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1.

INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia pode ser compreendida como a intersecção de dois


campos do conhecimento, a psicologia e a pedagógica, que ultrapassam a mera
junção de duas palavras. Assim, muito mais complexa que uma mera aglomeração
de duas palavras, o termo “psicopedagogia” objetiva identificar a complexidade
intrínseca na produção do saber. A psicopedagogia pode ser conceituada como a
ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, tendo o seu intuito o
processo de construção do conhecimento.
Em decorrência do elevado número de crianças com rendimentos escolares
abaixo do ideal, e com a psicologia e a pedagogia não produzindo respostas para
esta situação escolar, a psicopedagogia surgiu, no Brasil, com o papel de refletir e
avaliar sobre as demandas escolares dos alunos e atender aos seus anseios, e de
mesma forma, acompanhar conjuntamente ao Projeto Político Pedagógico (PPP),
quais os caminhos que a escola conduz o processo de ensino e aprendizagem,
garantindo o sucesso dos alunos e a parceria dos familiares.
Diante disso, percebe-se que a atividade do psicopedagogo é diferente de
todas as outras, especificamente pelo seu valor social. Considerando-se as
características únicas das crianças e dos adolescentes, e bem como, suas diversas
demandas, é possível perceber a complexa função assumida pelo psicopedagogo. Á
medida que o conhecimento se expande e o mundo é transformado pelas inovações
tecnológicas e comunicacionais, as dificuldades se acumulam para o profissional da
psicopedagogia, que precisa se adaptar às novas demandas em favor de defender a
aprendizagem do conhecimento que é proposto e, bem como, integrar o
conhecimento científico, compreendendo e intervindo no processo de aprendizagem
humana.
Portanto, considerando que a escola tem a responsabilidade, em grande
medida, pela formação do ser humano e sua inserção na vida social, a atuação do
psicopedagogo nas instituições de ensino, tanto pública, quanto privadas, tem um
caráter preventivo, abrangendo o sentido de encontrar novos caminhos na
consolidação da aprendizagem e buscar produzir competências e habilidades.
Devido a este objetivo e, em vista do elevado número de crianças com dificuldades
de aprendizagem e, ainda, outros desafios relacionados com a família e o espaço
escolar, a intervenção psicopedagógica possui amplo interesse em contextos
educacionais.

2. O PSICOPEDAGOGO E SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE

O profissional da psicopedagogia pode atuar em variados campos, tanto de


forma terapêutica, quanto preventiva, visando produzir compreensões sobre os
processos de desenvolvimento e da aprendizagem humana, utilizando, para isso, de
variadas estratégias que alcancem os problemas que se apresentam
cotidianamente.
Na perspectiva pedagógica, o psicopedagogo pode atuar a partir da prática
docente, por meio da capacitação de profissionais da educação, ou no interior da
instituição escolar. Já na perspectiva psicológica o psicopedagogo atua na detecção
de perturbações que possam surgir no processo de ensino e aprendizagem; além de
interagir na dinâmica das relações entre a comunidade escola, visando favorecer as
interações e trocas; promover orientações de cunho metodológico considerando as
características dos grupos e dos indivíduos; promover espaços para orientação
educacional, vocacional e ocupacional, tanto individual, quanto coletivamente.
Neste sentido, Gonçalves (2012, p. 42) explica que “as relações com o
conhecimento, a vinculação com a aprendizagem, as significações contidas no ato
de aprender, são estudadas pela psicopedagogia a fim de que possa contribuir para
a análise e reformulação de práticas educativas e para a ressignificação de atitudes
subjetivas”.
A psicopedagogia alcança os seus objetivos a partir do momento que amplia
a compreensão das características e das demandas decorrentes do processo de
ensino e de aprendizagem de um determinado aluno, abrindo espaço para que as
escolas forneçam recursos para atender a essas necessidades. Para efetuar tais
objetivos é necessário ao psicopedagogo atuar em observância ao Projeto Político
Pedagógico, especificamente, as propostas pedagógicas e o que é mais importante
para o aprendizado. Deve-se notar que a psicopedagogia é transformadora e tem
importante potencial no auxílio da aprendizagem.

Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no


processo de aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade
educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações
metodológicas de acordo com as características e particularidade
dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que
no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes
responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto
teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os
professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da
escola frente a sua docência e às necessidades individuais de
aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem (sic) (BOSSA,
2011, p. 23).

Assim, a psicopedagogia tem funcionado com muita eficácia em muitas


instituições diferentes, tanto em escolas, como em empresas e hospitais. A
aprendizagem deve ser entendida como uma atividade humana, de indivíduos, ou
grupos, que, por meio da combinação de informações e do desenvolvimento de
experiências, produzem mudanças estáveis na dinâmica do grupo, retornando para
as pessoas o manejo da própria realidade.

3. O PAPEL DESEMPENHADO PELA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA

O papel que a família desempenha no processo de ensino e aprendizagem


dos alunos é fundamental, visto que por vezes, os pais possuem dificuldades para
enxergar seus filhos a partir de suas dificuldades. O vínculo afetivo é de suma
importância para o bom desenvolvimento da criança. A ação da psicopedagogia visa
a inclusão dos pais no processo de desenvolvimento das crianças, por meio das
reuniões e promovendo o acompanhamento do trabalho realizado junto aos
professores.
Quando matriculam seus filhos nas escolas, os pais desejam que elas
venham a aprender e ser bem sucedidas, e por este motivo, quando este desejo não
acontece como se esperava, acontece um sentimento de frustração, julgando por
diversas vezes a criança como incapacitados, produzindo dificuldades na
aprendizagem.
Segundo Polity (2000), uma criança pode abandonar a escola porque assume
a responsabilidade emocional de cuidar dos familiares. Esta é uma resposta, por
exemplo, à depressão da mãe e à falta de disponibilidade emocional do pai, que
inconscientemente reconhece que sua esposa precisa que seus filhos cuidem dela.
As crianças que têm dificuldade em aprender novas competências na escola
correm o risco de ter problemas com o seu desenvolvimento cognitivo, social e
emocional global em diferentes áreas da escola e na vida em geral. Essas
dificuldades são importantes porque a questão entre potencial e desempenho de
uma criança deve ser cuidadosamente avaliada por profissionais especializados em
dificuldades de aprendizagem. Se somarmos o papel da escola ao papel da família,
formamos uma rede, pois ambos são responsáveis pelo processo de ensino e
aprendizado dos indivíduos.
Cada pessoa tem uma história diferente, uma necessidade diferente, uma
expectativa diferente dos outros, isso acontece inclusive com o professor. Em
contrapartida, cada professor olha para os alunos de forma individualizada.
A partir deste ponto de vista, o psicopedagogo deve saber como os indivíduos
são emocionalmente constituídos, como se modificam nas diferentes fases da vida,
quais recursos cognitivos possuem e como acontece a produção de conhecimento.
Além disso, o profissional da psicopedagogia também deve saber o que ensinar e o
que aprender; como os sistemas e os métodos pedagógicos se cruzam; como surge
os problemas estruturais relacionados com a ocorrência de dificuldades de
aprendizagem e, inclusive, durante a escolarização.

