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Curso: Ciências Biomédicas Laboratoriais

Ano Curricular: 3º ano


Unidade Curricular: Saúde Pública – Química de Água e Alimentos
Componente: Prática
Ano letivo: 2020-2021

RELATÓRIO DO PROTOCOLO LABORATORIAL

A preencher pelo docente

Classificação: Valores Assinatura:

TÍTULO DO PROTOCOLO LABORATORIAL


1. Introdução
Introdução do trabalho laboratorial realizado, bem como as noções teóricas que servem de base ao
mesmo.

2. Preparação dos reagentes


Apresentação dos respectivos cálculos

3. Padronização
Registo do(s) ensaio(s) laboratorial(ais) realizado(s) e apresentação dos respectivos cálculos
no caso de não ser possível a realização da padronização, deve descrever como deveria ser
feita a mesma e de que forma obtém o valor da concentração real do titulante

4. Determinação analítica
Registo do(s) ensaio(s) laboratorial(ais) realizado(s)
Apresentação dos resultados numa sequência lógica através de texto, quadros e figuras.
Apresentação dos dados do rótulo das amostras (se aplicável).
ATENÇÃO!! Os resultados não são conclusões.

5. Interpretação

Em primeira análise, ao avaliar as leituras feitas pelo espectrofotómetro a 540 nm,


pode-se verificar que a absorvância da amostra de leite meio-gordo UHT – 0,80 – está
entre o limite de quantificação e o limite de linearidade (em comparação com os
valores da solução padrão de BSA), por isso, pode-se admitir com confiança o valor
obtido.

Numa segunda análise, ao construir a curva-padrão (onde foram utilizadas as 5


leituras do BSA), para determinar a concentração de proteínas na amostra através de
uma regressão linear onde se relacionava a absorvância com a concentração (mg/ml) e
obteve-se um coeficiente de correlação igual a r=0,9809, o que diz logo à partida que
se deve ajustar a curva e por isso foi retirado o 4º ponto (correspondente à leitura 4 =
0,208) de maneira a atingir um melhor coeficiente de correlação, que foi igual a
r=0,9933. Não obstante, avaliando os resultados obtidos, o coeficiente de correlação
para a curva padrão deveria ser idealmente ≥ 0,997 e a concentração da amostra
deveria estar dentro do range da curva padrão, o que não se verifica (1).

Após a obtenção do teor de proteínas presentes na amostra por interpolação


gráfica da curva - 1,41 g proteínas/ 100 mL – pode-se aferir, por comparação com os
valores tabelados no rótulo da embalagem do leite utilizado – 3,4 g proteínas/ 100mL
(2) (Figura 1), que o valor obtido estava pouco abaixo de metade do valor expectável.

Existe um conjunto de fatores que pode ter


contribuído para a obtenção deste resultado, como:

- O valor indicado na tabela nutricional da


embalagem de onde foi retirada a nossa amostra é
um valor relativo a um lote inteiro de leite (vários
pacotes de leite), enquanto que o valor da amostra
analisada pelo grupo era relativa a um único pacote
de leite;

- A representatividade da amostra foi comprometida


uma vez que de 1L de leite presente no pacote, só foi
retirado 1mL, e este 1mL foi diluído 50 vezes e só
após a diluição é que se retirou 0,2 mL de amostra
para leitura da sua absorvância no
espectrofotómetro;

- A exposição constante da amostra ao ambiente, a


adição de água não fervida previamente, que pode influenciar o pH da amostra por
presença de dióxido de carbono, tornando assim a Figura 1 -Informação retirada da seguinte página:
amostra menos alcalina, no que se pode traduzir https://mimosa.com.pt/media/136508/mimosa-
leite-essencia-leite-uht-meio-gordo.pdf
num desfavorecimento da ligação entre as ligações
peptídicas e os iões cúpricos do biureto (3), acabando assim por reproduzir uma cor
violeta menos intensa e por consequência um valor de absorvância menor;

- Erros normais de pipetagem durante as transferências de volumes de recipiente para


recipiente e erros associados aos instrumentos de medição como as pipetas e os
balões volumétricos;

- Erros de leitura, muito associados à falta de acuidade visual do operador;

- A constante abertura da estufa onde estavam a incubar as amostras, levou a que se


perdesse a temperatura ideal de incubação, não favorecendo assim a ligação do
biureto ao composto de interesse;
- Homogeneização deficiente do pacote de leite de onde foi retirado o volume de
amostra a ser analisado e também das amostras nos tubos de ensaio antes de serem
transferidas para as cuvetes de leitura;

- Limpeza incorreta das cuvetes antes da leitura no espectrofotómetro ou então


cuvetes em mau estado.

Em última análise, avaliando os resultados obtidos, podemos afirmar que o


método do biureto é um método rápido e que utiliza reagentes de baixo custo (menos
dispendioso), contudo também tem as suas limitações face a outros métodos, sendo
menos sensível, o que leva a que seja substituído por outros métodos com maior
sensibilidade como o método não colorimétrico de Kjeldahl (método de referência).
Contudo, é o método do biureto é o mais utilizado em ensaios de rotina pelo Infarmed
para doseamento de proteína em preparações de imunoglobulina humana (4).

6. Referências Bibliográficas

1. Löf A ‐L, Gustafsson G, Novak V, Engman L, Mikaelsson M. Determination of Total Protein in Highly
Purified Factor IX Concentrates. Vox Sang. 1992;63(3):172–7.
2. Mimosa. Leite Meio-Gordo UHT. 2000;92020.
3. Lubran MM. The measurement of total serum proteins by the biuret method. Ann Clin Lab Sci.
1978;8(2):106–10.
4. Azevedo R. Estudo comparativo de métodos de doseamento de proteína em preparações de
imunoglobulina humana intravenosa. 2017;23–86.

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