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Abastecimento de Água
2.1. Introdução
Sob o ponto de vista sanitário, a solução coletiva é a mais interessante por diversos
aspectos como:
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características rurais ou, ainda, para as áreas urbanas, como solução provisória,
enquanto se aguardam soluções mais adequadas. Mesmo para pequenas
comunidades e para áreas periféricas, a solução coletiva é, atualmente, possível e
economicamente interessante, desde que se adotem projetos adequados.
2.2. Generalidades
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aumentar a vida média pela redução da mortalidade;
Os riscos para a saúde relacionados com a água podem ser distribuídos em duas
categorias:
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tifoide), que podem resultar em casos letais.
-Controle de vetores e
hospedeiros intermediários;
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4. A Água na Natureza
A água abrange quase 4/5 da superfície terrestre; desse total, 97,0% referem-se aos
mares e os 3% restantes às águas doces. Dentre as águas doces, 2,7% são
formadas por geleiras, vapor de água e lençóis existentes em grandes
profundidades (mais de 800 m), não sendo economicamente viável seu
aproveitamento para o consumo humano.
A precipitação média anual, na terra, é de cerca de 860 mm. Entre 70 e 75% dessa
precipitação voltam à atmosfera como evapotranspiração (Figura 4).
Figura 4 – Distribuição da Água na Natureza
Água Salgada Água doce AGUA (100 %) 97 % 3 % Água doce sem aproveitamento
Água doce aproveitável ÁGUA DOCE (3 %) 2,7 % 0,3 %
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umedecidas com água, como a superfície dos solos. Parte da água que se encontra
na atmosfera, resulta de fenômenos hidrológicos e também de fenômenos vitais,
como a respiração e transpiração (Figura 5).
2.4.1.1. Precipitação
2.4.1.3. Infiltração
É por meio da infiltração que a água de chuva penetra por gravidade nos interstícios
do solo, chegando até as camadas de saturação, constituindo assim os aquíferos
subterrâneos, ou lençol freático. Estes depósitos são provedores de água para
consumo humano e também para a vegetação terrestre. Dependendo do modo
como esteja confinada, essa água pode afluir em certos pontos em forma de
nascentes. A água acumulada pela infiltração é devolvida à atmosfera, por meio da
evaporação direta do próprio solo e pela transpiração dos vegetais através das
folhas. A este conjunto de evaporação e transpiração, chamamos
evapotranspiração.
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Convém ressaltar, que a maior ou menor proporção do escoamento superficial, em
relação à infiltração, é influenciada fortemente pela ausência ou presença de
cobertura vegetal, uma vez que esta constitui barreira ao rolamento livre, além de
tornar o solo mais poroso. Esse papel da vegetação, associado à função
amortecedora do impacto das gotas de chuva sobre o solo, é, pois, de grande
importância na prevenção dos fenômenos de erosão, provocados pela ação
mecânica da água sobre o solo.
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também carrear substâncias animadas, como algas, que modificam seu sabor, ou
ainda, quando passa sobre terrenos sujeitos à atividade humana, pode levar em
suspensão micro-organismos patogênicos.
A água própria para o consumo humano, ou água potável, deve obedecer a certos
requisitos de ordem:
– organoléptica: não possuir sabor e odor objetáveis;
física: ser de aspecto agradável; não ter cor e turbidez acima
dos limites estabelecidos nos padrões de potabilidade;
química: não conter substâncias nocivas ou tóxicas acima dos
limites de tolerância para o homem;
biológica: não conter micro-organismos patogênicos;
radioativa: não ultrapassar o valor de referência previsto na
Portaria 036 do Ministério da Saúde, de 19.01.90;
segundo recomendações da Portaria 036/90 do M.S, o pH
deverá ficar situado no intervalo de 6,5 a 8,5 e a concentração mínima de
cloro residual livre em qualquer ponto da rede de distribuição, deverá ser de
0,2 mg/l.
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a cor é determinada pela presença de substâncias em
dissolução na água e não afeta sua transparência;
a turbidez é devida a matéria em suspensão na água (argila,
silte, matéria orgânica, etc.) e altera sua transparência.
Características Químicas
São fixados limites de concentração por motivos de ordens sanitária e
econômica.
– Substâncias relacionadas com aspectos econômicos:
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c) cloretos: os cloretos existem normalmente nos dejetos animais. Estes, sob certas
circunstâncias, podem causar poluição orgânica dos mananciais.
