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Corrente e Tensao 2.1 OS ATOMOS E SUA ESTRUTURA Uma compreensiio clara dos conceitos fundamentais de Corrente ¢ tensdo requer determinado nivel de familiarida- de com 0 itomo e sua estrutura. O tomo mais simples é 0 de hidrogénio, constituido por duas particulas fundamen tais, 0 préton eo elétron, nas posiydes relativas mostra- ddas na Figura 2.1(@). O nifeleo do dtomo de hidrogénio é © proton, uma particula de carga positiva, O eléiron em Orbita tem carga elétrica negativa, igual em médulo & ‘carga positiva do préton, No caso dos stomos de todos os ‘outros elementos, o nicleo contém também neutrons, que tem massa ligeiramente maior que a dos prétons e niio possuem carga eléirica. O tomo de hélio, por exemplo, tem dois néutrons, alm de dois elétrons e dois prstons, ‘como mostrado na Figura 2,1(b). En todas os dtomos neu tros, 0 niimero de elétrons & igual ao mimero de protons, ‘A massa do elétron € 9,11 10-2* g, e as do préton e do néutron so aproximadamente iguais, sendo este valor algo proximo a 1,672 10% g. A massa do préton (ou do néutron) é, portanto, cerca de 1.836 vezes maior que a do elétron. Os raios das particulas proton, néutron e elé- luon so todos da ordem de 2 X 10-19 m, No tomo de hidrogénio, o raio da menor éxbita per= cortida por um elétron ¢ cerca de 5 X 10-** m, Esse valor cerca de 25,000 vezes maior que © raio do elétron, pr6- {on ou néutron. Isso € aproximadamente equivalente a uma esfera do tamanho de uma moeda de um centavo em trajet6ria circular em torno de outra, sendo 0 raio da srbi- ta algo em torno de 400 m, fomos dos outros elementos possuem virios elé- iddos em camadas concéntricas em toro do micleo. A primeira camada, que é a mais préxima do niicleo, pode conter apenas dois eléirons. Se um tomo liver és elétrons, 0 terveiro elétron teri de ocupar a segunda camada, Esta pode conter um miximo de oito sete 2.1 0s domos de hidrogénio ede ho, eltrons; a tereeira, | 32, conforme determina- do pela equagdo 24, em que m é o ndmero da eamada, Essas camadas so habitualmente designadas por um rimero (1 = 1, 2,3.) ou por uma letra (n= k, [an Cada camada €ento dividida em subcamadas. A pri- meira subcamada pode conter um miximo de dois elt trons; a segunda, seis a terceira, 10; quart, I elérons, conforme mostrado na Figura 2.2, As subcamadas sio habitualmente designadas pelas letras s, p. d ef, ordem, medida que se afastam do nfcleo. Foi determinado experimentalmente que cargas de sinais contririas se arraem e que cargas de mesmo sinal se repelem. A forga de atragio ou repulsio ent dois cor- os carregados com cargas Q, e Q, pode ser determinada pela lei de Coulomb: F (atragio ou repulsto) (newtons: N) @.1) 23 24 Capitulo2 Corrente etensio deeaps20 32° 96 yx ea beet e TH fore se seams (ese subs Figura 2.2. Representagio ds onde F é dado em newtons, & = uma constante = 9,0 10? Nam*/C2,Q, e Q, so os valores das cargas em cou- Tombs (que ser abordado na Segio 2.2) er € a distancia, ‘em metros, entre as das cargas. Observe, em particular, {que 0 lermo quadratico, 73, esti no denominador, 0 que resulta em ripida diminuigio do valor de F para um aumento no valor de r (Veja a Figura 2.3 + Franeds (Angouléme, Pa (1736-1806) Gientistae inventor. Engenheiro militar nat indias Ocidetas. (Corsi da Smithsonian tnsttuton) Fol aluno da Escola de Engenharia de Mesieres, a primelra esco- In desse tipo. Formalou a let que levou seu nome, ki de Couto, [que define a orca ene duas cangis clerics, frga eta que € @ Principal responsivel pelas interacdes em niveis stOmices, Realizou pesquiss estensas sobre o aunto nas mauinas indus raise em moines de vento, as bras de sed, Figura 23 Chusles Augustin de Coulomb, Portanto, no interior do tomo, h4 uma repulsio entre eléirons & uma atragio entre protons. Visto que 0 iiieleo s6 contém cargas postiva (prdtons), existe uma forte forga de atragio que atua nos elétrons das srbitas mais préximas do niicleo (note, usando a Equagio (2.1), 0 efeitos de uma grande carga Q e uma pequena distin- cia r].A medida que cresce a distancia entre 0 nicleo e os eléirons em érbita, a forga de ligagio dimini, atingindo i Figura 240 dtomo de eobre yy eee \ atest Mechel iT lel | iPr tir Yin a! Lit Fda ves) da estrus ais seu valor mais baixo para a subcamada mais externa (maior valor de 7). Por causa desta forga de ligagao mais fraca, menos energia é necessiria para remover um elé- tron de uma subcamada mais externa do que a remogio de um elétron de uma subcamada mais interna, E também verdadeiro, em geral, que os eléirons sio facilmente removiveis em dtomos cujas camadas mais exteriores estojam incompletas ¢, além disso, possuam, nessas ‘camadas, poucos elétrons. Essas propriedadles dos stomos, {que permitem a remogio de elétrons sob certas condighes| io essenciais para estabelecer um movimento de carga Sem esse movimento de carga, este texto no teria razd0 de existir, que seus conceitos bisicos se referem a ele. O cobre ¢ 0 metal mais utilizado na indtistria ele trocletrénica. Um exame de sua estrutura atémica nos ajudard a compreender por que ele tem tantas aplicagoes, 0 tomo de cobre (ilustrado na Figura 2.4) tem um elé- {ron a mais akém do necessério para completar as trés pri- ‘meiras eamadas. Essa camada exterior incompleta possti ‘apenas um eléiron, ¢ a distancia entre esse elétron, © vigésimo nono, ¢ 6 niicleo nos sugere que ele esta fraca- mente ligado 20 restante do sitomo de cobre. Se esse iilti- mo elétron receber energia suficiente do meio exterio para se libertar do tomo, passard a ser chamado de elé- tron livre, Em um centimetro etbico de cobre, i tempe- ratura ambiente, hf aproximadamente 1,4 10° elé- trons livres, Outros metais que apresentam as mesmas propriedades que o cobre, embora com diferenca quant tativa, so a prata, © ouro, © aluminio e o tungsténi Discuss6es adicionais sobre condutores e suas earacteris- ticas silo encontradas na Seco 3.2 Loe Lats cee ( 2.2 CORRENTE Considere um fio de cobre de pequeno comprimento cortado por um plano imaginério perpendicular so seu eixo, resultando na segdo circular mostrada na Figura 2.5.A temperatura ambiente e sem a apicagio de forgas externas, existe no interior do fio de cobre um movimen- to aleatrio de eltrons livres eriados pela energiatérmi- ca que 0s eléirons recebem do meio externo. Quando os a ser elétrons 1 uma carga positiva e so denomi- 8. Os eléirons livres sio eapazes {de se moverem entre esses fons positivos, deixando as proximidades de seu tomo original, enquanto os fons positives podem apenas oscilar em torno de posigées ‘itomos perdem elétrons, que passa livres, Os eletrons livres sao as portadores de carga em tun fio de cobre ou em qualquer outro condutor (em estado sotido) de eletricidade. Um arranjo de fons positive elgtrons livres éilus- trado na Figura 2.6, Neste arranjo, os elétrons livres est30 continuamente gankando ou perdendo energia em fungao de suas mudangas de diregdo e velocidade. Alguns dos {atores responsiveis por esse movimento aleatério sio: (Vas colisdes com fons positivos e outros eéirons, (2) as Torgas de atragio dos fons postivos, e (3) a forca de repulsdo existente entre elétrons. Esse movimento aleaté= rio dos elétrons livres € tal que, apés um certo tempo, 0 rimero de elétrons que se movern para a dreita da segtio circular, conforme a Figura 2.5, € exatamente igual ao rimero de elétrons que se movem para x esquerda. Figura 2.5 Movimento aletiio de elitrons em am fio de eobre «quando aio existe “presso"(iensko) splica a 6c, 22 Corrente 25 Na aisencia de forcas externas aplicadas, 0 flixo de carga liquida em wm condutor € nulo ‘em qualquer direcdo. ‘Vamos agora ligar eom fios de eobre os dois termi- ais de uma bateria aos de uma lampada de filamento, conforme ilusirado na Figura 2.7, eriando assim o mais simples dos cireuitos elétricos. A bateria,& custa de ener ia quimiea, acumula cargas positvas em um terminal © negativas no outro. A partir do instante em que & ‘ltima conexio € realizada, os elétrons lives (dle carga negativa) serio atraidos pelo terminal postivo, enquanto 0 fons positivos resullantes no fio de eobre podem no réximo oscilar em torno dessas posigdes. O terminal negativo da bateria funciona como uma fonte de elstrons que sto atraidos & medida que os elétrons lives do fio de cobre se deslocam no sentido do terminal positvo. A ati- Vidade quimica da bateria produziré uma absorga0 de eletrons no terminal positive e manters um fornecimento regular de eltrons no terminal negativo. © fluxo de carga (eléirons) através da lampada provocara © aquecimento o filamento até que ele fique incandescente, emitindo assim a luz desejada Se 6.242 X 10 elétrons wessam em I segundo, rea circular imaging: ria do condutor mostrado na Figura 2.7, dizemos que 0 fhuxo de carga corresponde a 1 ampere (A), em homena- gem a André Marie Ampére (Figura 2.8). A discussio do Capitulo I revela claramente que esse niimero de elétrons. passando através de uma superficie em 1 segundo € muito grande, Comentes associadas ao escoamento de ‘apenas uns poucos elétrons por segundos nio teriam quase nenhum valor pritico. Para estabelecer valores nhuméticos que nos permitem fazer comparagGes. a uni- dade de carga, um coulomb (C), foi definida como a ‘carga associnda a 6,242 X 10" elétrons. A carga associa «da a um elétron pode entio ser determinada a partir de: ic 6242 x 10™ = 16% 100" Cargalelétron = Q, Agora a cortente em ampéres pode ser cale usando a seguinte equagiio: ccoulombs (C) segundos (s) 22) AA letra maiiscula I foi escothid a partir da palavra francesa para corrente: imensité. A abreviagio no sistema SI para cada quantidade da Equagio (2.2) & mostrada direita da equaco. Essa equacdo revela claramente que para intervalos de tempos iguais, quanto maior a quanti dade de earga que atravessar 0 fio por unidade de tempo, maior ser a corrente. 