Você está na página 1de 7

Arte

2021
Profª Danieli Ritter Zasatzki

1º ano EM
Mesopotâmia
Sumérios, Babilônicos e Assírios compunham a civilização
mesopotâmica entre 5.000 a.C. e 800 a.C. na Mesopotâmia. Assim
como o Egito é uma dádiva do Rio Nilo coo muitas vezes é citado, a
Mesopotâmia se localiza entre os rios Tigre e Eufrates, uma terra
marcada por desigualdades, onde muitos não exerciam o poder,
apenas obedeciam a ordens. Aqueles que governavam as cidades
e que acabavam sendo os representantes dos deuses dominavam a
produção e o comércio.
Esses governantes ficavam responsáveis por receber os
proventos vindos de terras comuns, cuidar dos espólios de guerra
em um sistema complexo, evitar que faltasse alimento à população.
Os objetos de pedra e metal eram elaborados e comercializados
para auxiliar o trabalho e possíveis guarnições militares.

Uma das hipóteses mais aceitas para a arte da Mesopotâmia ser bem menos expressiva que a do
Antigo Egito é que no vale dos rios Tigre e Eufrates não havia pedreiras, e assim sendo boa parte das
construções foram erguidas com tijolos cozidos, que não conseguiram resistir às ações do tempo.
Outro fator que diferencia a arte mesopotâmica da egípcia está no fato de que não havia um interesse
em preservar os corpos para além da vida. Na Mesopotâmia, existem relatos de que muitos mortos, em
especial os sumerianos, eram enterrados em casa, o que diferencia do ritual egípcio, onde eram edificadas
grandes pirâmides como forma de sepulcro para as pessoas que gozavam de poder e riqueza.

Período Sumério
Os sumérios foram os primeiros a se fixar na Mesopotâmia e ficaram por lá cerca de 1.500 anos. Eram
exímios trabalhadores agrícolas, com conhecimentos de irrigação. Habitaram a parte sul da Mesopotâmia, e
por esse feito levam o nome de “sumérios”, ou seja, “sumer = sul”. Graças aos conhecimentos de irrigação,
conseguiram transformar grandes áreas secas em férteis, e isso resultou em uma agricultura forte na
produção de frutas e de cânhamo, um produto especial para a confecção de roupas.
Força e organização não eram os pontos de maior destaque da civilização suméria. O Patesi e o
sacerdote eram os que comandavam nas cidades-Estados independentes. A farta produção agrícola
estimulou novas possibilidades para o mercado de trabalho e pessoas especializadas na construção, no
artesanato, no sacerdócio e na escrita tornaram a sociedade suméria civilizada.
Ur estava entre as grandes cidades construídas pelos sumérios, pois souberam adaptar a utilização de
tijolos de barro seco em vez de pedra. Em Ur, assim como nas demais cidades, a vida era regida pela ida ao
templo. O povo sumério era politeísta.
As cidades sumerianas eram grandes e com milhares de habitantes. Eram cercadas por um grande
muro com uma espécie de fosso. Desta forma, acreditavam que estariam seguros de invasões e,
automaticamente, as pessoas ficavam limitadas geograficamente.

Período Acádio
Entre os anos de 2.470 e 2.200 a.C., a Mesopotâmia passou pelo período chamado de Acádio,
marcado pela invasão de Sargão I, um rei semita (acádio). O império de Sargão I ia do Mar Mediterrâneo ao
Golfo Pérsico e a língua local mais difundida passou a ser o “acádico”. Desse período conserva-se muito
pouco em termos artísticos, sendo a estatuária a representação artística mais expressiva.
Algumas manifestações artísticas são emblemáticas na cultura da Mesopotâmia. Dentre elas, sem
dúvida, está a harpa com cabeça de touro feita em madeira, ouro e outros materiais. Datada de
aproximadamente 3.000 a.C. a 2.340 a.C., na cidade de UR, ela possui 29,5 cm e hoje faz parte do acervo do
Museu do Iraque em Bagdá. Foi encontrada em um túmulo, uma vez que era comum os reis serem
sepultados com seus pertences, até mesmo com seus escravos.