– Características Bacteriológicas
Alexander Houston demonstrou, em 1908, que, quando uma água contaminada com
bacilos de febre tifoide era armazenada por uma semana, mais de 90% dessas
bactérias eram destruídas. São vários os agentes de destruição normal de
organismos patogênicos nas águas armazenadas. Além da temperatura, destacam-
se os efeitos da luz, a sedimentação, a presença ou não de oxigênio dissolvido,
parasitas ou predadores de bactérias, substâncias tóxicas ou antibióticas produzidas
por outros micro-organismos como algas e fungos, etc.
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coliformes existentes na matéria fecal (até 300 milhões por grama de fezes), os
testes de avaliação qualitativa desses organismos na água têm uma precisão ou
sensibilidade muito maior do que a de qualquer outro teste.
metodologia de coleta;
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tipos de amostras (simples ou composta);
pontos de amostragem;
tempo de coleta;
preservação;
transporte;
equipamentos necessários;
coletor bem treinado;
parâmetros a serem analisados.
Para amostras de água clorada, este frasco deverá conter antes da esterilização
Tiossulfato de Sódio em concentração suficiente para neutralizar o cloro residual.
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não tocar com os dedos na parte da tampa que fica no interior
do vidro.
A análise bacteriológica deve ser feita o mais cedo possível. As amostras devem ser
conservadas a temperatura de 4 ºC a 10 ºC, para evitar a proliferação dos micro-
organismos. O tempo máximo permitido entre a coleta da amostra e a análise é de
seis a oito horas para águas pouco poluídas, e de até 24 horas para água clorada.
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– Amostras para Análise Físico-Química e Radioativas:
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Nitrato 200 ml P.V. R 48 Horas
Observar o sentido da correnteza e a
profundidade mínima.
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Abreviaturas:
P= Polietileno
V= Vidro neutro ou borossilicato
R= Refrigerar a 4 ºC
· Ficha de Coleta
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2.5.1. Parcelas Componentes dos Diferentes Usos da Água
· Demanda de Água
– Doméstico:
a) bebida;
b) cozinha;
c) banho;
d) lavagem de roupas e utensílios;
e) limpeza da casa;
f) descarga dos aparelhos sanitários;
g) rega de jardins;
h) lavagem dos veículos.
– Comercial:
a) hotéis;
b) pensões;
c) restaurantes;
d) estabelecimento de ensinos particulares;
e) postos de abastecimento de combustível;
f) padarias;
g) açougues.
– Industrial:
– Público:
a) fontes;
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b) irrigação de jardins públicos;
c) limpeza pública;
d) edifícios públicos.
– Segurança:
a) combate de Incêndio.
2.5.2. Consumo Médio de Água por Pessoa por Dia (Consumo Per Capita)
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- abastecidas com torneiras públicas e chafarizes, lavanderias públicas e
sanitário ou banheiro público, de 60 a 100 l/hab./dia.
· Populações Abastecidas com Ligações Domiciliares:
Quadro 7
· De Caráter Geral:
- tamanho da cidade;
- crescimento da população;
- características da cidade (turística, comercial, industrial);
- tipos e quantidades de indústrias;
- clima mais quente e seco, maior o consumo de água verificado;
- hábitos e nível socioeconômico da população.
·Fatores Específicos:
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com o crescimento populacional. Em geral aceita-se um incremento de 1% ao ano
no valor desta taxa;
Mensais: as variações climáticas (temperatura e precipitação) promovem
uma variação mensal do consumo. Quanto mais quente e seco for o clima maior é o
consumo verificado;
Diária: ao longo do ano, haverá um dia em que se verifica o maior consumo.
É utilizado o coeficiente do dia de maior consumo (K1), que é obtido da
relação entre o máximo consumo diário verificado no período de um ano e o
consumo médio diário. O valor usualmente adotado no Brasil para K1 é 1,20;
Horária: ao longo do dia tem-se valores distintos de pique de vazões horária.
Entretanto haverá “uma determinada hora” do dia em que a vazão de
consumo será máxima. É utilizado o coeficiente da hora de maior consumo
(K2), que é a relação entre o máximo consumo horário verificado no dia de
maior consumo e o consumo médio horário do dia de maior consumo. O
consumo é maior nos horários de refeições e menores no início da
madrugada. O coeficiente K1 é utilizado no cálculo de todas as unidades do
sistema, enquanto K2 é usado apenas no cálculo da rede de distribuição.
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- Litros por dia (l/d): multiplica-se por 86.400.
