, essa anomalia pode também ocorrer no inferior.
Apresenta-se ainda, com uma ou duas fissuras (bipartido). É uma anomalia de origem congênita.
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Fronte - Analisar a morfologia da fronte.
- Identificar as particularidades da fronte.

Fronte

Exame e Particularidades

No exame da Fronte, o identificador deve levar em consideração a sua INCLINAÇÃO,


ALTURA, LARGURA e PARTICULARIDADES.
No espaço compreendido entre as letra A - B (considerada a face de perfil) determina a
Inclinação, apreciada a linha maior ou menor obliqüidade que ela descreve sobre um plano
horizontal imaginário, passando pela raiz nasal.
A altura é considerada sobre o ponto de maior elevação entre as letras A - B da figura 1.
A largura é apreciada no afastamento entre as letras C - D, ou seja, de uma têmpora a outra,
ou ainda, entre as bossas parietais.

A fronte pode apresentar as seguintes particularidades:


BOSSAS PARIETAIS PROEMINENTE e ARCADAS SUPERCILIARES
DESENVOLVIDAS (letras E e F da figura 1).

Fronte – Resumo

DIMENSÃO........................................................... - Altura (A - B)
Largura (C - D)

INCLINAÇÃO....................................................... - Fugitiva (fig. 2)


Intermediária (fig. 3)
Vertical (fig.4)
Proeminente ou Convexa (Fig.5)
Convexa-reta (fig. 6)

BOSSAS PARIETAIS............................................- (letras E da fig. 1)

ARCADAS SUPERCILIARES..............................- (letra F da fig. 1)

PARTICULARIDADES......................................... - Bossas parietais proeminentes


Arcadas superciliares desenvolvidas
-

Altura e Largura da Fronte

A altura e a largura da fronte são apreciadas sob o ponto de vista de uma seriação tricotômica,
em PEQUENA, MÉDIA e GRANDE.
Nota: A ARCADA SUPERCILIAR DESENVOLVIDA ou ARCO SUPERCILIAR, é a
proeminência oblíqua externa frontal, sobre a qual se implantam as sobrancelhas.

As BOSSAS PARIETAIS, são saliências ósseas das têmporas.


ASSUNTO: OBJETIVO:
- Nariz - Analisar a morfologia do nariz.
- Identificar as particularidades do nariz.

Nariz

Exame e Particularidades

Este é o órgão de mais valor na caracterização da fisionomia.


Por sua variedade e fixidez de suas formas, apresenta um dos melhores caracteres para
distinguir as raças. É também de grande importância na determinação da identidade.
Os indivíduos de nariz estreito e mais ou menos alto, como os europeus, os judeus, os árabes,
chamam-se LEPTORRÍNICOS
Os indivíduos de nariz chato e grosso, como os negros africanos, os melanésios e mongóis,
são chamados de MESORRÍNICOS.
Os indivíduos de nariz achatados na raiz de implantação, comum nos faiodermos, são
chamados de PLATIRRÍNICOS.
Nas suas instruções sinaléticas Bertillon distingue 15 variedades de formas de nariz. Para
estudo e classificação do nariz o identificador deve ficar de frente e depois de perfil para o
identificador, conforme a necessidade, anotar as suas variedades.

O exame no nariz limita-se a:


Estreita
Larga
Raiz.......................................... Alta
Baixa
Decrescente.

Côncavo (fig. 1, 2 e 3)
FORMA.............................. Reto (fig. 4, 5 e 6)
Dorso........................................ Convexo (fig. 7, 8 e 9)
Adunco (fig. 10, 11 e 12)
Sinuoso (fig. 13, 14 e 15)

Horizontal (fig. 1,4,7, l0 13)


Base.......................................... Levantada (fig. 2, 5, 8, 11 e 14)
Abaixada (fig. 3, 6, 9; 12 e 15)

Altura, Saliência ...................... Pequena


DIMENSÕES e Largura Média
Grande

Esborrachado
Desviado à direita
Desviado à esquerda
Do Dorso.................................. Largo
Achatamento do lado direito
Achatamento do lado esquerdo
PARTICULARIDADES Delgado ou franzino

Grossa
Fina
Da Base.................................... Pontuada
Bilobada
Desviada
Forma da Raiz

A forma da raiz do nariz é apreciada segundo o maior ou menor espaço inter-ocular e sob esta
relação pode ser ESTREITA ou LARGA (esta classificação é tomada de frente ao identificando), e
classifica-se também a forma da raiz do nariz como ALTA, BAIXA ou MUITO BAIXA (esta
classificação é tomada de perfil do identificando), isto é, em forma DESCRESCENTE até quase o
meio do dorso, como exemplo a dos negros, alguns de tal modo que dificulta a descrição da linha
dorsal, que mais se assemelha a um “S”.

