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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 FABRICAÇÃO DO PAPEL

O aperfeiçoamento dos processos produtivos faz-se necessário. O lucro


esperado não é atingido pelo aumento dos preços, pois a competitividade é grande e
ter o melhor preço dá vantagem nessa disputa. Para não abrir mão dessa vantagem,
as empresas trabalham com redução de custos e é nesse ponto que a produtividade
elevada aliada a produção eficiente, ganham importância.
O ramo papeleiro é um setor pelo qual á busca por melhores resultados nos
processos produtivos tornou-se uma constante nos dias de hoje. Novas tecnologias
são lançadas no mercado a fim de proporcionar efeitos significativos tanto em
incrementos de produção quanto na qualidade do produto acabado.
Com isto torna-se constante a busca por um produto de maior qualidade e de
baixo custo, tem sido na evolução histórica da fabricação de papel, o elemento
direcionador de todos os esforços no sentido de desenvolver novas tecnologias e, ao
mesmo tempo, aperfeiçoar as tecnologias já existentes com o objetivo final de
produzir um papel com qualidade tal que possa competir neste grande mercado
globalizado.
Diante deste fato, cada vez mais, as máquinas de papel são projetadas para
maiores velocidades, atingindo a ordem de até 2000 m/min. Para que esta meta seja
atingida faz-se necessária uma análise detalhada do processo produtivo existente
em determinada planta fabril e, de acordo com o produto esperado e definir as
modificações a serem feitas na linha de produção.

As primeiras tentativas de desenvolvimento de uma máquina de papel foram


realizadas pelo francês Nicolas-Louis Robert. Sua patente foi comprada em
1804 pelos irmãos ingleses Henry e Sealy Fourdrinier. Estes desenvolveram
o que mais tarde ficou conhecida como máquina de papel fourdrinier, em
que a folha era formada continuamente sobre uma peneira de metal longa e
depois secada ao ar. Outra significativa contribuição foi feita por Th. B.
Crompton, em 1820, com a introdução de cilindros aquecidos para secagem
do papel. Com esta adição a mecanização do processo de fabricação de
papel foi completada. Ainda que muitos aperfeiçoamentos no projeto original
tenham sido executados, o princípio básico permanece o mesmo até hoje
(VIEIRA, 2003 apud BARELLA 2014, p.7).

Neste sentido pode se dizer que os processos de fabricação de papel, tem se


desenvolvido juntamente com as máquinas de papel. Estas mais largas, com novas
configurações, mais velozes e buscando melhoria de qualidade das características
do produto final.

2.3 ETAPAS INFLUENTES NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO PAPEL

O processo industrial de fabricação de papel pode ser descrito como uma


série de etapas que envolvem o refino, depuração e aditivação da fibra de celulose,
já individualizada após passar pelo processo de cozimento em digestores. Esse
processo é conhecido como preparo de massa.
Após a preparação da massa, a mesma é encaminhada para as caixas de
entrada da máquina, onde o processo de homogeneização da massa é terminado e
a mesma é transportada para a seção de formação, para posterior prensagem e
gradual secagem da folha, que pode ser revestida ou não, dependendo do tipo de
papel.
A folha é posteriormente enrolada formando um rolo de papel, que pode ser
cortado e rebobinado para formar bobinas menores.

Na fabricação do papel são adicionadas à pasta celulósica, matérias-primas


não fibrosas, conforme a finalidade a que o papel se destina. Seus
principais componentes são as fibras, os materiais de enchimento ou
cargas, os pigmentos e os aditivos químicos. Nas fábricas de papel
integradas, a celulose é armazenada na forma de suspensão em tanques
que alimentam as máquinas de papel. Quando a fábrica não é integrada, a
celulose utilizada no processo é fornecida na forma de fardos por outra
fábrica. (AMARAL, 2008 apud MIRANDA 2008 p.16).

Figura etapas da Fabricação do papel

Fonte: Adaptada de AMARAL, 2008)


Na tabela acima demonstra as etapas da fabricação de papel antes destes
processos a massa precisa passar pelo processo de refino, e pela bomba de mistura
esta etapas que são de estrema importância para a eficiência da máquina como um
todo na fabricação do papel serão citadas a seguir.

2.3.1 Refinação

A refinação é um tratamento mecânico efetuado sobre a polpa, com fibras


completamente separadas e que tem por finalidade promover mudanças na
estrutura das fibras que compõem a polpa.
Um dos principias objetivo da refinação é abrir as paredes da fibra de modo a
romper as cadeias de polímeros, deixando-as abertas, fazendo com que busquem
outras cadeias abertas para se unirem em ligações por pontes de hidrogênio.
Desta maneira a parede "danificada" de uma fibra irá se unir a outra,
fechando a ligação, formando assim uma rede de fibras com resistência mecânica
suficiente para formar uma folha de papel.

A refinação é o método mais simples e mais efetivo na mudança da


formação. As fibras não refinadas longas ou curtas são geralmente rígidas
com a superfície externa lisa como uma vareta. A refinação amacia as
fibras, faz com que fiquem fibriladas, incrustados e cria os finos que são
fibrilas e pedaços que são tirados das fibras. (UENO 2009, p.525).

