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Colégio Estadual do Paraná Data: Novembro de 2020

Nome: Vinícius Gandolfi de Morais N° 32 Turma: 3°G


Matéria: Filosofia Professora: Vilma Luzia Dolinski

Arte & Sociedade


(A Visão de Walter Benjamin Sobre a Arte)
Ler o texto "A visão de Walter Benjamin sobre arte" e
responder:

1) O que é uma obra de arte aurática?


R: Segundo o filósofo Walter Benjamin, a “aura” de uma obra de
arte consiste na verdadeira essência que tal obra quer transpassar, tanto
ao seu criador, quanto ao público que a aprecie. Ela se apresenta na
absoluta singularidade presente na obra, o que nos acarreta em uma
experiência estética totalmente genuína ao sentirmos os efeitos da
sensibilidade.
O conceito de aura é advindo do intenso processo de
sacralização que a humanidade perpassou ao longo de sua história, a
denotando como um valor de culto e se estruturando através de três
princípios básicos: a originalidade, a unicidade e a autenticidade.
Originalidade, pois, o valor de uma obra de arte é trazido do processo
criativo que permeia o âmbito artístico, sua duração material e por sua
condição de pertencimento à um contexto ou período histórico
específico.
Por sua vez, a unicidade, como diria o autor, se dá pelo caráter
do “aqui e agora” que a obra traz em seu encalço. Ao se imaginar
momentos como a vista de um pôr de sol no final da tarde, um tempo
passado ao lado de uma pessoa amada ou com o corpo em
consonância com a beleza da natureza, são produzidos instantes
irrepetíveis, únicos em um sentido espacial e temporal. Também é válido
questionar aqui a presença de uma tradição que dê sentido à essa obra
de arte. Benjamin usa como exemplo para ilustrar isso a estátua de
Vênus, que para as tradições gregas era um objeto de culto enquanto as
tradições da Idade Média a viam como algo execrável e detestado, que
ia contra a ordem vigente.
São esses fatores então que nos levam à autenticidade artística,
permitindo-nos enxergar uma obra de arte de uma forma realmente
autêntica. Ao se configurar de uma maneira ausente fisicamente ao
nosso redor, mas presente em nossa memória, em nosso pensamento,
como uma lembrança duradoura, a obra de arte alcança seu patamar
transcendental de existência.
Com isso, podemos pensar que as obras de arte antigas se
apresentavam permeadas por uma aura. À exemplo, a contemplação do
quadro de Monalisa, pintura de Leonardo da Vinci, só ocorreria caso o
indivíduo fosse ao museu para apreciá-la, gravando-a eternamente em
sua memória, a transcendendo no tempo e no espaço, a tornando
efêmera e singular e verdadeiramente original, única e autêntica. Caso
essa obra fosse reproduzida, portanto, essa aura se enfraqueceria e se
perderia.

2) Explique o processo de sacralização e dessacralização do mundo.