Variedades da Forma do Dorso

Todas as variedades da forma geral do nariz se resumem na seguinte série:

Côncavo (fig. 1, 2 e 3) - A parte óssea desce em obliqüidade mais ou menos retilínea; depois a parte
inferior correspondente a base, avança para a frente e o conjunto do perfil, descreve uma linha
côncava em prognatismo bucal.

Reto (fig. 4, 5 e 6) - A projeção do dorso é retilínea desde a raiz até a ponta..

Convexo (fig. 7, 8 e 9) - O dorso desenha uma curva de convexídade, quase uniforme, desde a raiz
até a base..

Adunco (fig. 10, 11 e 12) - A parte óssea apresenta uma convexidade curta e acentuada, daí segue
sem flexão até a base, em linha mais ou menos reta. Bertillon denominou-o BUSQUE.

Sinuoso (fig. 13, 14 e 15) - A parte superior torna-se côncavo no meio e volta a ser convexa até a
ponta. Todavia esta não é mais que uma variedade das formas típicas, segundo o conjunto da linha
dorsal.

Formas da Base

A base é a linha da parte inferior do nariz que forma um ângulo com o lábio superior, ou seja,
o ângulo naso-labial.

Considerada em sua relação de obliqüidade, a base pode ser:

HORIZONTAL (fig. 1, 4, 7, 10 e 13)

LEVANTADA(fig. 2, 5, 8,11 e 14)

ABAIXADA (fig. 3,6,9, 12 e 15)

Dimensões do Nariz

As dimensões não se anotam por medidas métricas tomadas a compasso ou com outro
instrumento qualquer, mas unicamente a olho, aplicando-se os termos PEQUENO, MEDIO ou
GRANDE e, em casos extraordinários, MUITO PEQUENO ou MUlTO GRANDE.
A apreciação da ALTURA nasal não é baseada na maior ou menor elevação do dorso em
relação ao plano da face (o que seria um erro), mas unicamente pela extensão da linha imaginária
que se traçasse entre uma das asas até a raiz, isto é, transversalmente.
Deste modo evitam-se os possíveis enganos na apreciação dos narizes caídos (base abaixada)
com aparência de mais alto do que são realmente, ao passo que os de base levantada tem aspecto de
mais curtos.
A LARGURA nasal é a maior distância transversal compreendida entre as duas asas. Neste
caso o nariz é examinado de frente.

A SALIÊNCIA nasal é apreciada entre as duas asas, supondo-se uma linha transversal.
Particularidades do Nariz
As particularidades nasais referem-se especialmente à linha dorsal e à base. Neste caso, o
exame e feito de frente. Estas particularidades são:

Esborrachado
Desviado à direita
Desviado à esquerda
Largo
DA LINHA DORSAL.........................................
Achatamento do lado direito
Achatamento do lado esquerdo
Delgado ou franzino

Grossa
DA BASE................................................... Fina
Pontuada
Bilobada
Desviada

A membrana que divide as fossas nasais podem ser cobertas ou descobertas. As narinas
podem ser: DILATADAS ou CONTRAIDAS, DELGADAS, MÓVEIS ou ESPESSAS.

FORMA DA RAIZ

ESTREITA LARGA

BAIXA ALTA MUITO BAIXA


(DECRESCENTE)
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Boca - Analisar a morfologia da boca.

