UFCD_10649
761175 - Técnico/a de
Ação Educativa
25 horas
Fundamentos de pedagogia UFCD 10649
Índice
Teorias da aprendizagem........................................................................................................................................................... 9
Comportamentalista.................................................................................................................................................................... 9
Cognitivista................................................................................................................................................................................... 11
Construtivista............................................................................................................................................................................... 15
Frö ebel............................................................................................................................................................................................ 18
Montessori.................................................................................................................................................................................... 21
Decroly............................................................................................................................................................................................ 34
Freinet............................................................................................................................................................................................. 36
Piaget............................................................................................................................................................................................... 42
Objetivos:
Conteú dos:
Teorias da aprendizagem
Comportamentalista
Cognitivista
Construtivista
Frö ebel
Biografia
Montessori
Decroly
Importâ ncia atribuída por Decroly ao desenvolvimento infantil e ao cará ter global da
atividade da criança
Freinet
Piaget
Está dios de desenvolvimento segundo Piaget: está dio sensó rio-motor; está dio pré-
operató rio; está dio operató rio concreto; está dio operató rio formal
Modelo Sistémico
Emissor - Professor
Mensagem - Curso
Canal - Media
Receptor - Estudante
Processamento da Informaçã o
Construtivismo
Modelo de Cooperativa
Competitivo Competitivo
Aprendizagem Colaborativa
Como promover uma utilizaçã o adequada da Internet como repositó rio de informaçã o
que estimule a aprendizagem e o conhecimento?
O sistema tecnológico tem de ser capaz de atender à especificidade de cada aluno, ao seu
ritmo, capacidades e dificuldades.
Sabemos que nem todos aprendemos da mesma forma, desde logo, pela resultante de
diferentes trajectó rias, experiências pessoais e conhecimentos adquiridos. Mas também
enquadrados por diferentes motivaçõ es e condicionados por barreiras psicoló gicas diversas
que eventualmente provocam baixos níveis de auto-estima, ou de autoconfiança: medo do
desconhecido, do ridículo, do fracasso. A capacidade de motivaçã o ganha assim uma
importâ ncia vital no contexto educativo e em particular na educaçã o a distâ ncia com a
mediaçã o por tecnologia. As ciências da educação apresentam 7 factores sistémicos
determinantes da aprendizagem de onde se destaca a motivaçã o: motivaçã o, interesses
pessoais, clareza de finalidades e objectivos, aprender fazendo, liberdade de errar em
segurança, auto-avaliaçã o e liberdade para aprender. Neste contexto a motivaçã o define-se na
resposta à questã o do educando/formando: «que vantagens/benefícios irei ter com esta
aprendizagem/formaçã o?».
O quadro seguinte é uma síntese do caminho percorrido pela investigação nesta área do
conhecimento. Habitualmente definem-se dois tipos de motivação: a inicial e a contínua. Esta realidade
deve ser tida em consideração, muito em particular, na formação a distância.
Investigadores Teoria
Hawthorne e Elton
Pioneiros nos anos 20 e 30 do Séc. XX
Mayo de Harvard
Teorias da aprendizagem
Comportamentalista
Burrhus Skinner, o teórico mais importante desta corrente, sublinhado a importâ ncia das
respostas e das suas consequências no processo de aprendizagem.
Reforço positivo
Reforço negativo
Exemplo: O chefe de equipa reclama com o trabalhador até este cumprir uma certa regra ou
tarefa de forma correcta. Apó s cumpri-la, o trabalhador escapa à s reclamaçõ es (reforçando o
comportamento desejado).
Punição/Castigo
Exemplo: Tomada de medidas coercivas para uma pessoa que ignorou as normas de higiene e
segurança, gerando uma situaçã o de perigo para ela e para os colegas de trabalho.
Cognitivista
A MOTIVAÇÃO
Atendendo à complexidade dos processos cognitivos, foram vá rios os teó ricos que
desenvolveram contributos, nã o havendo por essa razã o uma teoria acabada mas antes
concepçõ es diferentes dentro das teorias cognitivistas. Eis alguns dos teóricos e respectivas
conceções.
