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DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE LIQUIDEZ

(Método: NBR 6459)


FINALIDADE

Caracterizar o solo quanto a um de seus índices básicos representativos da plasticidade.


O método tem por objetivo prescrever o modo pelo qual se determina o Limite de Liquidez de solos.

DEFINIÇÕES

1. Limite de Liquidez
É o teor de umidade do solo com o qual se unem um centímetro de comprimento, os bordos inferiores de
uma canelura, feita em uma massa de solo colocada na concha de um aparelho normalizado (aparelho de
Casagrande), sob a ação de 25 golpes desse aparelho.
O limite de liquidez marca a transição do estado plástico ao estado líquido. Representa-se por LL e
exprime-se em porcentagem.

2. Curva de Fluidez
É a curva resultante da representação gráfica da relação dos teores de umidade, marcados em abcissas,
com os números de golpes correspondentes, marcados em ordenadas.
Emprega-se em abcissas uma escala aritmética e em ordenadas uma escala logarítmica. Utilizando-se esta
representação obtém-se uma reta.

APARELHAGEM

A aparelhagem necessária é a seguinte:


a) estufa capaz de manter a temperatura de 60 a 65ºC e 105 a 110ºC;
b) cápsula de porcelana com aproximadamente 120mm de diâmetro;
c) espátula de lâmina flexível com aproximadamente 80mm de comprimento e 20mm de largura;
d) aparelho de Casagrande;
e) cinzel com as características normalizadas;
f) recipientes adequados (pares de vidros de relógio com grampo), que evitem a perda de umidade da
amostra
g) balança com resolução de 0,01g e sensibilidade compatível;
h) gabarito para verificação da altura de queda da concha;
i) esfera de aço com 8mm de diâmetro.

INSPEÇÃO E CALIBRAÇÃO DO APARELHO

1- Inspecionar o aparelho de ensaio e verificar se:


a) o pino que conecta a concha está firme, não permitindo deslocamentos laterais;
b) os parafusos que conectam essa concha estão apertados;
c) os pontos de contato, tanto da base como da concha, não estão gastos pelo uso;
d) a concha não apresenta ranhuras, perceptíveis ao tato;
e) o cinzel está em perfeito estado.

2- Ajustar o aparelho de modo que o ponto de contato da concha com a base esteja 10mm acima da base,
quando aquela estiver no ponto mais alto do seu curso, utilizando-se para tal um gabarito. Após o ajuste e
o aperto dos parafusos, testar o ajuste girando rapidamente a manivela várias vezes e verificar novamente
a altura de queda da concha.

Prof. Danúbia Teixeira: danubiatsilva@gmail.com


3- Verificar ainda:
a) as características da base de ebonite do aparelho, deixando cair em queda livre, a esfera de aço com
8mm de diâmetro, de uma altura de 250mm sobre a superfície da mesma, devendo a altura de
restituição estar compreendida entre 185 e 230mm;
b) massa do conjunto concha+guia do excêntrico deve estar compreendido no intervalo 200 20g;
c) se o excêntrico possui uma forma tal que durante os últimos 3mm de movimento do mesmo não
provoque variações na altura da concha, em relação à base (raio constante).

AMOSTRA

Da amostra obtida na "Preparação de amostras para ensaios de caracterização" – separação das


amostras item (c), tomam-se cerca de 100g.