Boca

Exame Descritivo

A boca é um dos órgãos da face que serve para imprimir certas particularidades às feições do
indivíduo. Pela sua variedade, é um elemento importante para a identificação, de vez que ela se
apresenta, geralmente, com detalhes notáveis. A sua conformação, se bem que obedecendo a uma
forma comum, não deixa, entretanto, de fornecer certas anomalias, as quais vem aumentar os
elementos sinaléticos para o levantamento da identidade.
O exame da boca deve ser feito olhando-se o identificando de frente.
Como ensina Bertlllon, a boca, em seu estado normal, é um dos órgãos expressivos da feição
fisionomia, e, por sua conformação, presta ao mesmo tempo um série de observações interessantes
para a filiação morfológica.
Os cantos da boca, denominados COMISSURAS, assim como seu grau de abertura,
oferecem elementos diversos para a análise deste órgão, considerado sob três aspectos:

1. DE SUA DIMENSÃO, ou a distância entre os cantos, apreciada de um extremo a outro das


comissuras.
2. DA INCLINAÇÃO DAS COMISSURAS, que lhe são figura própria, um selo típico, ou
seja, a. sua FORMA.
3. DE SEU CARATER ESTÁTICO

O EXAME DA BOCA LIMITA-SE:

DIMENSÃO ENTRE AS COMISSURAS..................................... - Pequena (fig.1)


(A - B das figuras 1 e 2) Grande (fig.2)

- Normais (fig. 3)
Ambas levantadas (fig. 4)
INCLINAÇÃO DAS COMISSURAS............................................. Ambas abaixadas (fig. 5)
Abaixada à direita (fig. 6)
Abaixada à esquerda (fig. 7)

CARATER ESTÁTICO................................................................. - Fechada (fig. 8)


Aberta (fig. 9 e 10)

PARTICULARIDADES................................................................. - Incisivos superiores descobertos (fig. 9)


Incisivos superiores e inferiores
descobertos (fig. 10)
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Dentição - Identificar as anomalias e particularidades da
dentição.

Dentição

Exame - Anomalias e Particularidades


A identificação pelos dentes tem sido de há muito, aplicada aos casos de cadáveres
carbonizados e em estado de mutilação, ou quando, devido ao adiantado estado de putrefação, o
tecido foi completamente destruído, não sendo possível a identificação dactiloscópica.
Não nos aprofundaremos sobre o assunto, porque como é sabido há diversos sistemas ou
fórmulas para a representação simbólica dos dentes e o estudo das papilas da abóbada palatina e as
arcadas dentárias, faz parte da Odontologia - Legal.
O estudo da dentição (nascimento e desenvolvimento dos dentes), embora sucinto, é de grau
de importância para a identificação.
Casos há, em que o identificador precisa lançar mão desse conhecimento, para, auxiliando a
Justiça, facilitar a identificação de cadáveres ou mesmo, estabelecer a identidade de um indigitado

criminoso, pelas marcas dos dentes deixadas em um pedaço de bolo, creme, etc, repasto feito antes
ou após praticado o crime (o que tem sido muito comum). Estas marcas, moldadas em parafina,
oferecem reproduções magníficas para exame de confronto.
É certo que até o presente momento não foi solicitado ao Serviço de Identificação do Exército
a intervenção de seus técnicos nesses casos, mas nunca é demais estender até esse ponto os
conhecimentos pertinentes à nossa especialidade, pois, mesmo à guisa de ilustração, eles servirão
para prestigiar cada vez mais aquele órgão e, quiçá, em momento oportuno, honrá-lo como o técnico
desempenho dado à perícia acaso solicitada.
Os dentes, órgãos da mastigação, compõem-se de uma substância óssea chamada marfim.
Cada dente compreende duas partes:
1) A COROA, no exterior das gengivas; e
2) A RAIZ, profundamente encravada no osso maxilar.

Para fins de estudo os dentes, foram divididos em três séries:


INCISIVO, CANINOS e MOLARES.

O homem adulto conta com 32 (trinta e dois) dentes:


4 incisivos centrais —2 superiores e 2 inferiores;
4 incisivos laterais —2 superiores e 2 inferiores;
4 caninos —2 superiores e 2 inferiores;
20 molares, sendo:
4 primeiros pré-molares —2 superiores e 2 inferiores;
4 segundos pré-molares -2 superiores e 2 inferiores;
4 primeiros grandes-molares -2 superiores e 2 inferiores;
4 segundos grandes-molares -2 superiores e 2 inferiores;
4 terceiros grandes-molares, também conhecidos como CIZO, sendo 2 superiores e 2
inferiores.