26 Capitulo 2 Corrente ¢ tensto Figura 2.7. Cirosito clio bso, Franets (Lyon, Paris) 775-1836) Matematica e fisico Professor de matematica, Ecole Polytechnique de Pars, Cosi da Smithsonian) Er 18 deste de 1820, tushy um novo campo de este do, cenominado retrain, volado a0 estudo os efhos| eaadon por eps mento inclindo inte ea entre condutres percorndos por crrentes os campos mig netics adjceves Corsini @ primo send e detonation ue eke se componava corto mim (opel ean). Sigers o nome gvanomeio pars um inumento desinado sir tnenaldade de comenie Figura 2.8 André Marie Ampere. as, as outras duas Por meio de manipulagées algébri ‘grandezas podem ser determinadas da seguinte forma: = | (coulombs. C) 23) e r= 2 | (cegunios,s) 24) EXEMPLO 2.1 A carga que atravessa, a cada 64 ms, a superficie imagindria vista na Figura 2.7 ¢ 0,16 C. Determine a ccorrente em amperes. Solueao: Equagio (2.2) ~2__016C 160 x 10C PP X10 eax10s SOA EXEMPLO 2.2 Determine 0 tempo necessario para que 4X 10'° elétrons atravessem a superficie imagingria vista na Fi- gura 2.7, se a corrente for 5 mA. Solucao: Caleule Q: 4x10" san (sae) 0.641 x 10°C 0,00641 C = 6.41 mC Caleuad # Equasio (2.4): og _ Saxe BSI A 7 b82s Observando novamente a Figura 2.7, vemos que fo- ram indicados nesta figura dois sentidos para o escoa- mento de carga, Um deles € denominado sentido con- vencional; 0 outro, sentido eletrénico, Neste texto Uutilizaremos somente 0 sentido convencional por varias razdes, incluindo o fato de que € o mais usado em ins- titwigdes de ensino © na indiistria, é empregado na re presentacio simbélica de todos os componentes eletrd- nicos e € escolhido pela grande maioria dos pacotes de software edueacionais. A controvérsia no sentido da cor- rente & 0 resultado de se ter considerado, na época em ‘que a eletricidade foi descoberta, que as particulas mé- eis nos condutores metilicos tivessem carga positiva, Saiba que a escolha do sentido convencional nio criard grandes dificuldades ou confusdes nos capitulos seguin= tes, pois uma ver que a diregio de esteja estabelecida, a questo estaré encerrada e a anilise poder continuar sem confusdes. Consideracdes de seguranca E importante compreender que mesmo a passagem de correntes relativamente pequenas através do corpo ht- ‘mano pode ser muito perigosa, causando sérios danos ao organismo. Resultados experimentais revelam que © corpo humano comega a reagir a correntes de apenas luns poucos miliampéres. Embora algumas pessoas su- portem correntes em torno de 10 mA durante pequenos intervalos de tempo sem efeitos graves, qualquer cor- rente acima de 10 mA deve ser considerada perigosa. De fato, correntes de 50 mA podem provocar um grave cchoque eléirico, ¢ correntes acima de 100 mA podem ser fatais. Na maioria dos casos, a resisténcia da pele do corpo, quando esti seca, € alta © bastante para limi- {ar a cortente através do corpo em nfveis relativamente seguros para os graus de tensio normalmente encontra- ds nas residéncias. Entretanto, saiba que quando a pele esté imida por causa da transpiragao, ou banho etc., ou se tiver sido danificada por um ferimento, sua resistén- diminui drasticamente, e 0s niveis de corrente po- dem atingir niveis perigosos para a mesma tensiio, Por- tanto, em geral, lembre-se simplesmente de que dgua e eletricidade ndo se misturam. Ha, hoje em di ade, dispositives de seguranga para uso domicili (come, por exemplo, o interruptor de corrente por fala no aterramento, que sera estudado no Capitulo 4) que so projetados para serem usados especificamente em {reas timidas como o banheiro e a cozinha; no entanto, acidentes acontecem. Trate a eletricidade com respeito —niio com medo, 2.3. TENSAO © fuxo de cargas descrito na segio anterior & causado por uma pressio externa ligada 4 energia que um corpo qualquer tem em virtude de sua posicZo: energia po- tenci Energia, por definiglo, & a capacidade de realizar trabalho, Se um corpo de massa m for elevado a uma ddeterminada altura (1) acima de um plano de referéncia, cle possui uma energia potencial expressa em joules (I) que ¢ determinada por: W (@nergia potencial) = mgh | (joules, 1) 5) onde ¢ a accleragdo da gravidade (9.754 mis?). Esse corpo tem agora um potencial para realizar trabalho, como, por exemplo, quebrar um objeto colocado sobre 6 plano de referéncia. Se a altura do corpo aumentar, sua energia potencial também aumentard,e ele poder realizar uma quantidade maior de trabalho. Existe, ob- viamente, uma diferenca de potencial gravitacional en- tre as duas alturas, em relago ao mesmo plano de re- feréncia 23 Tensio 27 Na bateria mostrada na Figura 2.7, reages quimi- cas internas estabelecem (pelo gasto de energia) 0 act ‘mulo de cargas negativas (elétons) em um dos terminais (erminal negative), enquanto eargas positivas (ions po- sitivos) se acumulam no outro terminal (terminal posi- tivo). Esse ‘posicionamento’ das cargas resulta em uma diferenca de potencial entre os terminais. Se conectar- mos os dois terminais através de um condutor, os elétrons acumulados no terminal negativo ter energia suficiente para alcangar o terminal positive, para 0 qual sio atraf- dos superando as colisées com os fons da rede e a repul- io de outros elétrons do metal. ‘As cargas podem ser levadas a. um nivel potencial ‘mais alto por meio de uma fonte externa de energia, gas- tando para isso uma certa quantidade dela, ou podem per~ der energia potencial medida que se deslocam num si tema elétrico, Em qualquer um dos casos dizemos por definigao que: Existe uma diferenca de potencial de 1 volt (V) entre dois pontes se acontece uma troca de energia de 1 joule (J) quando destocamos uma carga de 1 coulomb (C) entre esses dois pontos. ‘A unidade de medida volt foi escothida em home- nagem a Alessandro Volta (Figura 2.9). De forma descritiva, se € necessério gastar uma 4quantidade de energia igual a 1 joule (J) para destocar a arga de | coulomb (C),na Figura 2.10, da posigi x para 4 posigio y, a diferenga de potencial ou tensfo entre os dois pontos é | volt (V). Se aenergia necessiria para des- locara carga de 1 C aumentar para 12 J por cau orga oposta adicional que se opde so deslocamento, en- {Go a diferenga de potencial aumentaré para 12 V. aliano (Como, Pavia) (1745-1827) Fisico Professor de fisiea, Piri, lili (Coctesia da Saitsonian Inston) Iniciou suas pesquisas em eleiricidade aos 18 anos, trabalhando com ouirs pesquisidores europeus. Su maior contibuigto foi a invengio de uma fonte de ene eeiia, que ui races i mies, no ano de 1800, Esa foi a primeira vez que a energie ele ria se tornou disponivel de wa manera relaivamente conn, Podendo ser useda para fins prticos, Desenvolveu 0 primeio| condensador,conhecido hoje em dia com capacitor, Foi conv clo air a Paris para demonstar a eslula veltaea para Napoli, No Congresso Internacional de Eleticidade realizado em Paris em 1881, foi esolhido em sua homenagem o nome wal para 3 funidade de forcaeletroman Figura 2.9 Conde Akssandro Vo. 28 Capitulo 2 Corrente etensto Figura 2.10 Definigio da unidade de medida de ens etics. Portanto, a tenso & um indicador da quantidade de cenergia envolvida na movimentago de uma carga entre dois pontos de um sistema eléirico. Ao conteério, quanto mais alta for a tensfo fomecida por uma fonte de ener- ‘gia, como por exemplo uma bi aquan- lidade de energia disponivel para mover eargas no sis tema, Observe que na discuss anterior ha sempre dois pontos envolvidos quando falamos de tensio ou diferenga de potencial. Portanto, daqui por diante, é muito impor- lante ter em mente que: Uma dijerenca de potencial ou tensdo sempre € medida entre dois pontos de wm sistema, Alterando-se a escolha de qualquer um desses