A vazão aproximada de uma corrente do tipo médio pode ser determinada através
do conhecimento da velocidade da água e da área da seção transversal de um
trecho da veia líquida.
- Determinação da Velocidade
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Profundidade média = 1,00m + 1,20m + 0,80m / 3 = 1,00m
CAPÍTULO IV
CAPTAÇÃO
IV. 1. FONTES DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO
O homem possui dois tipos de fontes para seu abastecimento que são as águas
superficiais (rios, lagos, canais, etc.) e subterrâneas (lençóis subterrâneos).
Efetivamente essas fontes não estão sempre separadas. Em seu deslocamento pela
crosta terrestre a água que em determinado local é superficial pode ser subterrânea
em uma próxima etapa e até voltar a ser superficial posteriormente.
As águas de superfície são as de mais fácil captação e por isso havendo, pois, uma
tendência a que sejam mais utilizadas no consumo humano. No entanto, temos que
menos de 5% da água doce existente no globo terrestre encontram-se disponíveis
superficialmente, ficando o restante armazenado em reservas subterrâneas.
Logicamente que nem toda água armazenada no subsolo pode ser retirada em
condições economicamente viáveis, principalmente as localizadas em profundidades
excessivas e confinadas entre formações rochosas.
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A captação tem por finalidade criar condições para que a água seja retirada do
manancial abastecedor em quantidade capaz de atender o consumo e em qualidade
tal que dispense tratamentos ou os reduza ao mínimo possível. É, portanto, a
unidade de extremidade de montante do sistema.
Devido a água ser essencial para subsistência humana (nosso organismo necessita
ser reabastecido com cerca de 2,5 litros desse líquido por dia) normalmente temos
as comunidades urbanas formadas às margens de rios ou desembocaduras destes.
Quando estudamos dados geográficos ou históricos das grandes cidades
percebemos sua associação com um ou mais rios, por exemplo, Londres-Tâmisa,
ParisSena, Roma-Pó, Lisboa-Tejo, Nova Iorque-Hudson, Buenos Aires-Prata, São
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Paulo-Tietê, RecifeCapibaribe/Beberibe, Manaus-Negro, Belém-Amazonas,
Teresina-Parnaíba, Natal-Potengi, etc.
quantidade de água;
qualidade da água;
garantia de funcionamento;
economia das instalações;
localização.
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São três as situações que podemos nos deparar quando vamos analisar a
quantidade de água disponível no possível manancial de abastecimento:
A segunda hipótese significa que durante determinado período do ano não vamos
encontrar vazão suficiente para cobertura do consumo previsto. Como na média a
vazão é suficiente, então durante o período de cheias haverá um excesso de vazão
que se armazenado adequadamente poderá suprir o deficit na estiagem. Este
armazenamento normalmente é conseguido através das barragens de acumulação
que são reservatórios construídos para acumularem um volume tal que durante a
estiagem compensem as demandas com o volume armazenado em sua bacia
hidráulica. Esta é a forma mais frequente para sistemas com vazões de consumo
para comunidades superiores a 5000 habitantes, no interior do Nordeste Brasileiro,
onde é comum o esvaziamento completo dos rios nos períodos de seca.
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Na captação de águas superficiais parte-se do princípio sanitário que é uma água
sempre suspeita, pois está naturalmente sujeita a possíveis processos de poluição e
contaminação. É básico, sob o ponto de vista operacional do sistema, captar águas
de melhor qualidade possível, localizando adequadamente a tomada e efetivando-se
medidas de proteção sanitária desta tomada, como, por exemplo, no caso de
tomada em rios, instalar a captação a montante de descargas poluidoras e da
comunidade a abastecer.
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Para que não hajam interrupções imprevistas nos sistemas decorrentes de
problemas na captação, devemos identificar com precisão, antes da elaboração do
projeto da captação, as posições do nível mínimo para que a entrada de sucção
permaneça sempre afogada e do nível máximo para que não haja inundações
danosas às instalações de captação. A determinação da velocidade de
deslocamento da água no manancial também é de suma importância para
dimensionamento das estruturas de captação que estarão em contato com a
correnteza e ondas e sujeitas a impactos com corpos flutuantes.
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edificações necessárias (por exemplo, a estação de recalque, quando for o caso,
depósitos, etc.), a flexibilidade física para futuras ampliações e os custos de
aquisição do terreno.
