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RODOLPHO HANNA RAZOUK

INGRESSO DE RUÍDO NO ESPECTRO DE RETORNO


EM UMA REDE HFC

PONTA GROSSA
2018
RODOLPHO HANNA RAZOUK

INGRESSO DE RUÍDO NO ESPECTRO DE RETORNO


EM UMA REDE HFC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Engenharia
Elétrica.

Orientador: Carlos Júnior

PONTA GROSSA
2018
RODOLPHO HANNA RAZOUK

INGRESSO DE RUÍDO NO ESPECTRO DE RETORNO


EM UMA REDE HFC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Engenharia
Elétrica.

BANCA EXAMINADORA

Profa. Ma. Gabriella de Menezes Baldão

Prof. Me. Fernando Emerenciano Nunes de


Oliveira

Prof. Me. Luiz Henrique Domingues

Ponta Grossa, 10 de dezembro de 2018.


RAZOUK, Rodolpho Hanna. Ingresso de ruído no espectro de retorno em uma
rede HFC. 2018. 36 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Engenharia Elétrica) – UNOPAR, Ponta Grossa, 2018.

RESUMO

Este trabalho faz um levantamento histórico da CATV (Community Antenna


Television), desde os seus primórdios onde eram redes puramente analógicas até a
chegada das redes HFC (Hybrid Fiber Coax), com a inclusão da banda larga e do
sinal reverso. Com a utilização dos canais de upstream, surgiram alguns novos
problemas a serem estudados, como por exemplo, o ingresso de ruído no espectro
de retorno. Serão relatados, através de pesquisa bibliográfica apuradas em
datasheets, teses de mestrado e artigos relacionados com o tema, os tipos mais
comuns de interferências que podem adentrar a rede coaxial, tanto na rede externa
de distribuição de sinal, quanto àqueles que são provenientes de rede interna, ou
seja, dentro da casa dos assinantes, e que prejudicam o espectro de retorno.
Também os tipos de ruídos gerados dentro da própria rede e respostas gráficas
observadas através de equipamentos de aferição. Por fim os tipos de manutenção a
serem realizadas e os tipos de equipamentos de visualização do espectro, cada vez
mais modernos, e que facilitam a busca de pontos de ingressos dentro da rede.

Palavras-chave: Redes HFC; CATV; Espectro de retorno; Ruídos.


RAZOUK, Rodolpho Hanna. Ingresso de ruído no espectro de retorno em uma
rede HFC. 2018. 36 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Engenharia Elétrica) – UNOPAR, Ponta Grossa, 2018.

ABSTRACT

This work is a historical survey of CATV (Community Antenna Television) from its
earliest years, where it was purely analog networks until the arrival of HFCs (Hybrid
Fiber Coax), with the inclusion of broadband and reverse signal. With the use of the
upstream channels, some new problems have arisen to be studied, for example, the
entrance of noise in the return spectrum. The most common types of interferences
that can enter the coaxial network, both in the external signal distribution network,
and in those that come from the network, will be reported through bibliographic
research in dataheets, master's theses and related articles, internal, that is, inside the
home of subscribers, and that harm the spectrum of return. Also the types of noise
generated within the network itself and graphical responses observed through
calibration equipment. Finally, the types of maintenance to be performed and the
types of equipment of visualization of the spectrum, more and more modern, and that
facilitate the search of points of inflows within the network.

Key-words: HFC networks; CATV; Return spectrum; Noise.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Topologia de uma rede HFC ..................................................................... 16


Figura 2: O espectro de frequência .......................................................................... 18
Figura 3: Rede com cabo coaxial danificado ............................................................ 21
Figura 4: Gráfico da resposta de um ruído tipo CPD................................................ 23
Figura 5: Característica de ruído de rádio amador ................................................... 24
Figura 6: Característica de ruído impulsivo .............................................................. 25
Figura 7: VIAVI OneExpert ....................................................................................... 26
Figura 8: Nagios – níveis de SNR e FEC ................................................................. 28
Figura 9: SDA-5500 .................................................................................................. 28
Figura 10: DSAM ...................................................................................................... 29
Figura 11: Resistência ao Ingresso .......................................................................... 30
Figura 12: Função Field View ................................................................................... 31
Figura 13: Ciclo de uma limpeza massiva de ruído .................................................. 32
Figura 14: Adaptador engate rápido KS/fêmea e um filtro passa-baixa com
bloqueador VBC (lado esquerdo), fazendo a medição no tap (lado direito) .............. 33
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Faixas de frequências que coincidem com as utilizadas no canal de


retorno de CATV ....................................................................................................... 19
Quadro 2: Relação sinal/ruído (SNR) ....................................................................... 19
Quadro 3: Altura mínima da rede ............................................................................. 22
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Alternate Current (Corrente Alternada)


ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
BER Bit Error Rate (Taxa de Erro por Bit)
CATV Community Antenna Television (TV a Cabo)
CMTS Cable Modem Termination System (Terminal Sistema Modem a Cabo)
CPD Common Path Distortion (Distorção de Caminho Comum)
DC Direct Current (Corrente Contínua)
DSAM Digital Service Activation Meter (Medidor de Serviços Digitais)
FEC Forward Error Correction (Correção de Erro de Encaminhamento)
HFC Hybrid Fiber Coax (Híbrido Fibra Coaxial)
HUM Interferência de Baixa Frequência
LPI Line Power Inserter (Insersor de Potência de Linha)
MER Modulation Error Ratio (Relação do Erro de Modulação)
OTDR Optical Time Domain Reflectometer (Reflectômetro Domínio Óptico)
RF Rádio Frequência
SDA Analisador Digital Stealth (Analisador Digital Discreto)
SNR Signal-to-Noise Ratio (Relação Sinal-Ruído)
TAP Tomada Passiva de Derivação
VBC Voltage Block (Bloqueador de Tensão)
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2. A CATV E SEU ESPECTRO DE FREQUÊNCIA ............................................... 15
2.1 HISTÓRICO DA CATV .................................................................................... 15
2.2 TOPOLOGIA DA REDE .................................................................................. 16
2.2.1 Rede óptica .......................................................................................... 17
2.2.2 Rede coaxial ........................................................................................ 18
2.3 O ESPECTRO DE FREQUÊNCIA................................................................... 18
2.4 RELAÇÃO SINAL/RUÍDO ............................................................................... 19

3. INGRESSO DE RUÍDO EM UMA REDE HFC ...................................................... 21


3.1 CABOS DE REDE DANIFICADOS ...................................................................... 21
3.2 DISTORÇÃO POR INTERMODULAÇÃO ....................................................... 23
3.3 INTERFERÊNCIA POR RÁDIO AMADOR ...................................................... 24
3.4 RUÍDO GERADO NOS RAMAIS DO ASSINANTE .......................................... 24
3.4.1 Ruído Impulsivo ................................................................................... 25
3.4.2 Distorção HUM (Interferência de baixa frequência) ............................. 26
4. MANUTENÇÃO PREVENTIVA E SEUS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ........ 27
4.1 INSTRUMENTOS DE VISUALIZAÇÃO E MEDIÇÃO ........................................... 27
4.1.1 Nagios ....................................................................................................... 27
4.1.2 Instrumento SDA (Analisador Digital Stealth)-5500................................... 28
4.1.3 Instrumento DSAM ................................................................................... 29
4.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA............................................................................ 31
4.2.1 Vazamento de sinal (leakege) ................................................................... 31
4.2.2 Limpeza massiva do canal de retorno ...................................................... 32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 34
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 35
13

1. INTRODUÇÃO

No século das informações expressas e do mundo globalizado a velocidade


em que os dados trafegam cada vez mais é exigida, a falha na transmissão desses
dados compromete em muito o dia a dia das pessoas e por isso as empresas que
ofertam esses serviços buscam sempre uma melhor qualidade para não desagradar
o consumidor cada vez mais exigente. Em uma transmissão de sinais em uma rede
HFC (Hybrid Fiber Coax) composta por fibras e cabos coaxiais falhas na transmissão
podem surgir mais comumente provenientes de interferências ao longo de sua última
parte, aquela que deriva o sinal até o consumidor final. Essa interferência pode
surgir de várias fontes e ingressar na rede de vários modos. O espectro de retorno,
onde se concentram as frequências mais suscetíveis a ingressos e falhas, necessita
de ser cuidadosamente analisado.
O ingresso de ruído no espectro de freqüência reverso em uma rede HFC é
um dos problemas mais frequentes e que trazem mais dificuldades e mão de obra
aos profissionais da área. Sabendo da existência de inúmeros fatores que causam
degradação do espectro de retorno em uma rede HFC, quais as ferramentas podem
ser utilizadas para facilitar o trabalho de tratativas e preventivas para esse tipo de
problemas?
Descrever como são tratadas as redes que apresentem ruído no seu espectro
de retorno, mostrando as ferramentas que são utilizadas e como fazer a leitura dos
gráficos gerados.
Trazer o histórico da CATV (Community Antenna Television) e mostrar como
é dividido e formado o espectro de frequência.
Diagnosticar através da reposta dos gráficos fornecidos por medidores de
espectro, quais as verdadeiras causas do ruído que está sendo tratado, comparando
com modelos conhecidos de comportamentos ruidosos.
Expor os tipos de equipamentos que podem ser utilizados em campo para
detecção de redes ruidosas e as formas preventivas que são adotadas pelas
empresas para resolver esses problemas antes mesmo que eles impactem
diretamente nos seus clientes.
Esse trabalho será baseado em literaturas existentes na área de CATV. Será
feita uma revisão em cima de artigos e dissertações já publicadas em outras
universidades, procurando fontes mais embasadas como nos processos de
14

especialização e mestrado. A maioria dos trabalhos analisados data do início desse


século, mas também serão incluídas leis do fim do século passado que são válidas
até hoje. Também serão revisados manuais de equipamentos que fazem varredura
no espectro de frequência e são contidos em datasheets presentes nos sites dos
fabricantes e apostilas de treinamento técnico especializado nesta área.
15

2. A CATV E SEU ESPECTRO DE FREQUÊNCIA

Neste capítulo é tratado o princípio da CATV até a composição básica atual


de uma rede de TV por assinatura e a utilização do canal de retorno e com sua
relação sinal/ruído.