ppontos, pode-se ter uma diferenca de potencial diversa da obtida nos dois pontos anteriores. Em geral, a diferenca de potencial entre dois pontos € definida por: 2 2} (wots) 2.6) Por meio de operages aigebrieas, ters WE QV J (joutes) (2.7) W oS ve e (coulombs) (2.8) EXEMPLO 2.3 Determine a diferenca de potencial entre dois pon- tos de um sistema eléitico, se 60 J de energia forem ‘gastos para deslocar uma carga de 20 C entre esses dois ponies. Solucto: Equagio (2 2 EXEMPLO 2.4 Determine energia necessria para mover uma carga de 50 jxC através de uma diferenga de potencial de 6. Solucao: Equagio (2.7) W= QV = (50 x 10°“ CX6V) = 300 X 10° J = 300 pT ‘Uma notagio representa uma regra muito importante quando analisamos sistemas elétricos ¢ eletrénicos, Para inguir entre fontes de tensdo (baterias, geradores etc.) © quedas de potencial nos terminais de elementos dissi- pativos, a s E para fontes de tensa (volts) V para quedas de tensdo (volts) A terminologia aplicada quando estudamos esse assunto causa, algumas vezes, confustio. Entre os ter- ‘mos encontrados com freqléneia temos: porencial, ferenca de potencial, tensao, diferenca de tensio (queda ou aumento) © forca eletromotriz. Conforme mencionado na descri¢Z0 acima, alguns desses termos so usados indistintamente, As definigdes a seguir so fornecidas para auxiliar a compreensdo do significado de cada termo: Potencial: « tensao num ponto em relacao 4 outro ponto no sistema elétrico. Normalmente 0 ponto de referencia & 0 GND (ponto comm ou terra), cujo potencial & igual a zero. Diferenca de potencial: a diferenca algebrica de ppotencial (ou de tensao) entre dots pontos de um circuito Tensao: quando esse termo aparece isolado, significa o mesmo que potencial. Diferenca de tensto: a diferenca algebrica de tensao (ou de potencial) entre dots pontos de um sistema. Os termos queda ow aumento de tensao sao auto-explicativos. Forea eletromoiviz (fem): forga que estabelece ‘ flueco de carga (ou de corrente) em um sistema gracas a apticacdo de uma diferenca de potencial Esse termo nao € muito usado na literatura atual, mas esta associado principalmente a fontes de energia eletrica. Em resumo, diferenga de potencial (em volts) apli- cada por uma fonte de tensio sobre um cireuito eltrico a pressio que coloca o sistema em operagao e causa 0 fluxo de eargas, ou corrente, pelo sistema elético, Uma analogia mecinica para atensio aplicada ¢ a diferenga de pressZo aplicada na ggua em uma mangueira. © luxo de dua resultante nesse sistema é anélogo ao fuxo de carga em um circuit eltrico, Sem a pressio aplicada pela tor neirs, a gua simplesmente permanece em repouso na . de forma semelhante aos eléuons de um fio de cobre que nio tm uma diregio comum de movimento sem a aplicagao de uma tensio erica, 2.4 FONTES DE CORRENTE CONTINUA (CC) ‘A abreviatura CC utilizada no titulo desta seco é uma abreviaedo para corrente continua (direct current — de que engloba os diversos sistemas eléiricos nos quais hi uum fluxo de eargas wnidirecional (uma ditegio). Nos p xximos capitutos discutiremos essa terminologia com mais detalhes. Por enquanto, vamos estudar apenas as fontes {que fornecem tensdes ou correntes fixas. Fonte de tensao CC Visto que a fonte de tensio CC ¢ a mais familiar dos dois tipos, cla serd estudada primeiro. O sfmbolo usado para todas as fontes CC & mostrado na Figura 2.11, O com- primento relativo das barras indica 0 terminal que ek representam, AAs fontes de tensiio CC podem ser divididas em wes 1) baterias (usam reagées quimicas); 2) goradores (eletromecanicos); (3) fontes de alimenta- «gio (usam processo de retiticagz0). Figura 2.11. Simboo pora uma fonte de ensso CC, Baterias Informagies gerais Para um leigo, a bateria é a fonte CC mais comum. Por definiedo, uma bateria (nome de- rivado da expresso *bateria de células’) consiste de uma combinagdo de duas ou mais eélulas similares; uma et lula é uma unidade fundamental de geragio de energi eléttica pela conversio de energia quimica ou solar. To- das as e¢lulas podem ser classificadas como primiirias A célula secundaria & recarregavel, en- pode ser recarregada, Ou seja, a ea que ocorre no interior da célula secundé- ria € reversivel, o que torna possivel restaurar sua carga. s dois tipos mais comuns de baterias recarregaveis siio ‘as baterias de chumboveido (usadas principalmente em 24 Fontes de corrente continua (CC) 29 automéveis) e as de niquel-céddmio (usadas em calcul doras, ferramentas portéteis, flashes de miquinas foo- _gnificas, barbeadores elétricos portéteis ete.). A vantagem bvia da célula recarregivel & 0 custo reduzido associado A substituicao freqtlemte das baterias descarregadas caso fossem eétulas primérias. Todas as eélulas mencionadas neste capitulo, exeeto 4 célula solar, que absorve energia dos ftons da luz ine ‘dente, estabelecem uma diferenga de potencial entre seus terminais a custa de energia quimica, Além disso, todas t8m eletrodos positivo e negative, bem como um eletrdito, que é uma substancia que completa o cireuita entre 0s eletrodos no interior da bateria. O eletrlito & 0 elemento de contato ¢ a fonte de fons para a condugio entre os terminais Células primarias alcalinas ¢ de litio-iodo A célula aleatina priméria possui um anodo (+) de zineo pulveri- zado, um eletrslito de hidrxido de pouissio (metal ales lino) © um eatodo (-) de carbono e didxido de manga- ns, conforme ilustra a Figura 2.12(a), Observe em particular, na Figura 2.12 (b), que, quanto maior a bate- ria, maior é sua capacidade de corrente. As baterias para lanternas so projetadas para uso prolongado. A Figura 2.13 mostra duas baterias de Iitio-iodo, nas quais hi uma rea de aplicagio e as capacidades de cada uma; tais ba- {etias serio estudadas posteriormente nesta segio. Célula secundaria de chumbo-dcido No caso da uni dade de chumbo-écido secundria que aparece na Figura 2.14, 0 eletrélito dcido sulfirico, e os eletrodos sto cconstrufdos com chumbo esponjoso (Pb) e perdxido de cchumbo (PLO,). Quando uma carga & conectada aos ter- minais da bateria, existe uma transferéncia de elétrons do eletrodo de chumbo esponjoso para 0 persxido de chum- bo através da carga, Essa transferéncia de elétrons con- tinua até que a bateria esteja completamente desearre- gada. O tempo de descarga ¢ determinado pelo grau de Ailuigdo do dcido sulfirico e também pela quantidade de sulfato de chumbo depositada em cada placa, O estado de uma eélula de chumbo pode ser determinado medindo © peso especitico do eletrélito com um densimetro. O peso especifico de uma substincia € definido como seu ppeso por unidade de volume comparado com o peso por tunidade de volume de dgua a 4°C. Para baterias comple tamente carregadas, © peso especifico deve estar entre 1,28 e 1,30. Quando esse valor cai para cerea de 1,1, a bateria deve ser recarregada. Visto que uma eélula de chumbo & secundétra, ela pode ser recarregada, qualquer que seja 0 seu estado de descarga, simplesmente conectando uma fonte de cor- rente CC externa que force a passagem de corrente atra- vés da bateria em sentido oposto ao da corrente, quando a bateria esté acionando uma carga. Isso remover sulfato de chumbo das placas da bateria restaurando a concentra ‘slo de deido sulfirico. 30 Capitulo 2 Corrente e tensio ‘me came Hie — eee re ‘ite far inet ‘ohms my » Figura 2.12. (a) Vist em corte de uma elu alelina cinta Encrgizar: (b) clus primis Bveready@® Enowgze. (Cotesia da Everely ‘Baery Company, Ie.) ome de longs dogo peopl pars ‘momtagens em ecules impress (6) Bari de 2SVe20AN Figura 2.13 Clu peri de Io-iodo. (Comes da Catalyst Research Comp) A tensiio de safda de uma célula de chumbo du- rante a maior parte do processo de descarga é em torno de 2,1 V. As baterias comerciais usadas em automévi t@m em geral seis células em série, como ilustra a Fi- ‘gura 2.14, podendo assim fornecer uma tensdo de 12,6 V. Em geral, as baterias de chumbo-cido sio usadas ‘em situagdes em que so necessérias altas correntes du- rante perfodos relativamente curtos. Houve um tempo ‘em que todas as baterias de chumb piradouro. Os gases criados durante o ciclo de descarga podiam escapar, e as aberturas dos respiradouros per- ‘itiam a substituigao da dgua ou do eletrotito, além do teste da concentragZo de dcido com um densimetro. O uso de uma colméia constrafda com uma liga forjada de chumbo e calcio em vez da colméia fundida de chumbo e antiménio usada anteriormente possibilitou 0 apareci- mento de baterias que no precisam de manutengio, ‘como a que é mostrada na Figura 2.14. A estrutura de chumbo-antimOnio era sujeita a corrosio, sobrecarga, alaque pelos gases e pela agua e desearga espontiinea, Um projeto aperfeicoado utilizando a colméia de chumbo-cileio eliminou ou reduziu substancialmente a ‘maior parte desses problemas. Depois de tantos