O tutor que adopte estratégias enquadradas nas teorias cognitivistas deverá ter em atençã o os
seguintes aspectos:
Segundo Ausubel:
utilizar a reconciliaçã o integradora, isto é, no final de cada etapa da FCT o tutor deverá
apresentar as relaçõ es entre essa etapa/tarefa e o processo global da aprendizagem na FCT.
Segundo Gagné:
Assim, apó s identificadas as necessidades, o tutor deve definir com rigor as tarefas e
subtarefas de aprendizagem que os formandos devem executar para construir novos
conhecimentos, dando indicaçõ es sobre as tarefas propostas, informando a relaçã o de cada
uma com o todo.
No ensino tutorial influenciado pelo cognitivismo, o tutor deve fornecer informaçã o, factos
e pistas que possam ajudar o formando a compreender, organizar e reter os conhecimentos de
forma significativa, procurando adequar a FCT ao nível de desenvolvimento do formando,
ajudando-o a relacionar novos conhecimentos com os que o formando já possui.
Construtivista
Construtivismo significa que nada, em rigor, está pronto, acabado e que o conhecimento nã o
é dado, em momento algum, como terminado.
Para esta corrente o sujeito é um participante activo, faz interpretaçõ es das experiências,
elabora e testa essas interpretaçõ es e apropria-se das informaçõ es dadas.
É por esta razão que os formandos possuem muito mais responsabilidade sobre a gestã o
das suas tarefas do que no modelo tradicional e o papel do tutor passa a ser o de orientador
ou facilitador.
Numa prá tica pedagó gica de cariz construtivista, os formandos assumem a responsabilidade
da sua pró pria aprendizagem, seleccionam e desenvolvem as suas pró prias estratégias e
muitas vezes os seus próprios objetivos.
O interrogatório crítico é outro método pedagó gico que se tem destacado como marca do
construtivismo. Através dele o tutor pode identificar e acompanhar as ideias e as hipó teses
dos formandos. O tutor nã o pode criar no formando a estrutura do conhecimento em falta,
mas pode e deve criar um ambiente propício ao diá logo, que desafie o formando a justificar e a
demonstrar as razõ es que o levaram a adoptar um determinado comportamento. É funçã o do
tutor estimular o formando a reflectir sobre os porquês e os modos de agir.
Fröebel
Princípios
O seu pai era um pastor protestante. Os seus princípios filosó fico-teoló gicos apontam um
Frö bel (protestante) com um espírito profundamente religioso que desejava manifestar ao
exterior o que lhe acontecia interiormente: sua uniã o com Deus.
Esses princípios e a sua crença determinaram alguns de seus postulados, tais como:
o educando tem que ser tratado de acordo com sua dignidade de filho de Deus, dentro
de um clima de compreensã o e liberdade;
o educador deve manifestar-se como um guia experimentado e amigo fiel que exija e
oriente com mã o flexível mas firme. Nã o é apenas um guia, mas também um sujeito ativo da
educaçã o: dá e recebe, orienta mas deixa em liberdade, é firme mas concede;
As sua ideias reformularam a educaçã o. A essência da sua pedagogia centra-se nos princípios
educacionais da atividade e da liberdade.
Trabalhou com Pestalozzi e, embora influenciado por ele, foi totalmente independente e
crítico, formulando os seus pró prios princípios educacionais. Os seus ideais educacionais
foram considerados politicamente radicais e, durante alguns anos, foram banidos da Prú ssia.
Em 1837, Frö bel abriu o primeiro jardim de infância, onde as crianças eram consideradas
como plantinhas de um jardim, do qual o professor seria o jardineiro. A criança se expressaria
através das atividades de percepçã o sensorial, da linguagem e do brinquedo. A linguagem
oral se associaria à natureza e à vida.
a infâ ncia
a meninice
a puberdade
a mocidade
a maturidade
o jogo
o trabalho.
o objetivo do ensino é sempre extrair mais do homem do que colocar mais e mais dentro
dele. A criança nã o deve ser iniciada em nenhum novo assunto enquanto nã o estiver madura
para ele.
os currículos das escolas devem basear-se nas atividades e interesses de cada fase da
vida da criança.
A grande tarefa da educação consiste em ajudar o homem a conhecer a si pró prio, a viver
em paz com a natureza e em uniã o com Deus. É o que ele chamou de educaçã o integral. Sua
conceçã o de ser humano era profundamente religiosa.
