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1. Introdução histórica
Foi no século VI AC, que o filósofo grego Tales de Mileto descobriu que o âmbar, um certo tipo de
resina vegetal, quando friccionado com peles de animais, tinha a propriedade de atrair pequenos
objectos, isto é, o âmbar ficava carregado de uma tal energia, que no futuro se passou a chamar 1
de “Electricidade Estática”.
Passaram-se mais de 2100 anos a partir de Tales, sem que a electricidade estática, a do âmbar
friccionado despertasse qualquer tipo de interesse.
Somente em meados do século XVI, um médico inglês, chamado William Gilbert descobriu que
outros tipos de materiais, como por exemplo, o vidro, apresentavam propriedades similares ao
âmbar, quando friccionado com outros materiais.
Passaram-se novamente mais de 100 anos sem que o conhecimento da Electricidade evoluísse
além das observações de Tales e de Gilbert.
No final do século XVII, um professor alemão chamado Otto Von Guericke, construiu uma
máquina elementar, que demonstrava de uma forma mais evidente, o fenómeno da electrização
estática, descoberto por Tales e ampliado por Gilbert.
Esta máquina consistia numa esfera giratória de enxofre que girava fixada num eixo horizontal
com o recurso de uma manivela.
Esta máquina quando travada convenientemente com o uso de uma das mãos do operador
revestida por luva, produzia devido ao atrito, propriedades similares à do âmbar, quando
friccionado.
Assim se verifica que a Máquina de Guericke produzia efeitos eléctricos semelhantes aos
verificados por Tales e Gilbert, mas muito mais intensos, ao ponto de se verificarem descargas
eléctricas entre a esfera e a luva do operador.
A Máquina Elementar de Von Guericke, não obstante a sua simplicidade, foi um marco decisivo no
desenvolvimento dos estudos de Electricidade, pois foi a partir deste momento que outros
estudiosos, se começaram a debruçar sobre o assunto.
A partir da Máquina Elementar de Otto Von Guerickea a contribuição seguinte ao estudo da
Electricidade deveu-se Benjamin Franklin, que demonstrou em 1730 que as descargas
Atmosféricas eram fenómenos eléctricos.
Como resultando destas suas pesquisas, Franklin descobre o pára-raios em 1753, que como se
sabe é um dispositivo de protecção contra descargas eléctricas atmosféricas.
UFCD: 1191 - Instalações eléctricas – a cabo
Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
Na segunda metade do século XVIII, o professor francês de nome Du Fay, descobriu a existência
de dois tipos de electricidade estática: a positiva ou vítrea e a negativa ou resinosa, concluindo
que cargas de mesmo sinal se repelem e que cargas de sinais contrários se atraem.
2 No ano de 1785, o professor francês Charles Augustin de Coulomb, enunciou a célebre lei de
Coulomb, segundo a qual duas cargas eléctricas atraem-se ou se repelem com uma força cujo
módulo é directamente proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre elas.
O físico Volta construiu no ano 1800, o primeiro gerador eléctrico - a pilha de Volta. O nome da
pilha deve-se ao facto de Volta ter disposto discos de cobre e de zinco separados por filtros
embebidos em ácido sulfúrico diluído, formando uma pilha. A pilha de Volta tem como princípio
que entre dois corpos condutores em contacto à mesma temperatura, estabelece-se uma
diferença de potencial que depende unicamente da sua natureza.
É o físico Ampère que vem mostrar que se uma agulha magnética é desviada quando uma
corrente percorre um condutor é porque esta corrente cria um campo magnético ao atravessar o
condutor. É ainda Ampère que cria a electrodinâmica. Se um condutor percorrido por corrente
cria um campo magnético, dois condutores percorridos por corrente correspondem a dois campos
magnéticos e têm acção um sobre o outro.
Em 1831 Farad descobre as correntes de indução e enuncia as leis da indução, que têm o seu
nome - Farad. Este foi dos físicos mais criadores dentro da electricidade não só em descobertas
como em expressões com que materializava as suas ideias. Assim, expressões como "Linhas de
força" e "Fluxo de força", devem-se a Farad.
Em 1860 um professor italiano Pasinoti constrói a primeira armadura em anel, armadura essa que
abriu caminho para descobrir a máquina eléctrica. E assim 9 anos depois Gramme descobre a
máquina dínamo-eléctrica. Gramme não era um físico, mas um simples operário de grandes
qualidades e espírito.