anos de experiéncia com a tecno~ logia das baterias, poderiamos pensar que atualmente es- tariam disponiveis unidades menores ¢ mais potentes. Entretanto, até mesmo no easo do carro elético, que vem lentamente ganhando interesse e popularidade em todo 0 mundo, a bateria de chumbo-dcido ainda é a principal fonte de energia. Um veiculo construido na Noruegs hoje uilizado numa fase experimental em Sio Francisco para transport pessoas parao trabalho, tem um peso to- tal de 750 kg, dos quais 250 kg (um tergo do seu peso) so devidos a baterias recarregaveis de chumbo-icido. Embora a velocidade maxima desse veiculo seja em tomo de 88 kwh, ele pode peteorrer sem recarregar as baterias apenas cerca de 104 km. Tudo indiea que para viagens de longa distincia ser preciso reduzir conside- ravelmente o peso das baterias, 0 que exigird inovagdes tecnoldgicas no projet. Célula seeu de niquel-cédmio Essa é uma bax teria recarregavel que tem atrafdo enorme atengao ¢ pas- sado por um grande desenvolvimento nos tiltimos anos. Para aplicagdes como flashes, barbeadores a pilha, tele- visores portéteis, ferramentas ¢ assim por diante, a bate- ria de niquel-eddmio (Ni-Cad), mostrada na Figura 2.1 tem sido a segunda opgio porque, nesses casos, os niveis de correntes so relativamente mais baixos e os periodos de uso continuo sfo relativamente mais longos. Uma ba- teria de niquel-edidmio tipica pode ser recarregada cerca de 1,000 veres e tem vida dtl da ordem de alguns anos. 2.3. Fontes de corrente continua (CC) 31 etic ae porseea See Sa uc do sepa" Figura 2.14 Butri de ehambovdcido de 12 V (na reaidade 12,6 V) que nd nacesita de manstengio, (Costesa da Deleo-Remy,dvisio da Ge- real Motors Corp.) sos .. stamvem Alene a ane ern Figura 2.15. Bateras recaregiveis de aiquel-cddmio, (Contesie da Eveready Bateries) # importante saber que, quando a baterin Ni-Cad for a mais apropriada para um aparelho, nio devemos: utilizar eélulas.primétias (nio-reearregéveis). Muitos desses apaelhos possuem um ciruito interno de recarga cujo funcionamento fica prejudicado se os alimentarmos com eslulas priméiias. Além disso, saiba que todas as baterias de Ni-Cad sio de 1,2 V por eéiuia, enquanto a arande maioria das eélulas primarias € de 1.5 V. Hi di- verg2ncias em relagio a reqiiéacia com que uma eélula secundéria deve ser rearregads, Na maioria dos casos, a bateria pode ser usada até que haja alguma indicagao de que o nivel de energia estd baixo (bateria “fraca’), como, por exemplo, a luz de uma lanterna poucointensa, 0 matt desempenho de uma ferramenta ou o piscar de advertén- cia de uma pequena kimpada que costuma ser instalada em alguns equipamentas, Tenha sempre em mente que aseélulas secundras tm certa caracterstica de memd- ria, Se elas forem recarregadas continuamente apés se~ rem usaias por curtos perfodos de tempo, podem come- sar a “acreditar" que sio unidades de curta duragto, co- megando assim a no manter mais sun carga em niveis aceitveis durante o perfodo de tempo espeeificado pelo fabricante, Em todo caso, tente sempre evitar que a ba tera fique quase completamente descarrezada, Apés vi- rios cielos de earga e descarga com a hater nesse es- tado, sua vida dtil fica reduzida, Finalmente, saiba que o ‘ecsnismo de carga para as eélulas de niguel-cadmio 6 bastamte diferente do que o usilizado para as baterias de chambo-cido. As baterias de Ni-Cad sio caregadas uli Tizando-se uma fonte de corrente constante, com a ten- so nos terminais permanecendo praticamente constante durante todo 0 ciclo de carga. A bateria de chumbo- ‘cido & carregada por uma fonte de tensto constante, en- quanto a corrente varia de acordo com o estado da bate- Tia, A capacidade de uma bateria de Ni-Cad aumenta de mado quase linear durante praticamente todo o cielo de carga, E possvel também que voeé note que essa bateria se apresente relativamente quente durante o processo de carga. Quanto mais baixa estiver a quantidade de carga da bateria durante o processo, maior a sua temperatura. ‘A medida que sua carga se aproxima do valor especii- ado, a temperatura da eélula se aproxima da tempera- tura ambiente Células secundérias de niquel-hidrogenio e niquel-hi- dreto metilico Esses s20 dois outros tipos de células secundiérias. A de néquel-hidrogénio & utilizada atual- ‘mente quase 56 em veiculos espaciais, onde so necess.i- ris baterias com alta densidade de energia, robustas, con- fidveis e que possam suportar grande nimero de ciclos de carga/descarga durante um tempo prolongado. A eé- lla de niquel-hidreto metélico ¢, na realidade, um brido das células de niquel-cidmio ¢ niquel-hidrogénio que combina as caracteristicas positivas de cada uma, ee sultando assim em um produto de alta capacidade de ar 'mazenamento de poténcia em um espago pequeno e que Possui vida itil bastante longa. Embora relativamente ‘cara, essa bateria hibrida € uma opeiio vilida para certas aplicagdes, tais como em computadores portiteis, con- forme mostrado na Figura 2.16. 32 Capitulo 2 Corrente et Figura 2.16. Batra de aigue-bideto mateo (Ni-HM) ws em laptop du IBM. Células solares Uma eélula solar de 40 W e alta den- sidade € mosteada na Figura 2.17 juntamente com alguns de seus dados ¢ dreas de aplicagdo. Visto que a potén- cia maxima disponivel em um dia ensola 100 mW/em, e que a eliciéneia de conve 10% © 14%, a maior poténcia de sada por centimetzo {quadrado disponivel no caso da maioria das células so- ies comereiais esta entre 10 mW e 14 mW. Entretanto, para um metro quadrado a poténcia de safda estard en- tre 100 W e 140 W, Uma deseri¢Zo detalhada das bate rias solares sera dada nos cursos de eletrOnica. O impor- tante, por enquanto, é compreender que uma célula solar com iluminago constante fornece uma tensdo continua bastante estivel que pode alimentar grande variedade de cargas, desde reldgios até automéveis. Figura 2.17 Médula slat (Contesia dy Motoola Semiconductor Prats.) Especificagiio ampére-hora As baterias tém uma es- pecifieagiio de capacidade dada em amperes-hora (Ah) ‘ou miliampéres-hora (mAh). Essas especificagSes apare- ‘com nas informagées que acompanham as figuras apt sentadas anteriormente. Uma bateria com especificagio de 100 amperes-hora é capaz, uo menos teoricamente, de rmanter uma eorrente de 1 A durante 100 h, 2 A durante 50 h, 10 A durante 10 h e assim por diante, como pode- ‘mos calcular pela seguinte equacio: especiticagio ampére-hora (Ah) (9 ~~ corrente drenada (AY : ‘Vida dui (horas) Eniretanto, existem dois fatores que afetam a espe cificagio ampére-hora: a temperatura e @ rapidez com aque a bateria 6 descarregada. A célula Eveready® BH 500, do tipo disco (vefa a Figura 2.15), fem suas caracte- risticas mostradas na Figura 2.18, que revela que 4 capacidade de manter um nivel de corrente constante diminui, para wna de corrente continua, quando a corrente solcitada aumenta esta mesma capacidade diminui ‘em temperaturas mais altas ow mais baixas que a ambiente. igura 2.18 Caracteriicas da ela Eveready® BH 300: (0) cape «dade em fang da orrente ds descargs:(b) eapaeidade em fangio td temperatura, (Comes da Eveready ficagio da capacidade esti um pouco ei mAh para uma corrente de descarga de 100 mA, mas cai para cerca de 300 mAh quando esta corrente é de cerea de 1A. Para uma célula com um difmetro me- nor que 3,81 cm e menos de 1,25 em de espessura, es- sas caracteristicas de descarga sfio excelentes. A Figura 2.18(b) revela que a especificagio maxima de mAh (com uma corrente drenada de 50 mA) ocorre @ uma temperatura de 75°F (= 24°C), ou um pouco acima da temperatura ambiente média, Observe que a curva cai A direita © A esquerda desse valor maximo. Sal {que ocorre uma redugio no desempenho das bate em temperaturas baixas. Observe que a taxa eai para quase 300 mAh em torno de —8°F (~22°C). Outra curva de interesse aparece na Figura 2.19, Ela ‘mostra a tensio entre os terminais da bateria depois de lum perfodo de uso da ordem de horas para determinadas correntes drenadas. E importante nolar que a queda de desempenho entre a curva de 50 mA ea de 100 mA ‘muito maior do que entre a curva de 100 mA e a de 150 ‘mA, embora a variagZo de corrente tenha sido a mesma, Em geral, «a tensto de uma bateria de corrente continua diminui com 0 tempo, mantida uma determinada corrente de descarga, Figura 2.19 | Curvas de descarga da lula Bveready® BH 500, (Cor- tevin dt Eveready Batis EXEMPLO 2.5 4. Determine a capacidade em miliampares-hora e a vida til em minutos para a bateria BH 500, de 0.9 V, vista na Figura 2.18(a), sabendo que a corrente de descarga € 600 mA. b. A que temperatura a especificacdo de mAh da bate- ria da Figura 2.18(b) ser 90% de seu valor maximo para uma corrente de descarga de SO mA? Solucao: a, Vemos na Figura 2.18(a) que a 600 mA, a capaci- dade é de aproximadamente 450 