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GRUPO 7: Gabriel Stanford

Giuseppe Bruno
Julio Tenório
Leandro Nogueira
Maria Vanessa Nunes

PROFESSOR: David Cavalcante

Síntese

CIDADES-ESTADO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA


É verdade que os primeiros pensadores que debruçaram sobre definição do que
hoje entendemos por cidadania buscaram inspiração em certas realidades do mundo
greco-romano1; são mundos diferentes com sociedade distintas, nas quais pertencimento,
participação e direitos têm sentido diversos. Processos históricos que podem iluminar os
limites e as possibilidades da ação humana; o mundo greco-romano nos permite isso.

Comecemos fazendo uma percepção entre presente e passado, a da própria forma


da existência social. O mundo greco-romano se estruturava de modo bem distinto, como
cidade-estado, essas sendo mundo diferentes entre si: nas dimensões territoriais, riquezas,
em suas histórias e nas diferentes soluções obtidas. A maioria delas nunca ultrapassou a
dimensão de pequena unidade territorial.

A história das cidades-estados é geograficamente localizada e circunscrita, mais


especificamente numa região do planeta: as margens do mar Mediterrâneo; projetada
como berço da civilização humana. Entre os sécs. IX e VII a.C. as costas do Mediterrâneo
eram apenas o que podemos definir como uma área periférica, pouco desenvolvida, que
sofria a influência dos grandes impérios estabelecidos nos vales fluviais de sua porção
oriental, o chamado Oriente Médio. As cidades-estados também surgiram num quadro de
grandes mudanças econômicas, ainda que sua novidade seja, hoje, difícil de perceber.

Surgiram num quadro de crescimento econômico e social e que se refere a um


território agrícola composto por uma ou mais planícies de variada extensão, ocupado e
explorado por populações essencialmente camponesas, que assim permaneceram mesmo
nos períodos de mais intensa urbanização do mundo antigo. Sendo assim, formavam
associações de proprietários privados de terra. Os conflitos internos, foram intensos e
crescentes, tinham que ser resolvidos comunitariamente, assim dando origem a mais
remota da política2. Inicialmente um espaço de poder de decisão coletiva, articulado em
instancias.

Pertencer à comunidade da cidade-estado era um privilegio guardado com zelo,


vigiado por meio de registros e conferidos com rigor. O conflito foi uma das chaves da
história das cidades-estados; o sentimento e a pratica da unidade não impediram que as
próprias comunidades fossem crivadas de disputas internas, por suas próprias regras de

1
Uma enorme distinção entre os cidadãos, por um lado, e por outro, maioritário, aqueles não
considerados os elementos integrantes do Estado; como escravos e estrangeiros.
2
Significava tanto a cidade-estado quanto a sociedade; comunidade.
exclusão e inclusão. Dois eram os focos principais, a participação e a distribuição de
recursos, ambas ligadas a concentração de riqueza; na maioria das cidades-estados, o
controlo da comunidade ficava nas mãos da classe guerreira3, constituídas pela
aristocracia e senhores de guerra que detinham o monopólio das ações militares. A luta
contra aristocracia representou uma crise fundamental e fundadora para a comunidade
das cidades-estados, seus efeitos foram de garantia da libertação individual dos membros
da comunidade.

A participação no poder não bastava para fazer frente às demandas dos mais
pobres as suas comunidades. As cidades maiores, mais poderosas, conseguiram amenizar
seus conflitos internos expandindo-se sobre outras cidades e distribuindo, entre seus
cidadãos, as presas de guerra, os e as terras obtidas.

A partir do século IV a.C., observou-se uma crescente importância dos


mercenários nas atividades guerreiras; oriundos das camadas mais pobres e excluídas, e
disponíveis para quem lhes pagasse melhor. Instabilidade interna e fraqueza externa
foram as causas do fim da cidade-estado clássica.

O império, por fim, unificaria todas as cidades-estados e toda a bacia do


Mediterrâneo; Roma, em meados do século II a.C., se tornava a cidade-estado dominante
em todo território Mediterrâneo, impondo via de regra, o governo dos mais ricos às
cidades submetidas ou “aliadas”. Roma deixou de ser cidade-estado com sua expansão
militar, ampliou-se de tal maneira que tornou inviáveis as estruturas políticas
comunitárias próprias ao pequeno mundo de uma cidade-estado. Com a expansão e o
crescente afluxo de riquezas, as tensões no interior da comunidade Roma se
intensificava4. O último século da Republica romana foi um período convulsionando
guerras civis quase permanentes. O exército romano se tornou uma força mercenária. À
medida que se expandia, Roma não conseguia mais manter as estruturas políticas antiga
de cidade-estado.

O Principado inaugurava uma nova era, com o desaparecimento da participação


política, o espaço público restringiu-se. Os novos polos de poder passaram a ser o
imperados, símbolo da unidade do império, e o exército, esteio de sua dominação.

3
Aqueles que possuíam mais recursos de riquezas.
4
Quanto mais Roma crescia mais os ricos ficavam mais ricos; eram criadas leis favorecendo com que “o
topo da pirâmide” multiplicasse ainda mais seu patrimônio.
Contudo, o império jamais conseguiu incorporar, no seio de sua comunidade político-
estatal, os escravos e os povos de além fronteira, que irromperiam um dia no próprio
coração do Império, fragmentando-o.

Nos resta uma imagem: cidadania implica sentimento comunitário5, processo de


inclusão de uma população, um conjunto de direitos civis, políticos e econômicos e
significa também, inevitavelmente, a exclusão do outro.

5
A cidadania é a qualidade de ser cidadão, e consequentemente sujeito de direitos e deveres.

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