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Coco ‘Anão’. In: Cultivo tropical de fruteiras

Article · September 2013

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Joana Ferreira Humberto Rollemberg Fontes


Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA) Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA)
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Cultivo tropical de fruteiras 1

Coco ‘Anão’
Joana Maria Santos Ferreira 1
Humberto Rollemberg Fontes 2
Edson Eduardo Melo Passos 3
Fábio Rodrigues de Miranda 4
Fernando Luís Dultra Cintra 5
Eduardo Alves Bastos 6

Resumo - A produção de coco para o mercado de água encontra-se em expansão no Brasil,


que é apontado como o maior produtor de coco verde do mundo. Com o crescimento
desse segmento de mercado, registrou-se, na última década, aumento da área plantada,
inclusive nas regiões não tradicionais de cultivo, tais como, Sudeste, Centro-Oeste, Norte
e no Semiárido do Nordeste. Nesses plantios, em sua maioria, utilizou-se a cultivar
de coqueiro-Anão-verde, pelo seu potencial produtivo, precocidade, menor porte,
qualidade do fruto e boa aceitação no mercado consumidor de água-de-coco. Como
consequência do deslocamento do plantio das áreas tradicionais de produção para as
novas citadas, observaram-se, em algumas situações, problemas relacionados com a
adaptabilidade desta cultura às diferentes condições ambientais que, agregadas ao
pouco conhecimento do sistema de produção, impactaram negativamente os resultados.
Por outro lado, quando foram adotados o manejo cultural e o fitossanitário adequado,
obteve-se produção oportuna, levando a um aquecimento no mercado produtor
de água-de-coco envasada e uma tendência à expansão com a entrada de empresas
multinacionais no mercado. Embora as perspectivas indiquem posições favoráveis nos
mercados produtor e consumidor e com o novo cenário para a exploração do coqueiro-
Anão, torna-se necessário analisar com cautela vários vetores, como condições de clima,
solo, procedência do material genético, pragas e doenças e a logística para escoamento da
produção, visando assegurar a viabilidade dos empreendimentos.

Palavras-chave: Cocos nucifera. Manejo. Adubação. Irrigação. Pragas. Doenças. Mercado.

INTRODUÇÃO Gigante, destinada à produção de coco resultantes de cruzamentos das varie-


A área cultivada com coqueiro, no ralado e seus derivados, e 69 mil hectares dades Gigante e Anã, ainda são pouco
Brasil, é de aproximadamente 277 mil com a variedade Anã, para o mercado de expressivos no Brasil, em área plantada,
hectares, dos quais estima-se que 208 mil água-de-coco (WANDERLEY; LOPES, e caracterizam-se pela produção de frutos
hectares sejam explorados com a variedade 2009). Plantios com cultivares híbridas, com dupla aptidão de uso.

1
Enga Agra, M.Sc. Entomologia, Pesq. EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, Caixa Postal 44, CEP 49025-040 Aracaju-SE. Correio eletrônico:
joana@cpatc.embrapa.br
Engo Agro, M.S. Fitotecnia, Pesq. EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, Caixa Postal 44, CEP 49025-040 Aracaju-SE. Correio eletrônico:
2

humberto@cpatc.embrapa.br
Engo Agro, M.Sc. Fisiologia de Plantas, Pesq. EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, Caixa Postal 44, CEP 49025-040 Aracaju-SE. Correio eletrô-
3

nico: edson@cpatc.embrapa.br
4
Engo Agro, Ph.D. Irrigação e Manejo de Água no Solo, Pesq. EMBRAPA Agroindústria Tropical, Caixa Postal 3761, CEP 60511-110 Fortaleza-
CE. Correio eletrônico: fabio@cnpat.embrapa.br
5
Engo Agro, Dr. Física de Solos, Pesq. EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, Caixa Postal 44, CEP 49025-040 Aracaju-SE. Correio eletrônico:
fcintra@cpatc.embrapa.br
6
Economista, CODEVASF, Av. Beira Mar, 2150, CEP 49025-040 Aracaju-SE. Correio eletrônico: eduardo.bastos@codevasf.gov.br

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2 Cultivo tropical de fruteiras