O aparecimento desta máquina veio abrir novos horizontes à electricidade, por se poder
conseguir a energia eléctrica que fosse necessária. Lembramos que até então a energia eléctrica
só se conseguia por meio de pilhas.
Foi já com pilhas que começaram as primeiras experiências de iluminação eléctrica (uma das
aplicações mais importantes da electricidade).
As primeiras experiências foram realizadas com o arco eléctrico e iniciadas por Davy. Começou
com eléctrodos de carvão e teve que reunir 2.000 elementos de pilhas para arranjar tensão e
corrente necessárias; a quantidade de elementos de pilha e o grande débito do arco tornavam a
UFCD: 1191 - Instalações eléctricas – a cabo
Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
ideia da iluminação praticamente irrealizável e por isso depois de Davy passaram-se alguns anos
sem se voltar a trabalhar sobre este assunto.
O aparecimento da máquina Gramme fez retomar as experiências iniciadas por Davy e volta-se a
tentar a iluminação eléctrica, mas é a Edison que cabe a honra de ter descoberto a lâmpada 3
eléctrica.
Edison, descobridor mais profundo da história da electricidade, tentou inúmeros filamentos antes
de chegar ao carvão. A lâmpada eléctrica foi descoberta em 1879 e durou 3000 horas.
As lâmpadas inventadas por Edison de filamento de carvão utilizaram-se durante algum tempo,
mas hoje estão postas de parte. Hoje apenas se empregam as de filamento metálico.
O telefone foi um dos assuntos que mais preocupou os primeiros estudiosos da electricidade e
assim apareceram quase simultaneamente Gray e Bell a registar a patente da invenção.
O assunto foi resolvido em tribunal e concluiu-se que foi Gray quem primeiro inventou o telefone,
no entanto é o físico Bell que o aperfeiçoa e desenvolve, portanto é a Bell que se atribui a
descoberta do telefone.
A expansão do telefone foi em todo o mundo um sucesso raro.
Em Lisboa inaugurou-se o telefone em 1881 e foi a primeira capital da Europa a ser beneficiada
com este progresso.
O campo da electro-química desenvolveu-se a par de todos os outros.
Assim em 1860, o físico Planté apresentou na Academia de Ciências de França, o acumulador de
chumbo. Nota-se que a descoberta de Planté não é casual como tantas outras, mas sim uma
descoberta lógica e merecida, resultado de conclusões teóricas.
Planté era já licenciado em ciências e química quando iniciou o estudo do acumulador.
Em 1871 houve o primeiro Congresso Internacional de Electricidade e esta data é das mais
importantes na história desta ciência.
Em todos os países se estava a trabalhar activamente, verificando novos fenómenos e chegando a
novos resultados, descobrindo coisas mais simples e que mais facilitassem a vida. Por outro lado,
cada país media as grandezas à sua inteira vontade e não se podia falar em rigor nem em
comparar os resultados de país para país, pois em certos casos uma mesma frase tinha significado
diferente.
Havia palavras com quatro significados diferentes; havia 15 unidades de resistência; 12 de f.e.m.;
10 de intensidade de corrente.
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Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
4 Por altura deste congresso realizou-se uma Exposição de Máquinas Eléctricas (dínamos) e um
electricista tinha que montar em dois pavilhões anexos dois dínamos que eram accionados por
um motor a gasolina.
Esses dínamos seriam ligados em paralelo para ir alimentar determinado circuito.
O electricista encarregado da montagem trocou as ligações, casualmente, e constatou que uma
das máquinas começou a trabalhar como motor quando a outra entrou em funcionamento como
dínamo. Estava descoberto o motor eléctrico e construiu-se logo o comboio eléctrico para um
percurso de 800 metros.
É por altura de 1875 que aparecem as primeiras experiências, com óptimos resultados do
emprego da corrente alternada e em 1897 começou a espalhar-se o transporte da energia em
corrente alternada.
Nos princípios do século XX deu-se às máquinas eléctricas um incremento extraordinário.
Construíram-se alternadores e começou-se a trabalhar em altas potências e altas pressões.