mAh. Assim, usa do a Equagdo (2.9): 24 Fontes de corrente continua (CC) 33 450mAb 600 mA, b. Observando a Figura 2.18(0), vemos que © miximo corre em aproximadamente 520 mAh. Porto, 9096 do valor méxim correspondea wma taxa de 468 mAh, gue ocore um pouco acima do congelamento, em tomo de 1°C, também na temperatura de 45°C. Vida ait 175 = 45 min Geradores © gerador CC é bastante diferente da ba- teria, tanto na construco quanto no modo de operagio (veja a Figura 2.20). Quando o eixo do gerador esté gi rando na velocidade nominal, em fungio de um torque aplicado por alguma fonte externa de energia mecinica, © valor nominal de tenso aparece em seus terminais, A tensiio ¢ a capacidade de poténcia de um gerador CC so rhormalmente bem maiores que a da maioria das baterias, sua vida dil & determinada apenas por sua construgio. s geradores CC comerciais mais usados so de 120 Ve 240 V. Conforme mencionado anteriormente nesta sega, para os propésilos deste livro ndo faremos nenhum dis- tingdo entre os simbolos de uma bateria ¢ de um gerador. mon Figura 2.20 Gerador de coerente contin, Fontes de alimentagiio A fonte de corrente continua mais comum nos laboratSrios usa os processos de retifi- cagiio ¢ filtragem, procurando obler uma tensio CC es- livel, Esses dois processos serio estudados em detalhes no curso de eletrdnica, Em resumo, uma tens20 que vit- ria no tempo (tal como uma tenso CA de uma tomada clétrica residencial) € convertida para uma tensio de mag- nitude fixa. Uma fonte CC de laboratério desse tipo & mostrada na Figura 2.21 Figura 221 si da Leader Instrum Fonte de alimentagio ulizada em labora, (Conte- ‘Corpoction.) 34 capiuulo2 Corrente e ensto ¥ ewow ignra 2.22. Fontes de simentagio CC wi ncgativa com rlagio a GND; (8) fonts Mutua. Muitas das fontes CC de laboratério possuem tré terminais de safda, fornecendo uma tensio ajustivel ere gulada, como vemos nas Figuras 2.21 ¢ 2.22(a). O sim- bolo para GND ou potencial zero (a referéncia) também € mostrado na Figura 2.22(a). Se desejarmos uma tensio de saida de 10 V acima da referéncia (GND), as ligagdes devem ser feitas conforme mostrado na Figura 2.22(b). Se desejarmos uma tensfio de 15 V abaixo do potencial GND, entio as ligagdes devem ser feitas conforme gura 2.22(c). Se ligarmos conforme a Figura 2.22(d), di zemos que temos uma tensio de 5 V “luwwante’, poi ligagdes nfo incluem o nivel de referéncia. Raramente usada a configuraco mostrada na Figura 2.22(d), j4 que © operador fica desprotegido porque ela no apresenta “io direta ede baixa resistencia para GND. Além isso, nfo ha um nivel de referéncia comum para todo 0 sistema, De qualquer modo, os terminais positives © os negativos devem aparecer em qualquer configuracao dos cireuitos. Fonte de corrente CC Como existe uma grande variedade de tipos e aplicagbes de fontes de corrente continua, essa fonte € bastante fa rmiliar; suas caracteristicas bisicas so compreendidas até por leigos. Por exemplo, a maioria das pessoas sabe que ‘uma bateria de automével fornece uma tensio de safda de aproximadamente 12 V, ainda que a corrente drenada seja varidivel, dependendo das condigdes de operagio. Em ‘outras palavras, wma fonte de tensito CC ideal mantéu sempre uina tensao fixa entre seus terminais, ainda que ‘a demanda de corrente pelo sistema eletroeletronico ali- ‘mentado pela fonte varie, como ilustrado na Figura 2.23(a), Uma fonte de corrente CC € 0 reesproco de uma fonte de tensdo, ou seja: ‘Uma fonte de corrente ideal fornece uma corrente fsa ‘a qualquer sistema eletroeletronico, ainda que possam ocarrer varlacoes na tensdo conforme determinado pelo sistema, as em lborstvog (a) termina dsponiveis; (6) tenso posiiva selagio 8 GND () tenst0 cconforme ilustra a Figura 2.23(b). Nao fique alarmado se achou o conceito de fonte de corrente estranho © até mesmo um pouco confuso neste momento. Esse assunto seri abordiado detalhamente nos capftulos posteriores. Além disso, vocé terd informagées adicionais num curso de eletrénica basica. Figur 2.23 Corsetrstias de sada de: (a) uma Fonte de tes () ma forte do conte idea feat: 2.5 CONDUTORES E ISOLANTES Se ligarmos os extremos de fios construfdos com mate~ riais diferentes aos terminais da mesma bateria © medir~ ‘mos a corrente em cada um desses fios, verilicaremos que clas sio diferentes. Muitos fatores, tis como densidade, mobilidade e caracterfsticas de estabilidade do material {que constituio fio, explicam essas diferengas nos fluxos de earga. Entretanto, em geral, denominamos condutores 05 materiais que permitem ‘@passagem de um fluxo intenso de eletrons com a caplicacao de uma forca (lens) relativamente pequena. Além disso, 1s dtomos dos materials que sao bons condutores ossuem apenas um clétron na camada de valencia (Camada mais distante do miicleo). Visto ser 0 cobre o condutor mais fregilentemente usado, ele foi escolhide como padrio para 0 cilleulo das condutividades relativas que aparece na Tubela 2.1. Ob- serve que o alumtnio, que algumas vezes substituiu 0 c0- bre, tem apenas 61% da condutividade deste. Tena en ‘mente, entretanto, que outros fatores, como 0 custo € © peso da linha de transmissio, devem ser levados em conta (0s isolanies sav materiais que possuem pouguissimos cletrons livres, sendo necessdria a aplicacao de um ppotencial (uma tensdo) muito elevado para estabelecer wma. corrente mensuravel Um dos usos mais comuns do material isolante & 0 encapamento de fies condutores, que, quando desenca- pados, podem causar acidentes graves. AS pessos que trabalham em manutengio de rede elétrica usam luvas de borracha e ficam sobre plataformas recobertas com bor- racha como medidas de protegio quando atuam em i tnhas de transmissdo de alta tensdo. Alguns tipos de is lantes e suas aplicagBes aparece na Figura 2,24, E importante lembrar, no entanto, que mesmo 0 me- Ihor dos isolantes pode softer certa ruptura (permissiio de uum fluxo de eargas através dele) caso seja submetido a uma diferenea de potencial suficientemente elevada, O valor do campo ektrico correspondente é denominado ri- side: dielétrica do material; alguns de seus valores para isolantes bem conhecidos so dados na Tabela 2.2, De acordo com esta tabela, para isolantes com a mesma forma geomeétrica, seria necesséria uma diferenca de po- tencial por unidade de comprimento (campo eléirico) 270/30 = 9 vezes mais intensa para provocar a ruptura da borracha do que aquela necessaria para o ar; no caso da mica, seria necessiria uma tensio 67 vezes maior que a necesséria para o ar, Tabela 2.1 Condutvdade reaiva de wits materiis Metal Condutividade retativa (5) Pra 105 Cobre 100 Ouro 705 Aluminio a Tungstenio 312 Niguel 21 Ferro Constantan Nicrome Calorta 2.6 Semicondutores 35 Figua 224 tol (6) de pore Sith, tne) (para pins de conto; (para snes: spa lth de Wensmisio, (Cones ds Hera ‘Tabela 22 Rigider dioica de alguns dos isolntes mais conns Rigidez dietétrica Material ‘meédia (kV/em) ra 30 Porcelana 0 Gleos 140 Baquelite 150 Borracha 270 Papel (parafinado) 500 Teflon 600 Video 900 Mica 2.000 2.6 SEMICONDUTORES (0s semicondutores constitiem determinado grupo de elementos quimicos cujas caracteristicas elétricas ‘sao intermediarias entre as dos condutores as dos isolames, prefixo semi, que faz parte da terminologia, & de- finido, conforme o dicionério, como sendo metade, par- cial ou entre, dependendo de seu uso. Toda a industria eletrénica depende dessa classe de materiais, visto que 08 dispositivos eletr6nicos ¢ os circuitos integrados (Cls) sfo construfdos usando materiais semicondutores. En bora o silicio (Si) seja o material mais usado, © germd- nio (Ge) € 0 arseneto de galio (GaAs) so também uti- lizados em muitos dispositivos importantes. (Os materiais semicondutores possuem quatro elétrons ‘em sua camada mais externa (camada de valencia). Os semicondutores sio também caracterizados por serem fotocondutores e por terem um coeficiente nega- tivo de variagio da resistividade com a temperatura, Fo- {tocondutividade & um fenémeno no qual os fétons (pe- {quenos pacotes de energia) de um feixe de luz incidente causam aumento de densidade de portadores de corrente ddesse material e, como conseqilgncia, ocorre um aumento do fluxo de cargas. Um coeficiemte de temperatura neg: tivo significa que a resisténcia (uma caracteristica que seri descrita no préximo capitulo) diminui quando a tem- peratura aumenta (um comportamento contririo 20 da 36 Capitulo Corremte e tensto rmaioria dos condutores). Nos préximos eapitulos volta remos a falar dos semicondutores, e se falar muito deles, € claro, em seu curso de eletrd 2.7 AMPERIMETROS E VOLTIMETROS E importante saber medir os niveis de corrente € tensiio de um sistema elétrico para verificar seu funcionamento, idemtficar defeitos ¢ investigar efeitos que possam ocor rer e que seriam