Sexualidade e psicanálise
São Paulo
2020
Introdução
O presente trabalho tem por objetivo abordar na visão psicanalítica, uma noção
expandida da sexualidade, a uma disposição psíquica universal, não apenas de
forma bio-anatômica, mas como essência da vida humana, sendo portanto um
grande desafio, uma vez que a sexualidade tem função social normatizadora. Em
“Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, Freud introduz ideias em relação a
perversões, fetichismo, sadomasoquismo e à homossexualidade, em que a
psicanálise poderia permitir uma nova visão sobre a oposição entre inato e
adquirido, assim como a quebra da barreira entre o normal e patológico. Vale
ressaltar que antes de Freud, não há propriamente um conceito clínico sobre a
sexualidade, iniciando então o diálogo sobre a sexualidade para o campo da ciência
e também sobre as pulsões sexuais; articulando pulsão com o conceito de
inconsciente.
A pesquisa psicanalítica se opõe com o máximo de decisão que se destaquem
os homossexuais, colocando-os em um grupo à parte do resto da humanidade,
como possuidores de características especiais. O primeiro dos três aspectos que
Freud chama atenção, quando fala da relação entre neurose e perversão e enumera
os pontos que aproximam ambas, é a homossexualidade, e também, é a maneira
pela qual Freud retirará a homossexualidade do campo da patologia. A
bissexualidade era uma disposição psicológica responsável pelas diferentes
escolhas de objeto, homossexual e heterossexual, considerando que em todo
sujeito encontramos ambas as formas de escolha de objeto em quantidades
diversas. Além de introduzir a categoria inédita de “perversão polimorfa” para
designar a sexualidade infantil, o uso mesmo do termo – “perversão” – por Freud é
extremamente ponderado: para ele, esta palavra não pode ser usada como censura,
e sua utilização não deve moral. Ademais, ele apresenta 4 elementos – fonte, força,
objeto e alvo/objetivo – em que a estrutura da pulsão comporta uma relação com o
alvo, a satisfação, que reconsidera o saber sexológico em vigor na época: a busca
de uma satisfação é inerente à própria pulsão e independe do objeto, é considerado
como inteiramente variável.
Por fim, Freud relata as constituições sexuais inatas na formação diferenciada
das zonas erógenas, valendo também da mesma forma com a inclusão das fontes
indiretas de excitação sexual. Suas teorias geraram grande polêmica na sociedade
conservadora no século XX, portanto revolucionaram a ciência da época e
influenciaram amplamente o pensamento sobre sexualidade. De acordo com a
historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco, se a cultura hoje adquiriu
grande liberdade na matéria sexual, isso se deve à Freud, sendo dele também o
efeito.
Conceitos centrais
Análise
Referências bibliográficas