4. O PAPEL DESEMPENHADO PELO EDUCADOR NO DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA

O processo de desenvolvimento cognitivo de cada criança é diferente, para


algumas, o aprendizado ocorre mais facilmente, enquanto que para outras, o
aprendizado é mais lento. Ao perceber essas diferenças é essencial que o corpo
pedagógico da escola analise cada criança de forma individual, adequando, desta
forma os conteúdos e as práticas didáticas de acordo com a demanda de cada um.
As estratégias e as adaptações do ensino contribuem para o aprendizado dos
alunos. O que muitas vezes acontece é que as estratégias utilizadas na prática
docente estão distantes da realidade dos alunos. Desta forma, a prática docente é
decisiva para o desenvolvimento dos alunos. Os professores precisam rever as
didáticas e metodologias de ensino, e ariscar a aplicação de método de ensino
variados, buscando, desta forma, superar as dificuldades dos alunos e rompendo
com os rótulos, que são colocados nos alunos e que pioram ainda mais o
aprendizado, culminando com o a baixaestima e o abandono escolar: “O que é
ensinado e aprendido inconscientemente tem mais probabilidade de permanecer”
(COELHO, 1999, p. 12).
Portanto, é essencial proporcionar um ambiente de aprendizagem propício
que seja de confiança, autoestima, respeito mútuo e valorização dos alunos.
Nessa perspectiva, a psicopedagogia traz um importante aporte para os
professores, conforme Alicia Fernandez (2003, p. 30) demonstra: “ser ensinante
significa abrir um espaço para aprender. Espaço objetivo e subjetivo em que se
realizam dois trabalhos simultâneos: a construção de conhecimentos e a construção
de si mesmo, como sujeito criativo e pensante”.
Assim, aprender e ensinar são processos interrelacionados. Não é possível
pensar um sem a articulação com o outro. Neste sentido, Fernandez (2003, p. 29)
diz que “entre o ensinante e o aprendente, abre-se um campo de diferenças onde se
situa o prazer de aprender”. Assim, os professores deixam de se apresentar como
mestres distantes e detentores do conhecimento e passam a se mostrar como
próximos. Os professores são pais, irmãos, tios, avós, ou seja, são membros da
família, amigos, companheiros na escola.
Segundo Sena, Conceição e Vieira (2004), o processo de apreensão de
novos sentidos para a prática docente é construído por meio de um processo de
reflexão crítica do professor sobre o seu próprio trabalho, ou seja, educando de
forma real, a partir do fundamento dado pelo contexto, as reais necessidades do
aluno que se revelam em questões e dilemas do cotidiano que podem ser bem
explorados quando relacionados ao ensino e aprendizagem.
Dito isso, entende-se que o os professores não devem ser meros
transmissores de conhecimentos, mas ser, sobretudo, ouvintes das vozes dos seus
alunos, é preciso prestar atenção aos alunos e permitir que eles aprendam a se
expressar e a argumentar a partir de seus próprios pontos de vista.
Fermino, Boruchovith e Diehl (2001) mostram que um conjunto de alunos com
características distintas requerem atenção diferenciada. Nesse sentido, o trabalho
psicopedagógico contribui para que os educadores aprofundem as compreensões
que possuem das teorias de ensino e aprendizagem e, bem como, possam ter
acesso as contribuições recentes de campos do saber, redefinindo e integrando as
ações educativas.
5. O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NO PLANEJAMENTO ESCOLAR

O profissional da psicopedagogia tem, no ambiente escolar, o papel de


observar e refletir sobre as ações didático-pedagógicas e suas influências no
processo de aprendizagem do aluno. Surge, neste ínterim, a importância de reflexão
da própria atuação do psicopedagogo que não deve se resumir a mera análise das
situações pedagógicas. Assim, ao avaliar a prática pedagógica, é importante que
seja dada atenção não apenas nos sujeitos da aprendizagem, o professor e o aluno,
mas sobretudo no processo de aprendizagem em si. Tal proposta modifica, até
mesmo, as atividades em sala de aula, pois não há necessidade da realização de
provas e testes, mas, em seu lugar, atividades em grupo, projetos e a própria
observação do professor.
Assim, a definição desse planejamento psicopedagógico é bastante amplo e
pode ser entendido de variadas formas, conforme explica Vasconcellos (2002, p.
79):

O planejamento enquanto construção-transformação de


representações é uma mediação teórica metodológica para ação,
que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional.
Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer,
concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições
objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no
tempo.

Um dos maiores desafios da escola atualmente é enfrentar as dificuldades de


aprendizagem e, ao mesmo tempo, conceber uma proposta de intervenção que
contribua para a superação das dificuldades de aprendizagem dos alunos. A
importância do psicopedagogo torna-se evidente, visto que é o profissional
qualificado que observar e buscar realizar analises aprofundadas de uma
determinada situação, promovendo orientações didático-metodológicas no ambiente
escolar a partir das características próprias de cada indivíduo e grupo.
A aprendizagem é a consequência direta da interação entre as estruturas
mentais e contexto. O professor assume a função de colaborador no processo de
aprendizagem do aluno e, neste sentido, o conhecimento é algo constantemente
construído e reelaborado. O conhecimento compreendido como um processo de
colaboração, criatividade e criticidade estimula a liberdade e encoraja a
transformação. O aluno é visto como o protagonista neste processo de
aprendizagem. Os professores praticam sua capacidade organizar seus projetos de
aprendizagem. Intervir e mediar visando a transformação.