impossiveis de serem previstos em uma ‘lise te6rica. Como 0 proprio nome indica, os ampe- rimetros sio utilizados para medir intensidade de cor- rente, ¢ 0s voltimetros a diferenca de potencial entre dois pontos. Se os niveis de corrente forem em geral da or- dem de miliamperes, o instrumento usado serd denomi- nado miliamperimetro, ¢ se 0s niveis de corrente estive- rem na faixa de microampéres, o instrumento usado seri um microamperimetro. Denominagdes simitares podem ser feitas para tensdo. Em toda indiistria, as medidas de tensbes sfio mais comuns do que as de corrente, pois no € necessirio alterar as conexdes do sistema para met uma fensio, A diferenga de potencial entre dois pontos de um cireuito é medida ligando as pontas de prova do volifme- tro aos dois pontos em paralelo, conforme indicado na Figura 2.25, Para obtermos uma leitura positiva, devemos. ligar a ponta de prova positiva do voltimetro no ponto de ‘maior potencial do circuito ¢ a ponta de prova negativa no ponto de menor potencial. Se a ligagio estiver inver- tida, 0 resultado seri negativo ou uma indicagio abaixo de z2r0. Os amperimetros devem ser ligados conforme ilus~ trado na Figura 2.26. Visto que os amperfmetros medem a taxa do fluxo de cargas, ou seja, a corrente, @ medidor tem de ser colocado no circuito de modo que a corrente passe pelo medidor. A tiniea maneira de isso acontecer & abrindo 0 caminho (a ligagdo) no qual a corrente tem de set medida, colocando 0 medidar entre os dois terminais resultantes da abertura do circuito. Para 0 circuito mos- wwado na Figura 2 I positivo (+) da fonte de tensio tem de ser desconectado do sistema, e 0 amperi- ‘metro inserido conforme mostrado. Para uma leitura po- sitiva, a polaridade dos terminais do ampertmetro deve ser tal que a corrente (no sentido convencional) entre pelo terminal positivo do amperimetro, Ligngdo de um volkinktro para obtengio de uma eta, 2.26 Ligugo de umn ampcrimeto para obtensio de uma Ie positva (#. A introdugdo de qualquer medidor em um sistema eletroeletrénico levanta uma dlivida em relagHo a influ cia do medidor no comportamento do sistema. Essa e ou- tras questdes so analisadas nos capftulos 5 € 6, ap6s @ introdugo de outros termos e conceitos. Por enquanto, & suficiente dizer que, visto que os voltimetros e ampert- metros nijo possuem fontes internas, cles afetario o cit- ccuito quando forem introduzidos para fins de medigto. Eniretanto, o projeto de cada um ¢ feito de modo que es- sejam minimizados, Existem instrumentos projetados para medir apenas corrente elétrica € outros que medem apenas tensio. Porém, os medidores mais comuns em laboratério si0 0 volt-olun-miliamperinetro (VOM) ¢ 0 multimetro digital (DMM), que aparecem nas figuras 2.27 e 2.28, respect ‘vamente, Ambos 0s instrumentos medem tensdo, corrente uma terceira grandeza, resisténcia, que sera introducida no préximo capitulo, © VOM ¢ um instrumento analé- ico, pois requer a Ieiturae a interpretagao da posico de lum ponteiro sobre uma escala continua, enquanto 0 DMM possui um visor numérico com preciso determi- nada pela escolha da escala. Ao longo do texto serio fei- tos vtitios comentérios sobre as caracteristicas & a uti zagio desses medidores. Mas um estudo mais profundo deve ser feito em aulas de laborat6rio. Figura 2.27 _Volt-on-iliamperimeio (VOM) analico. (Conesia 1d Simpson Blcee Co.) Figura 2.28 Mu Mfg. Co. Ine meio digital (DMM). (Cortesia da John Fuk 2.8 APLICACOES ‘Ao longo deste livro, segdes de aplicagdes, tais como esta, foram incluidas para possibititar pesquisas posteriores de terms, quantidades ou sistemas introduzidos neste capt tulo, O propésito principal desta seco é estabelecer te- Jago entre os coneeitos tedricos abordados no texto ¢ 0 mundo real e pritico. Embora a maioria dos componen- tes que aparecem nos sistemas mostrados ainda no te- ‘nham sido apresentados (e, na realidade, alguns dos com- Ponentes ndo sero estudados até que estudos mais avangados sejam realizados), os t6picos foram euidado- samente escolhidos e devem ser bem interessantes para ‘um principiante neste tema. Comentarios suficientes fo- ram inclufdos para possibilitar um entendimento geral da fungiio de cada parte do sistema, que ser compreendido tem detalhes: num outro momento. Visto que exercicios relativos ao assunto Aplicacdes nao aparecem no final do capitulo, 0 conteddo foi elaborado de maneira que nio presente um grande grau de dificuldade para o estudante, ‘mas, a0 contririo, que seja um estimulo para ele se inte- ressar em solucionar questbes biisicas como, por exem- plo: Qual a consticuigdo interna do sistema? Qual a fun= go que determinados elementos desempenham no sistema’ E, é claro: como o sistema funciona? O impor- tante, portanto, & que cada seco Aplicagdes seja uma oportunidade de iniciar a construgio de uma fundamen- tagio pritica que va além do simples contetido do capi- lulo. Nio se preocupe se nao entender todos os detalhes de cada aplicagio. O entendimento vird com o tempo & 1 experigncia, Por enquanto, concentre-se no que pode ser obtido dos exemplos, para em seguida continuar com o estudo do material Lanterna Embora as lanternas usem um dos circuits elétricos mais simples, alguns fundamentos relativos a sua operagiio nos 2.8 Aplicacses 37 levam a sistemas mais sofisticados. Primeiro, e obvia- mente, trata-se de um sistema CC com vida itil total- mente dependente do estado das baterias © da kimpada. ‘A menos que a bateria seja do tipo reearregavel, cada vez ‘que for usi-la ter reduzido sua vida util. Durante virias hhoras o britho nao diminuird de modo perceptivel. Entre- tanto, & medida que ela aleanca sua capacidade ampire- hora final, a intensidade luminosa diminuied uma taxa «que varia rapidamente (de forma quase exponencial). Para uma lanterna-padrio que usa duas baterias, conforme ‘mostrado na Figura 2.29(a) com seu esquema elétrico na igura 2.29(b), cada bateria de 1,5 V tem uma especifi- cago de cerca de 16 ampéres-hora, segundo € mostrado na Figura 2.12. A Kimpada miniatura, que possui uma base tem especificagio de 2,5 V e 300 mA com boa inosidade ¢ vida ttl de aproximadamente 30 horas. ‘Trinta horas pode ndo parecer uma longa vida dil, mas tem de ser considerado o periodo de tempo que a lanterna € usada em cada ocasido. Se Tevarmos em conta que ur corrente de 300 mA seja drenada da bateria pela limpada quando estiver ligada, a vida til da bateria, eonforme a Equagio (2.9), seri em tomo de 53 horas. Comparando a vida stil de 53 horas da bateria com a expectativa de Vida Wil de 30 horas para a Kimpada, fica sugerido que normalmente teremos de substituir a lémpada com ma freqliéncia do que as baterias. ‘No entanto, muitos de nds temos verificado experi- mentalmente 0 contrario: substituimos as baterias duas ‘ou trés vezes antes que seja necesséria a substituigio da Himpada, Este & um simples exemplo do fato de nio po- ddermos tirar conclusdes direcionadas somente pelas es- pecificagdes de cada componente de um projeto elético. AAs condigdes de operagio, as caracteristicas finais e os detalhes relativos & resposta real do sistema ao uso du rante periodos curtos c longos de tempo tém de ser leva dos em consideragio, Como mencionado antes, a bateria perde parte de sua poténeia cada vez que é usada, Em- bora a fensio final possa no ter variado muito inicial- mente, a capacidade da bateria de fornecer o mesmo ni- vel de corrente diminui a cada utilizagao, Além disso, as baterias se descarregam lentamente gragas a ‘correntes de fuga’ que existem, mesmo com a chave desligada. O ar em tomo da bateria no € ‘puro’, visto que a umidade e outros elementos presenies nele podem proporcionar tum caminho para as correntes de fuga pelo ar, pela super- ficie da propria bateria ou por outras superficies em con- tato com a bateria que a fagam eventualmente descarre- gar, Quantas vezes deixamos no carro lanternas com ba- terias novas por um longo tempo s6 para as encontrarmos com uma luz fraca ou com as baterias desearregadas quando mais precisamos delas? Um outro probletn zamento de dcidos que aparecem como manchas matrons ‘ou como corrosdo no invsluero das bateras, Esses vaza- mentos afetam tambssm a vida til da bateria. Além disso, quando a lantema € ligada, hi um surto inicial de cor 38 Capitulo 2 Corrente ¢ tensio conte“ jgira 2.29 (a) Lantern Everoaly® que ws ba werteck™' do to Dc marca Dural! rente que drena da bateria uma corrente maior do quea que teria em uso continuo por um periodo de tempo. Em outras palavras, ao Tigar e desligar a lantema continuamente, te- remos um grande efeito prejudicial para a vida da batera, ficagfio de vida ail de 30 horas para a lampada & um valor considerado para uso continuo, ou seja, 300 mA citculando pela kim- pada de maneira continua durante 30 horas. Certamente, 