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AUTISMO INFANTIL E EDUCAÇÃO

MARILÉIA REGINA FRANCO

RESUMO

O objetivo do trabalho foi discutir e analisar o autismo apresentando dados


essenciais para que o educador compreenda melhor o que é autismo. A educação é
um direito de todos, e os indivíduos com deficiências devem fazer parte das escolas
que devem passar por transformações em seu funcionamento para incluir todos os
alunos. O levantamento histórico foi de grande relevância para que fosse feito uma
observação de como o assunto evoluiu com ao passar dos anos. O autismo pode
ser descrito como um dos transtornos invasivos do desenvolvimento e que faz parte
de um conjunto de transtornos que são habitualmente diagnosticados já na infância
podendo estar presente já desde o nascimento sendo que em alguns casos apenas
são diagnosticados quando o indivíduo já é adulto. É necessário que a escola, os
pais e os professores estarem preparados para receber essas crianças em um
ambiente acolhedor, de aprendizagem e sociabilidade.

PALAVRA-CHAVE: Autismo. Criança. Educação.

Introdução

O autismo está sendo cada vez mais pesquisado em nossos dias, sendo um
distúrbio de desenvolvimento que prejudica as áreas de comunicação, interação
social e de comportamento. Sintomas esses que acompanharão o indivíduo por toda
vida. Há diversas manifestações do autismo que vão desde formas suaves podendo
chegar até formas mais graves. Não devemos ficar parado nas dificuldades do
autista e sim propiciar suas potencialidades visando a socialização e autonomia.
Conhecer a fundo uma pessoa com autismo pode ser um aprendizado especial.
O estudo sobre o autismo apresenta-se como um desafio para todos os
envolvidos nesta questão. O assunto suscita um interesse grande e também muitas
controvérsias. Isso se torna aparente devido ao aumento considerável de artigos,
livros e trabalhos apresentados em congressos sobre esse tema. Além do interesse,
mas também devido nossa ignorância em relação aos aspectos que não estão
esclarecidos dentre os quais destaca-se a questão da definição, a etiologia, o
diagnóstico, a avaliação e a intervenção.
A importância desse trabalho considera-se que sejam justificadas com base em
alguns fatores como o desconhecimento sobre essa síndrome e a necessidade de
possibilitar novos conhecimentos e informações a educadores e familiares sobre o
autismo.

DESENVOLVIMENTO
De acordo com Silva, Gaiato e Reveles (2012) a primeira pessoa a utilizar a
palavra autismo foi o psiquiatra austríaco Eugen Bleuler em 1911 para descrever
características da pessoa esquizofrênica. Introduziu o termo autismo para
determinar a falta de contato com o mundo real. Em 1943 o psiquiatra Leo Kanner
publicou um estudo o qual observou onze crianças que apresentava isolamento
social. No início defendeu a teoria de que os sintomas eram inatos daquelas
crianças e que as mães dessas com crianças agiam com elas friamente. Essa teoria
foi muito divulgada e anos mais tarde o psiquiatra retratou-se publicamente por essa
consideração.

Em 1943, o psiquiatra infantil austríaco Leo Kanner publicou um estudo no


qual observou 11 crianças que apresentavam isolamento extremo desde o
início da vida, apego às rotinas, preferência por objetos inanimados em
detrimento das pessoas, ecolalia imediata e tardia, e inversão pronominal.
Inicialmente, ele formulou a teoria de que estes sintomas seriam inatos
àquelas crianças. Esse mesmo cientista criou o conceito da "mãe geladeira"
ao descrever o comportamento observado, por ele, nas mães de crianças
com autismo, pois referiu que elas apresentavam contato afetivo frio,
mecanizado e obsessivo, apesar do alto grau de desenvolvimento
intelectual. (SILVA, GAIATO E REVELES, 2012, p 77).

