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SISTEMAS DE CONSTRUÇÃO II

CONCRETO ARMADO
AULA 1
NBR 6118 da ABNT

CARACTERÍSTICAS FÍSCO-MECÂNICAS DOS MATERIAIS


Professores:
Célia Regina Meirelles
Eduardo Deghiara
Eduardo Pereira
Henrique Dinis
João Luiz Biscaia

HENRIQUE DINIS / EDUARDO DEGHIARA 1


Bibliografia Básica:

-ABNT – Associação Brasileiro de Normas Técnicas:


NBR 6118 – Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado.
NBR 6120 – Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações.
NBR 7480 – Barras e Fios Destinados a Armadura para Concreto Armado.
NBR 8681 – Ações e Segurança nas Estruturas.
-Botelho, Manoel Henrique C.- Concreto Armado: Eu Te Amo - Editora Edgard Blucher
Ltda- 2006.

COMPLEMENTAR
-Leonhardt, F.; Moenning, E. – Construções de Concreto – Rio de Janeiro – Editora
Interciência – 1977.
-Jimenez Montoya, P. ; Garcia Meseguer , A. ; Moran Cabré, F. – HORMIGON ARMADO
– Barcelona: Gustavo Gili – 2001.
-Pfeil, Walter – Concreto Armado-Dimensionamento – Editora Livros Técnicos e
Científicos-1987.

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CONCRETO - DEFINIÇÃO

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Traço do Concreto
A resistência do concreto é estudada previamente, antes de se
misturar os seus materiais constituintes.
Os materiais que farão parte da mistura: as britas, as areias, o cimento,
a água e os aditivos, terão suas proporções na mistura
determinadas através de procedimentos analíticos, que são
designados por: TRAÇO DO CONCRETO.

O tamanho dos grãos das areias e o diâmetro das britas são


estipulados, pelos seguintes critérios:

• Compatibilidade com as dimensões das formas


• Suficientes para penetrar nos espaços entre armaduras
• Por questões de minimizar a retração hidráulica do concreto
• Por questões da resistência do concreto

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AGREGADO MIÚDO

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AGRAGADO GRAÚDO

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Resistência do Concreto
A resistência do concreto à compressão, depende de vários
fatores, entre os mais importantes, podemos citar:

tipo do cimento: existem cimentos de várias categorias, que interferem


não somente na resistência do concreto, como também na velocidade
de pega ou de endurecimento, na proteção contra agentes agressivos,
etc. De uma forma geral, a quantidade de cimento e de água, definem a
resistência do concreto e os demais fatores, proporcionam condições
ideais, para que a resistência máxima possível, seja atendida.
relação água x cimento: fator decisivo na resistência, através da maior
ou menor porosidade que o concreto terá, em função da quantidade de
água excedente acrescentada na mistura.
lançamento, adensamento e cura: podem alterar as características
previstas para a massa, devido a maior ou menor porosidade que
resultará, em função dos processos utilizados.
aditivos: no que diz respeito à resistência, agem na massa de concreto,
também no sentido de controlar a porosidade.

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ENSAIOS DO CONCRETO
Os ensaios são recomendados pelas normas técnicas
pertinentes.

NECESSIDADE
A rigor, os ensaios são certificados de garantia do concreto que se
está utilizando em uma obra, seja com respeito à sua resistência
como também à sua trabalhabilidade.
Havendo algum problema futuro com as estruturas, os certificados
serão testemunhos utilizados para sanar dúvidas quanto às
causas da avaria.

Dispensa-se a realização de ensaios


quando o concreto for usinado e
fornecido por usinas de concreto
credenciadas.

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ENSAIOS DO CONCRETO
Ensaios de Resistência
Após a mistura ter sido efetuada, retira-se da massa fresca, o material
para a moldagem de corpos de prova, os quais serão então submetidos
a ensaios de ruptura, através de uma prensa, averiguando-se então se
as resistências previstas em projeto foram obtidas.
Os ensaios de resistência referem-se normalmente à compressão,
ficando as outras características avaliadas por estimativas, função da
resistência à compressão.

