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INTRODUÇÃO
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Doutorando em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás; Mestre em Letras e Linguística
pela Universidade Federal de Goiás; Realiza pesquisas na área de Estudos Literários, com foco no estudo
de mulheres e misoginia nos Estudos Literários e na Arte.
Entre outras palavras, será criada uma peça que contará com a dramatização da
obra poética, com ator recitando essa poesia como dramaturgia cênica, tentando
transmitir um ou mais sentidos para o público que irá assistir.
No poema há muitas relações sociais envolvidas, bem como imagens de
medo, ansiedade angústia e confusão, com as quais o público pode se identificar, afinal
o texto é aberto para que possa ser interpretado, o objetivo é cultivar a amostra cênica
na poesia escolhida por meio de trocas de expectativa e com a imaginação do público.
As duas composições falam de uma mesma sensação que afeta a sociedade
independente de qual idade, que e “o medo” essas relações e a insegurança, as emoções,
a timidez, a angustia, o amor, o ódio, a gente pode ter medo de várias coisas e são essas
emoções que será compartilhada com o público através da poesia encenada com os
instrumentos cênicos e a dramatização através da fala, dança e música.
Sendo assim, este artigo tem uma proposta que é a combinação entre poesia e o
teatro, logo possui uma grande relevância, tanto para o meio acadêmico, quanto para o
público em geral. A importância dessa proposta se estende também em levar esse tipo
de poesia, centrada na comunicação das emoções, aos palcos de forma teatralizada, para
que o público se identifique com a poesia encenada.
Como foi dito, o objetivo principal deste trabalho é produzir um espetáculo
teatral que permitam expressão, comunicação e emoções. Para tanto, foi realizada
pesquisa bibliográfica entre os meses de fevereiro a outubro de 2021.O levantamento
dessas fontes bibliográficas foi feito a partir de textos indicados pelo orientador e
também lidos no decorrer do curso de Produção Cênica, são leituras e pesquisas gerais
sobre poesia, teatro e dramaturgia. Além disso, foram pesquisados materiais sobre
poetas e escritores poéticos e dramaturgos da literatura em geral. Em Goiás busquei o
grupo relacionado a escritos poéticos como, Goiânia Clandestina (coletivos), que fazem
a produção e leitura de poemas utilizando as artes cênica.
Por fim, o artigo está estruturado em duas partes, a primeira apresenta o
Referencial Teórico, trazemos as ideias e conceitos a respeito da origem dos gêneros
literários Lírico, Épico e Dramático, além de considerações sobre a relação poesia e
teatro e suas respectivas funções na arte; em seguida, abordamos aspectos pertinentes à
Pré-produção do espetáculo proposto, como equipe de trabalho, elementos cênicos,
entre outras informações pertinentes.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A base teórica deste estudo está alicerçada a partir dos estudos de Aristóteles
(1997), Octávio Paz 1982), Bosi (2003) e Cavalcanti (2014) a respeito da poesia;
Fernando Peixoto (1980), Ortega Gasset (1991) e Sabato Magaldi (1994) sobre teatro;
entre outros autores que discutem a relação entre poesia e teatro.
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Explicar
Ainda segundo, José Ortega y Gasset (1991), não é possível separar da palavra
teatro a ideia de visão. Ler literatura dramática não abrange tudo o que está relacionado
a essa arte. É, no teatro, indispensável que o público veja algo, no caso o ator, que
define a especificidade do teatro. Seja no teatro dramático representado ou declamado,
há três elementos essenciais: o ator, o texto e o público. Logo, para esse autor, não há
teatralidade sem essa tríade.
Chegamos a um ponto chave para este trabalho, sobre a tríade acima citada, é
importante destacar a importância do texto na representação4, visto que a proposta desta
pesquisa é aliar poesia lírica e teatro, criar uma encenação a partir de um texto poético.
E essa não é uma ideia nova, já que no início da literatura portuguesa, a poesia era para
ser falada, cantada, não existia uma relação exclusiva da leitura. Essas cantigas, como
eram chamadas, tratavam de temas líricos ou satíricos e eram apresentadas em feiras
livres e espaços, as cantigas se perpetuaram durante a idade média, com os menestréis,
indivíduos que executavam (cantavam e tocavam) essas composições (CANDIDO,
2017).
De acordo Felipe Cândido (2017) apesar de o teatro e a poesia serem duas artes
aparentemente distintas, elas são mais próximas do que se pode imaginar, para
confirmar, ele lembra que um dos clássicos de William Shakespeare, Romeu e Julieta,
seria baseado em um poema do autor inglês Arthur Brooke, publicado em 1562. Quando
chegou aos palcos, recebendo outras personagens, tramas e ajustes na dramaturgia que a
consolidariam como uma das peças mais importantes da história do teatro.