PROCEDIMENTO DO ENSAIO

a) Colocar a amostra na cápsula de porcelana, adicionar água destilada em pequenos incrementos (inicia-
se com 15 a 20cm3 e adições posteriores de 1 a 3cm3), amassando e revolvendo, vigorosa e
continuamente com auxílio da espátula, de forma a obter uma pasta homogênea, com consistência tal
que sejam necessários cerca de 35 golpes para fechar a ranhura.
b) O tempo de homogeneização deve estar compreendido entre 15 e 30min, sendo o maior intervalo de
tempo para solos mais argilosos,
c) Com a concha do aparelho de Casagrande na mão, transferir parte da mistura para a concha,
moldando-a de forma que na parte central a espessura seja da ordem de 10mm.
d) Realizar esta operação de maneira que não fiquem bolhas de ar no interior da mistura.
e) Retornar o excesso de solo para a cápsula.
f) Dividir a massa de solo em duas partes, passando o cinzel através da mesma, de maneira a abrir uma
ranhura em sua parte central, normalmente à articulação da concha. O cinzel deve ser deslocado
perpendicularmente à superfície da concha.
g) Recolocar, cuidadosamente, a concha no aparelho e golpeá-la contra a base, deixando-a cair em queda
livre, girando a manivela à razão de duas voltas por segundo. Anotar o número de golpes necessário
para que as bordas inferiores da ranhura se unam ao longo de 13mm de comprimento,
aproximadamente.
h) Transferir imediatamente, uma pequena quantidade do material de junto das bordas que se uniram
para um recipiente adequado para determinação da umidade.
i) Transferir o restante da massa para a cápsula de porcelana. Lavar e enxugar a concha e o cinzel.
j) Adicionar água destilada à amostra e homogeneizar durante pelo menos 3 minutos, amassando e
revolvendo vigorosa e continuamente com auxílio da espátula.
k) Repetir as operações descritas de (c) a (i), obtendo o 2 o ponto de ensaio.
l) Continuar repetindo de modo a obter pelo menos mais três pontos de ensaio, cobrindo o intervalo de
35 a 15 golpes.

CÁLCULO

1. Determinar a umidade pela fórmula: em que:

h – Teor de umidade, em porcentagem, aproximada para o inteiro mais próximo;


Ph – Peso do material úmido;
Ps – Peso do material seco em estufa a 105º - 110ºC, até constância de peso.
3. Com os resultados obtidos, construir um gráfico no qual as ordenadas (em escala logarítmica) são
os números de golpes e as abcissas (em escala aritmética) são os teores de umidade
correspondentes e ajustar uma reta pelos pontos assim obtidos.
4. Obter na reta o teor de umidade correspondente a 25 golpes, que é o limite de liquidez do solo.

Prof. Danúbia Teixeira: danubiatsilva@gmail.com


Observação: Na impossibilidade de se conseguir a abertura da ranhura ou o seu fechamento com
mais de 25 golpes, considerar a amostra como não apresentando limite de liquidez (NL).

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DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE PLASTICIDADE
(Método: NBR-7180)

FINALIDADES

Caracterizar o solo quanto a um de seus índices básicos, representativo da plasticidade.

DEFINIÇÃO

Limite de Plasticidade - é o teor de umidade em que o solo se rompe quando moldado na


forma de um cilindro ao atingir 3mm de diâmetro, correspondente ao teor de umidade em que
o solo passa do estado plástico para o estado semi-sólido.

APARELHAGEM

A aparelhagem ou dispositivo com o qual se executa o ensaio é a seguinte:


a) estufa capaz de manter a temperatura de 60º - 65ºC e de 105º - 110ºC;
b) cápsula de porcelana com aproximadamente 120mm de diâmetro;
c) espátula de lâmina flexível, com aproximadamente 80mm de comprimento e 20mm de
largura;
d) recipiente adequados, tais como pares de vidros de relógio com grampo, que evitem a perda
de umidade da amostra;
e) balança que permita pesar nominalmente 200g, com resolução de 0,01g;
f) gabarito cilíndrico para comparação, com 3mm de diâmetro e 100mm de comprimento;
g) placa de vidro de superfície esmerilhada, com cerca de 30cm de lado.

AMOSTRA

Da amostra obtida na "Preparação de amostras para ensaios de caracterização" – separação


das amostras item (c), tomam-se cerca de 50g.