R: Os processos de sacralização e dessacralização foram algo
fundamental durante toda a história da humanidade e para a própria
experiência humana como um ser racional. Seus efeitos na arte, surgida
praticamente de forma concomitante, se fazem então em largas escalas.
Desde os primórdios, ao adquirir capacidades racionais e
intelectuais, o ser humano primitivo passou a se perguntar sobre os
eventos naturais que ocorriam a sua volta como os ventos, a mudança
das estações, a alternância do dia e da noite, os efeitos climáticos como
a neve e a chuva, o movimento dos astros, as vidas animais e vegetais,
etc. Para essas primeiras comunidades humanas, não havia sentido
para tamanho poder, oriundo aparentemente do nada, pois não se via
nada ou ninguém fazendo aquilo; como fazia, do porquê fazia e para que
fazia eram perguntas que permaneciam sem respostas.
Foi através disso então que o advento da religião, do divino e do
sagrado passou a incutir na mente desses seres primitivos, atribuindo
todos esses elementos supracitados à algo transcendental, que estava
ali, mas ao mesmo não estava, que se fazia presente, mas de uma
maneira também ausente. O processo de sacralização de mundo então
começa a partir desse momento, nessa busca incansável para chamar a
atenção daquele ser poderoso, por meio de danças e músicas
ritualísticas, altares de sacrifícios e construção de templos sagrados,
que se diferenciavam dos lugares profanos do cotidiano. Os cultos então
começavam a partir de momentos especiais e com objetos únicos, com
a vida humana gerando ao redor dessa sacralização.
Assim sendo, é nítido a forma como a questão da “aura” se
relaciona de forma inerentemente à essa visão de mundo. Toda e
qualquer obra de arte se caracterizava como aurática por essa
denotação de um momento único e especial, que mesmo não sendo
exatamente religioso ou sagrado, era preso à memória, estando sempre
presente no pensamento do indivíduo e o marcando eternamente.
No entanto, com o passar do tempo, vem a ocorrer o processo de
dessacralização de mundo. No cenário artístico isso acontece, pois, a
arte sempre foi passível de cópias. Desde às artes rupestres, nada
impedia um ser humano primitivo copiar o que outro havia desenhado
nas paredes das cavernas. Oficialmente, no entanto, esse processo tem
início com o surgimento da xilogravura, que permitia a cópia de obras de
arte através das técnicas empregadas no procedimento. Outras práticas
então passaram a se seguir, como a imprensa, a litografia e o telégrafo,
que cada vez mais produziam e geravam cópias de inúmeras
manifestações artísticas, as destituindo gradativamente de sua
originalidade, unicidade e autenticidade, aqueles momentos especiais a
quais faziam parte de sua apreciação. Assim sendo, obras de arte sem
aura.
O ápice da dessacralização ocorre com o advento da fotografia,
quando não é mais possível distinguir a cópia do original e vice-versa.
Abandonando o toque dos pintores ao pintarem retratos de pessoas, a
fotografia se utiliza da visão do artista para se encontrar o
enquadramento correto, identificar as luzes e sombras certeiras e todos
os demais processos artísticos fotográficos. Não muito tempo depois, há
ainda o surgimento do cinema, que ao colocar fotografias lado a lado
rapidamente, gera a sensação de movimento no espectador. Tem-se
início então a questão de como lidar com as artes em um mundo
permeado por reprodutibilidade técnica.

3) Que transformações as artes sofrem com o processo industrial?


R: Com a Revolução Industrial no século XVIII, que mudou
diversas camadas socioculturais, intelectuais, políticas e econômicas
pelo mundo todo, a arte não ficou de fora disso. O modo de produção
capitalista, que visa a acumulação de riquezas e a produção de mais e
mais produtos em larga escala para serem vendidos em busca de
exorbitantes lucros fez a arte ser reproduzida e multiplicada em
demasia.
Com o tempo, a reprodutibilidade técnica alcança altos níveis
dentro das camadas sociais, em mais e mais cópias de obras de arte
sendo geradas. Dessa forma, não é difícil de se imaginar que ocorre
então uma perca total da aura, que é destruída a favor apenas da
mercantilização de tais obras. Perde-se o valor de culto para dar lugar
ao valor de exposição, onde se antes o que importava era o seu
momento e a sua sensação única e autêntica, agora é apenas mais um
valor monetário à mercê da ideologia burguesa.
É junto disso então que os filósofos, sociólogos e demais
pensadores da Escola de Frankfurt, representados principalmente nas
figuras de Theodor Adorno e Max Horkheimer, cunham o termo da
Indústria Cultural, como aquela onde, aos desejos do capitalismo,
produtos culturais e artísticos fabricados em série são todos parte de um
consumo desenfreado destinado a alienar as massas junto aos meios de
comunicação e da informação. Se antes as obras de arte representavam
intelectualismo e estudo, agora são sinônimos de diversão,
entretenimento e lazer com a finalidade de remover o senso crítico do
público médio para apenas consumirem mais e mais. Ao invés de
incomodar e inovar o pensamento do público apreciador, a Indústria
Cultural o deixa passivo, não o choca ou o provoca, ao invés disso, ela o
seduz e o agrada.
Embora Walter Benjamin não discorde desse ponto de vista de
seus colegas da Escola de Frankfurt, o autor passa a ver, no entanto, a
Indústria Cultural de uma outra ótica, a flexibilizando e trazendo outros
pontos de vista mais positivos do que apenas banalização e alienação
ao público.