Ao contrário do que ocorre com a va- tipos, decomposição elevada da matéria dificultando a circulação normal de água e
riedade Gigante, cultivada em sequeiro e orgânica (MO), alta porosidade e baixa ar e, se muito superficiais, deixam as plantas
com baixo nível tecnológico, os plantios agregação. Todas essas características são vulneráveis ao tombamento.
com a variedade Anã caracterizam-se, em fundamentais para o desenvolvimento da As camadas coesas interferem na forma
sua maioria, pela utilização de sistemas planta e devem ser consideradas, quando da com que a água é retida no solo, na aeração
intensivos de produção. A cultivar que se seleção das práticas culturais e de manejo e na resistência à penetração das raízes
destaca no cenário nacional é a de coquei- do solo que serão utilizadas na propriedade. Cintra, Resende e Leal (2008) e Cintra et
ro-Anão-verde pela sua alta produtividade, A textura é um dos atributos físicos que al. (2009) avaliaram a intensidade com que
150 a 200 frutos/planta/ano, precocidade mais influencia o comportamento do solo a camada coesa promoveu impedimento à
e longevidade de produção comercial, e o desenvolvimento do coqueiro, além penetração das raízes do coqueiro, e con-
estimada em 40 anos. Caracteriza-se por de determinar os fenômenos de superfície cluíram que a quase totalidade das raízes
apresentar crescimento mais lento, porte que interferem nas propriedades físicas, das plantas que receberam irrigação com
mais baixo, folhas menores, maior preco- químicas e biológicas. E, a posição do 50 L de água/dia, em comparação a 100 e
cidade de produção – iniciada entre dois e lençol freático no perfil do solo é outro 150 L de água/dia, ficou concentrada nos
três anos, melhor sabor da água que é rica ponto estratégico para o bom desempenho primeiros 30 cm de profundidade, logo aci-
em sais minerais, principalmente, potássio dos coqueirais. A adaptação do coqueiro ma do topo da camada coesa, mostrando-se
(ARAGÃO, 2002). A partir de 2009, com aos solos arenosos está quase sempre altamente restritiva ao aprofundamento das
a entrada no mercado de multinacionais associada à presença de lençol freático raízes. Vale ressaltar que 150 L de água/dia
pouco profundo, isto, para compensar é o volume utilizado como padrão na área
ligadas ao setor de bebidas, espera-se um
a baixa capacidade de retenção de água onde o experimento foi conduzido.
forte crescimento das áreas de produção
desses solos. Quando o lençol freático é Em regiões onde existem camadas
com essa cultivar, para atender às deman-
profundo ou está muito distante da ação das compactadas, resultantes de mecanização
das dos mercados interno e externo de
raízes, caso dos solos de regiões distantes intensiva, o efeito sobre o coqueiro é si-
água-de-coco envasada.
do litoral, torna-se indispensável o uso de milar ao das camadas coesas, podendo ter
irrigação ou de práticas de preservação da consequências mais graves ainda, confor-
EXIGÊNCIAS DA CULTURA
umidade no solo, principalmente, para o me a intensidade de uso dos solos, a espes-
coqueiro-Anão. Solos com lençol freático sura da camada, a sua posição no perfil e o
Solo
mais próximo da superfície (1,0 a 1,5 m) nível de adensamento apresentado.
A cultura do coqueiro requer solos estão mais aptos a promover maior regula-
arejados, com boa profundidade e de fácil ridade no suprimento de água e nutrientes, Clima
drenagem. São recomendados os solos are- ficando as plantas menos dependentes das As melhores condições ambientais
nosos ou franco-arenosos, devendo-se evitar precipitações pluviais. Caso contrário, as para o bom desenvolvimento do coqueiro
aqueles muito pesados, principalmente, os plantas estarão vulneráveis à instabilidade são climas quentes e úmidos sem grandes
com argila 2:1. O terreno deve apresentar, pluviométrica, com sérios riscos ao seu variações diárias de temperatura. ���������
O coquei-
preferencialmente, topografia plana ou ligei- desenvolvimento, a não ser que se utilize ro requer precipitação em torno de 1.500
ramente ondulada e, quando em áreas com irrigação como prática complementar mm/ano, bem distribuída durante o ano, o
declive superior a 3%, devem ser adotadas As principais diferenças entre os co- que não ocorre na maior parte das regiões
práticas de conservação para redução das queirais localizados ao longo do litoral produtoras, sendo que na planície litorânea
perdas de solo e de água por erosão hídri- e aqueles situados mais no interior estão a proximidade do lençol freático ameniza
ca. Não é recomendável a implantação de relacionadas, entre outros fatores, com a deficiência hídrica durante os meses de
coqueirais em encostas íngremes. o regime climático, que define as perdas estiagem.
As classes de solo predominantes nas de água por evaporação e transpiração, e As condições meteorológicas interfe-
áreas de produção de coco do País são com o tipo de solo que define as taxas de rem de diferentes modos no desenvolvi-
Neossolos Quartzarênicos e Espodossolos lixiviação de nutrientes e suprimento de mento do coqueiro, dependendo da região
formados por sedimentos arenoquartzosos. água para as plantas. onde é cultivado. Os longos períodos de
Estes são solos pouco evoluídos, com teor Nos solos dos Tabuleiros Costeiros, um estiagem no Nordeste do Brasil, por exem-
de areia na fração textural superior a 90%. dos principais fatores limitantes é a existên- plo, constituem o principal fator limitante
Solos arenosos apresentam, em geral, baixa cia de camadas coesas subsuperficiais. Por do crescimento e da produção dessa planta.
fertilidade natural, baixa capacidade de apresentar elevados níveis de adensamento, As altas temperaturas e intensidades de luz
retenção e elevado fluxo de água, maior quando o solo está seco, as camadas coesas dessa região provocam elevadas taxas de
variação de temperatura em relação a outros reduzem a profundidade efetiva do solo, evapotranspiração, que, associadas à baixa
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Cultivo tropical de fruteiras 3

