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Características das fases do DESENVOLVIMENTO CRIADOR a partir dos livros:

Lowenfeld, Viktor, A Criança e sua Arte, Editora Mestre Jou, 1977.


Lowenfeld, V. e Brittain W.L., Desenvolvimento da Capacidade Criadora, Editora
Mestre Jou, 1970.

FASE DAS GARATUJAS – 2 a 4 anos

As garatujas se classificam em três categorias:


- Garatujas Desordenadas: Os traços variam em comprimento e direção, embora
possam repetir-se algumas vezes, à medida que a criança movimenta o braço para
trás e para frente. Pode olhar para outro lado e continua garatujando. O garatujar é
natural do desenvolvimento completo da criança.

- Garatujas Controladas: A criança descobre que existe uma ligação entre seus
movimentos e os traços que faz no papel (controle visual). As linhas podem ser
repetidas e, quase sempre, são traçadas com grande vigor.

- Garatujas com Atribuição de Nomes: As crianças começam a dar nome às suas


garatujas, mas no desenho elas não são reconhecíveis. Esta atribuição de nomes às
garatujas é de grande significado, pois indica uma transformação no pensamento da
criança. Antes deste estágio, ela estava “satisfeita” com os movimentos, mas, agora,
passou a ligar esses movimentos com o mundo à sua volta. A criança começa a
desenhar com uma intenção.

FASE PRÉ-ESQUEMÁTICA – 4 a 7 anos

Início da criação consciente da forma. Os traços e as garatujas perdem suas


relações com os movimentos corporais e passam a ser controlados, relacionando-se
com objetos visuais.
• 4 anos – algumas formas reconhecíveis
• 5 anos – traços distinguíveis como pessoas, casas ou árvores
• 6 anos – desenhos com tema e claramente identificáveis
No início da fase Pré-Esquemática, a representação “cabeça-pés” é o que a criança,
de fato, sabe sobre si mesma, e não uma representação visual do todo. Aos seis
anos faz o desenho bastante organizado de uma pessoa.
FASE ESQUEMÁTICA – 7 a 9 anos

Aparece o conceito definido do homem em seu meio.


A criança passa a utilizar um “ESQUEMA” – conceito a que a criança chegou
e que repetirá enquanto nenhuma experiência intencional a influenciar para que o
mude. Esses esquemas são altamente individualizados.
Primeiro registro consciente de que faz parte do meio é indicado pela linha de
base. Pode utilizar várias linhas de base, como um misto de plano e elevação.
Dobragem – processo de criação do conceito de espaço quando os objetos
são desenhados perpendicularmente à linha de base. A criança está no meio da
cena, vendo ao mesmo tempo o que está à sua direita e à sua esquerda.
Raio X – são indicados tanto o interior como o exterior de um espaço.
Cor – a criança descobre naturalmente que existe afinidade entre cor e
objeto. Usa as mesmas cores para os mesmos objetos.

ALVORECER DO REALISMO/IDADE DA TURMA – 9 a 12 anos


A criança demonstra capacidade de romper com o esquema e de reconhecer
os pormenores relacionados com o eu e o ambiente.
A busca pela representação mais realista muitas vezes traz o medo, a
preocupação com o fazer bem-feito. A escolha da cor também obedece à regra e à
organização.
Neste momento expressivo há mais autocrítica na comparação entre o real,
sua imaginação e sua produção, expectativas que muitas vezes levam a criança a
abandonar a produção ou amassá-la e jogar no lixo. Isso pode continuar a acontecer
se no Ensino de Arte a criança não for sensibilizada para outras possibilidades, seja
através da ampliação de referências, de rodas de conversa sobre a produção ou
mesmo da observação direta.

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