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3- (FMTM-2002) Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas
e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. (...) Daí a
pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após
outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão
inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada
nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses
não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com
força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam,
era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda
amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no
capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.
6- Memórias Póstumas de Brás Cubas é considerado romance divisor de águas da obra machadiana porque, a partir
dele, o autor
a) assume de vez a visão romântica da realidade, apenas esboçada nos romances da chamada primeira fase.
b) se insere na estética naturalista, ao denunciar as mazelas sociais, os casos patológicos e os aspectos mais
repugnantes da sociedade.
c) procede a uma retificação da própria obra, através da voz de personagens por meio das quais renega os valores da
primeira fase.
d) antecede as conquistas modernistas, com uma postura crítica diante da civilização industrial e uma atitude de
denúncia das misérias do mundo rural.
e) desmitifica as idealizações românticas e assume uma visão crítica que, despindo as aparências que encobrem a
realidade, busca as razões últimas das ações humanas.
8- (PUC) A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão
apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... As minhas cessaram logo.
Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de
carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a tinha também. Momento houve em que os olhos de
Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do
mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.
O trecho acima, do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, autoriza o narrador a caracterizar os olhos da
personagem, do ponto de vista metafórico, como
a) olhos de viúva oblíqua e dissimulada, apaixonados pelo nadador da manhã.
b) olhos de ressaca, pela força que arrasta para dentro.
c) olhos de bacante fria, pela irrecusável sensualidade e sedução que provocam.
d) olhos de primavera, pela cor que emanam e doçura que exalam.
e) olhos oceânicos, pelo fluido misterioso e enérgico que envolvem.
Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação abaixo e
depois assinale a alternativa que os contém:
1. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;
2. Imaginação criadora;
3. Personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos;
4. Linguagem natural, sem rebuscamentos;
5. Preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem;
6. Senso de mistério;
7. Retorno ao passado;
8. Determinismo biológico ou social.
a) 1, 2, 3, 5, 7, 8
b) 1, 3, 4, 5, 8.
c) 2, 3, 4, 6, 7.
d) 3, 4, 5, 6, 8.
e) 2, 3, 4, 5, 8.
10- Como você definiria o movimento Realista/ Naturalista? Pontue o que você considerou mais importante neste movimento.