Segundo Gomez e Terán (2014) Kanner durante a sua observação percebeu


que três das onze crianças não falavam e as demais não se utilizavam das
capacidades linguísticas que possuíam; percebeu comportamentos auto
estimuladores e movimentos que não condiz com a normalidade. Foi Kanner quem
realizou o primeiro estudo de uma criança com autismo.
.
Kanner realizou o primeiro estudo de uma criança autista: o nome dela era
Jerry. O próprio Jerry ajuda-nos a reconstituir em que consiste a experiência
de ser autista, lembrando que os estados de experiência dominantes na
infância eram “a confusão e o terror”. Os estímulos sensoriais (sons,
cheiros...) eram insuportavelmente intensos. “Nada parecia constante, tudo
era estranho e imprevisível”, especialmente o comportamento das pessoas,
que era impossível de antecipar e compreender. Jerry recorda um mundo
fragmentado, sem um sentido central e consciente de que há nele uma
carência básica: não sente empatia, não pode sentir o que as outras
pessoas sentem (GOMEZ E TERÁN ,2014, p.464).

É comum em alguns casos, profissionais mal informados ainda culparem a


mãe por esse transtorno reproduzindo a teoria de Kanner. Porém essa teoria já foi
descartada ao passo que se observa que muitas mães são extremamente afetuosas
dedicando se totalmente a seus filhos.
Segundo Gomez e Terán (2014) o termo autismo foi usado pelo psiquiatra
Leo Kanner para descrever o afastamento   do mundo exterior que foi observado em
indivíduos com esquizofrenia que geralmente mergulham em seus próprios
pensamentos e fantasias. Kanner teria essas crianças com “autismo infantil
precoce”   após passarem por um tempo em que pareciam estar concentrados em si
mesmas, sem demonstrar interesses por outras pessoas.
 Segundo Mello (2005) em 1944 Hans Asperger, médico também austríaco
publicou um estudo o qual observou 400 crianças avaliando seu comportamento e
habilidades, descrevendo crianças com comportamentos parecidos com as que
foram descritas por Kanner. Asperger, no entanto, notou interesses intensos fora do
comum e rotinas repetitivas e apego e identificou o autismo de forma independente o
qual publicou suas próprias observações onde foram destacadas as mesmas
características observadas por Kanner. Asperger definia o transtorno fundamental
dos autistas como a limitação de suas relações sociais e a personalidade dessa
criança está determinada por essa limitação.
De acordo com Mello (2005) o trabalho de Asperger foi publicado em língua
alemã, no final da segunda guerra mundial, dificultando a sua difusão. Assim, seus
trabalhos só se tornaram conhecidos a partir do momento que foi publicado em
inglês. A partir de 1960 a psiquiatria inglesa Lorna Wing começou a publicar textos
sobre o assunto já que possuía uma filha com autismo. A pesquisadora foi a primeira
a descrever a tríade de sintomas. Buscando assim difundir a ideia de que sintomas
relacionado a qualquer um dos elementos da tríade podem ocorrer em vários graus
e intensidade.
Percebe-se que tanto Kanner como Asperger estiveram a oportunidade de
observar grupos parecidos, mas com interpretações diferentes, o que levou a serem
formuladas a Síndrome de Asperger e autismo de Kanner”, para se referir a
autismos de alto e baixo nível de funcionamento.
Segundo Baptista e Bosa (2002) Asperger defendia que a síndrome por ele
descrita diferia da descrita por Kanner, embora reconhecesse algumas
semelhanças, uma vez que ambos relacionaram as dificuldades no relacionamento
interpessoal e na comunicação. Atualmente atribui-se tanto a Kanner com a
Asperger a identificação do autismo, sendo que por vezes encontramos os estudos
de um e de outro associado a distúrbios ligeiramente diferentes.
Apesar das semelhanças Mello (2005) afirma que se percebe diferenças no
ponto de vista de Kanner ao enfoque de Aspenger que se preocupou com a
educação e abordava o autismo como um transtorno de personalidade o que
representaria um grande desafio para a Educação Especial. Porém os interesses
educativos de Aspenger não eram dominantes nos primeiros vinte anos de estudo e
tratamento do autismo infantil porque ele era desconhecido no círculo dos alemães e
seu trabalho ainda não teria sido traduzido para o inglês.
Para Baptista e Bosa (2002) os relatos de Asperger são mais amplos que os
de Kanner apresentando características que não foram abordadas por ele incluindo
casos envolvendo comprometimento orgânico. Asperger ressaltou a dificuldade das
crianças em observar fixamente durante situações sociais, mas também ressaltou a
presença de um olhar periférico chamando atenção para gestos com pouco
significado e da fala a qual pode-se observar sem problemas de gramática e com
vocabulário variado, porém repetido continuamente. Salientou a forma ingênua e
inapropriada de aproximar-se das pessoas notando a dificuldade dos pais em
constatar comprometimentos nos três primeiros anos de vida da criança.
As crianças eram consideradas com desequilíbrio mental ou retardadas antes
de kanner reconhecer e registrar o conjunto de sintomas autistas. Muitas vezes
essas crianças tinham habilidades que demonstravam que elas não eram
simplesmente retardadas ou lentas no seu processo de aprendizagem e que nem
sempre demostravam desequilíbrio emocional.
Segundo Mello (2005), kanner relata que a criança se desenvolve
normalmente nos primeiros anos de vida, mas depois perdem a linguagem ficando
incapazes de se desenvolver socialmente e há uma redução nas suas atividades
cotidianas. Em contrapartida o cientista Dr. Hans Asperger, se utilizou do termo
“psicopatia autista” para se referir a crianças com características de comportamentos
similares.
De acordo com Gomez e Terán (2014) desde que surgiu a definição de
Kanner o autismo tem sido apresentado como um distante e cheios de enigma. O
autismo ainda se apresenta com sendo complexo e apresentando desafios para a
intervenção terapêutica e educativa. Porém quando se tem a oportunidade de
interação com uma pessoa autista pode-se sentir à experiência do imprevisível, da
impotência e a dificuldade de descrever e de destacar a natureza do autista.
O autismo aborda uma forma singular do desenvolvimento do indivíduo
onde aspectos como a socialização, a comunicação e o comportamento apresentam
diferenciações dos padrões considerados normais. Geralmente essas características
que se diferem da dita normalidade aparecem nos primeiros anos de vida e vão até
a idade adulta.
Segundo Silva, Gaiato e Reveles (2012) o autismo ocorre em diferentes
níveis que podem ir desde a dificuldade de comunicação, movimentos repetitivos e
agressividade até formas mais suaves de difícil detecção confundindo-se com
timidez e falta de atenção.

