1191 Desenho Mail

UFCD: 1191 - Instalações eléctricas – a cabo
Ação: Eletricista de Instalações

Formador: António Gamboa
1. Material de desenho
Material existente no mercado para elaboração do desenho técnico: papel; lápis,
1
porta-minas; réguas graduadas; réguas em T, esquadros e escantilhões.
O papel é o suporte para o desenho rigoroso sendo opaco se forem utilizados
lápis ou minas. Com gramagens diferentes e com vários formatos A, B, C, o
formato de papel mais utlizado é o formato A nas suas várias versões. O formato
mais pequeno é o A6 e o maior é o A0, representados na figura abaixo.

Para o correto arquivo dos desenhos estes devem ser dobrados obedecendo a
regras, estabelecidas na norma NP-49, de modo a que depois de dobrado este
tenha as dimensões de um A4, ficando a legenda no frontispício do desenho
dobrado e perfeitamente visível. Na figura abaixo são apresentadas as medidas e
as dobras para arquivar um A3 e um A2, numa pasta A4.
Dobragem A3 Dobragem A2
As margens e as esquadrias permitem um melhor enquadramento do desenho na

folha utilizado e espaço para uma correta furação, conforme se observa na figura
abaixo.
Por fim temos a legenda que resulta da necessidade de apresentar um conjunto

de informações relevantes para a interpretação do desenho e sua identificação.
Podemos encontrar na legenda a identificação do objeto desenhado, a
identificação dos intervenientes no desenho, a identificação do detentor dos
direitos do objeto desenhado, a escala, a data de realização e as alterações e
versões efetuadas no desenho.
Os lápis e minas, riscadores de grafite, têm diferentes graus de dureza e

identificam-se com os números 3, 2 e 1 para os lápis, ao que correspondem para
as minas com as letras H, HB, B, sendo o lápis nº 1 o de menor dureza.
As regras graduadas são instrumentos que permitem medir e marcar
comprimentos. Por isso a perfeição com que são construídas e o modo como se
utilizam condicionam grandemente o rigor do desenho. As réguas graduadas,
utilizadas em desenho técnico, podem ter vários comprimentos, geralmente entre
30 cm e 1 m, e são graduadas em milímetros ou em meios milímetros.
As réguas em T são constituídas por duas partes ligadas entre si na
perpendicular, a cabeça e a régua propriamente dita. Estas duas partes podem
estar ligadas rigidamente entre si ou por meio de um parafuso e porca de orelhas,
permitindo variar o ângulo.
Os esquadros facilitam o traçado das linhas, formando entre si ângulos de 60,
45 e 30.
Os escantilhões permitem o traçado de curvas, representado na
figura ao lado, letras, algarismos e para fins especiais, que se
destinam a facilitar o desenho de símbolos que se utilizam com
frequência nos ramos técnicos. No caso particular da eletricidade, utilizam-se
escantilhões com símbolos de instalações elétricas, telecomunicações, alta
tensão, etc.
2. Sistemas CAD
Com o avanço da tecnologia, hardware e software, o desenho técnico passou a
ser elaborado em computadores pessoais com a utilização de programas
sofisticados que permitem a elaboração de desenho em duas ou três dimensões.
Os equipamentos necessários para elaboração de um desenho técnico
computorizado e sua finalização, impressão em 2D ou 3D, são os seguintes:
computador pessoal com as características mínimas mencionadas pelo fabricante
do programa de CAD, monitor, rato e mesa digitalizadora, todos de alta resolução,

e impressora consoante a apresentação desejada para o desenho técnico:
impressora de grande formato de jato de tinta, impressora de corte de vinil,
4 impressora 3D, impressora têxtil, etc.
3. Normalização
Com a normalização pretende-se definir, unificar e simplificar tanto os produtos
acabados, como os elementos que se empregam para os produzir, por exemplo a
maquinaria, através do estabelecimento de documentos chamados normas.
Os tipos de normas mais usuais são: NP (Norma Portuguesa), ISO (Organização
Internacional de Normalização) e EN (Norma Europeia). Algumas das normas
utilizadas no desenho técnico:
 NP 9:1960 – Escrita dos números
 NP 49:1968 – Desenho técnico. Modo de dobrar folhas de desenho
 NP 62:1961 – Desenho técnico. Linhas e sua utilização
 NP 167:1966 – Desenho técnico. Figuração de materiais em corte
 NP 204:1968 – Desenho técnico. Legendas
 NP 205:1970 – Desenho técnico. Listas de peças
4. Projeções
A forma como o desenho está representado tem o nome de perspetiva.
Para observar cada uma das faces, devemos olhá-las de diferentes direções.
Deve-se desenhar começando pelas linhas das arestas e
contornos visíveis da face vista de frente. O traço do desenho
deve ser contínuo e fino.
O método do primeiro diedro, que é o utilizado, e está
representado na figura ao lado, é apresentado pelo alçado
lateral principal, alçado lateral esquerdo, planta e alçado lateral direito.