A sua proposta pode ser caracterizada como um "currículo por atividades", no qual o cará ter
lú dico é o fator determinante da aprendizagem das crianças.
Outro acerto de Fröebel foi o de nã o esquecer as diferentes etapas que marcam a evoluçã o
do homem, especialmente a infâ ncia.
Cabe lembrar que a sua doutrina pedagógica, em síntese, consiste basicamente na atividade
e na liberdade; o homem deve aprender a trabalhar e a produzir, manifestando a sua
atividade em obras exteriores.
Montessori
O seu interesse pelos anormais levara-a ao conhecimento dos trabalhos de Ittard que, no
tempo da Revoluçã o Francesa, tivera de educar um idiota de oito anos conhecido pelo
Selvagem de Aveyron e que, pela primeira vez, praticara uma observaçã o metó dica do aluno,
construindo depois sobre ela o seu método de educaçã o; de Ittard passou a Montessori a
Edouard Séguin, professor e médico, que fizera durante dez anos experiências pedagó gicas
com pequenos internados numa casa de saú de e montara a primeira escola para anormais; leu
atentamente o seu livro Hygiene et éducation des idiots et autres enfants arriérés (1846),
seguiu-se-lhe o trabalho feito na América para onde emigrara e onde tinha fundado escolas de
atrasados e anormais; em Nova Iorque, publicara outro livro, Idiocy and his treatment by
physiological method (1866), em que dava o essencial do método.
Guido Baccelli, que fora professor de Maria Montessori e ocupava entã o o lugar de ministro da
Instruçã o Pú blica, interessou-se pela comunicaçã o e chamou-a a Roma para uma série de
conferências sobre o ensino de anormais; as conferências despertaram o interesse de todos
que se dedicavam ao assunto e criaram um movimento de opiniã o a favor das ideias que
defendia a Montessori; o facto de terem dado excelentes resultados as experiências de Séguin
em Paris e na América animava os mais cépticos; havia que tentar na Itá lia um instituto
semelhante aos de Séguin; com relativa facilidade, pô de Baccelli fundar uma Escola
Ortofrénica, com internato para crianças anormais e com organizaçã o que permitia fornecer
os mestres que desejassem entregar-se a tal especialidade: fixara-se bem no espírito de todos
a ideia de que um mestre sem preparaçã o compromete os resultados de um método por
melhor que este seja.
Toda a vida de Maria Montessori se orientava agora para a educação dos anormais;
tomava conhecimento de tudo quanto se ia publicando em Itá lia e no estrangeiro sobre
pedagogia, aproveitava todas as sugestõ es que se lhe afiguravam ú teis, prosseguia
infatigavelmente as suas experiências com os alunos do internato; mostrava aos candidatos a
professores como a tarefa que empreendiam era das mais nobres que alguém pode tomar
sobre si, como a caridade, o espírito de sacrifício, a atençã o, o íntimo entusiasmo, o optimismo
e o zelo pelo trabalho formam o indispensá vel fundamento em que vêm assentar os
conhecimentos e preceitos; já desde então lhe surge no espírito o pensamento de que na
escola nã o ganham só os alunos, mas também os mestres, e de que a educaçã o nã o é, como se
julgara até aí, um jogo unilateral: se a escola é boa, a personalidade do mestre deve também
enriquecer-se ao contacto da do aluno, mesmo que se trate de anormais, e, como veremos,
sobretudo se se trata de anormais.
A preparação, porém, não se podia considerar completa; Maria Montessori volta a ser
estudante e frequenta as aulas de psicologia experimental e de pedagogia; ouvidos os
professores de Roma, corre aos de Ná poles e de Milã o e fixa o mínimo ensinamento,
cuidadosamente o insere no seu pró prio sistema, eliminando o que a experiência lhe indica
como errado, modificando o que uma segura penetraçã o do problema lhe faz ver como
precipitada conclusã o; as bibliotecas e os cursos conhecem-lhe a assiduidade fervorosa e, nã o
contente com os conhecimentos que eles lhe forneciam, procura alargá -los visitando as
escolas elementares do reino, inquirindo junto dos professores dos métodos seguidos e dos
resultados obtidos, assistindo à s aulas, manejando as classes quando lhe era possível fazê-lo.