Período Babilônico
Do século XVIII ao VI a.C., após os sumérios, os babilônicos assumiram a Mesopotâmia. Eles viviam
nas cidades, porém o que movimentava o seu desenvolvimento era a agricultura.
Foi a partir de escavações arqueológicas que se descobriram importantes obras da literatura
mesopotâmica no Período Babilônico. A mais importante da cultura mesopotâmica talvez tenha sido a
coleção de leis datada do século XVIII a.C., nomeada Código de Hamurabi, juntamente de outros documentos
encontrados, os quais norteavam a vida social, política e econômica do Império da Babilônia, que veio a ser
derrotado pelos persas.
A cultura babilônica, que durou mais de 1.200 anos, influenciou os gregos e os hebreus. Os gregos
Homero e Hesíodo, junto do matemático Euclides, partilharam do conhecimento oriundo dos babilônicos.
Boa parte da importância da Babilônia no Período Mesopotâmico se deve ao rei Hamurabi, que a
governou. Hamurabi conseguiu conquistar todas as cidades e tribos à sua volta. As leis impostas por ele eram
escritas em letras do tipo cuneiformes, em blocos de barro.
Uma das manifestações artísticas mais importantes do Período Babilônico foi “A Porta de Ishtar”, que
consistia no oitavo portal da cidade da Babilônia. Ela foi erguida por volta de 575 a.C., no reinado de
Nabucodonosor II.
A Porta de Istar no Museu de Pérgamo em Berlim, Alemanha

Período Assírio
Os assírios surgiram no cenário mesopotâmico quando o antigo Império Babilônico enfraqueceu. Por
volta de 1.200 a.C. acabaram por conquistar toda a região do vale dos rios Tigre e Eufrates. Os assírios
ficaram conhecidos por serem um povo muito forte em termos bélicos, sendo bastante temidos, já que seu
exército era construído de forma extremamente organizada. Nínive era a capital do Império, mas, tempos
depois, um descontrole interno e com influências externas fez com que o império viesse a ruir.
Entre a região leste da Mesopotâmia e o Egito houve o domínio do povo assírio regido sob as ordens
do rei Sargão II, e foi em seu reino que ocorreu o apogeu do império. Esse povo conseguiu formar um império
muito grande, que só veio a ser superado pelos romanos, posteriormente.
Cabeça de bronze de um acadiano, provavelmente uma imagem de um descendente de Sargão.

Entre as cidades-Estados de maior destaque estavam Assur, Nínive e Nimrud. O império ruiu quando
começaram as invasões de nômades, como os medos e os persas, em 612 a.C..
Assurbanipal II possuía cópias literárias das civilizações anteriores em sua biblioteca, porém não é
possível afirmar que, assim como no campo do desenvolvimento bélico, houve também avanços no campo da
literatura. Os assírios tinham, basicamente,, as mesmas características dos babilônicos. Eles se apropriaram
de várias partes da cultura, da política e das práticas sociais babilônicas.
A arte e a arquitetura são as expressões culturais de maior contribuição da cultura assíria, em especial
entre os anos de 1.117 a.C. a 612 a.C., sob o reinado de Sargão II, em que foram construídos palácios,
templos e casas luxuosas com grande empenho artístico. Os zigurates eram os centros arquitetônicos de
função religiosa entre os assírios, com tijolos vitrificados e muito coloridos.
Já nos palácios, os assírios mantiveram a tradição mesopotâmica de construir conjuntos de salas e
pátios próximos, porém inovaram ao dispor as salas em um recanto do pátio ao invés de seu entorno.
Paredes grossas, elaboradas com grandes blocos de pedra, protegiam as áreas comuns.
Já na entrada dos portais das cidades do Império Assírio havia esculturas de touros com cabeça
humana, como se vê na entrada de Xerxes. Os escultores, assim como os demais artistas, serviam quase
que exclusivamente aos interesses da corte e dos sacerdotes.
A arte mesopotâmica, em especial a do Período Assírio, era extremamente estática. Não havia uma
preocupação naturalista. Há um número relevante de esculturas com cabeças de humano e corpos de animal,
assim como motivos pictóricos de base geométrica. Boa parte das obras foi construída para decoração de
sepulcros, templos ou palácios.
Entrada de Xerxes