Alçado lateral
Alçado lateral principal Planta
esquerdo
5
Vista segundo o método do primeiro diedro
O alçado lateral esquerdo é colocado à direita do alçado principal, o alçado lateral

direito é colocado à esquerda do alçado principal e por fim a planta é colocada por
baixo do alçado principal.
5. Perspetiva
A perspetiva é um sistema de representação do espaço tridimensional, sobre uma
superfície plana, cuja finalidade é dar a ilusão de profundidade ao desenho.
As diferentes formas como a perspetiva pode ser apresentada, toma os seguintes
denominações:
 Perspetiva cavaleira
 Perspetiva axonométrica dimétrica
 Perspetiva axonométrica isométrica
5.1 Perspetiva cavaleira

A figura seguinte representa uma perspetiva cavaleira. A face do sólido que
observamos frontalmente aparece sem deformações; a face superior,
6
possivelmente um retângulo, torna-se um paralelogramo, o que mostra a
preservação do paralelismo; também se preservam pontos médios de segmentos.
Tem-se a impressão de que o objeto retratado é visto de longe.
Nesta perspetiva uma das faces é paralela ao plano de projeção. As arestas

perpendiculares àquela face projetam-se segundo um ângulo, que geralmente, é
de 45·, e o comprimento destas arestas são reduzidos para metade
5.2 Perspetiva axonométrica isométrica
A perspetiva axonométrica isométrica, ou apenas isométrica, é aquela que dá
uma ideia menos deformada do objeto. Esta perspetiva mantém as proporções do
comprimento, da largura e da altura do objeto representado, e as três faces
oblíquas ao plano de trabalho inclinadas com um ângulo de 30 em relação à
horizontal.
5.3 Perspetiva axonométrica dimétrica

A perspetiva axonométrica dimétrica, ou apenas dimétrica, é representada com
uma das arestas na posição vertical e as arestas que lhe são perpendiculares
com ângulos de 7 e 42, com a horizontal. As arestas verticais e as que formam
e as que formam ângulos de 7 com a linha horizontal conservam a mesma
dimensão, e as que forma ângulos de 42 com esta linha reduz-se o seu tamanho
a metade.
Esta perspetiva é utilizada quando se pretende salientar, numa peça, uma das
7
suas faces.
6 Cotas
As cotas são grandezas lineares ou angulares inscritas no desenho e expressas
nas respetivas unidades de medida.
O fabrico de um objeto exige que as vistas nos mostrem de forma precisa, a sua
forma bem como o seu tamanho. Assim, os alçados e a planta devem ter inscritas
as cotas indicando o tamanho exato do objeto. Nas arestas e contornos visíveis
utiliza-se traço contínuo de 0,7, e nas linhas de cota e chamada traço contínuo de
0,35.
6.1 Elementos de cotagem
Linhas de cota: definem a dimensão de um elemento de desenho. As linhas de

cota devem evitar o cruzamento com outro tipo ou com outras linhas de
cota, e devem ser desenhadas fora do objeto de desenho, tal como
ilustrado na figura acima.
Linhas de chamada: ligam as linhas de cota ao elemento a cotar. Podem-se usar
como linhas de chamada, linhas de contorno ou eixos. Quando se utilizam
linhas de construção, as linhas de chamada devem ultrapassar
ligeiramente estas últimas. Regra geral as linhas de chamada são
perpendiculares às linhas de cota, com exceção de alguns casos em que
podem ser oblíquas com o elemento a cotar.
Extremas: são símbolos gráficos desenhados na interceção da linha de chamada
com as linhas de cota e que definem os extremos destas.
Figura com exemplos de linhas de chamada, linhas de cota e extremas
6.2 Regras para cotar