2- Constituição da matéria
Os electrões têm carga negativa, os protões têm carga positiva e os neutrões não têm carga
eléctrica. Deste modo, o núcleo tem carga positiva e os electrões com carga negativa são atraídos
pelo núcleo. Um átomo tem tantos electrões quanto protões, pelo que a sua carga é neutra. Os
electrões que se encontram na órbita mais distante do núcleo são atraídos com menor força por
este, devido à maior distância. Assim, em determinados materiais, nomeadamente nos
condutores, estes electrões podem sair da sua órbita, por acções exteriores, fricção ou força
electromotriz, tornando-se electrões livres. Os electrões livres causam a corrente eléctrica nos
condutores.
Para que a energia contida na estrutura de um átomo sob a forma de electricidade, se manifeste,
é necessário que exista um desequilíbrio entre o número de electrões e de protões nesse átomo.
Se um corpo perde vários electrões fica carregado positivamente, se ganha vários electrões fica
carregado negativamente.
Quando um corpo apresenta um excesso de electrões nos seus átomos dizemos que está
carregado negativamente ou com electricidade negativa. Um átomo nestas condições tem o
nome de ião negativo ou anião.
Quando há falta de electrões nos átomos, dizemos que o corpo está carregado positivamente,
uma vez que predomina o número de protões. Um átomo nestas condições tem o nome de ião
positivo ou catião.
Se os corpos não tiverem carga eléctrica, não surgirá qualquer força entre
eles.
3- Corrente eléctrica
Quando ligamos, por meio de um fio condutor, dois corpos com níveis
diferentes de electrização, ou seja, com diferentes potenciais, surge uma
corrente de electrões que se dirigem do potencial mais alto, maior número de
electrões, para o mais baixo, menor número de electrões, o fio condutor com
um grande número de electrões livres permite a sua passagem, surgindo Figura retirada do
sítio: http://www.
assim, a corrente eléctrica. geocities.ws/saladefisi
ca8/eletrodinamica/cir
Sendo a corrente eléctrica o movimento orientado dos electrões ao longo do cuitos.html
condutor, com o deslocamento dos electrões, no sentido real ou electrónico, do corpo com
excesso de electrões, potencial negativo, para o corpo com falta de electrões, potencial positivo.
No entanto, convencionou-se que a corrente eléctrica se dirige do potencial positivo para o
negativo. A corrente eléctrica mantém-se no fio condutor enquanto houver uma diferença de
potencial entre os seus extremos, e é tanto mais intensa quanto maior for essa diferença de
potencial, ou seja, enquanto existir uma diferença de potencial U=V1-V2 entre os seus extremos.
O fio condutor apresenta sempre uma certa dificuldade à passagem da corrente eléctrica a que se
chama resistência eléctrica.
3.1-Classificação da corrente
Quanto à variação de sentido com que os electrões circulam no circuito, a corrente eléctrica
denomina-se em:
Corrente contínua - Corrente unidireccional constante ou sensivelmente constante, isto é, os
electrões circulam sempre no mesmo sentido e com a mesma intensidade. Ex: Pilha, Baterias.
Corrente alternada - Corrente que muda de sentido e de valor, isto é, os electrões circulam ora
num sentido ora noutro sentido. Ex: Tomada da rede eléctrica nacional.
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Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
4- O circuito eléctrico
Por definição, um circuito eléctrico é sempre fechado. Na prática o circuito pode estar aberto,
neste caso não há passagem de corrente, ou fechado, neste caso há passagem de corrente. A
abertura ou fecho de um circuito é executado por um equipamento de comando, normalmente
um interruptor.
4.2.1- Gerador
A função do gerador ou fonte de alimentação é a de manter constante a diferença de potencial
aos terminais do circuito, de modo a circular uma corrente permanente no circuito, e não uma
corrente passageira.
O gerador é um equipamento que transforma a energia eléctrica noutras formas de energia,
mantendo constante o valor da diferença de potencial. Existem dois tipos de geradores, o gerador
rotativo que transforma energia mecânica em energia eléctrica e o gerador electroquímico que
transforma energia química em eléctrica.
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Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
4.2.3- Receptores
Os receptores são equipamentos que transformam a energia eléctrica noutra forma de energia,
sendo por isso parte fundamental e integrante dos circuitos eléctricos, pois são eles que
absorvem a energia eléctrica disponibilizada pela rede. Podemos concluir que os circuitos
eléctricos existem com o objectivo de alimentar os receptores.