A participação do professor, por inteiro (corpo, organismo,


inteligência e desejo) nessa relação, na sala de aula, no processo
ensino -aprendizagem demanda a participação dos alunos também
por inteiro. O organismo, transversalizado pela inteligência e o
desejo, irá se mostrando em um corpo, e é deste modo que intervém
na aprendizagem, já corporizado (FERNANDEZ, 1991, p. 62).

Fernandez (1991) ainda demonstra que cada indivíduo apresenta seus


métodos próprios de aprendizagem, desenvolvidos a partir da própria experiência,
ou seja, os meios, as condições e as limitações do aprender. Cada indivíduo tem
seus caminhos para apreender e organizar as informações e os objetos do
conhecimento. Por objeto refere-se a tudo aquilo que é não-eu.
Educadores e professores precisam possibilitar os meios para que os alunos
desenvolvam a aprendizagem significativa, incentivando as capacidades dos alunos
e mostrar a cada um deles seu verdadeiro potencial. As demandas e problemas que
surgem ao longo do percurso da aprendizagem ajudarão os alunos a se fortalecer e,
sobretudo, transformar a própria realidade. Este percurso pode ser interessante e
surpreendente, pois todos podem contribuir para a aprendizagem do outro. Não é
possível ensinar e aprender de forma livre por meio de um currículo que esta
centralizado no “ego do professor”, pois, conforme já afirmado, cada pessoa tem sua
própria capacidade de aprender.
Assim, refletir sobre a importância da aprendizagem e a importância do
psicopedagogo no ambiente escolar é fundamental para o planejamento escolar, ou
seja, professores e comunidade escolar. Libaneo (2018, p. 222) explica que:

A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento


de formulários para controle administrativo, é, antes, a atividade
consciente da previsão das ações político-pedagógicas, e tendo
como referência permanente às situações didáticas concretas (isto é,
a problemática social, econômica, política e cultural) que envolve a
escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que
integram o processo de ensino.

Contribuir para o desenvolvimento do processo da aprendizagem e auxiliar


nas dificuldades relativos ao rendimento escola também são responsabilidades do
psicopedagogo e, bem como, dos educadores em geral. Isso significa que deve
haver a compreensão da forma como os alunos constroem o conhecimento a partir
da relação que estes têm com o ambiente escolar, com os professores, com o
conteúdo aprendido, tudo isso em articulação com os aspectos cognitivos e
emocionais. Assim, há uma ênfase na integralidade do aluno no processo de
aprendizagem, garantindo, por parte dos educadores, uma atuação mais eficiente, e
precisa.
Neste sentido, Bossa (2000) defende que é de suma importância a presença
do psicopedagogo no ambiente escolar e aponta algumas das intervenções que este
profissional pode realizar: 1) orientar os pais; 2) buscar instituições parceiras
(envolvimento de toda a sociedade); 3) auxiliar os educadores e toda a comunidade
aprendente; 4) desenvolver oficinas psicopedagógicas; 5) acompanhar a
implementação de novas propostas metodológicas e didáticas; 6) promover
encontros visando a socialização dos diversa atores que compõem o ambiente
escolar.
Como se pode observar, o papel da psicopedagogia na formação de
educadores para intervir diretamente na educação dos alunos é fundamental no
ambiente escolar e inclui a preparação das crianças para enfrentar os desafios que
possam surgir tanto na escola, quanto na sociedade.
As palestras psicopedagógicas introduzidas na sala de aula podem contribuir
para uma aprendizagem realmente significativa. Quando os alunos se percebem
como protagonistas desse processo, o desejo de aprender aumenta. Além disso, a
psicopedagogia ajuda na reflexão sobre a interrelação entre professores e
estudantes. Os educadores compõem esse processo por meio do engajamento,
integração e mediação. Por pressuposto, o ato de planejar deixará de ser uma
simples estrutura de meios e recursos, tornando-se o momento decisivo na
construção de um futuro e, sobretudo, quebrando paradigmas estabelecidos. O
desafio é, então, a regulamentação da profissão, qualificando a psicopedagogia em
todas as instituições escolares do Brasil.