Para melhor rendimento operacional, é importante que, além das medidas sanitárias
citadas em 2.1.3., a captação em rios seja em trechos retos, pois nestes trechos há
menor possibilidade de assoreamentos. Quando a captação for em trecho curvo
temos que na margem côncava haverá maior agressividade da correnteza, enquanto
que na convexa maiores possibilidades de assoreamentos, principalmente de areia e
matéria orgânica em suspensão. É, portanto, preferível a captação na margem
côncava, visto que problemas erosivos podem ser neutralizados com proteções
estruturais na instalação, enquanto que o assoreamento seria um problema contínuo
durante a operação do sistema.
IV. 3.2.1. Captação em cursos de água com pequenas vazões e baixa flutuação
de nível
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a) Margens estáveis
c) Margens instáveis
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d) Leitos rochosos com lâmina líquida muito baixa
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2-Barramento com vertedouro móvel
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f) Leitos arenosos com areia em suspensão
a) em leitos rochosos
b) Leitos arenosos
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IV. 3.2.3. Com grandes vazões e pequena oscilação de nível
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IV. 3.2.5. Captação em reservatórios de acumulação
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IV. 4. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
A captação do lençol freático pode ser executada por galerias filtrantes, drenos,
fontes ou poços fráticos. O emprego de galerias filtrantes é característico de terrenos
permeáveis (Figura IV.2), mas de pequena espessura (aproximadamente de um a
dois metros) onde há necessidade de se aumentar a área vertical de captação para
coleta de maior vazão (Figura IV.3). Estas galerias em geral são tubos furados, que
convergem para um poço de reunião, de onde a água é retirada em geral por
bombeamento, não sendo incomum outros métodos mais rudimentares.
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IV. 3 – Detalhe para construção da galeria filtrante
As galerias são mais comuns sob leitos arenosos de rios com grande variação de
nível, enquanto que os drenos são mais comuns em áreas onde o lençol é aflorante
permanecendo praticamente no mesmo nível do terreno saturado ou sob leitos
arenosos de rios com pequena variação de nível.
Os poços são mais frequentes porque normalmente o lençol freático tem grande
variação de nível entre os períodos de chuvas, ou seja, durante os períodos de
estiagem, necessitando de maiores profundidades de escavações para garantia da
permanência da vazão de captação. Logicamente as camadas permeáveis também
são de espessuras consideráveis, podendo em algumas situações ser necessário o
emprego de captores radiais partindo da parte mais profunda do poço para que este
tenha rendimento mais efetivo.
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Os tipos de poços empregados na captação de água do lençol freático são o raso
comum, o amazonas e o tubular. O poço raso, popularmente chamado de cacimba
ou cacimbão, é um poço construído escavando-se o terreno, em geral na forma
cilíndrica, com revestimento de alvenaria ou com peças pré-moldadas (tubulões),
com diâmetro da ordem de um a quatro metros por cinco a vinte de profundidade em
média, a depender da posição do lençol freático. A parte inferior, em contato com o
lençol deve ser de pedra arrumada, de alvenaria furada ou de peças cilíndricas pré-
moldadas furadas quando for o caso. Dependendo da estabilidade do terreno o
fundo do poço pode exigir o não revestimento (Figura IV.4).
Para evitar o carreamento de areia para o interior dos poço ou mesmo dos orifícios
pode-se envolver a área de drenagem com uma camada de pedregulho e areia
grossa, externamente. A retirada da água do seu interior deve ser através de
bombeamento por medida de segurança sanitária, mas para abastecimentos
singelos são frequentes o uso de sarilhos e outras bombas manuais.
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O poço amazonas é uma variável do escavado, próprio de áreas onde o terreno é
muito instável por excesso de água no solo (areias movediças). Seu método
construtivo é que o caracteriza, pois sua construção tem de ser executada por
pessoal especializado, empregando peças pré-fabricadas a medida que a
escavação vai desenvolvendo-se. Sua denominação deve-se ao fato de ser muito
comum na região amazônica em função de que os terrenos terem este
comportamento, principalmente nas épocas de enchentes. São poços para
pequenas vazões, destinados a abastecerem pequenas comunidades. Dependendo
da vazão solicitada e da capacidade do lençol abastecedor os poços freáticos
podem ser classificados da seguinte maneira:
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de Passy, concluído em 1857, com 0,70 m de diâmetro e produção de 21.150 m3
/dia a uma altura de 16,50 metros acima do solo.
CAPÍTULO V
ADUÇÃO
V.1. DEFINIÇÃO
V.2. CLASSIFICAÇÃO
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Figura V.1 – Esquema da terceira adutora de Campina Grande
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