Existe uma grande variedade de receptores que transformam a energia eléctrica na forma de
energia em que os receptores operam. Como exemplos temos a iluminação, o aquecimento,
sinalização, etc.
UFCD: 1191 - Instalações eléctricas – a cabo
Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
Figuras de lâmpadas incandescentes, fluorescentes tubulares, fluorescentes compactas, leds dos sítios:
http://www.engenhariapt.com/2011/08/19/lampadas-incandescentes-de-60-watts-vao-ser-proibidas/;
https://sites.google.com/site/maniadelampadas/lampadas-fluorescentes-tubulares-1; http://engenhocas-
f.blogspot.pt/2011/04/reciclagem-de-lampadas-fluorescentes.html; http://biosferams.org/2010/05/lampadas-a-melhor-opcao/
10
Um circuito eléctrico pode esquematizar-se usando símbolos convencionais para cada um dos
componentes instalados.
A diferença de potencial (d.d.p.) tem, na Electricidade, uma importância capital, visto ser
responsável pelo deslocamento da corrente eléctrica entres dois pontos que se encontram a
diferentes níveis de potencial.
11
5.2. Unidade da diferença de potencial ou tensão
A força electromotriz entre duas cargas desiguais é uma grandeza mensurável tendo como
unidade principal o Volt, símbolo (V).
O Volt define-se como sendo a d.d.p. (diferença de potencial) que aplicada de forma constante a
um circuito de 1 Ohm de resistência, produz uma corrente de 1 Ampère.
A diferença de potencial é também designada por tensão e mede-se por meio de aparelhos
chamados voltímetros, que, por possuírem uma elevada resistência interna, ligam-se sempre em
paralelo.
Com um
Mede-se
voltímetro
Diferença de
Em Volt,
potencial ou Exprime-se
símbolo V
tensão
Com um
Mede-se
amperímetro
Intensidade
Em Ampère,
de corrente Exprime-se
símbolo A
12 eléctrica
7- Resistência eléctrica
Quando um gerador eléctrico alimenta uma lâmpada, um calorífero ou qualquer outro
equipamento eléctrico, estes são percorridos por uma determinada intensidade de corrente
eléctrica. Mesmo sendo alimentados pela mesma fonte de alimentação, por exemplo de 230 V, a
intensidade de corrente eléctrica vai variar de equipamento para equipamento.
Este facto deve-se a que cada equipamento oferece uma oposição diferente à passagem de
corrente eléctrica, e esta oposição é maior ou menor está relacionada com o material do receptor
que é condutor, e com as suas próprias dimensões, nomeadamente a secção e o comprimento.
A resistência eléctrica, designada pela letra R, é a oposição que o receptor faz à passagem de
corrente eléctrica, sendo a sua unidade o Ohm designado pela letra ómega [Ω].
Qualquer equipamento eléctrico tem uma resistência eléctrica, e quanto maior for essa
resistência menor será a intensidade de corrente eléctrica que percorre a mesma.
Com um
Mede-se
ohmímetro
A resistência Em Ohm,
Exprime-se
eléctrica símbolo Ω
7.1- Resistividade
Resistência e Resistividade são grandezas distintas.
A resistência mede, em cada caso, a oposição que um determinado receptor ou resistência
oferece à passagem da corrente eléctrica.
A resistividade de um material é uma propriedade, já que relaciona a resistência eléctrica de um
condutor de acordo com a sua dimensão física, isto é, com o seu
comprimento e a sua área, ou secção. O símbolo da resistividade é o r (ró).
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Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
Coeficiente de
Material temperatura α
[Ω /˚C]
Prata 0,0045
Cobre 0,0040 15
Alumínio 0,0040
Constantan 0,00001
Cromo-Níquel 0,00005
Ferro-Níquel 0,00090
Tungstênio 0,00460
8- Lei de Ohm
A Lei de Ohm é uma das leis básicas mais importantes da teoria da electricidade. Descreve a
relação entre a tensão, corrente e resistência no circuito eléctrico.
Os receptores num circuito não reagem todos da mesma forma à passagem da corrente eléctrica,
ou seja, a oposição que fazem à sua passagem depende das características de cada um dos
receptores que se encontram no circuito.