disponibilidade de água no solo, provocam longo do litoral, as quais afetam o estado O desenvolvimento da inflorescência
déficits hídricos estacionais (PASSOS, hídrico do coqueiro, inicialmente pela inicia-se aos 16 meses, antes da espata se
1998). Na maior parte da Região Norte, indisponibilidade de água para absorção e, abrir, de modo que uma seca rigorosa nesse
não há limitação hídrica, no entanto, a posteriormente, pela morte de quantidades período pode causar o abortamento das
elevada umidade atmosférica durante a consideráveis das radicelas. Nestas con- flores femininas, afetando, desse modo, a
maior parte do ano compromete o estado dições, ocorre diminuição da capacidade produção de frutos 28 a 30 meses mais
fitossanitário dos coqueirais. Nas Regiões de absorção de água e nutrientes, mesmo tarde (PASSOS et al., 2009). O tamanho
Sudeste, Sul e Centro-Oeste, os maiores quando as condições de umidade do solo da noz e a quantidade de copra (albúmen
obstáculos são as baixas temperaturas e voltam a ser satisfatórias, considerando desidratado a 6% de umidade) por noz são
umidade atmosférica. o tempo que o coqueiro necessita para consideravelmente afetados 30 meses após
A proximidade do mar no litoral do produzir novas raízes (PASSOS et al., um prolongado período de seca, sendo a
Nordeste não permite grandes oscilações 2009). É comum observar um grande nú- produção recuperada somente dois anos
de temperatura que permanece em torno mero de radicelas mortas mais próximas após o fim desse período (CHILD, 1974).
de 27 oC, durante quase todo o ano, sendo à superfície do solo no final da estação
altamente favorável ao cultivo do coqueiro. seca, motivo pelo qual não é recomendá- Cultivares
Estudos realizados em coqueiros adultos, vel adubar o coqueiral logo após o início A variedade de coqueiro-Anão é
por Passos e Silva (1991), mostraram que, das chuvas. composta pelas cultivares amarela, verde
ao meio-dia, a temperatura mais elevada, A manutenção do maior número possí- e vermelha, da Malásia, e vermelha, de
associada à mais baixa umidade relativa vel de folhas na copa (Fig. 1), em torno de Camarões. A cultivar Anão-verde é a mais
do ar, proporcionou maior perda de água 25 a 30, tem grande reflexo na produtivida- difundida no Brasil pela qualidade e maior
pelo coqueiro, por meio da transpiração, de, não somente por manter boa capacidade aceitação do fruto no mercado de água-de-
perda esta não compensada pela absorção fotossintética da planta, mas também pela coco (ARAGÃO, 2002).
radicular, o que contribui para a redução importância da folha como suporte dos ca-
do potencial hídrico da folha nesse horário. chos na fase final da maturação dos frutos. SISTEMA DE PLANTIO
Portanto, sempre que possível, deve-se evi- Sob condições de excesso de água, a folha
Preparo da muda
tar a irrigação nas horas mais quentes do dia, também morre precocemente por falta de
quando sua eficiência é menor. aeração do solo, o que dificulta a absorção As sementes devem ser colhidas com-
Em todas as regiões cultivadas com de água e nutrientes ocorrendo o amarele- pletamente maduras, com 11 a 12 meses
coqueiro no Brasil, a radiação fotossinte- cimento da folha e, em seguida, sua morte. de idade, e estocadas à sombra por 15 a 20
ticamente ativa é satisfatória, com valores
superiores a 500 µmol/m2/s durante a maior
parte do dia, com exceção dos meses
chuvosos, quando a radiação permanece
abaixo desse valor por mais tempo du-
rante o curso diurno, por causa da maior
quantidade de nuvens. Essa queda na
radiação reduz a fotossíntese do coqueiro,
em consequência do fechamento parcial
dos estômatos, mesmo sob condições de
boa disponibilidade hídrica (PASSOS;
PASSOS; PRADO, 2005).
O coqueiro caracteriza-se por apre-
sentar sistema radicular fasciculado,
com raízes primárias e secundárias mais
Edson Eduardo Melo Passos