0 Filamento da limpada ¢ 0 bulbo se aquecem com 0 tempo, esse aquecimento é um efeito prejudicial para o fio do fi- Jamento, Quando a lanterna é ligada e desligada, permite que a limpada esfrie e recupere suas earacteristicas nor- ‘mais, evitando, porianto, qualquer dano real. Entao, com lum uso normal podemos esperar que a Kimpada dure mais do que as 30 horas especificadas para uso continuo. ‘Ainda que a Kimpada esteja especificada para operar em 2,5 V, poems ver que as dus baterias resultam em tensiio aplicada de 3 V, que sugere mas condigées de ope- ragdo, Entretanto, uma Kimpada especificada para 2,5 V pode operat facilmente entre 2,5 V e 3 V. Além diss como foi mostrado neste capitulo, a tensdo final diminui ‘com © aumento da demands de corrente. Sob condigdes ‘normais de operagiio, uma bateria de 1,5 V € considerada ‘em bors condigdes se a tensfo final na carga for de 1.3 V a 1,5 V. Quando a tensdo cair para um valor entre 1 Ve 1.1 V, a bateria estard fraca, @ quando a tensito eair para um valor entre 0,8 V e 0,9 V, ela tera perdido sua efetivi- dade, Os niveis de tensio podem ser relacionados direta- mente com uma banda de teste que podemos ver hoje em dia nas baterias Duracell, como a mostrada na Figura 2.29(¢). Na banda de teste dessa bateria, a dren de tensio superior (verde nas baterias atuais) estt proxima de 1,5. (nomeada de 100%); a drea mais clara & direita repre senta uma faixa de tensiio de 1,3 Va I Vs a dea que in- ica substituigio da bateria (rea vermelha), situada na ‘extrema direita, representa tensdes abaixo de IV. tia (on pia) do ipo: (b esquemaeetrico dk pent Ou dm itm (a) pita Por Saiba que a tensio total de alimenta ‘obtida apenas se as baterias estiverem cone forme mostrado na Figura 2.29(b). Ao colo ‘mente 0s dois terminais positives juntos, resultaré em ten siio total de OV, e a Kimpada ndo acenderé de forma alguma. Para @ maioria dos sistemas que usa mais do (que wna bateria, 0 terminal positivo de una sempre ser Conectado ao terminal negativo da outra. Para todas as bbaterias de baixa tensio, a extremidade com 0 ‘bico” é 0 terminal positive e a extremidade plana & o terminal ne- ‘gato. Além disso, o terminal negativo, ou a extremidade plana da bateria, sempre é conectado na mola helicoidal do compartimento das baterias para manté-las na posi- (0, A extremidade positiva da bateria sempre & conec- tada ao conector plano ou ao elemento a ser ligado. Se voc? observar a Himpada cuidadosamente, veri que a Ponta que esti conectada ao terminal positivo da bateria ‘sid isolada do soquete em tomo da base da lampada. O soquete est ligado ao segundo terminal da bateria que & uusado para completar 0 circuito pela chave liga/desliga ‘Se uma lanterna apresentar defeito de operacio, a primeira coisa a se verificar é 0 estado das baterias. E me- Ihor substituir as duas de uma vez. Um sistema com una bateria boa e outra préxima do fim da vida ti ocasiona difculdade A bateria boa para suprir a corrente deman- dada, e, de fato, a bateria ruim consumira corrente da teria boa. Em seguida, verifigue as condigdes da lampada dobservando o filamento para ver se ele esid aberto em al- ‘gum ponto, podendo isso acontecer por causa da passa gem de um nivel de corrente continua por um longo tempo ou por causa de uma queda da lanterna, Se a bate- ria e a limpada parecerem estar em bom estado, a pr ima drea de interesse seri 05 contatos entre o terminal positivo e a limpada, © entre esta e a chave. Limpando ambos os contalos com um pano embebido com uma substancia de polimento, esse problema seri eliminado, Carregador de bateria automotiva de 12 V Carregadores de bateria so aparelhos domésticos co- 'muns usados para carregar diversas baterias, desde as pe- ‘quenas de lantemas até as de chumbosicido de alta ea- Pacidade, Visto que todos os carregadores sfo alimentados Por 120 V CA obtidos de uma tomada elétrica como a de casa, a construct bisiea de cada um é bastante simi- lar. Em todos os sistemas do tipo carregador de batera, ‘um transformador (Capitulo 21) tem de ser incluido para reduzir o nivel da tensio CA a um valor apropriado ‘que o nivel CC seja estabelecido. Uma configurago com diodos (também denominados retificadores) tem de ser inclufda para converter a tensio CA, cuja amplitude va- ria com 0 tempo para um nivel CC fixo, tal coma o des- crito neste capitulo, Diodos efou retificadotes serio estu- dados em detalhe no curso inicial de eletrénica. Alguns cearregadores CC também incluem um regulador para for- necer um nivel CC melhorado (que varia menos ao longo do tempo ou com as variagdes na carga), Visto que o car= 2.8 Aplieacoes 39 regador de bateria automotiva é um dos mais comuns, ele i deserito nos préximos parigrafos, A aparéncia externa e a construgio interna do equi pamento Sears 6/2 AMP Manual Battery Charger sio mostradas na Figura 2.30, Observe na Figura 2.30(6) que © transformador (como acontece na maioria dos carreg dotes) ocupa a maior parte do espaco interno, O espago vazio restante e 05 fros no gabinete garantem uma saida para 0 calor gerado em fungio dos altos niveis de cor- rente de operagio, © esquema mostrado na Figura 2.31 inclui todos ‘08 componentes biisicos de um earregador de batcria. Observe primeiro que a tensio de 120 V da tomada é aplicada diretamente no primério do transformador. A corrente de carga, que pode ser de 6 A ou 2 A, € ajus- tada pela chave (que simplesmente controla a quanti- dade de espiras do primario do transformador) que seri concetada ao ciscuito em fungo da corrente de carga escolhida. lr e beri: (a) sparncta exter: (b) constr atm, 40 Capitulo? Corrente e tensio Se a bateria for earregada com um nivel de cor rente de 2 A, todas as espiras do primrio serdio conec- tadas a0 circuito, e a razo entre 0 nimero de espiras do primério e © nimero de espiras do secundlério ter um va- lor maximo, Se a bateria for carregada com um nivel de corrente de 6 A, menos espiras do priniirio estardo conec- tadas a0 cireuito, assim a razdo teré um valor menor. Quando estudarmos os transformadores, entenderemos que as tensdes no primirio e no secundirio esto diretamente relacionadas com a relagio de espiras entre 0 priméio & © secundario, Se essa relagio diminui, a tensio também diminui. O efeito contrério (ensfio no secundério maior do {que no primétio) também ocorre se 0 niimero de espiras do secundétio for maior do que do primtio. © aspecto da forma de onda, para uma corrente de carga de 6 A, & mostrado na Figura 2.31. Observe que alé agora a tenso CA apresenta 0 mesmo formato, tanto no primirio quanto no secundrio. A tinica diferenga esti rigs valores de pico das formas de onda. Agora os diodos. assumem 0 comando e convertem a forma de onda CA, que possui valor médio igual a zero (a forma de onda cima ¢ abaixo do eixo sao iguais), para uma forma de fonda que tem um valor médio (todo o sinal est acima do eixo), conforme mostrado na mesma figura. Por en- {quanto apenas reconheca que os diodos sto dispositivos eletrdnicos semicondutores que permitem a passagem de lum fluxo de corrente, no sentido convencional, através deles apenas no sentido indicado pela seta no simbolo. Jnda que a forma de onda resultante a partir da ago {dos diodos tenha um aspecto pulsante com um valor de pico em tomo de 18 V, ela carregard uma bateria de 12 V, ainda que a tensfo da forma de onda seja maior que a da bateria, como mostrado pela rea sombreada. Abaixo da tensio de 12 V, a bateria nfo se descarrega de volta pelo circuito do carregador porque os diodos s6 permitem fluxo de corrente em apenas uma dirego. Figura 231 Em particular, observe na Figura 2.30(b) a existén- cola de uma placa larga através da qual flui a corrente do médulo de retificadores (diodes) para o terminal po- sitivo da bateria, O principal objetivo dessa placa é pro- poreionar um dissipador de calor (uma placa faz. com que o calor seja transferido para o ar ao redor dela) para 19 médulo de diodos. Caso no existisse essa placa, os diodos eventualmente se funditiam, provocando a auto- destruigio em fungao dos niveis de corrente. Cada com- ponente mostrado na Figura 2.31 foi cuidadosamente identificado na Figura 2.30(b) para estabelecer uma re- Feréneia, Quando a corrente for aplicada pela primeira vez ‘na bateria com uma corrente de carga de 6 A, a demanda de cortente, conforme indicado pelo medider no painel frontal do instrumento, poderd chegar a7 A ou quase 8 A. Entretanto, o nivel de corrente diminui & medida que 1a bateria for carregada até atingir um nivel de 2 ou 3 A. Para unidades como essa, que no possuem interruptor fautomético, 6 importante desconectar 0 carregador quando a corrente cair completamente para 0 nivel de carga plena da bateria; caso contrério, a bateria entrar cem sobrecarga, podendo ser danificada. Uma bateria