A lei de Ohm aplica-se aos receptores denominados resistivos e lineares. Como resistivos, e já foi
falado anteriormente, temos os radiadores, torradeiras, etc. O facto de o receptor ser linear
significa que apresenta as mesmas características em toda a sua extensão, independentemente
da corrente que o percorre e da tensão aplicada.
Definição da lei de Ohm: “É constante o quociente entre a tensão a que é submetido um receptor
e a intensidade de corrente que o percorre, desde que a sua temperatura se mantenha estável”.
Tem como expressão:
U
R=
I
com: R- resistência eléctrica, cuja unidade é o Ohm [Ω]
U- tensão aplicada, cuja unidade é o Volt [V]
I- intensidade de corrente, cuja unidade é o Ampère [A].
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Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
Esta equação mostra que a corrente, num circuito eléctrico é directamente proporcional à tensão
e inversamente proporcional à resistência do circuito.
Estas relações podem ser esquematizadas num triângulo (triângulo original):
16
Neste tipo de associação se um receptor avariar os outros deixarão de funcionar, pois o circuito
eléctrico ficará interrompido no elemento avariado.
17
Generalizando podemos afirmar que a tensão aplicada aos extremos de um circuito em série é
igual à soma das quedas de tensão provocadas pelas resistências associadas.
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Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
18
Calcular:
a) A resistência equivalente do circuito:
= + + = 25 + 10 + 15 = 50Ω
b) O valor da tensão aos terminais de cada resistência:
= × = 25 × 2 = 50
= × = 10 × 2 = 20
= × = 15 × 2 = 30
= + + = 50 + 20 + 30 = 100
Ou utilizando o valor da resistência equivalente
= × = 50 × 2 = 100
Exemplo 6: Dados os valores das resistências R1=210Ω, R2=100Ω e R3=175Ω. Calcular:
a) A resistência equivalente do circuito:
= + + = 210 + 100 + 175 = 485Ω
1 1 1 1 1
= + + +⋯+
No caso em que estão representadas apenas duas resistências a fórmula que acabamos de
demonstrar conduz-nos a outra de grande interesse prático:
19
×
=
+
Nota:
1. No caso particular de duas resistências iguais agrupadas em paralelo, o valor da resistência
equivalente é igual à metade do valor de uma delas.
2. Caso as resistências agrupadas em paralelo não sejam iguais, o valor da resistência equivalente
terá que ser menor que a menor das resistências que formam o paralelo.
Calcular:
a) A resistência equivalente do circuito:
1 1 1 1 1 1 1
= + = + = 0,05 + 0,02 = 0,07 ⇔ = 0,07 ⇔ = = 14,3Ω
20 50 0,07
20
Exemplo 8: Dados os valores das resistências R1=35Ω, R2=20Ω, R3=60Ω e Ut=U1=U2=U3=230V.
Calcular:
1 1 1 1 1
= + + = 0,03 + 0,05 + 0,02 = 0,01 ⇔ = = 10Ω
35 20 60 0,1
b) O valor das correntes no circuito:
230
= = = 6,57
35
230
= = = 11,5
20
230
= = = 3,83
60
= + + = 6,57 + 11,5 + 3,83 = 21,9
ou
230
= = = 6,57
35
10- Condutibilidade
A condutibilidade é a maior ou menor facilidade com que uma substância se deixa atravessar pela
corrente eléctrica.
É uma propriedade comum a todas as substâncias e tem um valor específico para cada uma delas.
21
Em função desse comportamento, é usual classificá-las em dois grandes grupos:
Bons condutores ou simplesmente condutores;
Maus condutores ou isoladores.
Numa análise mais exaustiva, poderíamos falar ainda em:
Semicondutores;
Supercondutores.
A condutibilidade é uma propriedade fundamentalmente determinada pelo tipo de estrutura
molecular. É influenciada por factores externos, como a temperatura, e o processo da condução
difere, conforme o meio em presença.
Estado gasoso: A corrente eléctrica estabelece-se sempre que por uma diferença de potencial se
ioniza uma dada massa de gás (Ex: lâmpadas de descarga de alta e de baixa pressão).
A corrente deve-se, neste caso, aos iões positivos e electrões resultantes da ionização.