4) O que é democracia cultural?


R: A nova visão que Walter Benjamin passa a ter sob a Indústria
Cultural se apresenta na forma como ela passa a tornar a arte como
algo mais democrático, sendo compartilhada com a maioria e não
restringida à uma minoria. Isso porque antigamente os meios artísticos
poderiam ser considerados relegados apenas à uma elite burguesa. Isso
ocorreu pois só aqueles que detinham melhores condições de vida e
grandes somas econômicas poderiam ter acesso à concertos de
orquestras musicais, bandas sinfônicas, museus, acervos e galerias de
arte, óperas e teatros, estúdios de pintura e escultura, salões de dança e
demais locais que possibilitam um amplo contato com a arte.
Com o avanço da Indústria Cultural e dos meios de comunicação,
isso não se tornou mais regra. Qualquer pessoa pode ter acesso à
Monalisa apenas a pesquisando na internet, não precisando ir até o
Museu do Louvre, em Paris, para isso. Da mesma forma, temos contato
com a música em vários aplicativos e aparelhos eletrônicos portáteis,
não necessitando mais se restringirmos à um local para apreciar a
música. Além disso, a forma do capitalismo de sempre se reproduzir o
tanto quanto possível, ampliou o número desses locais artísticos nas
cidades, de forma que o indivíduo não precise mais se deslocar grandes
distâncias para ir à um teatro ou uma ópera por exemplo.
Era isso que Walter Benjamin defendia, onde em uma sociedade,
mesmo com obras de arte perdendo seus valores auráticos que tanto a
tornavam algo único e especial, ao menos chegavam perto de
proporcionar algum senso crítico e racional às camadas da população
senão aquelas burguesas, mas aquelas também mais desfavorecidas
economicamente. Mais do que isso, o autor ainda aponta para o resgate
da aura em determinadas situações. Uma fotografia de uma pessoa
falecida, mesmo repetida variadas vezes, por exemplo, provoca
sensibilidade e nostalgia em um ente querido do falecido que a visualiza.
Da mesma forma, aquela clássica imagem de uma criança africana
desnutrida sendo observada por um urubu, que de tanto ser
reproduzida, todos a conhecem, ao denunciar cenários de fome,
pobreza e miséria na África, comove a quem a vê e o incita a tomar
alguma medida para mudar aquela realidade. A mesma indústria cultural
que é permeada por propagandas, publicidade, fake news e notícias que
nada irão agregar ao indivíduo, também é a mesma que disponibiliza
artigos científicos e palestras de intelectuais à população, podendo ser
dialética e produzir reflexão. Isso, no entanto, não é algo que está isento
de algumas dificuldades pelo caminho, como é o caso da cultura de
massa que veremos a seguir visto que se a democracia cultural defende
que deve ser direito de todos ter acesso à produção, informação, fruição
e formação aos bens artísticos e culturais, e não apenas privilégio de
uma minoria abastada, massificá-los de nada adianta.

5) Explique como a cultura de massa dificulta a democracia cultural.