2.1 HISTÓRICO DA CATV

O serviço de TV por assinatura ou CATV, teve no Brasil suas primeiras


manifestações, ainda que de maneira primitiva na década de 1950, logo após o
início das transmissões televisivas. Esse promissor mercado surgiu devido ás
pequenas potências de atuação dos transmissores que as estações de TV
utilizavam. Os transmissores não atingiam regiões mais afastadas ou não venciam,
por exemplo, a barreira de uma serra, como foi o caso da cidade de Petrópolis no
estado do Rio de Janeiro. Esse sistema de CATV que surgia, era como uma enorme
antena coletiva, usada até hoje em prédios, que naquele caso captava os sinais
utilizando uma antena no alto de uma montanha e transmitia através de uma rede de
cabos e amplificadores até chegar aos televisores de quem solicitavam esse serviço.
(POSSEBON, 2009)
No começo, as redes de CATV eram compostas apenas por cabos coaxiais e
muitos amplificadores em cascata, isso trazia queda na qualidade do sinal em
decorrência no acúmulo das distorções produzidas pelos ativos de rede. A solução
desse impasse veio com o advento das redes híbridas, compostas por um caminho
de fibras ópticas e outro de cabos coaxiais, o que diminuiu sensivelmente a
necessidade de grandes cascatas de amplificadores. (ETN, 2015)
Com a aprovação da Portaria 250 de 13 de dezembro de 1989, o Governo
daria início ao primeiro marco legal, oficializando o sistema de distribuição de TV por
assinatura. Além dos canais abertos, internacionais e de filmes, tiveram início nos
anos 90 os canais a cabo nacionais. Apenas no fim de 1998, a ANATEL (Agência
Nacional de Telecomunicações), regularizou que as empresas de CATV pudessem
realizar testes com banda larga em suas redes, ficando a reguladora poder
acompanhar todo esse processo para criar regras para disponibilização desse novo
serviço. Foi então criada a Resolução N° 190 de 29 de novembro de 1999, que
16

permite que as empresas possam cobrar um valor adicional para fornecer o serviço
de banda larga, e é valida até os dias de hoje. (BRASIL, 1997)

2.2 TOPOLOGIA DA REDE

A rede HFC permite substituir as grandes cascatas de amplificadores por


transceptores alimentados por redes ópticas. Contando com fibras diretas e de
retornos, transmissores e receptores ópticos, fazem dessa rede possível a de trocas
de dados, por esta característica ela é conhecida como bidirecional. A partir do
receptor óptico o sinal é convertido em rádio freqüência e conduzido por cabos
coaxiais e amplificados por ativos de RF (radiofrequência) em ambos os sentidos,
desde o cabeçal ou headend, onde é feito todo o processamento de sinais de TV e
dados, até o assinante. Na figura 1, fica claro como a rede HFC é dividida em quatro
partes. (MUNCINELLI, 2007)

Figura 1: Topologia de uma rede HFC

Fonte: (MORAIS, 2006)

A primeira parte é o headend onde todo sinal de TV é captado via satélite e,


modulado e agrupado em portadoras digitais. É no headend que é feito toda a
recepção, distribuição e processamento dos links de internet e telefonia. Na segunda
parte aparece o transporte dos sinais até chegar ao receptor óptico, seguindo em RF
para os amplificadores que são alimentados por fontes de energia que se misturam
17

com o sinal através do LPI (Line Power Inserter). Cada derivação destinada a
entregar o sinal aos assinantes é feita por dispositivos passivos chamados de TAP
(tomada passiva de derivação), é deles que originam os cabos coaxiais de
espessuras inferiores que formam a rede interna. (MORAIS, 2006)

2.2.1 Rede óptica

De acordo com Rodrigues (2013), as fibras ópticas utilizadas em redes HFC


são do tipo monomodo, e cada cabo óptico é composto de 12 a 144 fibras. A
atenuação da fibra depende do comprimento de onda que o transmissor fornece. Se
o comprimento de onda for de 1310nm a atenuação do sinal fica na ordem de 0,4
dB/km. Já se o transmissor gerar um comprimento de onda de 1550nm a atenuação
do sinal será na faixa de 0,25dB/km.
Segundo Mattarredona (2001), as redes ópticas podem estar estabelecidas
em topologias diferentes, sendo as mais antigas construídas em estrela, ou ponto-a-
ponto, onde um único caminho fazia a interligação do transmissor para o respectivo
receptor. Nessa topologia nota-se uma sensível fragilidade do sistema que pode ser
interrompido por qualquer ruptura do cabo, muito comumente relacionado por
acidentes com quebras de postes ou cargas altas em travessias e ainda por queima
de cabos. No entanto, começou a ser utilizado uma nova topologia, onde um único
transmissor injeta o sinal para uma fibra que posteriormente divide-se formando um
anel e alimentando na outra ponta dois receptores distintos, o qual traz uma
confiabilidade ao sistema que na falha de um dos caminhos da fibra
automaticamente o outro caminho é habilitado e assume o receptor redundante.
Em casos que aconteça a interrupção do sinal óptico, é utilizado o método de
reflectrometria. Dispondo de um equipamento OTDR (Optical Time Domain
Reflectometer), que identifica todos os pontos de atenuação da rede e com suas
respectivas distâncias, mostrando também o ponto de atenuação infinita que é a
origem da ruptura. Tendo esses dados juntamente com o projeto óptico, fica muito
mais ágil a identificação do possível local do incidente e de onde haverá a
necessidade de incluir uma nova caixa de emenda óptica. (OLIVEIRA, 2004)
18