22
10.2- Maus condutores ou isoladores
Não há substâncias verdadeiramente isoladoras, como não as há totalmente condutoras. Se,
mesmo assim, designamos estas substâncias de isoladoras, é porque nas aplicações correntes
satisfazem bons níveis de isolamento. Também são conhecidos como dieléctricos.
Os electrões não têm possibilidade de se deslocarem no interior do material, dado na sua
estrutura não existires electrões livres.
São isoladores o vidro, a ebonite, a baquelite, o óleo, o papel, a porcelana, a madeira seca, a
borracha e de um modo geral, todos os materiais cerâmicos e plásticos.
10.3- Supercondutor
A supercondutividade é sinónima de ausência praticamente total de resistência que caracteriza
sempre cada condutor no seu estado natural.
A descoberta do fenómeno data de 1911 e deve-se ao físico alemão Heihe Karmelingh Onness, e
consiste numa notável alteração de comportamento de alguns metais e suas ligas, que ao serem
arrefecidos a temperaturas extremamente baixas, já vizinhas do zero absoluto (0˚ Kelvin), perdem
praticamente toda a sua resistência, tornando-se supercondutores.
A resistência desaparece, os electrões deslocam-se em avalancha e emparelhados de forma que
qualquer colisão não os desviará da respectiva trajectória. Não existem, portanto perdas de
energia.
10.4- Semicondutores
Os semicondutores são substâncias cuja condutibilidade se situa entre os bons e maus condutores
de electricidade. São semicondutores, de uso corrente em electrónica, o germânio (Ge) e o silício
(Si). Comportam-se como isoladores perfeitos à temperatura do zero absoluto Kelvin (ou seja,
273,15˚ negativos na escala Centígrada), mas manifestam alguma condutibilidade à temperatura
ambiente.
A condução deve-se aos electrões e lacunas (ausência de electrões) criados por adição de
impurezas como o arsénio (As), o índio (In) e o boro (B).
11- Condutância
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Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
14- Multímetro
- Proceder à medição
A medição engloba todas as operações necessárias para a sua execução. Fazem parte destas
operações a montagem do circuito eléctrico adequado à aplicação do método de medição
pretendido, tendo em conta aspectos como a ligação correcta do instrumento de medição
(nomeadamente a escolha correcta dos terminais, escala e polaridade) e a determinação do
intervalo de incerteza, de forma a apresentar correctamente o resultado da medição.
Classificando os instrumentos de medição
Instrumentos Analógicos/Digitais
Quando se classifica um instrumento de medição como analógico ou digital deve ter-se em conta
a forma de apresentação do sinal de saída ou da indicação e não o princípio de funcionamento do
instrumento:
Analógicos: indicam a medição através do deslocamento de um
ponteiro sobre uma escala graduada.
Figura 1: Instrumentos analógicos
Um instrumento de medição digital apresenta a leitura ou a
indicação sob a forma digital (numérica).
Figura 2: Instrumentos digitais
Multímetro = Voltímetro + Amperímetro + Ohmímetro +…
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Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
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Amperímetro
Instrumento que permite medir o valor da intensidade de corrente eléctrica que atravessa um
circuito devolvendo o seu valor em amperes (A).
Voltímetro
Instrumento que permite a leitura de tensões eléctricas, contínuas ou alternadas, apresentando o
respectivo valor em voltes (V).
Ohmímetro
Instrumento que avalia a resistência eléctrica de um determinado material, componente ou
circuito e indica o seu valor em Ohms (Ω).
Uso do multímetro na função de amperímetro.
A
G R
G R V
R Ω
Nota: o componente ou circuito onde se pretende efectuar a medida deve estar desligado de
qualquer fonte de alimentação.
Neste tipo de medida, a energia necessária, é fornecida pelo aparelho através da sua bateria
interna. Caso a bateria já esteja fraca a medida não será correcta. Posicionar o comutador de
medida na posição de (Ω). Ligar as pontas de prova nos terminais. Preta – (COM) e Vermelha –
(Ω). Certifique-se que o componente ao qual se vai medir a resistência está fora do circuito e sem
nenhuma alimentação. Ligar as pontas de prova nos pontos onde se pretende medir a resistência.
22- Bibliografia
“Princípios de electricidade e electrónica”, Noel M. Morris, Edições CETOP.