R: Nesse ponto, é importante aqui retomarmos o pensamento de
Adorno e Horkheimer e definir a relação entre arte e cultura. Arte, como
vimos, é tudo aquilo que é novo, causa estranhamento, choca e
incomoda e nos tira do lugar comum. A cultura, por sua vez, é o próprio
lugar comum, aquilo que é tradição, que já está sedimentado em um
determinado povo e o qual estamos acostumados a viver sob o julgo das
crenças e valores presentes nessa cultura.
A Indústria Cultural, ao seu modo, vende cultura. E por conta
disso, ela vende a arte não com seu primor estético, mas como um bem
cultural, deixando-se assim quem a consome, no lugar comum. E como
bem lembram Adorno e Horkheimer, ela também divide o que cada
público ou classe social deve consumir por meio da cultura de massa.
Essa massificação que a indústria cultural promove impede que
haja uma verdadeira e eficaz democracia cultural em toda sua plenitude
por diversos fatores. Primeiramente que, às forças capitalistas, há obras
caras e baratas, já dividindo assim o tipo de item que cada classe social,
à sua própria condição econômica, irá consumir. Em seguida, ela cria a
ilusão de que todos possuem acesso aos mesmos bens, às mesmas
informações e conteúdo, quando na verdade um olhar mais apurado
revela que tudo aquilo que um determinado grupo social irá ler, ver, falar
e ouvir já está bem definido. Podemos perceber isso através de
diferentes jornais, que mesmo propaganda a mesma notícia, o fazem de
diferentes formas.
A televisão e o rádio, principais meios de divulgação da indústria
cultural em suas vítimas, separam toda sua programação já visando um
público específico por meio da idade, do sexo e da ocupação do alvo
escolhido, sejam eles crianças, donas de casa, pais de família,
adolescentes, executivos, profissionais liberais, trabalhadores de
fábricas, etc. Também propagam notícias visando a falta de localizações
espaciais e temporais, na intenção de impedir o público de relacionar
fatos e situações socioeconômicas, por exemplo, com injustiças que
fazem parte de seu próprio cotidiano.
Ela também cria o próprio conceito do “público médio”, ou seja,
aqueles ouvintes que apenas permanecerão com uma capacidade
mental média ao consumirem obras e informações, não sendo capazes
de elevarem esse conhecimento para algo mais crítico. Mais do que
isso, também infantilizam suas vítimas ao lhes darem satisfação
imediata de seus desejos por meio de programação variada e facilidade
de acesso aquilo que os agradam. Isso consequentemente leva à uma
intimidação social, onde o público, incapaz de achar que tem controle
sobre sua vida, passa a ouvir os aconselhamentos e a tomar decisões
com base em especialistas e programas vendidos pela própria indústria.
A conclusão à que se chega é que por mais que Walter Benjamin
diminua os danos causados pela Indústria Cultural e que ela pode
fornecer algum respingo de democracia cultural e até mesmo um
resgate da aura por meio de algumas situações, enquanto os efeitos da
cultura de massa continuarem, nunca se produzirá uma democracia
cultural totalmente completa e compartilhada com todos, de forma a
revelar a arte em todas as suas essências.
6) Por que Walter Benjamin considerava “o cinema a arte democrática
do nosso tempo”.
R: Walter Benjamin foi um filósofo que não viveu o tempo do
advento da internet, dos celulares, dos computadores e até mesmo das
televisões. Em contrapartida, em seu período de vida, o rádio e o cinema
eram as fontes que dominavam esse cenário para o autor. Isso,
entretanto, já foi o suficiente para o filósofo perceber a importância da
arte cinematográfica como aquela verdadeiramente democrática e que
tem o poder de restaurar a aura artística mesmo na era da
reprodutibilidade técnica.
Talvez o maior trunfo do cinema resida justamente em ser uma
arte inventada ali no final do século XIX, quando a humanidade já havia
passado pelo apogeu da Revolução Industrial e estava agora se
encaminhando para um sistema capitalista amplo em todas as suas
esferas. Ao contrário de demais manifestações artísticas como a dança,
a música, o teatro e as artes visuais, que já denotavam um histórico
milenar, o cinema conseguiu se adaptar e se sobressair em meio ao
avanço da tecnologia e dos meios de comunicação, e manter seu
caráter artístico mesmo sendo altamente reproduzido em larga escala.
Primeiramente, no entanto, não podemos nos enganar: o cinema