Em desenho de peças as cotas são sempre expressas em milímetros, esta regra
permite a não colocação da unidade de medida tonando o desenho mais fácil de
interpretar.
As linhas de chamadas passam ligeiramente as linhas de cota, e tanto quanto
possível as linhas de cota devem ficar fora dos contornos do desenho do objeto.
Nunca utilizar como linha de cota a linha de contorno.
Devem-se evitar cruzamentos entre as linhas de cota e as linhas de chamada. E
os números ficam na parte de cima das linhas de cota horizontais, e à esquerda
nas linhas de corte verticais, de modo a se lerem da esquerda para a direita ou de
baixo para cima.
As cotas devem ser distribuídas pelos alçados e plantas de modo a referir todas
as dimensões necessárias para viabilizar a construção do objeto desenhado, e de
modo a não se colocarem cotas desnecessárias, estas devem ser colocadas uma
única vez em qualquer uma das vistas que compõem o desenho, e localizadas
num local que represente mais distintamente o elemento que está sendo cotado.
Seguem-se alguns exemplos de má cotagem.
10
7 Simbologia de correntes fortes

11
12
8 Simbologia de correntes fracas
9 Esquemas elétricos
A representação de esquemas de circuitos elétricos facilita a consulta e
interpretação dos circuitos pelas várias categorias de profissionais. O esquema
representa uma instalação, ou parte de uma instalação, que mostra a relação
mútua entre as várias partes integrantes e os meios de ligação empregados
através da utilização de símbolos.
Os esquemas elétricos são classificados quanto à sua finalidade: esquemas
explicativos e esquemas de realização, ou quanto ao seu modo de representação:
esquema em representação unifilar e multifilar, esquema em representação por
feixes, esquema em representação por tracejado e esquema em representação
mista.
9.1 Classificação dos esquemas quanto à sua finalidade
9.1.1 Esquemas explicativos
Destinam-se a fazer compreender em detalhe o funcionamento de parte ou da
totalidade de uma instalação. Existem vários tipos de esquemas explicativos.
9.1.1.1 Esquema funcional ou de blocos

Esquema destinado a compreender a instalação e a dependência entre os seus
elementos, numa representação simples e geral do seu funcionamento,
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permitindo interpretar rapidamente os mais complicados dispositivos e aparelhos.
9.1.1.2 Esquema de circuitos
Destinado a representar parte ou a totalidade de uma instalação, com todas as
ligações materiais e simbologia. Os diferentes elementos são representados de
forma clara, de modo a ser compreensível o seu funcionamento,
independentemente da localização que venham a ocupar. O percurso das linhas
que representam a corrente elétrica deve ser retilíneo, e evitar, sempre que
possível, os cruzamentos.
9.1.1.3 Esquema arquitetural
Esquema destinado a localizar os aparelhos de utilização, comando, caixas de
derivação, quadro elétricos, etc., e as canalizações elétricas existentes sobre a
planta de um determinado local.
9.1.1.4 Carta ou plano de redes
Esquema destinado a marcar sobre uma carta topográfica, o traçado aproximado
das obras, das linhas de transporte e de distribuição de energia elétrica de uma
forma simplificada.
9.1.2 Esquemas de realização ou de ligações
Destinados a orientar na montagem e verificação de instalações, máquinas e
equipamentos, manutenção e controlo, etc. Os esquemas devem identificar as
ligações, a colocação e identificação dos terminais, condutores e outros
pormenores necessários a uma correta execução das tarefas, daí estes
esquemas serem fundamentalmente práticos.
São quatro os esquemas de realização consoante as situações que interessa
conhecer.
9.1.2.1 Esquema de ligações interiores
Permitem definir as ligações interiores de um aparelho ou de uma instalação
elétrica.
Estes esquemas são utilizados pelos fabricantes de materiais elétricos, os