Função dos Dentes


Os incisivos _ Servem para apreensão e corte dos alimentos.
Os caninos _ Servem para dilacerar, rasgar e perfurar.
Os molares _ Servem para triturar e moer os alimentos.

Na 1ª dentição (chamada dentes de leite) a criança tem somente 20 (vinte) dentes, faltando-lhe
os grandes-molares.

Anomalias dos Dentes


A dentadura humana apresenta em certos indivíduos, uma anomalia digna de nota, a qual não
deve em absoluto, ser desconhecida nem desprezada pelo identificador; o PROGNATISMO. Esta
anomalia consiste num acentuado desvio dos maxilares que projetam os dentes para a parte externa
da boca.
- PROGNATISMO pode ser:
SUPERIOR
INFERIOR
DUPLO

É uma anomalia congenita e deve constar obrigatoriamente nas fichas de identidade.

Particularidades dos Dentes

Como particularidades dos dentes, o identificador deve anotar:


- Muitos altos
- Unidos
- Separados
- Tortos
- Falta completa dos incisivos
- Uso de dentadura.
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Mento - Identificar as particularidades mento.
- Analisar a morfologia do mento.

Mento

Exame Descritivo, Formas e Particularidades


A Região Mentoniana, vulgarmente chamada de QUEIXO, é constituída pela parte
proeminente e antenor, fixada no maxilar infenor.
Como uma das partes complementares da identificação, o mento apresenta variedades
formais, que devem ser estudadas sob os seguintes aspectos:

1_ INCLINAÇÃO OU PROJEÇÃO;
2_ ALTURA;
3_ LARGURA;
4_ CARÁTER FORMAL; e
5_ PARTICULARIDADES.

Quanto a inclinação, examinando em seu perfil, pela linha de obliqüidade, partindo do bordo
do lábio inferior e em direção ântero-posterior, o mento pode ser: VERTICAL (fig. 2), FUGITIVO
(fig. 3) ou SALIENTE (fig. 4).
Quanto a altura, apreciada da linha bucal até a base do mento, pode ser classificada em:
ALTO (fig. 2) e BAIXO (fig. 5), observadas as letras A B fig. 1. —

Quanto a largura, pode dar lugar a série: Mento PEQUENO ou PONTUDO (fig. 6) e
GRANDE ou LARGO (fig. 7).
Quanto ao caráter formal, isto é, a sua forma, o mento pode ser: LISO ou PLANO (fig. 6) e
REDONDO ou RETUNDO (fig. 5). E preciso, porém, ter em vista que o que dá esta última feição
ao mento não é a linha de projeção acentuada do maxilar, característica do queixo saliente, mas
exclusivamente a abundância de tecido camoso que o reveste, formando uma eminência
arredondada à feição de polpa.
Como particularidades (examinando de frente) anota-se: mento em SULCO (fig. 8), mento
em CO VINHA CIRCULAR (fig. 9) ou mento BILOBADO (fig. 10).

Mento - Resumo

Vertical (fig. 2)
INCLINAÇÃO........................................................................... Fugitivo (fig. 3)
Saliente (fig. 4)

Alto(fig.2)
ALTURA(A- B fig. 1)..............................................................
Baixo (fig. 5)

LARGURA................................................................................. Pequeno (fig. 6)


Grande (fig. 7)

FORMA...................................................................................... Liso(fig. 6)
. Redondo ou retundo (fig. 5)

Em covinha circular (fig. 9)


PARTICULARIDADES............................................................ Em sulco (fig. 8)
Bilobado (2 lóbolos – fig.10)
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Orelha - Realizar o exame descritivo da orelha.
- Descrever a divisão do pavilhão auricular.