Pensou em seguir o caminho que tomara com os anormais e fez diligência por que se
fundasse uma Escola Normal, com classes de experiência, por onde passariam todos os
alunos e mestres; as duas tarefas - a da reforma de métodos e a preparaçã o de professores -
iriam a par, como da outra vez, dando todas as garantias contra a falência por falta de
formaçã o do pessoal; a burocracia, porém, que até entã o se mostrara anormalmente
compreensiva e pronta, pô s obstá culos que se revelaram insuperá veis; nenhum esforço
conseguia vencer a espessa barreira e Maria Montessori teve, por uns tempos, de se resignar
ao ú nico meio de que dispunha para ir espalhando as suas ideias.
Mas não desanimava; sabia que, quando uma ideia e uma vida formam um todo
indissolúvel e existem uma pela outra, cedo ou tarde o mundo acede à vontade invencível e
se deixa modelar, oferecendo quanta vez uma riqueza de possibilidades muito superior ao que
se tinha julgado; e, segundo o que pensava, a ocasiã o surgiu: uma empresa italiana que
construía prédios para gente pobre pediu-lhe, em 1906, que ajudasse a resolver um problema
importante: os pais dos pequenos que moravam nos prédios iam para o seu emprego muito
cedo e quase todo o dia estavam ausentes de casa; o resultado era que as crianças, entregues a
si pró prias, faziam um barulho insuportá vel e estragavam o prédio; se Maria Montessori
quisesse tomar conta do trabalho de as aquietar e entreter, estavam dispostos a ceder-lhe
uma sala em cada "bloco" e a pagar-lhe o pessoal necessá rio.
A primeira Casa dei Bambini abriu em Janeiro de 1907, com instalaçõ es que ficavam
muito aquém das que hoje se exigiriam numa escola bem montada, mas que davam à
Montessori toda a possibilidade de fazer as suas experiências; o mobiliá rio era rudimentar ,
faltavam flores, as crianças nã o tinham espaço suficiente para os recreios; mas, na parede, a
Madona deIla Sedia de Rafael era o símbolo de todo o carinho, de toda a inteligente dedicaçã o,
de toda a vontade criadora que se iam empregar na empresa; a professora escolhida
compreendia Maria Montessori e seguia-lhe as directrizes com entusiasmo pela tarefa e
confiança nos princípios do método.
Tão bons resultados deu, quanto a disciplina, a primeira Casa, que a empresa resolveu
abrir outra; a 7 de Abril, inaugurou-se a segunda, pouco depois uma terceira; as perspectivas
eram brilhantes porque a empresa possuía já 400 prédios, e 400 escolas Montessori seriam
mais que o bastante para impor o método a toda a Itá lia e depois ao resto do mundo; os
educadores começavam a chegar a Roma e a visitar as Case dei Bambini, regressando
entusiasmados com o que se conseguia fazer: falavam de crianças novas, dos seres
extraordiná rios de delicadeza, de precisã o, de inteligência, de correcçã o que Maria Montessori
soubera criar; nas escolas que iam montando noutras cidades, os professores mais audaciosos
guiavam-se todos pelas normas montessorianas que vinham aprender nas visitas à s Case .
Olhando para o nú mero de escolas montessorianas no mundo (somente 25.000) podemos ter
a impressã o de que a disseminaçã o das ideias de Montessori nã o foi tã o grande. Mas a
presença de Montessori se mede menos pela presença de seu método “completo” nas
escolas, e mais por aspectos dele que se tornaram valores universais:
Todas essas foram inovações que Montessori criou, ou que existiam antes dela, mas foram
reorganizadas e disseminadas por seus livros e cursos, mais do que por qualquer outra
influência na histó ria da educaçã o.
Autoeducação
Para aprender sozinha, a criança precisa ter a oportunidade de ver outras pessoas,
adultos ou crianças, fazendo as coisas; ter a oportunidade de experimentar, tentar, testar, sem
ajuda e sem ser interrompida; ter a chance de perceber os pró prios erros e os corrigir
espontaneamente; superar pequenas dificuldades, uma de cada vez, em um ritmo particular e
diferente para cada aprendizado.
