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ESTRUTURA DO

SETOR DE SAÚDE
BRASILEIRO

Laís Caroline Rodrigues


Economista Residente – Gestão Hospitalar
residecoadm.hu@ufjf.edu.br
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Organizações de Saúde
São Unidades de diferentes densidades tecnológicas, prestadoras de ações e
serviços de saúde que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade da assistência à saúde da população.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Organizações de Saúde

NÍVEL PRIMÁRIO NÍVEL SECUNDÁRIO NÍVEL TERCIÁRIO

UBS UPA HOSPITAIS


ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Unidade Básica de Saúde - UBS


ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Unidade Básica de Saúde


As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do
Sistema Único de Saúde (SUS). Uma característica da RAS é ter a Atenção Primária à
Saúde como centro de comunicação de toda a rede

• Nível de atenção: PRIMÁRIA


• Objetivo: atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a
necessidade de encaminhamento para hospitais (desafogar hospitais = + vagas)
• Resolubilidade: 80% (opera em custos baixos)
• Custos UBS: Pessoal; Materiais diversos; Serviços diversos; Medicamentos; etc.
• Acesso: grande quantidade; geograficamente estratégicas; proximidade com as
residências
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Unidade Básica de Saúde


ACOMPANHAMENTO / EDUCAÇÃO -> PSF

É recomendável que a equipe de uma unidade de Saúde da Família seja composta,


no mínimo, por um médico de família ou generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e
Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Outros profissionais de saúde poderão ser incorporados a estas unidades básicas, de
acordo com as demandas e características da organização dos serviços de saúde locais,
devendo estar identificados com uma proposta de trabalho
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Unidade Básica de Saúde

Cada equipe do programa é capacitada para conhecer a realidade das famílias pelas
quais é responsável, por meio de cadastramento e diagnóstico de suas características
sociais, demográficas e epidemiológicas; identificar os principais problemas de saúde e
situações de risco aos quais a população que ela atende está exposta; elaborar, com a
participação da comunidade, um plano local para enfrentar os determinantes do processo
saúde/doença; prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à
demanda, etc.
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Unidade Básica de Saúde

São quatro portes de UBS:

• UBS I abriga, no mínimo, uma equipe de Saúde da Família.


• UBS II abriga, no mínimo, duas equipes de Saúde da Família.
• UBS III abriga, no mínimo, três equipes de Saúde da Família.
• UBS IV abriga, no mínimo, quatro equipes de Saúde da Família
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Unidade Básica de Saúde

• Vacinação;
• Consultas;
• Curativos;
• Medicação básica;
• Procedimentos de enfermagem;
• Coleta de exames laboratoriais;
• Entrega de exames;
• Saúde bucal
• Marcação de consultas com especialistas, se necessário;
• Encaminhamento para outros níveis de atenção à saúde, se necessário
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Nível Secundário

Unidade de Pronto Atendimento, hospitais e outras unidades de atendimento


especializado ou de média complexidade.
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Unidade de Pronto Atendimento - UPA

ATENDIMENTO:

• Pressão;
• Febre Alta;
• Infarto
• Fraturas;
• Cortes;
• Derrame;
• Etc.
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Unidade de Pronto Atendimento - UPA


• Funcionam 24h por dia, 7 dias na semana
• Diminuem as filas em prontos socorros nos hospitais
• Resolubilidade: 97% dos casos encaminhados
• Porte I: tem o mínimo de 7 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio de
150 pacientes por dia. População na área de abrangência de 50 mil a 100 mil habitantes
• Porte II: tem o mínimo de 11 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio
de 250 pacientes por dia. População na área de abrangência de 100 mil a 200 mil
habitantes
• Porte III: tem o mínimo de 15 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio
de 350 pacientes por dia. População na área de abrangência de 200 mil a 300 mil
habitantes
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Unidade de Pronto Atendimento - UPA


ORGANIZAÇÃO DO FLUXO → TRIAGEM

PROTOCOLO DE MANCHESTER
• Vermelho – Imediato
• Laranja – 10 minutos
• Amarelo – 60 minutos
• Verde – 2 horas
• Azul – 4 horas
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Nível Terciário
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Nível Terciário
A atenção à saúde de nível terciário é integrada pelos serviços ambulatoriais e
hospitalares especializados. Ela é constituída por grandes hospitais gerais e
especializados que concentram tecnologia de complexidade e devem oferecer à
população atendimento de excelência, servindo de referência para outros serviços,
sistemas e programas em saúde.