Zigurates
Quase tão antigos quanto as pirâmides do Egito, os zigurates (“subir ao céu”) são
construções intrigantes e que por vezes geram misticismo, sendo inclusive associadas à existência
da bíblica Torre de Babel – que seria um grandioso zigurate, apesar de não se ter registro
arqueológico cabal para comprovação científica.
Tipicos exemplos da antiga Mesopotâmia, sua origem é apontada como suméria e logo teria
se alastrado aos demais povos da região, sendo erguidos às dezenas entre 2.300 e 500 a.C.. As
construções eram feitas com tijolos queimados através da sobreposição de plataformas, que
contavam com escadarias circundando.
Apesar da semelhança com as pirâmides do Egito, sua estrutura interna e finalidade são bem
distintas: os zigurates não possuem câmaras internas e são templos religiosos destinado à moradia
dos deuses – diferentemente da complexa estrutura das pirâmides e destinação mortuária. “Nas
cidades mesopotâmicas, as construções mais importantes eram as ligadas às grandes instituições,
ao templo e ao rei. Sendo a moradia da divindade tutelar da cidade, o templo era o símbolo central
do bem-estar local e, em geral, a estrutura mais alta. Os reis reformavam e reconstruíam os templos
dos centros religiosos importantes como sinal da aprovação divina.” (RATHBONE, 2011, p.118).
Atualmente, ao menos 20 construções do tipo resistem ao tempo e a maior delas se encontra
em Choga Zambil, no Irã, onde impõe dimensões 24 metros de altura por 100 metros de base.
Zigurate de Choga Zambil

ATIVIDADE: Artes muito antigas

O patrimônio perdido com a Guerra do Iraque


No ano de 2003, os Estados Unidos iniciaram as ações militares que marcaram os primeiros confrontos
da Guerra do Iraque (...) A ocupação do Iraque também causou um sério dano ao valioso patrimônio histórico
das antigas civilizações orientais que ali viveram.
Em menos de seis meses de ocupação, tendo já derrubado o governo de Saddam Hussein, as tropas
norte-americanas ocuparam um imenso sítio arqueológico que ganhou o nome de “Campo Alfa”. Utilizada até
o fim de 2004, a região sofreu os diversos efeitos da necessidade que os militares tinham em nivelar os
terrenos, abrir trincheiras, construir heliportos, erguer barracões residenciais e montar outras instalações
adequadas ao moderno aparato militar das tropas estadunidenses.
A terra removida durante esse tempo e o pesado equipamento que circulava nessa região causou a
destruição de vários fragmentos de cerâmica e outros elementos da cultura material babilônica. Tendo em
vista que boa parte dos textos da época eram registrados em argila, os historiadores e outros pesquisadores
perderam uma infinidade de informações sobre o mundo antigo oriental.
Na verdade, a utilização do “Campo Alfa” foi apenas a mais visível depredação patrimonial causada
pelo conflito.
A explosão de bombas e a circulação de veículos pesados acabaram comprometendo as estruturas da
Porta de Ishtar e da Via Processional, dois importantes feitos arquitetônicos da Babilônia. Esses dois
importantes monumentos da cultura oriental sofreram diversas rachaduras ou tiveram os seus tijolos
desprendidos da construção original. Esse mesmo impacto provocou o desabamento do teto do Templo de
Ninmakh e revirou as camadas de solo que determinavam a datação de vários artefatos antigos.
Por fim, destacamos que a própria situação de guerra acabou gerando oportunidade para o saque de
museus e arquivos iraquianos. Coleções inteiras que se dedicavam a retratar os tempos de Hamurabi e
Nabucodomosor foram roubadas ou destruídas. O mesmo fim acabou levando outra leva de documentos que
eram mantidos na Biblioteca e nos arquivos da Babilônia. Desse modo vemos que a guerra também se
mostrou trágica para a preservação e a descoberta dos saberes contidos nesse berço da civilização.
(SOUSA, Rainer: O patrimônio perdido com a Guerra do Iraque).

Três guerreiros sobre os portões Ishtar da Babilônia, construídos pelo rei Nabucodonosor II

Analise o texto e a imagem:


1. Em sua opinião, qual o impacto para a contemporaneidade da perda e destruição de obras de
arte e documentos tão antigos?
2. Sabendo da importância do sítio arqueológico com material do que foi a cultura babilônica, o
que poderia ter sido feito para preservar esses documentos e artefatos?

Você também pode gostar