2.2.2 Rede coaxial

Normalmente as redes coaxiais possuem cabos com espessuras superiores,


isto porque quanto mais espesso o cabo menor a perca por atenuação em
decorrência da distancia percorrida. O cabo mais utilizado é o chamado (. 500) que
possui uma atenuação 0,89dB a cada 100metros na frequência de 20 MHz, já um
cabo (. 750), portanto mais espesso, possui na mesma frequência uma atenuação
de apenas 0.62dB percorrendo a mesma distância. (MEHL, 2010)

2.3 O ESPECTRO DE FREQUÊNCIA

O sistema de transmissão CATV possibilita a utilização de uma grande faixa


de frequência (figura 2), isto porque mesmo utilizando frequências utilizadas por
outros meios de comunicação via ar, possui uma blindagem em seu condutor que
impossibilitam que sinais externos interfiram na sua propagação de sinal, desde que
não haja falhas na linha de transmissão. (MORAIS, 2006)

Figura 2: O espectro de frequência

Fonte: ETN, 2015

O espectro de frequência da CATV é divido em upstream o qual trafega o


sinal de retorno (5 a 42MHz) , os demais canais (54MHz a 550MHz) correspondem
ao transportes dos canais digitais, e quando houver analógicos. Acima dessas
frequências surgem os canais de downstream que juntamente com os de upstream
fecham o ciclo da banda larga. (LIMA, 1997)
Como o objetivo do estudo está em analisar o canal de retorno e suas
interferências, no quadro 1 é apresentado frequências que coincidem com o
espectro de retorno da CATV, porém são utilizadas para trafegar o espaço brasileiro,
19

regulamentada pela ANATEL sob a Lei 9.472, de 16 de julho de 1997, mas que por
alguma razão a ser estudada podem vir a interferir em uma rede HFC. (ETN, 2015)

Quadro 1: Faixas de frequências que coincidem com as utilizadas no canal de


retorno de CATV

FREQUÊNCIA (MHz) DESTINAÇÃO


24,890 - 24,990 RADIOAMADOR
25,550 - 25,670 RADIOASTRONOMIA
25,670 - 26,100 RADIODIFUSÃO
27,500 - 28,000 AUXÍLIOS À METEOROLOGIA
28,000 - 29,700 RADIO AMADOR RADIO AMADOR POR SATÉLITE
25,670 - 26,100 RADIODIFUSÃO Ondas Curtas (11 metros)
26,100 - 26,175 MÓVEL MARÍTIMO
26,175 - 26,480 AUXILIAR DE RADIODIFUSÃO E CORRELATOS
26,960 - 26,990 RÁDIO DO CIDADÃO
26,990 - 27,260 RÁDIO DO CIDADÃO
27,260 - 27,500 RÁDIO DO CIDADÃO
27,500 - 27,860 RÁDIO DO CIDADÃO
27,860 - 28,000 LIMITADO PRIVADO
28,000- 29,700 RADIOAMADOR
33,555 - 33,915 RADIOTÁXI PRIVADO /ESPECIALIZADO
34,475 - 34,83 RADIOTÁXI PRIVADO /ESPECIALIZADO
38,31 - 38,57 RADIOTÁXI PRIVADO /ESPECIALIZADO
38,57 - 38,73 LIMITADO PRIVADO
38,73 - 39,83 RADIOTÁXI PRIVADO /ESPECIALIZADO
Fonte: (ANATEL, 1997)

Segundo a ANATEL (1997), o espectro de rádio frequências seria um bem


público e limitado por ela administrado abaixo de 3000 GHz. São formados por
ondas eletromagnéticas que trafegam o meio sem uma guia artificial e tem sua
destinação empregue às telecomunicações.

2.4 RELAÇÃO SINAL/RUÍDO

A relação sinal ruído ou SNR (Signal-to-Noise Ratio) é calculada pela fórmula


S/N: 20 log10 (Vs/Vn), onde Vs é o sinal em microvolts e Vn o ruído em microvolts.
Cada tipo de modulação pede um determinado nível de SNR (quadro 2), para que o
sinal transmitido não tenha perda de pacotes. Tal problema causa lentidão,
diminuição da qualidade de voz, congelamento da imagem entre outros. (ROSSI,
2004)
20

Quadro 2: Relação sinal/ruído (SNR)

Fonte: ETN, 2015

A unidade de medida utilizada para medir a relação sinal/ruído é o dB


(decibel). Trata-se de uma unidade adimensional, uma vez que é o resultado da
divisão de duas quantidades de mesma grandeza, semelhante à percentagem. O
decibel utiliza o logaritmo decimal (log10) para fazer a compressão de escala,
possibilitando uma melhor visualização de valores muito grandes ou pequenos.
(MOECKE, 2006)
21

3. INGRESSO DE RUÍDO EM UMA REDE HFC

As mais conhecidas situações que levam a origem ao ingresso de ruído em


uma rede HFC, e suas respectivas respostas aos instrumentos de aferição do
espectro de frequência serão abordados neste capítulo.