Educação Cósmica
As crianças nascem interessadas por tudo ao seu redor, e há muitas formas de manter
esse interesse aceso por toda a infâ ncia. Uma das mais belas é perceber que todas as coisas
estã o conectadas e dependem umas das outras para existir. Ter essa visã o do mundo permite
à criança desenvolver um senso de gratidã o e uniã o para com tudo o que há no mundo e
perceber a ordem que existe na natureza e no universo.
Para garantir que isso ocorra, e que o encanto das crianças pelo conhecimento e pelo
mundo se mantenha vivo, a educaçã o das crianças de 6 a 12 anos é baseada em perguntas,
histó rias e pesquisas que seguem a curiosidade da criança. Mesmo respeitando o currículo
oficial, é possível permitir a expansã o da curiosidade e dos interesses das crianças, desde
A Educação Cósmica procura oferecer à criança a Visã o Có smica do mundo. Cosmos, o oposto
de caos, é a ordem do universo. Um importante divulgador de ciências dizia que “se você
quiser fazer uma torta de maçã do zero, primeiro precisa criar o universo”. Dar à torta de
maçã um sabor de estrelas é a função da Educação Cósmica.
Quando Montessori começou a trabalhar com as crianças de São Lourenço, já sabia que
essa abordagem nã o era a melhor. Mas em lugar de estabelecer uma nova pedagogia, de
acordo com suas pró prias crenças, ela escolheu deixar um grupo de crianças em liberdade, em
um ambiente semiestruturado, e observar seu comportamento, para depois pensar uma
educaçã o que nã o partisse das crenças do adulto, mas do desenvolvimento natural das
crianças.
É assim até hoje: nas casas e escolas montessorianas, antes de decidirmos fazer qualquer
coisa importante (desde apresentar um material novo, até interrompermos o que parece ser
uma má açã o da criança), nós paramos e observamos, para tentar compreender quais as
necessidades reais da criança e qual a melhor abordagem a adotar, com cada criança, a cada
momento.
É isso que faz do método Montessori uma abordagem pedagó gica que dá à s crianças a chance
de atingirem um excelente desempenho académico e, ao mesmo tempo, usufruírem de um
Ambiente Preparado
Para o método Montessori, liberdade é algo muito importante. A criança deve ter uma
liberdade que é bioló gica, porque deixa a vida se desenvolver. Assim como uma á rvore é livre
quando está em uma terra fértil, ú mida e profunda, a criança também precisa de um ambiente
preparado, seguro, e com nutrientes (físicos, emocionais, mentais e sociais) para que possa
ser livre para viver.
Existem algumas condiçõ es para que o ambiente dê liberdade à criança. A primeira é que tudo
o que é importante seja acessível. Primeiro, o mais bá sico: a criança precisa ter uma forma de
beber á gua, comer, usar o banheiro e dormir, sem precisar de autorizaçã o ou de ajuda do
adulto. Depois, o resto: a criança precisa viver sem ajuda e autorização do adulto. Entã o
o mundo deve ser preparado para ela. Ou a gente abaixa as coisas, como se faz na escola
montessoriana, onde tudo fica à altura dos pequenos, ou a gente dá um banquinho para a
criança, de forma que ela possa acessar as coisas que nã o podem ser adaptadas, como a pia de
casa, por exemplo.
Adulto Preparado
Todos os outros princípios só funcionam quando o adulto que interage com a criança se
esforça para se transformar interiormente. Montessori dizia que precisá vamos abandonar o
Se por um lado, a preparaçã o do adulto é profunda, psicoló gica, quase espiritual, por outro ela
também é exigente na técnica. O adulto preparado é um observador que confia na criança e
busca nos atos dela as indicaçõ es de suas necessidades. Com a observaçã o realizada, pela
configuraçã o do ambiente e pelas interaçõ es, esse mesmo adulto tenta oferecer os meios para
que a criança satisfaça aquilo que é importante e supere aquilo que ainda é um desafio ou um
obstá culo.