profundas e pouco absorventes, ficando


a principal função de absorção a cargo
das radicelas, que exploram as camadas
mais superficiais do solo. Essa camada
superficial seca rapidamente durante a
estação seca, pelas características físicas
dos solos arenosos, predominantes ao Figura 1 - Planta com grande quantidade de folhas

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dias para completar a maturação. Os ger- porém são menores as possibilidades de Esta zona corresponde à área de projeção
minadouros devem ser instalados preferen- consorciação de culturas, por causa do da copa, que na planta adulta chega a atin-
cialmente em solos arenosos, abertos com, aumento do sombreamento das entrelinhas gir 2 m de raio, onde se concentra a maior
aproximadamente, 20 cm de profundidade, de plantio observado a partir do quarto ano. densidade de raízes.
1 m de largura e comprimento variável em Quando se pretende realizar o plantio em
função do número de sementes, as quais sistema solteiro, a recomendação é que Roçagem
devem ser posicionadas verticalmente, a linha principal de plantio obedeça ao A utilização da roçagem mecânica da
observando-se uma densidade de 15 a 20 sentido norte-sul, favorecendo, assim, a vegetação espontânea estimula o desenvol-
sementes/m2. A irrigação deve ser realiza- maior insolação dos coqueiros. No caso de vimento de gramíneas entre as plantas de
da de forma que se mantenha uma lâmina plantio consorciado com outras culturas, a cobertura, aumentando consequentemente
d’água de 200 mm/mês. Entre os germina- recomendação é utilizar o sistema em qua- a competição por água e nutrientes com
douros, recomenda-se manter um espaço drado ou retângulo, observando o sentido os coqueiros. Embora bastante utilizada
de, aproximadamente, 1m de largura para leste-oeste para a linha principal de plantio em plantios irrigados e/ou em áreas que
realização dos tratos culturais. As sementes do coqueiro, favorecendo a maior insola- não apresentam déficit hídrico, o aumento
não germinadas até o terceiro mês ou com ção das culturas consorciadas (FONTES, da densidade da cobertura vegetal com
problemas de desenvolvimento devem FERREIRA; SIQUEIRA, 2007). No plan- gramíneas nas entrelinhas implica nor-
ser eliminadas. Após quatro a seis meses tio deve-se ter o cuidado de não enterrar o malmente em aumento da competição
da instalação do germinadouro, as mudas coleto da planta e de manter uma cobertura por nitrogênio (FONTES; FERREIRA;
podem ser transplantadas diretamente morta na zona do coroamento para reter a PROCOPIO, 2010). Em áreas não irrigadas
para o campo, em média com três a quatro umidade do solo, favorecendo ainda o con- poderá ocorrer também comprometimento
folhas vivas, ocasião em que se realiza a trole de plantas invasoras. Um mês após no desenvolvimento das plantas em função
poda total das raízes. Nesta fase, as mudas o plantio da muda em campo, já podem da competição por umidade do solo.
apresentam maior teor de reserva do endos- ser observadas emissões de novas raízes,
perma e menor área foliar, o que implica oportunidade em que poderá ser realizada a Consorciação de culturas
em menores perdas no campo. Quando se primeira adubação, utilizando-se fertilizan- O cultivo consorciado do coqueiro
opta por plantar mudas mais desenvolvi- tes nitrogenados e potássicos (FONTES; apresenta como principais vantagens, o
