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Esse resultado mostra que o País ampliou seu consumo interno de café em 740 mil sacas nos
12 meses considerados. As empresas associadas da ABIC, que participam com 68,4% do café
torrado e moído industrializado produzido, mostraram uma evolução mais significativa, de
5,93% em relação a 2009 – o que confirma as expectativas iniciais da ABIC, que eram de um
crescimento de 5%, levando em conta a recuperação da economia brasileira.
O consumo doméstico, predominantemente de cafés do tipo Tradicional, tanto quanto o
consumo fora do lar, onde predominam os cafés Superiores e Gourmet, apresentaram taxas
de crescimento positivas. Maiores investimentos em produtos e no marketing interno do café
impulsionaram as vendas das marcas mais conhecidas. Mensalmente, novas marcas de cafés
especiais são lançadas, fazendo com que o mercado apresente uma oferta muito significativa
de produtos de alta qualidade para os consumidores brasileiros. A ABIC estima que este
segmento de cafés diferenciados, embora represente a menor parte do consumo, continue
apresentando taxas de crescimento de 15% a 20% ao ano.
Já o consumo per capita foi de 6,02 kg de café em grão cru ou 4,81 kg de café torrado, quase
81 litros para cada brasileiro por ano, registrando uma evolução de 3,5% em relação ao
período anterior. Os brasileiros estão consumindo mais xícaras de café por dia e
diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café filtrado consumido nos
lares, também os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite.
Esse consumo de 4,81 kg / ano supera o de 1965, que foi de 4,72 kg / hab/ano, tornando-se o
maior consumo já registrado, um verdadeiro recorde.
Este resultado aproxima o consumo per capita brasileiro ao da Alemanha (5,86 kg/hab.ano) e
já supera os índices da Itália e da França, que são grandes consumidores de café. Os
campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos – Finlândia, Noruega,
Dinamarca – com um volume próximo dos 13 kg/por habitante/ano.
A melhora da qualidade pode ser apontada como uma das razões que justificam o aumento do
consumo interno. A importância disto está no fato de que a ABIC, ao lançar o Programa do
Selo de Pureza, em 1989, anunciou que pretendia reverter a queda no consumo de café que
havia à época, por meio da oferta de melhor qualidade ao consumidor. O Selo de Pureza foi o
primeiro programa setorial de certificação de qualidade em alimentos no Brasil. Atualmente
ele certifica 1.082 marcas de café e já realizou mais de 51.000 análises laboratoriais nesses
21 anos de existência.
Em 2004, a ABIC criou o Programa de Qualidade do Café – PQC, que hoje é o maior e mais
abrangente programa de qualidade e certificação para café torrado e moído, em todo o
mundo. O PQC certifica e monitora 490 marcas de café, sendo que 105 são de cafés Gourmet,
de alta qualidade.
Ambos os programas têm servido como importante ferramenta para estimular a produção e a
oferta de cafés de melhor qualidade para os consumidores brasileiros. E eles já reconhecem a
melhora da qualidade do café que lhes tem sido oferecido e comemoram tomando mais
xícaras a cada dia!
A meta da ABIC para o consumo interno atingir 21 milhões de sacas, proposta em 2004,
parece que poderá ser atingida em 2012. Com a economia brasileira sendo impulsionada em
2011 e as boas previsões que se fazem para o crescimento do PIB, do consumo das classes C,
D e E, mais a previsão de que as classes A e B poderão crescer 50% ate 2015, é natural que o
consumo do café siga crescendo.
Assim, o limite desafiador de 21 milhões de sacas poderá ser atingido em 2012, desde que a
evolução se mantenha em, pelo menos, 5% ao ano. Com isso, o Brasil passará a ser o maior
país consumidor de café, superando a tradicional liderança dos Estados Unidos.
Para 2011 a ABIC projeta um crescimento de 5,0% em volume, o que elevaria o consumo para
20,27 milhões de sacas. Pesquisas permanentes mostram que o produto manteve preços
estáveis para os consumidores nos últimos 4 anos. Entretanto, em Janeiro/2010, em média, o
café custava R$ 10,39/kg nos supermercados, enquanto em Dezembro/2010, o preço era de
R$ 11,12/kg, tendo havido uma evolução de 7,0%, acima da inflação do período. O café
continua sendo um produto muito acessível aos consumidores, mesmo nas categorias de maior
qualidade e mais valor agregado, como os cafés Superiores e Gourmet.
As vendas do setor em 2010 podem ter atingido R$ 7,0 bilhões e espera-se que cheguem a R$
7,5 bilhões em 2011.
Em 2011, a ABIC vai continuar a estimular o aumento do consumo geral e a oferta de cafés
diferenciados, ampliando a adesão das empresas aos seus diversos programas de qualidade e
certificação, como o Selo de Pureza, o PQC – Programa de Qualidade do Café, o PCS – Cafés
Sustentáveis do Brasil, entre outros.
A pesquisa constatou que a concentração do setor vem se acentuando. A Tabela 4 indica que
as 10 maiores empresas concentram 75,28% da produção total das empresas associadas da
ABIC, contra 72,90% na pesquisa anterior.
Enquanto isto, as 336 menores empresas tiveram sua participação quase estabilizada e ao
nível de 7,07% da produção total das associadas.
Analisadas por grupos e portes, as empresas mostraram um desempenho muito distinto, com
as maiores crescendo acentuadamente e as menores estáveis ou decrescendo.
Natal Martins
Área de Pesquisas e Informações
Outubro/2010
Gráfico - Evolução do consumo interno
Consumo Interno de café em sacas e per-capita - Brasil
Gráfico - Consumo interno em sacas e per-capita
Relação das 100 maiores Indústrias de Café Associadas da ABIC
Outubro/2010
Produção e participação por Grupos e Portes de Empresas Associadas a ABIC - Brasil
Outubro/2010
Sondagem Conjuntural da Indústria de Café -
SCIC
Gráfico - Sondagem Conjuntural da Indústria de Café