Orelha
1 - FOSSA TRIANGULAR
2 - ESCAFA
3 - TRAGUS
4 - AMTITRAGUS
5 - CHANFRADURA INTERTRÁGICA
6 - HÉLIX
7 - ANTI-HÉL1X
8 - CIMBA
9 - CAVUM
10- LÓBULO

O pavilhão da orelha é formado por uma dobra de pele, mantida em posição mediante uma
lamela cartilagínea, em torno do meato acústico externo. E um órgão rudimentar e como tal sujeito a
grandes variações individuais.
A espécie de debrum em relevo que circunda a orelha, denomina-se HELIX; em conjunto,
desenha a hélix como que um ponto de interrogação revirado, termina em depressão, que é a concha
da orelha. A porção da concha que fica acima da terminação da hélix, recebe o nome de CIMBA, a
que fica abaixo o de CAVUM. Imediatamente para diante do cavum, encontra-se o orifício do
conduto auditivo externo.
Inscrito na hélix, depara-se com um segundo relevo, a anti-hélix, que se bifurca
superiormente, delimitando a chamada FOSSA TRINGULAR. Entre a hélix e a anti-hélix, na borda
livre da orelha, assinala-se um sulco mais ou menos profundo, denominado de ESCAFA ou FOSSA
NAVICULAR.
A porção inferior da orelha, a que é de uso perfurar-se, tem o nome de LÓBULO. Acima
deste fica a CHANFRADURA INTERTRÁGICA.
Nos animais, o pavilhão da orelha funciona como trombeta acústica. No homem, como órgãos
rudimentar, é antes um aparelho de proteção do meato acústico externo. As diferenças no pavilhão
da orelha, de um para outro indivíduo, decorrem da forma e das curvaturas da cartilagem, que
também é responsável pela orientação do mesmo pavilhão, conquanto nem todos os relevos da
cartilagem se imprimam em seu revestimento cutâneo. De resto, o pavilhão da orelha cutâneo já se
acha formado no início do 3º mês de vida intra-uterina, antes do aparecimento da cartilagem de
sustentação.
Se do ponto de iserção superior da orelha, for tirada uma reta à extremidade superior e
posterior do antitrágus, divide-se o pavilhão da orelha em dois segmentos, um póstero-superior e
outro antero-inferior. O segmento antero-inferior ou porção básica do pavilhão compreende a parte
inicial da hélíx e da anti-hélix, o tragus e o antitragus e o lóbulo da orelha. O segmento póstero-
superior ou região apical da orelha, correspondendo a parte livre do pavilhão é justamente a mais
variável em seu aspecto morfológico, não somente no homem deve ser considerado de fato órgão
rudimentar, por isso que sofre um processo de involução em seu desenvolvimento ontogenético.
Mostra a Embriologia, que em dado momento passa ele por uma fase que é definitiva em certos
símios, mas a involução prossegue e consiste essencialmente do enrolamento da hélix com projeção
para fora da anti-hélix e no alongamento da linha de iserção da orelha com redução correspondente
do pavilhão, que será tanto mais móvel quanto mais extensa for a referida linha.
Em conseqüência desse processo de involução, não apresenta o pavilhão um dispositivo a que
se possa chamar com propriedade ápice ou ponta da orelha. Entretanto, não terá passado
despercebido a muitos observadores uma espécie de saliência que se encontra ora na borda livre da
orelha, em sua porção superior, ora na hélix ainda, mas voltada para a fossa navicular: é o
TUBÉRCULO DE DARWIN, na realidade o vestígio da autêntica porta da orelha.
Nota: Nas figuras seguintes, serão apresentados os diversos tipos de orelhas encontrados nos
homens.
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Sobrancelhas - Analisar a morfologia das sobrancelhas
- Idt as particularidades das sobrancelhas.

Sobrancelhas

Exame Descritivo
O exame das sobrancelhas deve ser feito de frente e em ambas. Analisaremos inicialmente a
sua composição.
As sobrancelhas são compostas de:

1 _ Cabeça ou ponta interna (letra A da fig. 1)


2 _ Corpo ou parte intermediária (letras B da fig. 1)
3 _ Cauda ou ponta externa (letras C da fig. 1)

A cabeça ou ponta interna da sobrancelha se limita com a raiz nasal, onde geralmente é
volumosa (A – A da fig. 1).
O corpo ou parte intermediária da sobrancelha, é a parte do centro, compreendida entre a
cabeça e a cauda (B – B da fig. 1).
A cauda ou ponta externa da sobrancelha, é a parte que se prolonga até as têmporas (C – C da
fig. 1).