Voltando às ideias de Gasset (1991) sobre a importância do texto e do ator, a
representação é algo tão importante para o fenômeno do teatral, nela o ator busca
interpretar o texto para o público, porque essa é a função de o teatro existir; o público
precisa ver, ouvir e sentir as emoções do próprio ator no palco.
Esse ator precisa ter uma presença física que defina a dramaturgia, usar bem o
espaço do palco e fazer dele um ambiente propício ao cenário da peça, conjugando
cenografia, iluminação e, principalmente, levando em conta os outros elementos
básicos: público e texto. Assim, através da palavra, o ator busca comunicar-se com o
público, no entanto, mímica, gestos, postura, movimento, expressão e olhar podem
substitui-la durante a apresentação.
Segundo Gasset (1991), o teatro pode recorrer também a elementos musicais em
cena. Seja através da voz do próprio ator, de um coro ou uma trilha sonora
cuidadosamente escolhida.
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O teatro pode ser considerado uma síntese de elementos artísticos, mas não de
artes. Para a construção de um cenário, por exemplo, utilizam-se alguns dados da
arquitetura e da pintura, mas o teatro não se fixa numa ou noutra arte ele cria a sua
própria especificidade, movimentando-se livremente, chegando a soluções distintas
(GASSET, 1991). Uma dessas soluções seria a encenação e representação de textos
poéticos nos palcos do teatro, criando uma dramatização que possa gerar possibilidades
de espetáculos e aceitação do público.
O teatro é, por excelência, presença e potência de visão, dessa forma Gasset
(1991) questiona se o próprio teatro não é uma ilusão de ótica, ou seja, o que o público
vê no palco não é um rio, não é uma árvore e não é aquela personagem famosa de
Shakespeare, por exemplo, e sim um desenho, uma mancha e mulher qualquer. O certo
é que toda essa dramaturgia, quando bem construída, proporciona a tal ilusão e o ator
com o personagem que representa, não está em cena apenas para ele próprio, mas
principalmente para representar o público, suas sensações e emoções.
O próprio Gasset (1991) afirma que a natureza de um ator consiste em negar a
sua própria realidade e substituí-la pela “realidade” da personagem que representa. O
autor traz o termo “re-presentar”. Assim a presença do ator serve não para ele presentar-
se, mas para presentear o outro ser distinto dele, o público.
Já conforme Fernando Peixoto (1980), o teatro tem sido o objeto de várias
considerações, entretanto, a maioria dos estudiosos do ramo destacam que desde cedo
desperta no homem um espírito lúdico, surge então a ânsia de “ser outro”, de disfarçar-
se e representar-se a si mesmo ou aos outros.
Deixando de lado, momentaneamente, público e ator, sublinhamos a importância
do texto, da palavra que, como foi dito, tem uma grande importância na tríade teatral,
segundo Gasset (1991). O texto numa peça teatral tem uma função de orientar quem
participa do espetáculo e também, de certa forma, guia os expectadores. De modo mais
específico, muitas vezes, um texto original assume a forma de um roteiro, este sim
conduz a criação e a execução do espetáculo. Normalmente a transposição para o texto
teatral vem de um texto em prosa, como um conto ou romance, e, se vem da poesia,
procede da poesia narrativa, como provavelmente aconteceu com Romeu e Julieta,
Shakespeare, e ocorreu com Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Uma
peça teatral vinda da poesia lírica não é algo tão recorrente, segundo Felipe Candido
(2017) a roteirização de uma poesia que não seja narrativa parte da colagem de versos e
de um mergulho da individuação do próprio poeta, para isso ele cita exemplos dos
espetáculos “Drummond”, que se refere a versos de Carlos Drummond de Andrade e
“Para desaprender as coisas”, baseado nos poemas de Manoel de Barros.
Paula (2019) afirma que a poesia transmite uma mensagem que desperta
sensações e emoções nas pessoas que apreciam tanto a própria poesia quanto a arte
teatral. O texto poético encenado tende a encantar a plateia, pois trabalha mais
intensamente a sensibilidade. Nesse sentido, acreditamos na interligação do teatro e da
poesia que faz com que caminhem juntas, justamente por serem duas formas de
expressões artísticas.
3 PRÉ-PRODUÇÃO
Galeria com 7 fotos em O Filtro. Integrantes da companhia de dança israelense Batsheva ensaiam para
apresentação da obra 'Last Work', dirigida por Ohad Naharin, em teatro em Jerusalém.
A iluminação no espetáculo tem que ser bem pensada para chamar o público que está
assistindo, por meio das cores (preta, azul e branco) que representam e simbolizam o
imaginário da proposta poética idealizada.
O ser humano conseguiu aprimorar um elemento que caminha ao lado e interage
com o conjunto cenográfico: a iluminação cênica. É ela que cria a atmosfera dramática,
sugere ambientações cenográficas realísticas ou de fantasia, transforma o espaço
cenográfico e estimula os sentidos do espectador. (SILVA & SANTOS, Ano).
Haverá ainda elementos de projeção, que serão usados no fundo do cenário.