Esse adulto nunca ajuda mais do que o mínimo necessário, abstém-se de colaborar
sempre que a criança acredita que pode agir sozinha e garante, a todo momento, que sua
presença possa ser sentida caso seja necessá ria. A alegria deste adulto é dupla: ser cada vez
menos necessá rio, e ter a oportunidade de observar a vida a desenvolver-se.
Decroly
Biografia
Linguagens múltiplas
Freinet
Biografia
Célestin Freinet nasceu em 1896 em Gars, povoado na regiã o da Provença, sul da França. Foi
pastor de rebanhos antes de começar a estudar. Lutou na Primeira Guerra Mundial em 1914,
quando os gases tó xicos do campo de batalha afetaram os seus pulmõ es para o resto da vida.
Em 1920, começou a lecionar na aldeia de Bar-sur-Loup, onde colocou em prá tica algumas das
suas principais experiências, como a aula-passeio e o livro da vida. Em 1925, filiou-se ao
Partido Comunista Francês. Dois anos depois, fundou a Cooperativa do Ensino Leigo, para
desenvolvimento e intercâ mbio de novos instrumentos pedagó gicos. Em 1928, já casado com
É lise Freinet (que se tornaria sua parceira e divulgadora), mudou-se para Saint-Paul de Vence,
iniciando intensa atividade. Cinco anos depois, foi exonerado do cargo de professor. Em 1935,
o casal Freinet construiu uma escola própria em Vence. Durante a Segunda Guerra, o
educador foi preso e adoeceu num campo de concentraçã o alemã o. Libertado depois de um
ano, aderiu à resistência francesa ao nazismo. Recobrada a paz, Freinet reorganizou a escola e
a cooperativa em Vence. Em 1956, liderou a vitoriosa campanha 25 Alunos por Classe. No ano
seguinte, os seguidores de Freinet fundaram a Federaçã o Internacional dos Movimentos da
Escola Moderna (Fimem), que hoje reú ne educadores de cerca de 40 países. Freinet morreu
em 1966.
Importância do êxito
Nã o foi por acaso que Freinet criou uma pedagogia do trabalho. Para ele, a atividade é o que
orienta a prática escolar e o objetivo final da educação é formar cidadãos para o trabalho
livre e criativo, capaz de dominar e transformar o meio e emancipar quem o exerce. Um dos
Outra função primordial do professor, segundo Freinet, é colaborar ao má ximo para o êxito
de todos os alunos. Diferentemente da maioria dos pedagogos modernos, o educador
francês nã o via valor didá tico no erro. Acreditava que o fracasso desequilibra e desmotiva o
aluno, por isso o professor deve ajudá -lo a superar o erro. "Freinet descobriu que a forma
mais profunda de aprendizado é o envolvimento afetivo", diz Rosa Sampaio.
Livre expressão
Esse aspecto muito particular que atribuía ao aprendizado de cada criança é a razã o de
Freinet nã o ter criado um método pedagógico rígido, nem uma teoria propriamente
científica. Mesmo assim, o seu entendimento sobre os mecanismos do aprendizado mereceu
elogios do bió logo suíço Jean Piaget (1896-1980), cuja teoria do conhecimento se baseou em
minuciosa observaçã o científica.
Freinet dedicou a vida a elaborar técnicas de ensino que funcionam como canais da livre
expressã o e da atividade cooperativa, com o objetivo de criar uma nova educação. Lançou-se
a essa tarefa por considerar a escola do seu tempo uma instituiçã o alienada da vida e da
família, feita de dogmas e de acumulaçã o estéril de informaçã o - e, além disso, em geral a
serviço apenas das elites. Freinet colocou professor e alunos no mesmo nível de
igualdade e camaradagem. O educador nã o se opunha, porém, à s aulas teó ricas.
A primeira das novas técnicas didáticas desenvolvidas por Freinet foi a aula-passeio, que
nasceu justamente da observaçã o de que as crianças para quem lecionava, que se
comportavam tã o vividamente quando ao ar livre, pareciam desinteressadas dentro da escola.
Uma segunda criação célebre, a imprensa na escola, respondeu à necessidade de eliminar a
distâ ncia entre alunos e professores e de trazer para a classe a vida "lá fora". "É necessá rio
fazer os nossos filhos viver em repú blica desde a escola", escreveu Freinet.