A análise das sobrancelhas deve ser feita tendo em vista as suas características, que são as seguintes:

1_ IMPLANTAÇÃO
2_ DIREÇÃO
3_ FORMA GERAL
4_ DIMENSÃO (comprimento e largura)
5_ ABUNDÂNCLA ou ESPESSURA
6_ PARTICULARIDADES

Quanto a sua implantação o exame tem em vista:


a) A relação de aproximação das cabeças das sobrancelhas;
b) A maior ou menor elevação do corpo das sobrancelhas em relação ao globo ocular.

Quanto a sua direção:


a) Oblíqua interna, quando a cabeça da sobrancelha é baixa, tocando na raiz nasal;
b) Oblíqua externa, quando a cabeça da sobrancelha é dirigida para cima.

Quanto a sua forma geral:


a) Retilínea, quando descreve uma linha horizontal;
b) Arqueada, quando se assemelha a um arco;
c) Sinuosa, quando descreve uma curva irregular.
Quanto a sua dimensão:
a)Curta;
b)Longa;

Quanto a sua abundância ou espessura:


a) Imperceptível;
b) Normais;
c) Depiladas ou fracionadas;
d)Abundantes.

Quanto as suas particularidades:


a)Crespas ou eriçadas;
b)Ralas;
c)Escovas, com os pêlos voltados para cima.

Obs.: Quando do exame das sobrancelhas, o identificador deve observar as variedades de cor,
para isso, usa a notação cromática do sistema piloso.

Sobrancelhas Resumo

Unidas (fig. 2)
Separadas (fig. 3)
IMPLANTAÇÃO.............................................................................
Altas (fig. 4)
Baixas (fig. 5)

Oblíqua externa (fig. 6)


LINHA E DIREÇÃO.......................................................................
Oblíqua interna (fig. 7)

Retilínea (fig. 8)
FORMA GERAL............................................................................. Arqueada (fig. 9)
Sinuosa (fig. 10)

Curtas (fig. 3, 5, e 11)


Comprimento............................................
Longas (fig. 2,6,7,8,9, l0 e 13)
DIMENSÃO

Largura..................................................... Estreitas ( fig. 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11)


Largas ( fig. 2, 4, 12 e 13)

Imperceptíveis (fig. 14)


Fracionadas ou depiladas (fig. 15)
ESPESSURA................................................................................... Abundantes (fig. 2, 4, 12 e 13)
Normais (fig. 3, 5, 6, 7, 9, 10 e 11)

Crespas (fig 2 e 12)


PARTICULA-IDADES.................................................................... Ralas (fig. 6 e 8)
Escova (pêlos voltados para cima – fig 13
ASSUNTO: OBJETIVO:
- Anomalias do Corpo Humano - Identificar possíveis anomalias que podem ser
encontradas no Corpo Humano.

Anomalias do Corpo Humano

Deformações e Anomalias que Interessam à Identificação


Veremos agora, algumas deformações, anomalias que podem aparecer em alguns indivíduos,
não citados nos capítulos anteriores e que por sua importância à identificação.

Glaucoma
Moléstia dos olhos que consiste em grande enfraquecimento da vista, deformação da pupila e
cor esverdeada no fundo do olho.
No princípio os doentes vêem os objetos como se estivessem cercados por nevoeiro, pouco a
pouco a vista turva-se e a visão desaparece.
Sobrevêm dores no interior do olho e aumenta da secreção de humor híalóide. Apalpando o
olho através da pálpebra superior, verifica-se que a sua dureza aumentou a ponto de se a comparar a
uma bola de mármore Este fenômeno característico mostra a verdadeira natureza da moléstia que é
devida à secreção exagerada do humor hialóide Examinando o interior do olho com o
oftalmoscópio, acha-se na pupila do nervo ótico uma escavação devida a compressão feita pelo
humor.

Cerra das Pálpebras


Tumor duro, circunscrito, desigual, cercado de veias varicosas.

Paralisia das Pálpebras

Resulta da paralisia do nervo motor ocular comum. E caracterizada pelo abaixamento da


pálpebra, estrabismo externo (divergente), dilatação da pupila e vista dupla.

Esclerotite

Inflamação da esclerótica. É caracterizada por uma mancha avermelhada sobre a esclerótica.