3.1 CABOS DE REDE DANIFICADOS

Cabos coaxiais danificados são portas de entrada para ingressos de ruído.


Quando se trata de danos em cabos de rede, o ruído viaja para ambos os lados da
rede podendo ser visto até o ultimo ponto da mesma linha, na figura 3 a parte
irradiante é onde se encontra o dano ao cabo e toda a linha vermelha é onde se
consegue enxergar o ruído através de analisadores de espectro. (TRILITHIC, 2016)

Figura 3: Rede com cabo coaxial danificado

Fonte: TRILITHIC, 2016

No caso ilustrado na figura 3, a irradiação do sinal para o meio externo fica


mais evidente quando a parte danificada está mais próxima da fonte amplificadora,
pois os níveis de irradiação são mais consideráveis e, portanto mais fáceis de serem
identificados em manutenções preventivas do tipo leakege (vazamento), a qual será
abordada no item 4.2.1. (MUNCINELLI, 2007)
Deve-se salientar que o cabo coaxial é um dos condutores mais sensíveis a
manuseio e transporte físico. Quando tratamos de cabos de rede coaxial, diferente
dos cabos internos de TV que são flexíveis, eles são rígidos e necessitam de
manuseio técnico eficiente para ser submetido a curvas. O ângulo criado para uma
curva ou entrada em um ativo ou passivo de rede deve ser tão grande o suficiente
para não originar quebras ou rugas no cabo, uma vez que a parte logo inferior a
proteção plástica é feita de alumínio e serve para fazer a blindagem do condutor
22

central. Como o cabo coaxial apresenta uma característica concêntrica para manter
sua impedância e blindagem ao meio externo, qualquer avaria sofrida limita sua
característica construtiva. (MORAIS, 2006)
Uma das maneiras preventivas de evitar danos a rede coaxial é estar
presente em todos os acompanhamentos como os de substituição de postes pela
concessionária elétrica. No caso de danos a rede coaxial providenciar a troca do
mesmo trecho de cabo avariado. Outra forma é realizar periodicamente a vistoria
visual de toda a rede coaxial, identificando problemas como cabos baixos sobre o
leito carroçável. No quadro 3 é apresentado a altura mínima da rede em relação ao
solo em diferentes situações. (ETN, 2015)

Quadro 3: Altura mínima da rede

Fonte: ETN, 2015.

Uma rede encontra-se adequada fisicamente nos padrões de qualidade


quando apresenta sustentabilidade correta, ou seja, tem um cabo de aço guia sendo
tracionado entre os postes devidamente equipado com roldanas comumente de
porcelanas e ancorados e bem amarrados com alças pré-formadas. Sobre essa
sustentação passa o cabo coaxial devidamente espinado, ou seja, está com o arame
duplamente percorrido e enrolado em seu guia de aço. (LIMA, 1997)
23

3.2 DISTORÇÃO POR INTERMODULAÇÃO

CPD (Common Path Distortion) é a forma de distorção por intermodulação


que ocorre quando o espectro é misturado através de uma junção não linear. O CPD
pode ter inúmeras causas, incluindo corrosão em metais, conexões com solda ruim e
até mesmo parafusos frouxos em módulos amplificadores. O pó branco é sintoma da
oxidação em ativos e passivos de alumínio. A interação entre os condutores e a
camada de óxido formada cria uma estrutura semelhante aos diodos. Housing de
amplificadores empenados ou rachados ou conectores partidos ou com falta de
torque são portas para infiltração de umidade. A vedação deve ser hermeticamente
fechada, do contrário, os ciclos normais de aquecimento e esfriamento podem trazer
um ar úmido que acumula quando a temperatura esfria. Por exibir uma resposta não
linear, o CPD se manifesta no espectro como componente em frequência que se
repete periodicamente em intervalos de 6 Mhz conforme mostra a figura 4.
(DEVEREAUX-WEBER, 2000)

Figura 4: Gráfico da resposta de um ruído tipo CPD

Fonte: (TRILITHIC, 2016).

O ruído tipo CPD tem grande facilidade em descarregar, apenas retirando um


atenuador RF ou um fusível temporariamente, pois os diodos formados podem
facilmente serem rompidos com picos de tensão, desaparecendo o ruído
temporariamente. (VIAVI, 2017)
24

3.3 INTERFERÊNCIA POR RÁDIO AMADOR

Algumas frequências utilizadas por rádios amadores coincidem com a faixa de


frequência dos canais de retorno da CATV. Esse tipo de ruído é de característica
impulsiva, conforme mostra a figura 5, aparecendo em picos instantâneos toda vez
que o operador do rádio abre o canal de comunicação. (ETN, 2015)

Figura 5: Característica de ruído de rádio amador

Fonte: ETN, 2015.