Com a intençã o de propor uma reforma geral no ensino francês, Freinet reuniu as suas
experiências didá ticas num sistema que denominou Escola Moderna. Entre as principais
"técnicas Freinet" estã o a correspondência entre escolas (para que os alunos possam nã o
apenas escrever, mas ser lidos), os jornais de classe (mural, falado e impresso), o texto livre
(nascido do estímulo para que os alunos registrem por escrito suas idéias, vivências e
histó rias), a cooperativa escolar, o contacto frequente com os pais (Freinet defendia que a
escola deveria ser extensã o da família) e os planos de trabalho. O pedagogo era contra ao
uso de manuais em sala de aula, por os considerar genéricos e alheios à s necessidades de
expressã o das crianças. Defendia que os alunos fossem à procura do conhecimento de que
necessitassem em bibliotecas (que deveriam existir na pró pria escola) e que confeccionassem
ficheiros de consulta e de autocorreçã o (para exercícios de Matemá tica, por exemplo). Para
Freinet, todo o conhecimento é fruto do que chamou de tateamento experimental - a
atividade de formular hipó teses e testar a sua validade - e cabe à escola proporcionar essa
possibilidade a toda criança.
A medida da independência do pensamento de Freinet pode ser deduzida pelo facto de ele ter
sido perseguido, ao longo da vida, por forças políticas de tendências totalmente opostas.
Embora pacifista, o educador envolveu-se nas duas grandes guerras mundiais (1914-
1918 e 1939-1945).
Para pensar
Piaget
Jean Piaget, nasceu em 9 de agosto 1896, na Suíça, cidade de Neuchâ tel, filho de uma família
abastada e culta. Aos sete anos de idade, Piaget já revelava a sua capacidade científica e, aos
10, publica um artigo sobre o Pardal Branco, na revista da Sociedade dos Amigos da Natureza
de Neuchâ tel. Aos 11 anos, torna-se assessor do Museu de Histó ria Natural Local de sua
cidade natal.
No ano seguinte, ingressa na Universidade de Paris, onde é convidado a trabalhar com testes
de inteligência infantil. Em 1921, passa a fazer pesquisas destinadas à formaçã o de
professores no Instituto Jean Jacques Rousseau, em Genebra. Em 1923, lança seu primeiro
livro, intitulado A linguagem do pensamento da criança.
Nos anos 50, publica a Epistemologia Genética, sua primeira tese sobre teoria do
conhecimento. Em 1955, assume o lugar do filó sofo Merleau-Ponty, lecionando na
Universidade de Sorbonne Paris. No mesmo ano, na cidade de Genebra, Piaget funda o Centro
Internacional de Epistemologia Genética, destinado a pesquisas interdisciplinares sobre a
formaçã o da inteligência.
Invariante: Piaget postula que, ao nascer, o indivíduo recebe como herança uma série
de estruturas bioló gicas - sensoriais e neuroló gicas – que permanecem constantes ao longo da
sua vida. Sã o essas estruturas bioló gicas que irã o predispor o surgimento de certas estruturas
mentais. Considera-se que o indivíduo carrega consigo duas marcas inatas que sã o a
tendência natural à organizaçã o e à adaptaçã o.
Exemplos:
Também chamado de está gio da Inteligência Simbó lica. Caracteriza-se pela interiorizaçã o de
esquemas de açã o construídos no está gio anterior (sensó rio-motor).
Nã o aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicaçã o (é fase dos "por quês").
Mostra-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá -se a uma delas a forma de
salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas sã o
diferentes. Não relaciona as situações.
Exemplos:
despeja-se a á gua de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se
as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia
aspectos e é capaz de "refazer" a açã o.
Por outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de
desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio ló gico a todas as classes de
problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grã o em grã o, a galinha enche o papo", a
criança trabalha com a ló gica da ideia (metá fora) e nã o com a imagem de uma galinha
comendo grã os.
O professor deve provocar o desequilíbrio na mente do aluno para que ele, buscando
entã o o reequilíbrio, tenha a oportunidade de agir e interagir.
Bibliografia e netgrafia
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessá rios à prá tica educativa. Sã o
Paulo: Paz e Terra, 1996.
www.forma-te.pt
https://novaescola.org.br/