Retinite
Inflamação da retina. A retina é a mais anterior das membranas do olho. Membrana nervosa,
delgada, meio transparente, colocada entre o corpo vítreo e a coróide. É o órgão essencial da
percepção luminosa. Quando inflama, a retina perde a transparência, examinada com o
oftalmoscópio, apresenta chapas esbranquiçadas ou pontos de distância. A causa da retinite é,
ordinariamente, um estado patológico que acomete todo o organismo (diabetes, albuminúria,
debilidade geral). É caracterizada pela cor viva no fundo da órbita, fotofobia interna, espectros
luminosos coloridos de vermelho, verde ou amarelo, vista curta.

Caruncula Lacrimal
Pequeno tumor na margem livre das pálpebras, do tamanho de um grão de milho ou de feijão,
transparente ou avermelhado, pouco móvel ou imóvel, duro, indolente. Resulta da hipertrofia de
uma glândula da conjuntiva.

Fístula Lacrimal
Abertura de um saco lacrimal pela qual se derramam pelo rosto as lágrimas em vez de
seguirem as vias naturais. Começa com um tumor no ângulo interno do olho. O tumor abre-se e
fornece, a princípio pus, e depois um líquido mucoso-purulento misturado com lágrimas. A fístula
lacrimal é devida, no maior número de casos, à inflamação do canal das vias lacrimais, que produz
um estreitamento ou obliteração do canal lácrimo-nasal.
Albugem ou Belida da Córnea
As belidas ou manchas da córnea transparente são efeitos de um derramamento de abcesso de
uma ferida. São superficiais, médias ou profundas. As primeiras compreendem o nefélio à névoa.

As segundas constituem o albugem. As terceiras, as profundas, tem o nome de LEUCOMA. As


belidas superficiais curam-se com facilidade, as outras são muitas vezes incuráveis.

Entrópio
É o viramento da pálpebra para dentro, donde resulta que os cabelos da pestana se voltem
contra o olho e produzem dor e inflamação. Este estado depende ordinariamente da retração da
conjuntiva palpebral, conseqüência de conjuntivites crônicas

Ectrópion
É o viramento de uma das pálpebras para fora e principalmente da inferior. É ocasionado pelo
aumento de volume da cojuntiva devido à inflamação crônica ou é produzido por cicatrizes, quando
uma porção da pálpebra foi destruída por ferida, queimadura, ulceração, varíola, etc. A cicatriz
consecutiva a estas lesões atrai para fora a margem livre da pálpebra e daí, sobrevem o
ECTROPION.

Queda da Pálpebra ou Blefaroptose


É o abaixamento da pálpebra superior, devido a inchação do tecido celular subcutâneo ou a
paralisia do músculo que fecha e abre a pálpebra (não confundir com procidência).

Lupo
Tubérculo lívido, indolente, solidário ou em grupo que aparece sobretudo no rosto e no nariz,
seguidos de úlceras corrosivas ou de alteração da pele sem ulceração.

Lipoma
Tumor formado pela hipertrofia do tecido célulo-gorduroso. Ordinariamente é de volume que
varia do de uma avelã ao de um ovo e as vezes muito maior. É constituído por um envoltório
celuloso, unido levemente aos tecidos vizinhos e que enviam pela face interna prolongamentos que
se cruzam reciprocamente e formam compartimentos de diversos tamanhos cheios de substâncias
gordurosas, amarela e mole. Quando essa substância se aproxima do sebo pela cor e consistência, o
tumor toma o nome de ESTRATOMA. Os lipomas e os estratomas forma-se de ordinário na nuca e
sobre as regiões laterais do pescoço, etc, as vezes existem nos interstícios dos músculos, e, nesse
caso, são profundos.

Cianose
Na sua acepção mais larga, esta palavra designa a coloração azul da pele, que se observa na
cólera e outras afecções das quais há estagnação de sangue nos vasos capilares. É um sintoma
passageiro, mas existe uma moléstia contínua, a qual se dá mais especialmente o nome de
CIANOSE AZUL. Resulta dos vícios de conformação que permitem a mistura de sangue negro com
sangue vermelho. Os vícios de conformação podem ter lugar no coração ou na origem das veias e
das artérias.
De todas as anomalias cardíacas que produzem a cianose, a comunicação das duas aurículas é
a mais freqüente. A cianose desenvolve-se ordinariamente logo depois do nascimento, outras vezes
algumas semanas, alguns meses ou mesmos anos depois.