Ao acompanhar criança de dois anos desde o nascimento, por exemplo,


nota-se que nos primeiros meses de vida não há nada de estranho em seu
comportamento; é um filho alerta, sorridente, tranquilo e aparentemente
normal em tudo. As aquisições motoras próprias do primeiro ano, que
incluem destrezas tão importantes, como segurar/movimentar bem a
cabeça, sentar-se e andar, desenvolvem-se em seu tempo e sem
problemas. Mas logo começam a comportar-se de maneira peculiar
(GOMEZ E TERÁN ,2014, p.464).

Baptista e Bosa (2002) afirmam que mesmo o autismo manifestando desde os


primeiros anos de vida, existem relatos de pais de que os filhos eram “normais” em
determinado período de vida anteriormente a manifestação dos sintomas. É comum
esses pais também relarem que algum acontecimento na família colaborou para o
desencadeamento do autismo, como a chegada de um irmão ou alguma doença.
Além disso essas crianças não conseguem manter um contato olho no olho e
quando o fazem é de forma rápida.
Para SZABO (1999) a conduta autista geralmente aparece no nascimento ou
entre os primeiros dois anos e meio de vida afetando com mais frequencia os
meninos. Entre os sintomas podemos destacar respostas anormais dos sentidos,
ausência ou atraso na fala e na linguagem, anormalidade no relacionamento com as
pessoas sendo que em algumas crianças pode apresentar de modo leve ou severo.
Nenhum sintoma é exclusivo do autismo o que pode tornar o diagnóstico confuso
principalmente se o médico não for bem informado.

O autismo pode manifestar-se desde os primeiros dias de vida, mas é


comum pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade
anteriormente à manifestação dos sintomas. É comum também estes pais
relacionarem a algum evento familiar o desencadeamento do quadro de
autismo do filho. Este evento pode ser uma doença ou cirurgia sofrida pela
criança ou uma mudança ou chegada de um membro novo na família, a
partir do qual a criança apresentaria regressão. Em muitos casos constatou-
se que na verdade a regressão não existiu e que o fator desencadeante na
realidade despertou a atenção dos pais para o desenvolvimento anormal da
criança, mas a suspeita de regressão é uma suspeita importante e merece
uma investigação mais profunda por parte do médico (MELLO,2005, p.12).