que estiver com 50% de carga pode levar cerca de 10 horas para se carregar, portanto nio espere que uma operaca0 de carga dure apenas 10 minutos, Além disso, se uma bateria estiver num estado muito ruim, com uma tensio abaixo do normal, a corrente inicial de carga pode ser muito alta para o carregador. Para proteger 0 carrega- dor em tais situagdes, 0 disjuntor abrir o circuito, in- terrompendo © processo de carga, Por causa dos altos niveis de corrente, € importante que as instrugdes de uso, que vém junto com o carregador, sejam cuidado- samente lidas e executadas. sp Esquenaeldtrco do caregador de bateya mostrado na Figura 2.30, Fonte CC para secretarias eletronicas/ telefones. ‘Unmia grande variedade de sistemas de uso doméstico, ou no escritério, recebem a tensio de operagio a partir de tum sistema de conversio CA/CC, que & conectado dire- tamenie em uma tomada de 120 V. Computadores do tipo laptop. secretérias eletronicashelefones, ridios, rel6gios, telefones celulares, aparelhos de CD ¢ assim por diante, recebem alimentagio CC a partir de um sistema mon- tado em um médulo como o que aparece na Figura 2.32. A conversio de CA. para CC ocorre dentro desse mé- dulo, que € conectado diretamente na tomada, A tensio CC € disponibilizada na extremidade do fio, relativae mente longo, que foi projetado para ser conectado na tunidade de operado. Por menor que esse médulo possa ser, ele contém basicamente os mesmos componentes ‘que aparecem no carregador de bateria mostrado nat Fi gura 2.30. Na Figura 2.33, pode-se ver o transformador usado apropriados (também, nesse caso, é 0 maior dos componentes do sistema). Ob- serve que dois diodos estabelecem um nivel CC e um fi tro capacitivo (Capitulo 10) € acrescentado para suavizar a tensio CC. O sistema pode ser relativamente pequeno pelo fato de os niveis de corrente de operacio serem bem ppequenos, permitindo o uso de fios de pequeno disimetro na construgdo do transformador¢ limitando seu tamanho, As baixas correntes também reduzem a preocupagiio re- lativa aos efeitos de aquecimento, permitindo © uso de ‘um méxiulo pequeno. O médulo mostrado na Figura 2.33, especificado para 9 V a 200 mA, é normalmente usado para fornecer alimentagio a secretirias eletrnicastele- fones. Uma posterior redugio nas variagées da tensio CC € realizada por um regulador construido dentro da uni- le que recebe essa tensio de alimentacio. O regulador € normalmente um pequeno chip (circuito integrado) co- inde que recebe a tensio para separar 0 ca~ lor gerado por ele do calor gerado pelo transformador, reduzindo assim o aquecimento da tomada localizada na pared. Além disso, a colocagio do regulador na unicade tensio de alimentagao reduz a possibilidade Jo € oscilagdes pelo longo fio que liga a unidade de conversio com a unidade de operagio,¢ as- segura que a tensio especificada esteja disponivel na pré- priaunidade, e nfo um valor menor por causa de quedas de tensio na linha, CC de 9 V para seretiris eletrnicateletone, Problemas 41 Figura 233. Consiwigio items da fante CC de 9 V mosiuda mi Figura 2 PROBLEMAS SEGAO 2.1 Os dtomos e sua estrutura 4. Os stomos de aluminio e praia tém como niimero de els trons, respectivamente, 13 e 47, Desenhe a configuragio eletrdniea, incluindo todas as camadas e subcamadas, € presente uma breve justifcativa que explique por que cles sio bons condutores. 2. Caleule a Forga de aragdo entre um préton e um elétron separados por uma distineia igual ao raio da menor érbita Petcorrida por um eldion (5 % 10m) no tomo de hi drogénio, 3. Caleule a forga de atraglo, em newions, entre as cargas Q, ostradas na Figura 2.34, quando: br=3m er= 10m (Observe como a forga diminui rapidamente com 0 au- mento de) wc au 9 2 0)» r Figura 234 Problema 3 *4, Calcule a forga de repulso, em newtons, ente Qe Q. de acordo com a Figura 2.35, quando: mi(okm) br 1/16 pol 01m ae 6 8 42 Capiulo2 Corrente etensto 5. Trace o grifico da forga de atragao (em newtons) versus a separao (em metros) para duas eargas de 2mCe —4 uC. al 20,5 me I m, continuando emt ‘com intevalos de 1 m até atingir 10 m, Coments Ela € linear ou nBo-tinear? © que el forma em relago a forga de atrago entre eargas & medida ‘que a separagio entre elas aumenta? O que essa curva Ihe sugere sobre o comportamento de qualquer lunge con m termo quadritica no denominador? 6, Determine a distincia entre dus ci forea entre elas for de 3,6 X 10" N. ois corpos carregados, com cargas Q, € Q., quando se- pparados por uma distineia de 2 m, apresentam uma forga de repulsao igual a 1.8 N. A Qual seri a forga de repulsio quando eles estiverem, Separados por 10 m? b, Searario QO. ws de 20 WC se a 7 12, caleule Q, € Q. (r= 10m), SECAO22 Corrente 8. Caleule a corrente em ampires quando uma earga de 650 C pasar através de um fio em 50, 9. Se 465 C de carga passam através do win fio em 2,5 min, {qual sera corrente em amperes? 10. Se uma corrente de 40.A é mantida por | n coulombs de carga passam através do fio? 11. Quantos coulombs de carga passam através de uma Kimpada ‘em 2 min sea corrente for constante ¢ igual a 750 mA? 12, Sea corrente em um condutor for constantee igual a2 mA, ‘quanto tempo ser necessirio para 4,600 % 10°" C passar ravés do condator? 13, Se 21,847 x 10" elérons passam num fio em 7s, qual ‘ert a eorrente correspondente? 14. Quantos elgrons passam através de um condutor em 1 ‘min se a corrente for de 1 A? aquantos 15, Un fusivolespecificado para 1 A i passar por ele em 1.2 min? #16. Se 0.784 x 10° elsirons passam por um fioem 643 ms, ‘qual seria corente corespondente? se qucimar se 86C “17, Das opgdes a seguir, qual voo$ escolheria? ‘8, Um centavo para cada eétron que passa por 0.01 ys a uma cortente de 2 mA, ou ». Um délar para cada eléiron que passa por um fio em 1.5 ns sea comrente for de 100 yA? SECAO 23° Tensto 18, Qual ate pontos? 19, Se a diferenca de potencial entre dois pontos é 42 ¥, {ual 0 trabalho necessiro para lovar 6 C de um ponto a 20, Caleule o valor da earga Q que precisa de 96 J de enerzia para ser movida ao longo de uma diferenga de potencial de 16, 21. Quanto de carga passa por uma bateria de cnergia useda for de 90? entre dois pontos se 96 ml de a mover 50 X 10°" eldrons entre esses dais SV sea ravésde umn con 22, Se uma corrente de 200 mA, passando a Autor, converte 40 J de energia eletrica em calor durante 30 s, qual a queda de potencial araves do con Uma carga se desloca por wm condutor a 420 Chmin, Se 742 J de energia ektica for convertida em. calor durante 30 s, qual a queda de potencial através Uo condor? A diferonga de potencial entre dois pontos de um circuito elétrico €24 V. Se 0.4 de energia for dssipado em un pe- rfdo de 5 ms, qual o valor da corente entre 0s dois pontos? om, SEGAO 2.4 Fontes de corrente continua (CC) - Qual a corrente que teoricamente poderia ser fornesida por uma bateria Com uma espectieagio de 200 Ab due rante 40 h? 26, Qual a especiticagio em Ah de uma bateria que & capaz de ornecer 0.8 A durante 76 horas? 27. Durante quantas horas uma bateria com uma especifica «io de 32 Ah paderia teorieamente fornecer uma corremte 8c 128A? 28, Determine a capacidade em mAh de uma bateria Eve~ ready® modelo BH S00 a 100 °F e a °C: com una cor rente de descarga de 50 mA. Para isso use a Figura 2180). mAb de uma batria modelo BH 500 de 1,0 se corrente drenada da ‘ater for de 550 mA. Para isso use a Figura 2.18 30, Por quanto tempo $0 mA podem ser drenados da bateria mostra na Figura 2.19 antes que a tenso nos seus ter- ‘minais eaiaabaixo de 1 V? Determine o nimero de horas no caso da corrente drenada ser 150 mA e compa ruzdes entre as correntes drenadas ¢ os respecivos tempos caleulados. 31. Una bateri-padedo automotiva de 12 V tem capacidade de 40 Ah, enquanto outra, de maior eapacidade tem esp citfcagao de 60 Ah, Qual a rolacio entre os niveis de ener- sa de cada uma, e @relagio entre as correntes que cada uma 6 capaz de fornecer para dar partida em motores? +32, Usando as equagbes principais das dimas segdes, deter rine a energia disponivel (em joules) da bateria Eveready ‘mostra na Figura 2.15(b), 33, Um televisor porttil usando uma bateria recarregivel de 12. Ve3 Ah pode operar por um periodo de aproxi- sadamente 5.5 h. Qual a corrente media consumida du rante esse perfodo? Qual a energia, em joul pela bateria? ‘34. Faca um breve comentirio entre os tr tipos de fonte de slimentagio (hateras,retfieadores ¢ peradores). . Compare as caractorstcas de uma fonte de eorrente CC ‘com as de uma fonte de tensio CC. Quais slo as seme- angas e as diferengas? SECAO 2.5. Condutores ¢ isolantes 36, Discuta as duas propriedades: be que 0 torna um bom condutor. a. fe dois materiais, nlo-relacionados na Tabela 2. sejam bons condulores de eletricidade, 1, que

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