Paralisia
Perda absoluta ou diminuição da sensibilidade e do movimento. Pode ser GERAL ou
PARCIAL. Chama-se HEMIPLEGIA quando ocupa um lado do corpo. PARAPLEGIA quando
afeta a metade inferior do corpo.
As paralisias são sintomas de alguma lesão do cérebro, na medula espinhal ou dos nervos, mas
as vezes resultam de simples perturbações das funções nervosas, sem lesões apreciáveis de nenhum
órgão, estas são as verdadeiras neuroses.
A hemiplegia é ordinariamente um sinal de qualquer lesão do hemisférico oposto. A paraplegia
anuncia ordinariamente a existência de alguma moléstia na medula espinhal.
Hemiplegia Parcial ou Paralisia do Rosto
É devido à paralisia do nervo facial. Conhece-se pela imobilidade e insensibilidade do lado
correspondente ao rosto. A sobrancelha é imóvel, a testa do lado paralisado sem rugas, o olho aberto
sem poder fechar-se, a boca desviada do lado oposto, dificultando pronunciar as letras “Q”, “U”,
“B” e “F”. A paralisia pode ser dupla, não há então falta de simetria entre os dois lados do rosto,
mas só o desaparecimento das rugas naso-labiais e das rugas da testa. A imobilidade do rosto dá à
fisionomia, uma aparência característica, parece que o doente tem uma máscara sobre o rosto.

Bócio
Tumor no pescoço, que consiste no desenvolvimento anormal da glândula tireóide.

Fístulas
Úlcera em forma de canal estreito, profundo, mais ou menos sinuoso, que sempre mareja
matéria e que é entretida pelo estado mórbido local ou pela presença de corpo estranho.

Pé Torto
Desvio do pé, no qual a planta não pode apoiar-se inteiramente sobre um plano horizontal.
Distinguem-se quatro principais variações, a saber:
PÉ VARO: O pé sobre a margem externa. A planta está voltada para dentro. É o desvio mais
comum.
PÉ EQUINO: Também chamado Pé de Cavalo. O pé está na extensão forçada, toca no solo
pelos dedos ou pela extremidade dos metatarsos. A planta está voltada para trás.
PÉ VALGO: É o desvio oposto ao Pé Varo. O pé descansa sobre a margem interna. A planta
está virada para fora.
PÉ TALO: Do latim TALUS, calcanhar. Desvio oposto do Pé Eqüino. O pé apoia-se sobre o
calcanhar.

Calva Tinhosa
São áreas na cabeça, despida de cabelo, brancas, lisas, suborbiculares e lavrantes, também
conhecidas coma Pelada, tinha pelante ou descalvante.
-

Quando se ver o cabelo cair em diferentes pontos da cabeça sem nenhuma moléstia e deixar a
pele lisa e brilhante, estes estado constitui a PELADA. Esta enfermidade é produzida por um
vegetal parasita, de umidade externa, visível por meio de microscópio que se desenvolve no
folículo, isto é, na glândula que dá nascimento ao cabelo. Este vegetal penetra no cabelo, cresce com
ele e, uma vez chegado a dois ou três milímetros, acima da epiderme, ocasiona a ruptura do mesmo
e produz a calvície.
Gibosidade
Também chamada de CORCUNDA, é a curvatura da coluna vertebral com saliências exterior
(Giba, corcova, corcunda, cifóse).
*BIBLIOGRAFIA*

IDENTIFICAÇÃO E DATILOSCOPIA- 1ª EDIÇÃO/1981 - Serviço de Identificação do Exército

NOVO TRATAMENTO MÉDICO DA FAMÍLIA – 2º VOLUME, Dr Marcelo A. Hammmerly

A ENERGIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES - lº VOLUME, 8ª Série Química e Física -


Napoleão&Odair (algumas gravuras)

CIÊNCIAS SAÚDE — ECOLOGIA — 4º VOLUME


Química e Física — Renato Zeinum

REVISÃO:

Sgt Com CARLOS JUAREZ BEZERRA – EsIE (Instrutor do C Esp S/62, em 1999)

CAPA:

Sgt Inf MARCO AURELIO DA SILVA TROVISCO (Instrutor do C Esp S/62, 97/99)

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