Para Silva, Gaiato e Reveles (2012) geralmente os homens perdem muito em


relação as mulheres nas questões relacionadas as habilidades sociais possuindo
muito mais dificuldade na percepção do quanto seus atos pode influenciar no
ambiente ou nos sentimentos das pessoas. Eles chegam a ser grosseiros e provocar
mágoa sem perceber, pois, tendem a ser mais rígidos e controladores. Porém não
possuem tantas habilidades na área da comunicação e seus momentos de diversão
tende a ser mais restritos como o futebol por exemplo. Eles não conseguem
interiorizar como as mulheres podem se divertir em um simples chá de bebe. Em
pessoas autistas estes traços masculinos são mais perceptíveis.

Em pessoas com traços de autismo, este cérebro masculino é ainda mais


evidente. De fato, o pesquisador inglês Simon Baron-Cohen levanta a
hipótese de que o cérebro autístico seria um cérebro predominantemente
masculino, como resultado de uma exposição maior à testosterona, o
hormônio masculino, durante a gestação. Estudos genéticos, apesar de
muito importantes, ainda engatinham nas elucidações da causa do autismo
e é provável que a tese do excesso de testosterona não explique todos os
casos de autismo existentes no mundo. Mas tudo indica que isso pode ser
um dos fatores nessa colcha de retalhos (SILVA, GAIATO E REVELES,
2012, P. 25).

Para Silva, Gaiato e Reveles (2012) de acordo com estatísticas o autismo


atende mais os meninos. Para cada quatro crianças diagnosticadas com autismo
apenas uma é menina. Um cérebro masculino não necessariamente deve estar em
um homem, pois há homens com cérebros mais afeminados e mulheres com
cérebro masculino, porém estas diferenças não interferem na vida dessas pessoas
porque suas habilidades sociais são preservadas. Defendia-se que as pessoas com
autismo tinham uma deficiência em sua imaginação deficiente o que gera muitas
dúvidas em relação a este termo.
Segundo Szabo (1999) os autistas são estranhos apresentando dificuldades
em se concentrar sendo muito dispersos aparentando estar em outro mundo. Isso
dificulta entrar nesse mundo afim de compreendê-los. Estão muito ligados a mãe ou
a algum objeto que sempre está contigo. Entre os sintomas do autismo podemos
destacar respostas anormais dos sentidos, ausência ou atraso na fala e na
linguagem, anormalidade no relacionamento com as pessoas sendo que em
algumas crianças pode apresentar de modo leve ou severo. Nenhum sintoma é
exclusivo do autismo o que pode tornar o diagnostico confuso principalmente se o
médico não for bem informado.
De acordo com Baptista e Bosa (2002) é necessário que a criança estabeleça
relações entre pessoas e pessoas e objeto durante os primeiros anos de vida. Pois a
ações produzidas pelo corpo das pessoas com seu corpo e objetos vai atribuindo
significado ou sentido a tudo. No decorrer do desenvolvimento as ações das
crianças devem ser coordenadas e com sentido provocando nela conhecimentos
que pode ocorrer também em relação ao que ocorre no meio ambiente. Segundo
Gomez e Terán (2014) a falta de comportamentos comunicativos com intenção é
praticamente aplicada em crianças que serão diagnosticadas como autistas. Os
sintomas de autismo costumam se manifestar nos primeiros três anos de vida tendo
continuidade para o resto da vida.
É comum pessoas com autismo se sentirem incomodadas com os sons e ao
toque mostrando pouca sensibilidade a dor podendo ser muito sensíveis a outras
sensações. Podendo essas sensibilidades incomum propiciar com os sintomas
percebidos em sus comportamentos como ser abraçado.