As características físicas acrescentadas às fibras durante o processo de


refinação conferem propriedades distintas ao papel acabado. Assim, o papel
higiênico tem que ser macio e absorvente; o papel para impressão tem que ter boa
formação, opacidade e receptividade à tinta. Entretanto, esses papéis provêm
basicamente do mesmo tipo de fibra.
De acordo com o Senai (2002,p.12), “a refinação é um tratamento mecânico
efetuado sobre a polpa com fibras completamente separadas e que tem por
finalidade promover mudanças na estrutura das fibras que compõe a polpa.”
Na operação de refino, a suspensão da pasta a refinar passa entre as superfícies
constituídas de barras.
Das duas superfícies, uma é estática (estator), sendo que a outra se desloca
com um movimento perpendicular ao eixo das lâminas (rotor), de maneira que as
fibras situadas entre ambas sofrem um efeito de corte, achatamento e fricção entre
si e contra as guarnições do aparelho. A ação conjunta de todos esses esforços
mecânicos produzirá o refino da pasta.

A refinação é o primeiro tratamento que a massa composta de fibras de


celulose e água recebe. A refinação consiste em um tratamento mecânico
com o objetivo de modificar as propriedades da fibra para que elas possam
formar o papel com as características desejadas. O principal objetivo da
refinação é aumentar a capacidade de ligação entre as fibras para que as
mesmas formem uma folha resistente e lisa que apresente boas
características para impressão. Outros objetivos da refinação da polpa são a
obtenção de fibras mais curtas para melhorar a formação da folha, bem
como para o desenvolvimento de propriedades específicas da polpa, como
absorbância, porosidade ou propriedades ópticas. (LEVLIN e
SÖDERHJELM, 1999 apud BARELLA 2014, p.9).

Neste conceito pode se dizer que a refinação te a função de conceder ao


material fibroso uma estrutura adequada quanto a dimensões e à composição
fracionária da fibra, para que sejam obtidas determinadas características na massa,
a fim de que se atinja a qualidade desejada de papel, dar ao material fibroso um
determinado grau de hidratação, do qual depende o desenvolvimento das forças de
ligação entre as fibras dentro da folha de papel ou cartão, como também para obter
outras propriedades exigidas. A refinação tem como principais funções: Conceder ao
material fibroso uma estrutura adequada quanto a dimensões e à composição
fracionária da fibra, para que sejam obtidas determinadas características na massa,
a fim de que se atinja a qualidade desejada de papel; Dar ao material fibroso um
determinado grau de hidratação, do qual depende o desenvolvimento das forças de
ligação entre as fibras dentro da folha de papel, como também para obter outras
propriedades exigidas; Durante a refinação, a fibra que está em suspensão na água
submete-se ao processo de esmagamento, puramente mecânico. Por consequência,
aparece o processo coloidoquímico de estufagem da fibra, abrangendo os seguintes
acontecimentos; Destruição da primeira camada protetora das células da fibra,
acompanhado da fibrilação superficial das paredes; Separação das fibrilas finas e
das partes das macromoléculas da celulose; Liberação dos grupos hidroxilas sobre a
superfície externa das fibras.
Esse processo coloidoquímico denomina-se hidratação da massa, durante a
refinação. Sobre a influência do esmagamento e da hidratação, as fibras ficam mais
elásticas e mais plásticas, condicionando assim um contato mais íntimo entre elas
dentro de uma folha de papel, intensificando suas forças de ligação.
o processo de refinação da polpa celulósica para a fabricação de papel é
considerado um dos mais, ou talvez, o mais importante componente do
processo de fabricação de papel. Desde o início do século, quando um
fabricante de papel escreveu “não existe em fábrica de papel nenhuma
operação que requeira mais atenção e cuidado que a refinação”. (ALVES e
NEITZEL 2003),

Na operação de refino, a suspensão da pasta a refinar passa entre as


superfícies constituídas de barras. Das duas superfícies, uma é estática (estator),
sendo que a outra se desloca com um movimento perpendicular ao eixo das lâminas
(rotor), de maneira que as fibras situadas entre ambas sofrem um efeito de corte,
achatamento e fricção entre si e contra as guarnições do aparelho.
A ação conjunta de todos esses esforços mecânicos produzirá o refino da
pasta. Assim, pode se dizer que um controle eficiente no sistema de refinação da
polpa é essencial para garantia os parâmetros para uma boa formação da folha na
maquina de papel desejados no produto final .

Bomba de mistura

Esta é responsável pelo bombeamento da suspensão de fibras e a


pressurização da caixa de entrada. Seu bombeamento deve manter uma vazão
constante do fluxo a fim de evitar qualquer oscilação quanto ao direcionamento das
fibras.

Fonte: Companhia Federal de Fundição (2011)


No parecer de Campos, (2006, p.33):

As variações de pressão, por exemplo, podem afetar a pressão na caixa de


entrada, causando indesejáveis variações de fluxo na saída do lábio e
conseqüentemente na orientação de fibras na formação da folha. Essas
variações podem causar ainda variações na gramatura da folha em ambos
os sentidos CD e MD.

