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Mauro Mtns Amat eee A diferenga entre a pesquisa objetiva e a participante também ilusra a mesma questio. Nio se trata apenas de uma diferenga de método para se conseguir 0 mesmo resultado. O saber produzido € conerelamente outro, 0 assunto pesquisado € outro, o possuidor do saber € outro, Trata-se de uma diferenga na forma de conceber a rlagao hhumana e o conhecimento, Gosto de entender a atitude fenomenolégica por comparagao com aatitude ingénua ea erica, Segundo aatitude ingénua, existe um mundo independente,consiuido por si mesmo, & como tal cognoscivel(e Maslow fica ainda nessa atitude, que parece; & 0 prego que ele pa por nao ter sido um pouco mais filésofo), 14 na atitude critica, sabemos que © que Percebemos desse mundo depende de nossos referencais, Costuma-se eferir a Kant, com sua critica ao conhecimento, Pra © nascimento mais forte dessa atitude; € pre telativizar 0 conhecimento ¢ estudar os reerenciais através dos quais ele sedi. Creio que a atitude fenomenolégica vai além da critica, e eu a formmularia assim: és6 na interagdo que teremos 0 verdadeiro conhecimento, O conhecimento ‘compe ainteragao humana com 0 mundo, ¢ um aspecto dela, Uma interagdo sem conhecimento & pobre e de um nivel Inferior, itude seit nos dermos conta disso. © huumanisino em’ psicologia aponta para uma atitude fenomenolégica. . E 6 nessa postura totalmente diferente que se revela o hhomem no que ele tem de proprio. Aquilo que se revelaai é tuma totalidade em movimento, uma eriatvidade, ¢ nfo completamente isolavel de totalidades mais abrangentes. 0 hhomem como pessoa atual éo homem como palavra, ist é, como abertura para algo outro, onde corpo © alma sao indissocidveis (no podendo ser compreendidos um sem 0 Outro); 6 ato e nao resultado (sto €, existe na interagic com © mundo © com 0 outros homens); & busca de sentido, atribuigdo © comunicagao de sentido, criagio de mais sentido. No fundo, ameu ver, a presenga do Humanismo na Psicologia ¢ a presenca de uma saudade, Saudade do homem atual, desafiado no presente em relagio 2to sentido de sua vida iléncio e Palavra Jantamente com & gusto do seid, tos tambn justo da sae pecs pont pa cater I a ne co svi {expresso qe pera sbi a de “sparc psi Sem iar cm coma iteecionalidode e Inguagen, Esse textofoipublcado orgnalmets ern 1992, na revi Eads ‘de Picloga (PUC-Campinas), 90), 77-95, cool O silencio e paler Fag ag neque alias de dacs apenas porn metbor expres © que ext endo expos. No cml, undo se tata do secur, howve tmodifcagdes um pouco maiors, mas mesmo asim consis apens em acesimos de algunas pout frases tsando expla relago do tema com a piclogia © psicoterapia, ste capitulo poderia tero seguinte subttulo: uma leitura de Merleau-Ponty a partir das preocupagdes de um psicoterapeuta, De le nio pretende reconstituir 0 pensamento ‘Merleau-Ponty em seu contexto proprio © @ das questées que ele se colocava. Mas visa uma pergunta como “em que esse fi faz, pensar, a nés psicotcrapeutas?”, ou ele pode nos ajudar a pensar nossas pré jestBes?”. & claro que essa elaboragdo pres- ‘uma primeira leitura dos textos a partir da as pistas foram surgindo, Uma dessas A idéia de silencio, nfo apenas como ausén- idos, mas como algo positive e embriond- 2 Mao Mins rio no plano das significagdes. Nao pretendemos seguir v0das as pistas, mas comegaremos por esta Essa maneirade ler um autor (j falecido) nog isenta de Tsc0s€ ‘mmadithas. Contudo penso que poderemos evité-las se levar%0S em ‘conta que as preocupagées que nos guiam nio sio necessariany¢tte as

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