São comportamentos de caráter significativo e que evolvem a suspensão da


ação direta sobre os objetos para convertê-la “em espera “, em sinal de
interesse para eles ou desejo de obtê-los (uma ação em espera é, por
exemplo, estender a palma da mão para o objeto desejado, sem tocá-lo;
outra é apontar com o dedo uma coisa interessante (GOMEZ E TERÁN,
2014, p. 479).

Para Gomez e Terán (2014) chega-se a confundir autismo com psicose


infantil. Na psicose ocorre a perda da realidade já no autismo existe a dificuldade no
acesso da mesma. Em princípio os sintomas de ambos eram bem parecidos, porém
agora sabe-se que as pessoas com psicose apresentam uma fuga da realidade
enquanto no autismo isso não ocorre pois eles não perdem contato com o mundo
real e sim isso lhes parece difícil estabelecer contato com o mundo real. A criança
com autismo não chega ao momento em que se inicia a construção de sua psique,
sua subjetividade: por consequência permanecerá em um estado desumanizado,
fora da cultura.

Até então, o autismo infantil ainda persistia como um subgrupo dentro das
psicoses infantis era considerado uma forma de esquizofrenia_, o que faz
com que alguns profissionais ainda usem adnominação errônea de “psicose
infantil” para se referir a esses pacientes. Na década de 80, o autismo
recebeu um reconhecimento especial, diferente de esquizofrenia, o que
proporcionou um maior no número de estudos científico, recebendo a
denominação diagnóstica correta e com critérios específicos (SILVA,
GAIATO E REVELES, 2012, p.130)

Szabo (1999) os pais de crianças autistas enfrentam muitos desafios que


podem ser dificuldades praticas até problemas emocionais. É doloroso o momento
da descoberta da síndrome do filho e muitas vezes se culpam pela situação. As
dificuldades já se afloram no momento em que em que as etapas prolongadas do
desenvolvimento da criança em relações as outras o que se agrava e com o
comportamento difícil por parte do bebê. Muitas vezes a mãe se entrega de corpo e
alma abrindo mão de sua vida para dedicar-se totalmente ao filho. A vida social da
família se torna limitada pois e difícil a aceitação da criança na sociedade.

Umas das primeiras teorias postulava que o autismo era resultado de um


retraimento psicológico. O que a criança percebia como um ambiente hostil,
e castigador. Assim culpavam-se esses pais “refrigeradores" cujas relações
com seus filhos eram frias e distantes. Esta teoria f oi descartada por
rigorosas investigações cientificas que demonstram que os pais de crianças
autistas são tão cálidos e afetuosos como quaisquer outro (SZABO,1999, p.
23).

Segundo com Gomez e Terán (2014) mãe e filho vão se adaptando


normalmente em decorrência de uma situação dentro da normalidade enquanto a
criança autista viverá a mesma relação de um modo diferente. Uma vez que suas
necessidades não são compreendidas, ele não receberá os cuidados adequados
adotando comportamentos considerados dentro do padrão da normalidade que pode
levar a criança fechar-se em si mesmo comportando-se tranquilamente, dormindo
por muitas horas e rejeitando comida. Em contrapartida pode acontecer de o bebê
adotar uma postura de demanda contínua onde chora e grita sem parar agredindo a
si mesmo.
Segundo Baptista e Bosa (2002) através de estudos recentes foi
comprovado que nem todos as pessoas com autismo mostra aversão ao toque e
isolamento. Pode acontecer que possam buscar o contato físico quando não se
apresentar de forma pegajosa. Existem evidências de que autistas podem
desenvolver comportamentos que demonstrem apego aos pais a partir do momento
que angustiam se separados deles.
Para Silva, Gaiato e Reveles (2012) é um momento importante quando os pais
recebem o diagnóstico. Vão surgir emoções, conflitos e inseguranças. A mãe vais
ser a primeira a se culpar. Ser pais de um autista se torna um exercício diário que
requer muita paciência, disciplina, dedicação e uma estrutura familiar sólida com a
participação de todos que estão envolvidos na criação dessa criança. É frequente os
pais ressaltarem apenas os problemas dos autista o que dificulta sua percepção das
habilidades e os pontos fortes que elas possuem.