O sinal de rádio amador apresenta níveis elevados de potência, o que


aumenta a possibilidade de interferências com a rede HFC, além do mais ele
coincide com uma grande faixa de frequência do canal de retorno utilizado pela rede
HFC como visto no quadro 1 deste trabalho. (MATTARREDONA, 2001)

3.4 RUÍDO GERADO NOS RAMAIS DO ASSINANTE

Uma das mais presentes fontes ruidosas em uma rede HFC são as redes
internas do assinante, isto porque cada uma delas pode tornar-se um gerador de
ingresso à medida que passa a sofrer alguma abertura ao meio externo devido a
falhas por desgaste e cinéticas mais incisivas de conexões que podem se soltar com
mais facilidades. Assistências técnicas domiciliares com revisão de torques em
conectores e o correto desligamento de assinantes inativos diminuem as fontes de
ingressos de ruídos na rede. (MORAIS, 2006)
Redes com maior número de amplificadores em cascatas fazem com que
esse pequeno ingresso possa ser amplificado a tal modo que fique mais perceptível
e incômodo para o sinal de retorno da rede. Células menores, com número reduzido
de clientes, possuem uma maior largura de banda disponível e menor afunilamento
25

de ruído ao mesmo ponto central, consequentemente, possuem menos


amplificadores em cascatas propiciando melhor confiabilidade e desempenho do
sistema. (ROSSI, 2004)
Outro fator relevante são os finais de rede como sendo pontos de maior
sensibilidade a ingresso de ruído. Isso porque os finais de rede são os pontos com
menores resistências aos canais de baixa frequência pela própria natureza dos
cabos que tem um maior decréscimo de sinal em frequências mais altas em relação
à distância que eles percorrem. Uma solução para áreas próximas a regiões de
interferência extremamente acima dos níveis comuns é utilizar nas instalações
internas cabos com três ou quatro blindagens metálicas. (MATTARREDONA, 2001)

3.4.1 Ruído Impulsivo

O ruído impulsivo é formado por pulsos instantâneos e é oriundo de uma


variedade de acontecimentos comuns na área elétrica como: arco-voltaícos,
transitórios de chaveamento, e falhas em aterramentos. Esses impulsos, conforme
mostra a figura 6, aparecem através da distribuição de energia em grande escala,
como a utilização de eletrodomésticos (secadores de cabelo, aquecedores), ou
ainda motores e lâmpadas fluorescentes. Esses ruídos gerados podem ingressar
através da rede coaxial interna de clientes conectados a rede HFC. (JDSU, 2001)

Figura 6: Característica de ruído impulsivo

Fonte: ETN, 2015

Quando um ruído impulsivo apresenta-se sobre portadoras de retorno, fica


muito difícil a sua visualização, no entanto novas tecnologias vêm trazendo
instrumentos de medição que facilitam a visualização deste tipo de situação, como
26

por exemplo, o OneExpert fabricado pela VIAVI, conforme mostra a figura 7. (VIAVI,
2017)

Figura 7: VIAVI OneExpert

'
Fonte: VIAVI, 2017.

A figura 7 mostra o gráfico gerado pelo analisador de espectro do instrumento


VIAVI OneExpert. Ruídos impulsivos aparecem por cima das portadoras na cor
alaranjada, o que facilita a visualização do mesmo. (VIAVI, 2017)

3.4.2 Distorção HUM (Interferência de baixa frequência)

A distorção HUM em uma rede HFC pode ser originada de diversas fontes,
como por exemplo, em casos de baixa tensão nos amplificadores de rede, causando
efeitos prejudiciais às suas fontes DC (Direct Current). Falhas em filtros capacitivos e
diodos defeituosos em fontes DC também podem produzir este tipo de interferência.
Mas a fonte mais comum advém dos ramais dos assinantes, normalmente oriundos
de TVs com falhas de aterramento que geram AC (Alternate Current) em suas
entradas RF e injetam na rede coaxial uma corrente. Esse problema é resolvido com
a correção do aterramento da TV ou ainda na inclusão de um filtro na linha coaxial
para filtrar a propagação dessa corrente. (ROSSI, 2004)
27

4. MANUTENÇÃO PREVENTIVA E SEUS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Nesse capítulo serão abordados instrumentos que apontam o aparecimento


de ruídos e degradação de níveis de SNR na rede HFC, bem como os equipamentos
utilizados para medições e as técnicas de prevenção de ingressos no canal de
retorno.

4.1 INSTRUMENTOS DE VISUALIZAÇÃO E MEDIÇÃO

No primeiro tópico será abordada a utilização de uma ferramenta de


monitoramento do sistema e nos demais serão apresentados os instrumentos
utilizados para auxiliar na solução dos problemas apontados pelo supervisório.

4.1.1 Nagios

Ferramentas de monitoria do canal de retorno facilitam o atendimento a


ocorrências e manutenções corretivas em uma rede HFC. Dentre esses sistemas
encontra-se o monitoramento de rede através da plataforma nagios. Toda banda de
retorno de uma rede HFC pode ser observada e monitorada remotamente através de
um supervisório de rede (nagios), conforme mostra a figura 8 . Ele faz a
comunicação com CMTS (Cable Modem Termination System) e envia as
informações para um servidor, que gera gráficos e alarmes de monitoramento. Nela
aparece os níveis de SNR e de FEC (Forward Error Correction). A FEC é formada
por códigos que detectam e corrigem erros de bits, aumentando a recuperação das
informações por parte do receptor. Uma vez que apareçam níveis de correção de
FEC é sinal que alguma interferência está ocorrendo na banda de retorno. (ETN,
2015)
28