PROCEDIMENTO DE ENSAIO

a) Colocar a amostra na cápsula de porcelana, adicionar água destilada em pequenos


incrementos, amassando e revolvendo, vigorosa e continuamente, com o auxílio da espátula,
de forma a obter uma pasta homogênea, de consistência plástica;
b) O tempo total de homogeneização deve estar compreendido entre 15 e 30min, sendo o maior
intervalo de tempo para solos mais argilosos;
c) Tomar cerca de 10g da amostra assim preparada e formar uma pequena bola, que deve ser
rolada sobre a placa de vidro com pressão suficiente da palma da mão para lhe dar a forma de
cinlindro;
d) Se a amostra se fragmentar antes de atingir o diâmetro de 3mm, retorná-la à cápsula de
porcelana, adicionar água destilada, homogeneizar durante pelo menos 3min, amassando e
revolvendo vigorosa e continuamente com auxílio da espátula e repetir o procedimento
descrito em (c);
e) Se a amostra atingir o diâmetro de 3mm sem se fragmentar, amassar o material e repetir o
procedimento descrito em (c);
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f) Ao se fragmentar o cilindro, com diâmetro de 3mm e comprimento da ordem de 10 mm (o
que se verifica com o gabarito de comparação), transferir imediatamente as partes do mesmo
para um recipiente adequado, para determinação da umidade.

g) Repetir as operações a partir do item(c) de modo a obter pelo menos três valores de umidade.
Observações:
1. O número de rolagens deve ser entre 80 e 90 por minuto, sendo uma rolagem o
movimento da mão para frente e para trás, retornando ao ponto de partida;
2. A desagregação manifesta-se diferentemente, conforme o tipo de solo. Alguns se
desagregarão em numerosos pequenos aglomerados de partículas, enquanto outros
poderão formar uma camada externa tubular desagregando-se a partir das pontas em
direção ao meio, rompendo-se em vários pedaços;
3. Solos muito argilosos requerem mais pressão da mão para a deformação do cilindro,
particularmente quando se aproximam do limite de plasticidade.

CÁLCULO DO ENSAIO

1. Para cada ensaio, determina-se a umidade, hi;


2. Calcula-se a média aritmética dos valores das umidades determinadas, ;
3. Compara-se cada umidade hi com a umidade média ;
4. Para diferenças  5% então o Limite de Plasticidade será o valor médio calculado ;
5. Despreza-se a umidade que se desviar em mais de 5% da média;
6. Desprezado um valor, recalcula-se a nova média das umidades;
7. Repete-se as operações anteriores até que se obtenha 3 valores que não difiram em mais
de 5% da respectiva média ;
8. Se todos os valores estiverem fora ou apenas um se enquadrar, repete-se o ensaio.

RESULTADOS

1. Limite de Plasticidade
- Considerar satisfatórios os valores de umidade obtidos quando, de pelo menos três, nenhum
deles diferir da respectiva média de mais que 5% dessa média.
- O resultado final, média de pelo menos três valores de umidade considerados satisfatórios,
deve ser expresso em porcentagem, aproximado para o inteiro mais próximo
- Na impossibilidade de se obter o cilindro com 3mm de diâmetro, considerar a amostra como
não apresentando limite de plasticidade (NP).

2. Índice de Plasticidade
O Índice de Plasticidade dos solos deve ser obtido utilizando-se a expressão:

IP = LL – LP

Onde: IP = Índice de Plasticidade


LL = Limite de Liquidez
LP = Limite de Plasticidade

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NOTAS:
1- Quando o limite de plasticidade for igual ou maior que o limite de liquidez, anota-se o índice de
plasticidade como NP (não plástico).
2- Se não for possível determinar o limite de liquidez ou o limite de plasticidade, anotar o índice de
plasticidade como NP (não plástico);
3- Quando o solo for muito arenoso, o ensaio do limite de plasticidade deve ser feito antes do
ensaio de limite de liquidez.

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DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE CONTRAÇÃO
(Método: NBR-7183)

FINALIDADE

É a determinação de um teor de umidade teórico do solo, abaixo do qual não se tem variação
apreciável no volume de um corpo de prova quando submetido à secagem.

APARELHAGEM

a) balança com precisão de 0,01g;


b) cápsula de porcelana;
c) cápsula para moldagem do corpo de prova: cápsula cilíndrica, metálica de fundo plano, com
cerca de 40mm de diâmetro e 10mm de altura (cápsula de contração);
d) proveta graduada, capacidade de 25ml;
e) placa de vidro com três pinos de metal, para mergulhar a pastilha de solo no mercúrio;
f) cuba de vidro de cerca de 50mm de diâmetro e 25mm de altura;
g) espátula com lâmina flexível de cerca de 80mm de comprimento e 20mm de largura;
h) régua de aço de cerca de 30cm de comprimento;
i) estufa;
j) mercúrio;
k) Vaselina esterilizada.