Não resta dúvida de que o autismo eleva, em muito, os níveis de estresse


nos membros da família e provoca desavenças no casal: o pai briga com a
mãe, o irmão com o pai, a mãe com filho... e a criança, na maioria das
vezes, sem entender o que se passa ao redor, pode tapar os ouvidos, ter
crises de irritabilidade, agredir pessoas ou a si mesma ou simplesmente se
recolher em um de seus universos. Porém, mais do que nunca, essa família
precisa transcender as dificuldades e encontrar pontos de equilíbrio, uma
vez que existe uma vida que depende inteiramente das pessoas do seu
convívio. Pais, responsáveis, irmãos e funcionários domésticos precisam
seguir a mesma orientação com aquela criança, ou seja, agir de maneira
igual diante dos comportamentos e obstáculos diários, para que ela tenha
um bom desenvolvimento (SILVA, GAIATO E REVELES2012, p.46).

De acordo com Silva, Gaiato e Reveles (2012) é necessário dar atenção aos
filhos autistas evitando exageros nas punições exageradas como forma de aliviar
sua raiva. Essas ações não irão contribuir para que se tornem capazes de
compreender o que é certo ou errado e só tende a piorar a situação. É melhor
ressaltar os bons comportamentos do que punir os maus. Não se deve criar a
esperança de que eles tenham um comportamento perfeito e sim valorizar as
pequenas conquistas pois muitas vezes essas crianças não conseguiram responder
as expectativas dos pais, a maioria das vezes porque não conseguem.
As causas do autismo são desconhecidas. Acredita-se que a origem do
autismo esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não
definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Além
disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos
ocorridos durante a gestação ou no momento do parto. A hipótese de uma
origem relacionada à frieza ou rejeição materna já foi descartada, relegada
à categoria de mito há décadas. Porém, a despeito de todos os indícios e da
retratação pública dos primeiros defensores (MELLO,2005, P.17).

De acordo com Szabo (1999) autismo consiste em uma doença com


causas não esclarecidas. Sua vivencia é perturbadora com um grande apego a
rotina, com graves problemas de comunicação impedindo que penetrem em seu
mundo, dificilmente permite -se a reagir diante de estímulos o que o incapacita de
manter um contato com o mundo exterior. Mesmo após muitos estudos ainda não se
chegou a conclusão sobre a origem dessa síndrome.
Szabo (1999) defende que em relação ao diagnóstico, esse é baseado na
observação do comportamento da criança ele pode estar ligado com outros
distúrbios de funcionamento do cérebro, alguns distúrbios metabólicos ou retardo
mental. Pode se apresentar de forma mais suave, mas muitas vezes se apresenta
de forma severa com um comportamento que pode ser muito difícil.

Ainda não há clareza a respeito da causa do autismo. Como o transtorno e


associado, em muitos casos, com doenças orgânicas (retardo mental,
convulsões) e genéticas (Síndrome do X frágil, esclerose tuberosa), é muito
provável que sua causa seja de origem biológica, o que se opõe às teorias
iniciais, que atribuíam o autismo ao modo de tratar de a mãe tratar a
criança. A partir de 1970, as pesquisas tendem a relacionar o autismo com
anormalidades em determinados pontos do cérebro, com alterações na
quantidade de determinadas substâncias no cérebro e com causas
imunológicas, ligadas a anticorpos m maternos (BAPTISTA E BOSA,
2014.P. 42).

Para Szabo (1999) o autismo pode manifestar-se de forma


diferente em cada criança, algumas já apresentam características autista como não
se aninhar no colo da mãe e algumas não percebem a presença de pessoas a sua
volta. Não demonstram interesse por brinquedos e não sorriem apresentando
comprometimento da fala e em alguns casos chegam a perdera fala já adquirida.
Hoje sabemos que o autismo não é gerado por uma única causa
identificada, uma vez que suas características podem ser muito
variadas e responder a diversas razões. Por isso, é c considerada uma
síndrome multicausal e multifatorial. Pessoas com autismo podem
apresentar sintomas diferentes, demonstrar comportamentos distintos e v ir
de diversos ambiente. É devido a essas diferenças que o autismo também é
conhecido como transtorno de espectro ou síndrome e aplica-se a pessoas
com perturbações do espectro autista (ou A.S.D., sua sigla em inglês)
(GOMEZ E TERÁN ,2014, P.448).