Caixa de Entrada

A caixa de entrada ocupa uma posição de extrema importância no processo


de fabricação de papel e é responsável pela adição de massa com fibras em
suspensão ao longo de toda a largura da máquina.
O método de operação da caixa de entrada determina acentuadamente a
qualidade da folha de papel, a capacidade produtiva e o grau de eficiência da
máquina de papel.
A caixa de entrada recebe a polpa preparada e tem por função distribuir as
fibras na tela da mesa de formação da folha. Ela é o elemento posicionador mais
importante para o ajuste do perfil transversal do papel, mantendo uma gramatura
estável e proporcionando uma orientação adequada das fibras.

A caixa de entrada corresponde ao último elemento do processo antes de a


massa ser transferida para a tela de formação. As caixas de entrada podem
ser tanto pressurizadas por ar ou completamente hidráulicas e possuem as
funções de aceleração da massa até aproximadamente a velocidade da tela
de formação, controle do fluxo de massa na tela e homogeneização da
suspensão de fibras (SCOTT, 2004 apud BARELLA 2014, p.11).

Com relação à construção da caixa de entrada é pode se dizer que ela é uma
caixa de hidrodinâmica especial, ou seja, que controla e distribui continuamente o
fluxo de alimentação de massa diluída em toda a largura da mesa plana da máquina
de papel.
Todas as partes em contato com a massa são construídas em material não
corrosivo, arredondados e polidos para evitar aderência da massa, formando
depósitos de sujeira.
As velocidades de fluxo da massa são calculadas para não permitir a
sedimentação da mesma em nenhum ponto. Em alguns casos usam-se rolos
distribuidores para manter as fibras em suspensão.
A saída de massa sobre a tela é feita entre os lábios inferior fixo e superior
móvel. Este último é provido de parafusos em intervalos pequenos, que permitem
regular a abertura e, consequentemente, a espessura em toda a largura da folha de
papel.

Cabe à caixa de entrada distribuir o fluxo da suspensão fibrosa em toda a


largura da máquina de papel e produzir jato da suspensão com alta
uniformidade na seção da tela a velocidade aproximadamente igual à da
máquina. (HOLIK, 2010, p.4).

Conforme a velocidade da máquina regula-se a velocidade de saída da


massa, variando-se a altura hidrostática de líquido no interior da caixa. Nas
máquinas modernas de alta velocidade as caixas são fechadas, o nível é constante,
e aplica-se pressão ou vácuo para regulagem desta altura hidrostática.

Processo de Formação

A seção de formação se inicia próximo ao lábio da caixa de entrada, no qual a


suspensão fibrosa é aplicada, e consiste em uma régua guia larga seguida por
vários elementos desaguadores menores, geralmente apresentando espaço entre si.
A seção de formação de uma máquina de papel é onde aproximadamente
95% da água, contida na mistura que sai da caixa de entrada, é removida.
Esta remoção deve ser feita de uma forma gradual, para minimizar a perda de
sólidos, manter boa eficiência de operação e drenagem, obter uma folha com
características de qualidade dentro dos parâmetros requeridos e entregar a folha
para a seção de prensagem com o maior teor de sólidos possível.

Formação – Na seção de formação, o início do processo ocorre quando o


jato de suspensão de fibras, proveniente da caixa de entrada, atinge a tela
formadora, consolidando-as e formando uma folha. Neste momento,
também tem-se o desaguamento inicial, por ação da força centrífuga gerada
pelo movimento do rolo formador no.( BARROS 2011 apud ABREU 2013 )

Sendo assim pode se dizer que a seção de formação é a primeira etapa de


desaguamento da maquina de papel. No fim da seção de formação, com um grau de
teor seco a folha de papel é transferida da seção de formação para a seção das
prensas, que é a etapa de desaguamento.
A seção de formação da folha de uma máquina de papel é onde
aproximadamente 95% da água é removida. Essa remoção deve ser feita de
uma forma gradual, para minimizar a perda de sólidos, manter boa eficiência
de operação e drenagem, obter uma folha com características de qualidade
dentro dos parâmetros requeridos e entregar a folha para a seção de
prensagem com o maior teor de sólidos possível. Grande parte da água é
removida de forma natural, mas, para se obter uma folha com o teor seco
necessário para a seção de formação, é essencial a utilização de um
sistema de vácuo composto por tubulações, separadores, vários tipos de
elementos de drenagem e geradores de vácuo. (FILHO; LEITIS 2013, p.01)

Descreve-se que durante o processo de formação de folha, os impulsos de


pressão dos elementos de drenagem garantem que flocos de fibras sejam rompidos,
permitindo uma boa e homogênea formação da folha de papel, influenciando na em
sua qualidade final.
Neste conceito pode-se constatar que na Seção de Formação remove-se o
máximo de água possível durante o processo de fabricação do papel, com o objetivo
de formar uma folha de papel uniforme e resistente, que resultará em redução de
custos devido a quebras da folha na entrada da seção de prensas.

Processo de Prensagem

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