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ENSAIOS DO CONCRETO “SLUMP – Teste”
Preenche-se o cone metálico com concreto,
retira-se então o cone e mede-se o abatimento
da massa de concreto.

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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO

O concreto é um material FRÁGIL, ou seja, um material que rompe bruscamente.

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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO
DE CÁLCULO

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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO
• Verifica-se que os incrementos de tensões, em MPa, estão indicados ao
longo do eixo vertical. No eixo horizontal, são locados os incrementos de
deformações, no caso específicas, em o/oo (um por mil).

• A relação entre as tensões e as deformações, é denominada de Módulo


de Deformação, expresso algebricamente pela tangente do ângulo da
reta, na origem do diagrama.

• Para deformações específicas, com valores de até 2 o/oo, o comportamento


do concreto é considerado no regime elasto-plástico, iniciando no regime
elástico, na origem do diagrama e atingindo o regime plástico em 2%o.
Esta curva, segundo as normas de Concreto Armado, pode ser assimilada a
uma parábola do 2. grau (ver figura 7.2). A partir de 2 o/oo, o material
encontra-se no regime plástico e deverá se alongar, sem romper, até 3,5
o/ .
oo

• O valor de fck, no eixo das tensões ““, representa a tensão característica


do concreto.

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Influência da Relação Água/Cimento,
na Resistência do Concreto
A relação água- cimento, é a proporção entre o total de água
adicionada ao concreto, e o cimento, ambos medidos em peso. As
quantias de água podem ser assim subdivididas:

AH: Água de hidratação. É a quantidade necessária de água para a


hidratação do cimento.

AE: Água Excedente. É a quantidade de água lançada na mistura, além


da água de hidratação, para garantir as condições de
trabalhabilidade da massa, durante a moldagem das peças.

A relação água/cimento, é expressa pela seguinte relação:


AT (peso)
Relação A/C =
cimento (peso)
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Relação Água/Cimento
Em geral, o valor da relação A/C, para atingir este fim, está entre 0,35 a 0,40.
Em concretos sem o controle tecnológico, somente a título de curiosidade,
a relação A/C, está em torno de 0,7 a 0,8.

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Variação da Resistência do Concreto com a
Idade

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Resistências Características do Concreto
A resistência característica do concreto, equivale à tensão de
ruptura dos corpos de prova, aos 28 dias.

Nesta condição, temos que considerar separadamente, os dois tipos


distintos de solicitações, a de compressão e a de tração.
As resistências características, podem ser designadas, como abaixo:

fck - resistência à compressão do concreto.


ftk - resistência à tração do concreto.
Na falta de ensaios, pode-se admitir que a resistência a tração do
concreto, equivale a 10% da resistência a compressão.

f ck
f tk =
10
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Módulo de Elasticidade do Concreto
O módulo de deformação influencia diretamente as deformações das
estruturas e depende de diversos fatores, dentre os mais importantes,
podemos citar:

RESISTÊNCIA DO CONCRETO - todos os fatores que influenciam a resistência


do concreto, também interferem diretamente no seu módulo de
deformação, de modo que se pode estabelecer uma relação direta entre
estas duas características, representada pela expressão abaixo:
Ec = K . fc
Sendo:
Ec: módulo de deformação do concreto .
K: parâmetro adimensional.
fc: resistência do concreto.

IDADE DO CONCRETO - assim como a resistência aumenta com a idade,


também o módulo de deformação segue esta correlação. Assim, quanto
maior for a idade ou o grau de maturidade do concreto, maior será o seu
módulo de deformação, que tenderá a aumentar com mais intensidade
nas primeiras idades, tendendo ao limite indicado na expressão acima.
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DEFORMAÇÕES
De uma forma geral poderíamos definir três tipos de deformações, nas
estruturas de concreto:

DEFORMAÇÕES DE CURTA DURAÇÃO- são deformações causadas por


carregamentos de pequenas magnitudes e curta duração, que ao serem
retirados, não deixariam nas estruturas, deformações residuais.
Poderíamos designá-las por deformações elásticas.
DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS - são deformações causadas por carregamentos
de grandes magnitudes e que, mesmo que sejam de curta duração,
deixam resíduos de deformação, quando retirados. Estas deformações são
causadas, quando as tensões no concreto, durante as solicitações, se
aproximam do seu limite de plasticidade.
DEFORMAÇÕES DEPENDENTES DO TEMPO - são deformações causadas pela
ação contínua dos carregamentos e deixam resíduos nas estruturas,
quando estes carregamentos são retirados. As ações nestas condições, são
denominadas de longa duração e as deformações, causadas pela fluência
do concreto. Durante os carregamentos de longa duração, as águas livres
contidas nos poros, quando submetidas às tensões capilares, evaporam-
se, provocando o fenômeno de deformação lenta.

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DEFORMAÇÕES

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AÇOS PARA CONCRETO
O aço é uma liga metálica de ferro e carbono, com um percentual de
0,03% a 2,00% de participação do carbono, que lhe confere maior
ductilidade, permitindo que não se quebre quando é dobrado para a
execução das armaduras.
Os fios e barras de aço utilizados nas estruturas de concreto são classificados
em categorias, conforme o valor característico da resistência de
escoamento (fyk). Nesta classificação, a unidade de medida está em
kgf/mm², sendo os aços classificados como: CA 25; CA 40; CA 50 ou CA 60.

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AÇOS PARA CONCRETO
Os aços utilizados nas estruturas de concreto, são fabricados especificamente para
este fim e têm características especiais, a serem atendidas pelos fabricantes.
A designação dos aços para concreto, é a seguinte:
CA  XX Y
Sendo:
CA: concreto armado.
XX: resistência do aço em kN/cm2.
Y: A ou B, refere-se ao processo de fabricação.

No caso do CA 50, por exemplo, sua resistência (fyk) é equivalente a


500 MPa

MASSA ESPECÍFICA: Pode-se assumir o valor de 7850 kg/m³,


para a massa específica do aço de armadura passiva.

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AÇOS PARA CONCRETO
Os aços podem também ser divididos conforme o processo de fabricação, ou
seja:

Aços Tipo A – Barras  > 5mm.


- Fabricados pelo processo de laminação a quente sem posterior
deformação a frio, ou por laminação a quente com encruamento a frio.
- Apresentam em seu gráfico de tensão x deformação um patamar de
escoamento.
- São fabricados com bitolas (diâmetros) iguais ou maiores do que 5mm.
- São denominados barras de aço.

Aços Tipo B – Fios   12,5mm


- Fabricados pelo processo de laminação a quente com posterior deformação
a frio (trefilação, estiramento ou processo equivalente).
- Não apresentam em seu gráfico tensão x deformação um patamar de
escoamento.
- São fabricados com bitolas de 5,0mm; 6,3mm; 8,0mm; 10,0mm e 12,5mm.
- São denominados fios de aço.
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AÇOS PARA CONCRETO
Para projeto, devem ser usados os diâmetros e seções
transversais nominais indicadas na NBR 7480
(Barras e fios de aço destinados à armadura para concreto armado).

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AÇOS PARA CONCRETO

RUGOSIDADE SUPERFICIAL
As barras de aço podem ter a superfície lisa. Denominando-se assim de aços
lisos, ou possuírem sobre a superfície, uma série de rugosidades e
saliências para incrementar a aderência entre o aço e o concreto,
recebendo do assim a denominação de aços de alta aderência.

Nas estruturas de concreto armado somente pode-se utilizar


AÇOS DE ALTA ADERÊNCIA (com rugosidade superficial) para
garantir o trabalho conjunto entre concreto e aço.

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Tipos de Aderência

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AÇOS PARA CONCRETO
Diagrama Tensão x Deformação
Aços de Dureza Natural – Tipo A

Os aços também são ensaiados, pela siderúrgica, procedendo-se


a um ensaio pela obra, somente em casos de dúvidas.

O módulo de elasticidade do aço pode ser admitido como sendo 210


GPa, na falta de valores fornecidos pelo fabricante, ou de ensaios
específicos.
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AÇOS PARA CONCRETO
montagem da armadura

PILARES

LAJES

VIGAS

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