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JUSTIFICATIVA

Em 1925, Adolf Hitler já tinha planejado construir um enorme museu, o Führermuseum, na


cidade austríaca de Linz, bem próximo a sua cidade-natal de Braunau, utilizando acervos
furtados ou roubados de vários países invadidos pela Alemanha nazista. Dentre esses
bens culturais, estão milhares de objetos e obras de arte roubados de prisioneiros judeus,
um povo famoso por seus investimentos em arte. A grande parte desses bens foi vendida
a museus e a colecionadores particulares durante e depois da Guerra. Um único leiloeiro
em Munique, Julius Böhler, transacionou 40.000 obras de arte provenientes de agentes
do Terceiro Reich, entre 1933 e 1945. Herdeiros dos proprietários originais ainda buscam
reaver suas propriedades e coleções. Qual deveria ser a ação do museólogo ao deparar-
se com esses bens? Por que devolver um acervo? Esse projeto visa analisar e tentar
descobrir as instâncias envolvidas nas negociações para devolução de acervos,
ampliando inclusive o tema, no momento em que é discutida a legitimidades de museus e
galerias no ato de manipular, guardar e expor objetos de procedência de espólio de
guerra.

METODOLOGIA

A pesquisa será realizada por meio de coleta de dados, em fontes como arquivos em
bibliotecas virtuais (documentos textuais e fotográficos além da busca videográfica).
Como recurso para obtenção de respostas, utilizar-se-á essa análise documental
(biografias, pesquisas já finalizadas, documentários em vídeo).

Quanto aos objetivos, buscar-se-á descobrir a potência exercida pelas coleções e pelo
patrimônio material no tocante a sua relação de afeto e de memória com seus
proprietários. No momento em que ocorre uma abrupta ruptura nesta relação - confiscos -
quais as forças que continuam atuando? Entender a importância ou não da devolução de
objetos de arte furtados, que encontram-se em posse de museus e/ou colecionadores
particulares.

O público alvo da pesquisa são prisioneiros judeus durante a Segunda Guerra Mundial,
cujas propriedades e bens materiais, incluindo vasta quantidade de obras de arte, foram
furtados pelo regime nazista.
Principais pontos para a análise do conteúdo: razões intrínsecas para o confisco/pilhagem
e sua psicologia; a espoliação como instrumento jurídico de exclusão social/política; a
dinâmica da devolução; a negociação entre as partes; a responsabilidade e conduta do
museólogo diante destes acervos.

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