AMOSTRA

Da amostra obtida na "Preparação de amostras para ensaios de caracterização" – separação


das amostras item (c), material que passa na peneira de 0,42mm, tomam-se cerca de 50g.

PROCEDIMENTO DE ENSAIO

a) Coloca-se a amostra em uma cápsula de porcelana;


b) acrescenta-se uma quantidade de água destilada, suficiente para encher os vazios do solo,
formar uma pasta uniforme, em que seja fácil moldar o corpo de prova sem bolhas de ar;
c) a umidade do solo deverá corresponder ao limite de liquidez; a quantidade de água a ser
adicionada pode ser determinada com o uso da fórmula:
a = LLPam/100 onde Pam = peso da amostra utilizada no ensaio;
d) homogeneizar a umidade amostra com o auxílio de uma espátula, durante aproximadamente 5
minutos, até que se obtenha uma pasta uniforme e sem bolhas de ar;
e) untar as paredes laterais da cápsula de moldagem com vaselina a fim de impedir a aderência
do solo às paredes da cápsula;
f) colocar no centro do molde uma quantidade de amostra, equivalente a do volume do
molde.
g) bater a cápsula de encontra a uma superfície firme, protegida com folhas de papel;
h) repetir mais duas vezes os passos (f) e (g), enchendo-se completamente a cápsula de
contração;
Precaução: tomar cuidado para se retirar todas as bolhas de ar contidas na amostra;
i) o solo em excesso deverá ser retirado, para que se tenha um volume conhecido;
j) deixar o o corpo de prova secar ao ar até que se verifique uma mudança de cor;
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k) a seguir colocar o corpo de prova em estufa, com temperatura entre 105º - 110ºC, até se
verificar constância de peso;
l) determinar com aproximação de 0,01g, o peso do solo seco contido na cápsula (Ps);
m) coloca-se na cápsula de porcelana, a cuba de vidro cheia de mercúrio, removendo-se o
excesso por pressão da placa de vidro;
n) colocar a pastilha cuidadosamente sobre o mercúrio, na cuba;
o) pressionar com os dedos a placa de vidro, de modo que os 3 pinos obriguem a pastilha a
mergulhar inteiramente no mercúrio;
Precaução: devem ser tomadas precauções para evitar a permanência de ar entre a placa
de vidro e a pastilha.
p) medir com uma proveta o volume de mercúrio deslocado pela pastilha. Este volume é igual ao
volume do solo seco (Vs);

CÁLCULO DO ENSAIO

1. Limite de contração

Calcula-se o limite de contração usando a fórmula:

(%)
onde:
Ps = peso da pastilha de solo seco em g
Vs = volume da pastilha de solo seco em cm3;
 = massa específica dos grãos do solo em g/cm3, já determinado;
a = massa específica da água (1 g/cm3).

2. Relação de contração

Calcula-se usando a fórmula:

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DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA

Interessado:

Data de início: Data de término:


AMOSTRA Nº Origem:
Descrição: Massa específica
dos grãos (g/cm3):

LIMITE DE LIQUIDEZ
Cápsula Cápsula e Cápsula e Cápsula Água Solo seco Umidade Número de
nº solo úmido (g) solo seco (g) (g) (g) (g) (%) pancadas

LIMITE DE PLASTICIDADE
Cápsula Cápsula e Cápsula e Cápsula Água Solo seco Umidade Limite de
nº solo úmido (g) solo seco (g) (g) (g) (g) (%) Plasticidade

LIMITE DE CONTRAÇÃO ÍNDICE DE PLASTICIDADE


Peso da Volume de Limite de Média
LIMITE DE LIQUIDEZ
pastilha de mercúrio contração
solo seco (g) deslocado (cm3) LC (%) LC (%) LIMITE DE PLASTICIDADE

ÍNDICE DEPLASTICIDADE

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