equipamentos vêm ligados de fábrica tendo o instalador de proceder à sua
montagem e às ligações necessárias para o seu correto funcionamento.
14 9.1.2.2 Esquema de ligações exteriores
Definem as ligações entre as diversas partes de uma instalação elétrica, por
exemplo, a localização de um interruptor e de uma lâmpada, numa divisão.
9.1.2.3 Esquema de ligações de terminais
Este esquema apresenta os terminais e os condutores, ou grupos de condutores,
que a eles se ligam. Os fabricantes de material elétrico, fornecem estes
esquemas aos instaladores para a sua interligação com os restantes aparelhos e
dispositivos elétricos. Por exemplo, o esquema de terminais do contactor-
disjuntor.
9.1.2.4 Esquema de ligações mistos ou gerais de ligações
Os esquemas podem ainda ser mistos, quando combinam esquemas de ligações
interiores, exteriores e de terminais, sendo eles unifilares ou multifilares. Por
vezes, surge a necessidade de acompanhar os esquemas com diagramas de
sequência ou diagramas de sequência-tempo.
9.2 Classificação dos esquemas quanto ao modo de
representação
9.2.1 Esquemas em representação unifilar
Esquemas simplificados de instalações, onde se representam dois ou mais
condutores por um único traço, e dois ou mais elementos semelhantes por um
único símbolo que representa a mesma instalação.
9.2.2 Esquemas em representação multifilar
Esquema onde cada aparelho ou elemento é representado por um símbolo
específico e cada condutor por um traço.
9.2.3 Esquemas em representação por feixes
Ao representar um conjunto de condutores, pertencentes ou não a circuitos
semelhantes, podemos recorrer a um único traço, que substitui esse conjunto ou
feixe de condutores.
9.2.4 Esquemas em representação por tracejado

Sempre que existir a necessidade, numa instalação elétrica, de traçar um grande
percurso no esquema elétrico, o traço desse percurso é interrompido criando uma
15
descontinuidade, em que os lados são representados por dois traços comuns
cujas extremidades devem ter um sinal de referência, indicando essa ligação.
9.2.5 Esquemas em representação mista
Combina várias representações dos esquemas estudados. A utilização deste
sistema tem como principal objetivo, a clareza e simplificação de determinados
esquemas elétricos.
10 Esquemas elétricos
10.1 Esquemas de sinalização
Trinco elétrico
Esquema funcional Esquema unifilar Esquema multifilar
10.2 Esquema de circuitos de iluminação

Comutação de lustre
Comutação de escada ou quarto

16
10.3 Tomadas monofásicas com terminal de terra

Esquema unifilar Esquema multifilar
10-4 Esquema unifilar de um quadro de entrada

Bibliografia
 http://www.eb1-fogueteiro-n4.rcts.pt/PAGANTIGAPGAMA/disciplinas/educ-
17
tecnologica/proj-ortogonais
 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23464
 http://tecformausinagens.blogspot.pt/2012/04/supressao-de-vistas.html
 http://www.versus.pt/forma-espaco-ordem/desenhotecnico-4-5-
cotagem.htm#61
 DTC_Aula_19 - Cotagem_basica, em formato PDF
 Desenho Técnico, Unidade 7
 Desenho Técnico, Curso de Engenharia Civil, Autores: Luísa Gonçalves;
Nuno Norte Pinto, Docentes: Helena Bártolo, Nuno Norte Pinto
 Desenhos de Esquemas Eléctricos, Silva, F. e Roseira, A., Edição dos
Autores, Porto, 2ª edição, 1981
 Desenho Técnico, Cunha, Luís Veiga da, Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa, 4ª edição, 1980

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mais pequeno é o A6 e o maior é o A0, representados na figura abaixo.

As margens e as esquadrias permitem um melhor enquadramento do desenho na

Por fim temos a legenda que resulta da necessidade de apresentar um conjunto

Os lápis e minas, riscadores de grafite, têm diferentes graus de dureza e

do programa de CAD, monitor, rato e mesa digitalizadora, todos de alta resolução,

lateral principal, alçado lateral esquerdo, planta e alçado lateral direito.

Vista segundo o método do primeiro diedro

O alçado lateral esquerdo é colocado à direita do alçado principal, o alçado lateral

5.1 Perspetiva cavaleira

Nesta perspetiva uma das faces é paralela ao plano de projeção. As arestas

5.3 Perspetiva axonométrica dimétrica

6.1 Elementos de cotagem

Linhas de cota: definem a dimensão de um elemento de desenho. As linhas de

Figura com exemplos de linhas de chamada, linhas de cota e extremas

6.2 Regras para cotar

7 Simbologia de correntes fortes

8 Simbologia de correntes fracas

9.1.1.1 Esquema funcional ou de blocos

Estes esquemas são utilizados pelos fabricantes de materiais elétricos, os

9.2.4 Esquemas em representação por tracejado

10.2 Esquema de circuitos de iluminação

Comutação de escada ou quarto

10.3 Tomadas monofásicas com terminal de terra

10-4 Esquema unifilar de um quadro de entrada

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