Como os sintomas do autismo manifestam-se antes dos três anos se faz


necessário a busca do diagnóstico o mais rápido possível. É fundamental o
diagnóstico precoce pois quando se percebe esses comportamentos não aparecem
de forma “normal” mais chance ocorrerá de corrigir certas disfunções.
Para Szabo (1999) é difícil que se faça um diagnóstico correto pois os
comportamentos do autista podem ser confundidos com o de pessoa “normais”.
Pois todas as crianças podem ter o seu o seu momento de solidão ao brincar
sozinhos ou de agitação, porém nos autistas com grau de autismo grave esses
comportamentos tende a ser mais evidentes o que facilita o diagnóstico, mas em
crianças com grau de autismo leve torna se mais difícil a identificação o que vai
atrasar o tratamento.
Segundo Gomez e Terán (2014) pode-se notar que as atividades motoras se
apresentam com excelência já que podem ajustar objetos classificando-os de acordo
com tamanho e forma. Não apresenta alteração na memória e a linguagem e
essencial no quadro autista. O futuro dessas crianças pode ser antecipado por um
bom exame de linguagem. Não podemos afirmar que o autismo seja somente um
distúrbio emocional, pois sua causa leva a uma inter-relação das características
entre genética anímica e biológica além de características emocionais dos pais há
sintomas que podem ser transmitidos.

O “autismo infantil precoce” é um dos distúrbios mais complexos de


desenvolvimento, de comportamento e de comunicação na infância. Os
primeiros momentos de vida são fundamentais para o desenvolvimento do
indivíduo, e é por isso que a detecção de uma possível perturbação autista
durante essa fase é essencial par a inervação precoce que favorece a
evolução da pessoa em desenvolvimento (GOMEZ E TERÁN, 2014, p. 482).

De acordo com Gomez e Terán (2014) percebe-se que o retardo mental não é
uma característica pessoa com síndrome autista, porém grande parte das pessoas
com autismo podem apresentar retardo mental associada a outras características.
Isso pode ocorrer por desconhecimento sendo necessário diferenciar tais quadros. O
autismo não é deficiência embora seja chamado de deficiência do desenvolvimento
devido ao fato de iniciar antes dos três anos de idade e provocar atrasos na maneira
com a pessoa desenvolve e cresce.
Assim o diagnóstico e a intervenção o mais cedo possível vai propiciar as
capacidades de desenvolvimento da criança.

CONCLUSÃO

Uma das contribuições desse estudo para a compreensão do autismo e as


limitações da transposição desse conhecimento para o cotidiano da criança,
chegando à conclusão de que as estratégias de ensino, visando a desenvolver
níveis mais altos de competência envolvem uma ação conjunta e diversa, bem como
de reflexão e criatividade.
O autismo apresenta-se como uma sindrome desconhecida e que nao tem
cura mas se for diagnosticada precocemente surgira a oportunidade de oferecer a
ela um tratamento adequado que estimule a criança minimizando algumas
caracteristicas possibilitando de ter uma vida social como as outras crianças.
Uma pessoa com de deficiência pode realizar muitas tarefas, só que para isso
muitas vezes necessitará de uma ferramenta, a tecnologia. Portanto não importa
como você faz algo, mais sim o que faz e como supera as dificuldades.

REFERÊNCIAS

BAPTISTA, Claudio Roberto; BOSA, Cleonice (org.). Autismo e educação:


reflexões e propostas de intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2002.

GÓMEZ, Ana Maria Salgado / TERÁN, Nora Espinosa. Transtornos de


Aprendizagem e Autismo. São Paulo: Cultural, 2014.

MELLO, Ana Maria S. Ros de. Autismo: guia prático. 4. ed. São Paulo: AMA;
Brasília:
CORDE, 2005.

SILVA, Ana Beatriz Barbosa; GAIATO, Mayra Bonifácio; REVELES, LeandroThadeu.


Mundo Singular: entenda o autismo; Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

SZABO, Cleuza. Autismo: um Mundo Estranho. São Paulo: Edicon, 1999.

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