6. A LUDICIDADE A PARTIR DA AÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

Já tem disso largamente pesquisado que as atividades lúdicas inseridas no


processo de ensino e aprendizagem produz melhorias significativas na assimilação
dos conteúdos por parte dos alunos. As atividades lúdicas são importantes para o
desenvolvimento da criança e são um excelente recurso didático a ser utilizado
pelos professores.
O brincar é de extrema importância para as habilidades social, emocional e
cognitiva da criança, afinal, é por meio da brincadeira que a criança pode expressar
seus sentimentos em relação ao mundo que a cerca. Por meio das atividades
lúdicas que as crianças podem entender como o mundo funciona, além de auxiliar
no desenvolvimento da própria subjetividade.

É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para


que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capas
de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e,
sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a
canção [...] como se fora brincadeira de roda (OSTI; MARCELINO,
2008, p. 78).

Há uma opinião de que brincar é uma necessidade humana de todas as


idades e que o brincar não deve ser considerado simplesmente como um momento
de entretenimento. O lúdico é a essência da infância, permite a produção de
conhecimento, estimula as emoções, que permitem estabelecer uma relação natural
com o brincar, expressando as angústias, as paixões, a alegria, a tristeza e a
agressividade.
Brincar faz parte da vida da criança. Começa com a autodescoberta,
experimentação, criação e recriação, dando ao indivíduo conhecimento,
compreensão do mundo e si mesmo, facilitando a aprendizagem, o desenvolvimento
pessoal e a percepção da coletividade, além de outros benefícios para a saúde
mental, como socialização, comunicação, expressão e criatividade.
Nesta perspectiva, o brincar é o ato primeiro que deve ser o fundamento da
aprendizagem. Por meio das atividades lúdicas, as crianças são transportadas para
um mundo imaginário, construindo o seu próprio cenário. Assim, a construção
individual do conhecimento é aprimorada por meio do brincar.
A relação intrínseca entre a aprendizagem formativa e a prática lúdica envolve
o fornecimento de informações específicas, visando à descoberta de conteúdos que
reflitam o desenvolvimento infantil a partir desse contexto lúdico.
Por meio do brincar, a criança produz oportunidades de interação com todos
os que a cercam, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e
psicológicas, bem como, das relações afetivas entre os alunos, estabelecendo
vínculos de amizade e a aquisição do conhecimento.

A educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da


criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um
enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma
prática democrática enquanto investe em uma produção séria de
conhecimento. Sua prática exige a participação franca, criativa, livre,
crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte
compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA,
2008, p. 57).

Por meio de todos estes importantes elementos, a ludicidade promove o


desenvolvimento das mais variadas áreas da mente humana, como as habilidades
de raciocínio, a habilidade de interpretar o mundo, entre outros. Além disso, as
atividades lúdicas são recompensadoras para os educadores, que se sentem
realizados e engajados ao se sentirem parte do processo de aprendizagem.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O psicopedagogo é extremamente importante no ambiente escolar, pois este


profissional estimula o desenvolvimento das relações interpessoais, auxiliando nas
conexões e utilizando métodos de ensino compatíveis com a construção de uma
aprendizagem que tenha o aluno como protagonista.
Assim, este profissional tem o papel de engajar as equipes escolares e
auxiliá-las na ampliação da forma como veem os alunos e o ambiente para produção
do conhecimento. Além disso, o psicopedagogo ajuda os alunos a superar as
barreiras que possam os impedir de ter domínio pleno as ferramentas cognitivas de
leitura da realidade.
Assim, os profissionais de psicopedagogia propõem e auxiliam no
desenvolvimento de programas pedagógicos que propiciam em mudanças
educacionais que visem descobrir e desenvolver as habilidades das crianças, bem
como, ajudar os alunos a interpreta-las entendendo como eles veem o mundo em
que vivem.

REFERÊNCIAS
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FERMINO, F. S.; BORUCHOVITH, E.; DIEHL, T. L. F. Dificuldades de aprendizagem


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FERNANDES, A. A inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1991.

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