Figura 8: Nagios – níveis de SNR e FEC

Fonte: ETN, 2015

A figura 8 mostra na cor alaranjada os niveis de SNR da rede, logo abaixo em


azul o FEC corrigido pelo sistema e em amarelo o sinal sem correção de FEC. A não
correção de FEC é o alerta máximo, pois nesse caso os clientes começam a ter
lentidão e dificuldade de acessar serviços interativos. (ETN, 2015)

4.1.2 Instrumento SDA (Analisador Digital Stealth)-5500

Através do instrumento SDA-5500 conforme mostra a figura 9, o técnico de


headend consegue visualizar todo o espectro de retorno de um determinado nó,
porém quando existe a manifestação de sinais indesejados ele não consegue
identificar o exato local onde o problema origina-se. Por isso é necessário o técnico
de campo para fazer o mapeamento. (JDSU, 2001)

Figura 9: SDA-5500

Fonte: JDSU, 2001


29

Além de visualizar o espectro de retorno, o SDA- 5500 também faz a


comunicação com o medidores de campo, como o DSAM (Digital Service Activation
Meter), para as funções de alinhamento do canal de retorno, utilizado para
equalização dessa faixa de frequência nos amplificadores de rede. Também
comunica através de canais de telemetria nas funções de sweep (varredura de
espectro), tanto nos canais direto como de retorno, ferramentas utilizadas para fazer
testes de resposta em frequência da rede. Essa função é utilizada em manutenção
preventiva para encontrar falhas de equipamentos, conexões e cabos.
(DEVEREAUX-WEBER, 2000)

4.1.3 Instrumento DSAM

O instrumento mais utilizado em campo é o DSAM da marca JDSU


atualmente VIAVI, conforme mostra a figura 10. O DSAM é um instrumento de
medição multifuncional, que faz a análise de sinais analógicos e digitais,
comunicação com o sistemas de monitoria PathTrak, visualização do espectro de
retorno, analisador de constelação com taxa de erro de bit e modulação (BER e
MER), varredura do canal direto e de retorno entre inúmeras outras funções.
(DATASHEET DSAM, 2015)

Figura 10: DSAM

Fonte: VIAVI, 2017


30

Outra função do DSAM é a de resistência ao ingresso, figura 11. Configurado


para fazer a leitura de frequências conhecidas das cidades de 88 a 108 Mhz onde
encontram-se as estações de rádio FM (frequência modulada). (JDSU, 2001)
Figura 11: Resistência ao Ingresso

Fonte: DATASHEET DSAM, 2015

Deve-se primeiramente desconectar o cabo da rede do tap, para que


portadoras do sistema não se misturem ao espectro a ser medido. O aparecimento
de portadoras de rádio com níveis elevados, no espectro de leitura do medidor é
sinal que existe algum problema na instalação faz com que o sinal externo adentre a
rede coaxial. (ETN, 2015)
A função Field View, figura 12, auxilia muito o técnico de campo, nela é
possível enxergar todo o espectro de retorno de um nó estando conectado em
qualquer ponto desta mesma rede e comparar com o ruído presente no mesmo
local. Assim consegue-se verificar após algum procedimento se o problema foi
solucionado imediatamente, ou se ainda existe outro ponto da rede gerando
ingressos. Essa função depende de outro equipamento que fica no headend, o Path
Trak. (VIAVI, 2018)
31

Figura 12: Função Field View

Fonte: DATASHEET DSAM, 2015

Com essa ferramenta de medição remota, é dispensada a comunicação via


rádio com outro técnico que permanecia no headend monitorando o espectro de
retorno através do medidor de cabeceira. Conforme mostra a figura 12, em uma
mesma tela é possível ver a referência do ingresso local medido diretamente pelo
DSAM, em tom mais claro, comparado com o ingresso total desta rede medido pelo
Path Trak remotamente no headend, logo acima em tom mais escuro. (DATASHEET
DSAM, 2015)

4.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Nos próximos tópicos serão detalhadas duas das principais atividades


preventivas que combatem o ingresso de ruído na rede HFC.

4.2.1 Vazamento de sinal (leakege)

Em respeito à Norma 13/96 a operadora de CATV deve cumprir os níveis


limites de irradiação de sua rede. Essa obrigação veio para evitar que ondas
eletromagnéticas provenientes das redes HFC vazassem e pudessem interferir no
sistema de comunicação aeronáutica. Porém tal obrigação mostrou-se muito
eficiente para o tratamento de ingresso de ruído no espectro do retorno, uma vez
que no ponto em que ocorre o vazamento de sinal, também é onde o sinal presente
no ar encontrará espaço para ingressar na rede. (ANATEL, 1997)
Para detectar as possíveis fugas são utilizados moduladores no cabeçal que
emitem um determinado sinal em frequência pré-estabelecida, normalmente entre
32

115 e 140 MHz, frequência utilizada pela aeronáutica. Esses sinais possuem um
gerador de tag que são detectados em campo por meio de um equipamento receptor
que alarma quando percebe o vazamento do sinal. Deve-se configurar o medidor
para uma sensibilidade de 10 micro-volts por metro quando utilizado antena veicular
para distâncias de 5 metros. (NCTA, 2010)

4.2.2 Limpeza massiva do canal de retorno

Com o objetivo principal de deixar a faixa de frequência de retorno livre de


interferências e ruídos, deve-se fazer a varredura mínima anual de 20% de toda a
rede. Para realizar esse procedimento o técnico deve seguir o roteiro da figura 13.
Segue necessário verificar todos os amplificadores do nó ruidoso começando do
último até chegar ao primeiro da cascata. (ETN, 2015)