3.3.3 Cenografia
O cenário será composto por uma mesa pequena, uma cadeira e papéis com
escritos no palco, ou nas paredes. Os objetos cênicos que comporão o cenário: cadeira,
ou sofá, uma mesa pequena com livros, caneta e papel em cima, buscando representar
um poeta que e o que vai esta narrando e atriz que vai interpretar junto com o narrador.
Pretende-se trabalhar a cenografia de uma forma que chame a atenção do espectador
para a história, a poesia citada, pois a cenografia conta muito com a linguagem cênica.
A cenografia é um elemento importante da teatralidade contemporânea, não apenas pelo
seu estudo dos múltiplos espaços, mas também pela a construção de uma linguagem
visual comunicativa. A cenografia, ou seja, a escrita da “CENA TEATRAL” é
habilidade de construir através de elementos cenográficos uma linguagem visual capaz
de transmitir certa mensagem. (Apostila de Iluminação Cênica e Cenografia. Autor:
Prof. Me. Allan Lourenço da Silva. Supervisão técnico-pedagógica - Prof. Luis
Guilherme Barbosa dos Santos)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BOSI, Alfredo. “Entrevista a Rinaldo Gama: Poesia como resposta à opressão”. In:
Revista FAPESP, ed. 87. São Paulo, maio de 2003.
CAVALCANTI, Luciano Marcos Dias. Poesia, o que é para que serve? Recorte –
revista eletrônica. Vol. 11, n. 1, junho, 2014.
PAZ, Octavio. O arco e a lira. Trad. Olga Svary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982
PEIXOTO, Fernando. O que é teatro. Editora Brasiliense: Brasília, 1980.
RENATA, Pallottini. Introdução a dramaturgia. São Paulo: Editora Ática S.A, 1988.
SILVA, SANTOS
VALÉRY, Luciano Marcos Dias. Poesia, o que é para que serve? Recorte – revista
eletrônica. Vol. 11, n. 1, junho, 2014. (1999)
1ª parte
2ª parte
3ª parte
>INICIO >
O medo (Carlos Drummond de Andrade, 100 anos: 1902-200)
Está na Obra do livro Poemas de A rosa do povo 1945.
Um pedaço da poesia de Drummond.
Fiz esse texto para falar do medo, e ao mesmo tempo da ansiedade , insegurança que e
seguida dele. Sentir medo faz parte da vida de muita gente, O medo nos paralisa, ativa
o nosso organismo para que rapidamente possamos monitorar o ambiente que nos rodeia
daí vem a procura de algo que nem sabemos direito o que queremos, ai vem a ansiedade
nos consumir e não nos deixar fazer nada, simplesmente nada sabe!
E pensei: como conseguir passar esta mensagem para muitas pessoas que passam por
isso dia a dia? De uma forma Poética, dramatizada, talvez você consiga ser ver no texto
dramatizado, então sinta-se livre para interpretar o texto como ele chegou até você. O
que posso dizer é que escrevi este texto pra você interpretar o que você ver, na imagem
há muitas relações sociais envolvidas, como nas imagens de medo, ansiedade, a obra é
aberta e a importância da interpretação do leitor é valiosíssima, uma das minhas maiores
alegrias é descobrir uma interpretação nova do texto, conforme a visão de mundo
daquele que leu. Então, sinta-se livre para dar vazão ao que o texto, mas lhe instigou ou
emocionou, a ideia e aberta como disse, para sua imaginação e a do público também
Este escrito foi feito por Daniela Nunes de Almeida, natural de Imperatriz -ma
residente em Goiânia-Go, a poesia foi selecionada para publicação no livro Poesia Livre
2021, seleção Poesia Brasileira, Vivara Editora Nacional, estudante de Produção Cênica
na Escola do Estado de Goiás em Artes Basileu França - EFGABF, estudei técnicas de
Composição da UFG 2017, e teoria Musical na escola de artes Gustavo Ritter
2015/2016.
A poesia foi editada por mim e fiz um recorte com outra composição musical minha que
relata sobre medos e ansiedade, e juntei as duas para que fosse feito o roteiro.
A peça chama” Você tem medo de que?
Será feito recorte (roteiro da peça separado por cada ator) Atriz, narrador, 2 ou 4
dançarinos.
MEIO>
FIM Toca Música instrumental com alguns escritos poéticos, caindo sobre o palco, e
telão com nome de autores grandes da poesia,
(Carlos Drummond, Cora Coralina, Vinicius de Morae, Cecília Meireles, Manuel
Bandeira, Mário Quintana, Ferreira Gullar, João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado,
Fernando Pessoa, Machado de Assis,
A personagem que dramatiza a poesia e uma jovem estudante, que gosta de dança e
artes, uma ex bailarina que deixou de seguir sua carreira por medo e insegurança e por
fatores pessoais que acabou afetando seus sonhos. Mas ela quer da a volta por cima e
vencer este medo.