é, assim como a televisão, uma indústria, bilionária, por sinal. Assim
como ela, só sobrevive às custas de investimento, marketing,
publicidade, propaganda, mercados, público alvo, consumismo, busca
por lucros, efeitos da moda, etc. Porém, se diferencia dela
fundamentalmente em um aspecto: a televisão é um meio técnico que
em sua programação apenas narra visualmente ideias já estabelecidas
como jornais (transforma em noticiários), literatura (transmuta em
novelas), teatro (adapta em programas de auditório), esporte (exibe
jogos esportivos) e até mesmo o próprio cinema (imagens em
movimento). Ela é até mesmo tratada como um eletrodoméstico por
seus consumidores; faz parte da normalidade todos terem televisão em
casa, enquanto que se você não for ao cinema frequentemente não há
indagações.
Por sua vez, em contrapartida à indústria televisiva, a
cinematográfica se apresenta como algo muito mais rico. Ao combinar
artisticamente som, imagem e movimento, os cinemas retratam
sociedades complexas, com personagens densos, histórias mais
fantásticas e criativas do que as vistas à exaustão em tramas
corriqueiras novelísticas. Ela constrói e apresenta novos universos, dá
vida a realidades que só existiam em sonhos ou nas palavras de um
livro, e sempre está se reinventando criativamente como uma arte deve
ser.
Usando então essa base do cinema, Walter Benjamin apresenta
o fato de como uma obra de arte pode ter tantos fins possíveis, sejam
eles conservadores, se aproximando do fascismo, do autoritarismo e da
autocracia no geral, como pode gerar um fator crítico, engajado e
revolucionário. A primeira dessas ideais é chamada de estetização da
política, que podemos observar no terror nazista que varreu a Europa
em pleno século XX. O ditador alemão Adolf Hitler usava de muitos
artifícios cinematográficos inovadores como forma de propaganda
política, para se chamar a atenção para seus ideais e embelezar a
realidade, convencendo a população a apoiar suas causas, por mais
desumanas que fossem. Era a arte sendo usada como retrocesso e
aceno à violência, à dominação e alienação.
Enquanto isso, no entanto, a politização da arte consegue
promover um fazer artístico do cinema que consegue levar o senso
crítico, mesmo superando a cultura de massas, para todos aqueles que
dele desfrutarem, se firmando assim como a arte contemporânea. Em
seu tempo, Benjamin já havia percebido em como os clássicos filmes de
Charles Chaplin, mesmo sendo repetitivos e fazendo uso de várias
técnicas manipuladoras, ainda assim conseguia dar espaço ao público
para abrir a discussão sobre alguns elementos presentes no longa-
metragem, como por exemplo “Tempos Modernos”, que instiga o
espectador a se questionar das condições de trabalho deploráveis
vividas pelo operariado.
Na atualidade, mesmo à filmes cheios de efeitos especiais, à
moda do capitalismo para lotar salas de cinema, com enquadramentos-
padrão e pré-definidos para chamar a atenção do espectador, a
restauração aurática do cinema resiste. Filmes como “Avatar”, que
mesmo inovando na tecnologia 3D, consegue transmitir uma mensagem
de proteção ambiental, processos de colonização e civilização versus
barbárie; ‘Coringa”, que apresenta o arqui-inimigo de um dos super-
heróis mais famosos do mundo pop, traz à tona questões como a
marginalização de pessoas doentes mentalmente ou psicologicamente
em âmbito social, o papel dos meios midiáticos e a violência policial. E
por fim, o recente vencedor do Oscar de Melhor Filme, “Parasita”, uma
película sul-coreana aos moldes comerciais estadunidenses nos levanta
uma discussão primordial sobre aqueles que detém o poder e aqueles
inferiorizados e relegados às margens da sociedade por sua situação
econômica.
Todos os filmes mencionados usaram de vários dos artifícios
empregados pelo capitalismo apenas para chamar atenção, ganhar
dinheiro e gerar lucro, mas ainda assim conseguiram gerar um certo
grau de libertação e esclarecimento em que os assistiu. Sendo assim, a
visão então de Walter Benjamin sobre o cinema se firma como a única
arte verdadeiramente democrática em nosso tempo, onde mesmo
estando suscetível às artimanhas da indústria cultural, ela ainda é capaz
de apresentar aura, de ser singular, de gerar debates e discussões, de
ser criativa, de libertar, de inspirar conhecimento e alcançar o patamar
artístico de obra de arte.

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