Figura 13: Ciclo de uma limpeza massiva de ruído

Fonte: ETN, 2015

Em cada amplificador deve-se conectar o medidor na função espectro e


conectá-lo ao test point do ativo na porta return out. Quando constatado ruído deve-
se seguir a linha proveniente deste cabo ruidoso do começo ao fim das derivações
(tap), com o auxílio de um adaptador engate rápido KS/fêmea e um filtro passa-baixa
com bloqueador VBC (Voltage Block), conforme figura 14. Utilizar a função Max
Hold dentro do menu de espectro facilita a visualização de ruído pulsantes, pois ela
mantém gravada no monitor os picos máximos em cada frequência. A função Zoom
ajuda verificar ruídos escondidos entre as portadoras de upstream. (ETN, 2015)
33

Figura 14: Adaptador engate rápido KS/fêmea e um filtro passa-baixa com


bloqueador VBC (lado esquerdo), fazendo a medição no tap (lado direito)

Fonte: ETN, 2015

Com este adaptador de medição é possível fazer aferições sem a


necessidade de abrir a rede, o que causaria a interrupção do sinal. O filtro passa-
baixa impede que reflexões das portadoras de downstream dificultem a visualização
do espectro de retorno. O filtro VBC faz a proteção elétrica para o medidor. (NCTA,
2010)
34

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A CATV surgiu da dificuldade em abranger o sinal de TV utilizando a


atmosfera como meio de propagação. No início a rede era composta apenas de
cabos coaxiais e amplificadores. A fibra óptica foi incorporada aumentando a
abrangência e qualidade no sinal ofertado. Da inclusão da banda larga veio a
necessidade da utilização de espectro de retorno da rede, o qual trouxe um novo
problema a ser estudado, trata-se dos ruídos e interferências que possam ocorrem
nessa faixa de frequência.
Para entender esse sinal indesejado que trafega junto à rede foram
abordados algumas das principais causas e como cada uma delas comporta-se sob
análise gráfica. Dentre os motivos, os que ocorrem com maior periodicidade, foram
detalhados a incidência sobre cabos danificados, distorção por intermodulação,
interferências por rádios amadores, ruídos impulsivos e distorção HUM.
Existem sistemas supervisórios de monitoramento remoto que acusam o
surgimento de ruídos e interferências que acabam degradando o sinal de retorno.
Para manutenção é preciso expressar toda a importância em trabalhar com
equipamentos modernos de aferição, e como é relevante deter conhecimento para a
sua correta utilização e interpretação. Esses equipamentos se modernizam a cada
dia e podem ser objeto de estudo em trabalhos futuros.
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REFERÊNCIAS

ANATEL. Serviço de TV a Cabo - Norma Nº 13/96 –Rev/97. Agência Nacional de


Telecomunicações. Leis, Decretos e Regulamentações. Brasil, 1997.

BRASIL. Decreto LEI Nº 9.472, DE 16 DE JULHO DE 1997. Sobre a organização


dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº
8, de 1995. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 jul.
1997. Seção 1, pt. 1, p. 15081.

DATASHEET DSAM. Digital Service Analysis Meter. Viavi Solutions, Inc 2015.

DEVEREAUX-WEBER, David. Reverse Path Troubleshooting: CPD (Common


Path Distortion) Analysis. SDA Series Stealth Digital Analyzer Operation Manual.
Rev. D Maio, 2000. Germantown, Maryland. EUA, 2000.

ETN. Escola Técnica Net. Treinamento técnico de rede externa. Versão 5.3. São
Paulo-SP, 2015.

JDSU. Communications Test and Management Solutions. Série SDA Analisador


Digital Stealth Manual de Operação. Rev D. EUA, 2001.

LIMA, Claudio R. Transmissão de serviços multimídias interativas através de


redes de TV a Cabo. Grupo Algar. Uberlândia, 1997.

MATTARREDONA, Edgar Antônio Costa. Dos parâmetros de degradação do


canal de retorno em redes híbridas fibra/coaxial (HFC) interativas. 2001. 125 f.
Dissertação (Mestrado de Engenharia Elétrica) - Faculdade de Engenharia Elétrica e
de Computação, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2001.

MEHL, Ewaldo Luiz de M. Redes de Acesso sem Fios. Departamento de


Engenharia Elétrica Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2010.

MOECKE, Marcos. Princípios de Sistemas de Telecomunicações: unidades de


medidas logarítmicas em telecomunicações. Instituto Federal de Santa Catarina.
São José – SC, 2006.
36

MORAIS, Vicente Mazzolla. Metodologia para implantação de serviços digitais


em uma rede HFC existente. Dissertação (Mestrado de Engenharia Elétrica com
ênfase em Telecomunicações) - Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006.

MUNCINELLI, Gianfranco. TV a Cabo: Detecção de Vazamento de Sinais na


Rede. Teleco. Florianópolis, 2007.

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POSSEBON, Samuel. TV por assinatura 20 anos de evolução. São Paulo: SAVE,


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OLIVEIRA, Iracema Ap. Suassuna. Estudo e caracterização de fibras ópticas


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