• ESPECIALIDADES DIVERSAS
• EQUIPAMENTOS ALTOCUSTO
• TECNOLOGIA
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Nível Terciário
SERVIÇOS OFERECIDOS:
• Cardiologia;
• Oncologia;
• Medicina Nuclear;
• Transplantes;
• Parto de alto risco;
• Terapias renais substitutivas;
• Cirurgia bariátrica;
• Cirurgia reparadora;
• Cirurgia reprodutiva;
• Medicamentos; excepcionais;
• Etc.
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Nível Terciário
HOSPITAIS DE ENSINO

São estabelecimentos destinados ao diagnóstico e tratamento de doenças, onde


são praticados também a investigação e o ensino.

• ENSINO
• PESQUISA
• ASSISTÊNCIA
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Decreto Nº 7.508/11

Art. 3º

O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção


e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta,
mediante a participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma
regionalizada e hierarquizada.
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Organização do SUS
Art. 2º
I - Região de Saúde: espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de
Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e
de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade
de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

Art. 5º
Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:

I - atenção primária;
II - urgência e emergência;
III - atenção psicossocial;
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
V - vigilância em saúde.
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Organização do SUS
Art. 2º
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e
serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a
capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos
indicadores de saúde do sistema;
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Organização do SUS
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços
de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de
apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério
da Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de 30/12/2010).

Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em


níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da
assistência à saúde. (Ministério da Saúde, 2010 – Decreto nº 7.508, de 28/06/2011).
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Organização do SUS
A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de saúde,
melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e contribui para o
avanço do processo de efetivação do SUS.
Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam
ser considerados: economia de escala, qualidade, suficiência, acesso e disponibilidade de
recursos.
As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de
Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões
Intergestores (Ministério da Saúde, 2010 – Decreto nº 7.508, de 28/06/2011).
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Organização do SUS
Art 2º
III - Portas de Entrada: serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS
(Ministério da Saúde, 2010 – Decreto nº 7.508, de 28/06/2011).

Art. 9º
São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os
serviços:

I - de atenção primária;
II - de atenção de urgência e emergência;
III - de atenção psicossocial; e
IV - especiais de acesso aberto.
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Organização do SUS
Art 2º

VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto: serviços de saúde específicos para o


atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de
atendimento especial (Ministério da Saúde, 2010 – Decreto nº 7.508, de 28/06/2011).
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Organização do SUS
Art 2º

VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica: documento que estabelece: critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os
medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias
recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Organização do SUS
Art. 21.

A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas as ações


e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à
saúde.

Art. 25.

A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME compreende a seleção e a


padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no
âmbito do SUS.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Cenário da Saúde no Brasil


Sistema de saúde pluralista (híbrido) em termos institucionais, de fontes de financiamento e
de modalidades de atenção à saúde. Neste sistema, existem basicamente quatro vias de
acesso:

1. Sistema Único de Saúde (SUS): de acesso universal, gratuito e financiado


exclusivamente com recursos públicos (impostos e contribuições sociais);
2. Planos e seguros privados de saúde: de vinculação eletiva, financiado com recursos
das famílias e/ou dos empregadores, composto por 745 operadoras de planos de
assistência médico- hospitalar com beneficiários e 289 de planos exclusivamente
odontológicos com beneficiários (BRASIL, ANS, 2019);
3. Segmento de atenção aos servidores públicos: civis, militares e seus dependentes, de
acesso restrito a essa clientela, financiado com recursos públicos e dos próprios
beneficiários, em geral atendidos na rede privada;
4. Segmento de provedores privados autônomos de saúde: de acesso direto mediante
pagamento no ato (RIBEIRO et al, 2005)
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE

Cenário da Saúde no Brasil


REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de


setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o
planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras
providências.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Dados do setor.


Brasília, 2019. Disponível em: http://www.ans.gov.br/perfil-do-setor/dados-gerais
. Acesso em: 30 mar 2019.

PIOLA, Sérgio Francisco, VIANNA, Solon Magalhães (orgs.) Economia da Saúde:


Conceitos e contribuição para a gestão da saúde. Brasília: IPEA, 1995

NUNES, André. O envelhecimento populacional e as despesas do Sistema Único de Saúde.


Os novos idosos brasileiros: muito além dos, v. 60, n. 2, p. 427-49, 2004.

KUSCHNIR, Rosana; CHORNY, Adolfo Horácio. Redes de atenção à saúde:


contextualizando o debate. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 2307-2316, 2010.

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