das, a recomendação é utilizar as fases de FERREIRA; SIQUEIRA, 2007). uso mais eficiente do solo e da água de
germinadouro e viveiro, de acordo com irrigação, melhor utilização da adubação,
as recomendações de Fontes, Ferreira e Manejo e tratos culturais
redução da infestação de plantas invaso-
Siqueira (2007). O controle da vegetação de cobertura ras, aumento da receita/área, redução dos
nas entrelinhas, linhas e zona de coro- custos de produção e melhoria das proprie-
Plantio amento do coqueiro, é de fundamental dades do solo em decorrência do aumento
A cova pode ser aberta manualmente importância para reduzir a competição dos teores de MO. A consorciação das
ou com broca acoplada ao trator, com por água e nutrientes, possibilitando assim entrelinhas dos coqueiros é mais comum
dimensões que variam entre 60 e 80 cm que a planta alcance bom desenvolvimen- até o quarto ano de idade, quando não há
de profundidade, devendo ser preenchida to e produção. O controle das plantas limitação de luminosidade. O consórcio
com solo de superfície, adicionando-se infestantes deve-se concentrar no período com a mandioca, durante os três primei-
3 kg/cova de torta de mamona e 800 g de seco, quando a competição por umidade ros anos de cultivo do coqueiro-Gigante,
superfosfato simples. Em áreas de solos do solo alcança níveis críticos, principal- apresentou bons resultados, cobrindo in-
muito arenosos, recomenda-se a utilização mente, em regiões que apresentam déficits clusive os custos de produção nesta fase.
de uma ou mais camadas de cascas de coco hídricos elevados. Os principais sistemas A comparação de sistemas consorciados do
como forma de aumentar a retenção de de manejo e tratos culturais utilizados, são coqueiro com inhame, batata-doce, milho x
água dentro da cova e favorecer o cresci- descritos a seguir. feijão x amendoim, em relação ao cultivo
mento das raízes. solteiro, em plantios de coqueiros híbridos
Coroamento
O plantio do coqueiro-Anão é realiza- PB 121, apresentou também resultados fa-
do utilizando-se o sistema em triângulo Para a eliminação da vegetação natural voráveis sobre o crescimento dos coqueiros,
equilátero com 7,5 m de lado, totalizando na zona de coroamento, pode-se optar pela segundo Fontes, Ferreira e Siqueira (2007).
205 plantas/hectare. Há aumento de 15% capina manual com enxada, ou mesmo a Nas áreas irrigadas, a consorciação
no número de plantas por área nesse sis- utilização da cobertura morta com cascas pode também ser feita nas linhas de plantio
tema em relação ao sistema em quadrado, de coco, folhas e demais restos de cultura. deslocando-se um dos microaspersores para
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Cultivo tropical de fruteiras 5

o centro da linha, de forma que atenda às


exigências hídricas da cultura consorciada. O Sistema 1:2 Sistema 1:4
objetivo é aumentar a eficiência de utilização 2m
da água na fase inicial de desenvolvimento
das plantas. Culturas como banana e mamão
podem ser utilizadas até o terceiro ano, em
média. Fontes e Passos (2005) ao avaliarem
o consórcio com bananeira e mamoeiro
implantados na zona do coroamento, utili- 2m
zando-se duas e quatro plantas consorciadas 4m
para cada coqueiro, concluíram que até 21
meses de idade, não houve prejuízo para o
crescimento do coqueiro ainda que mantida
2m
a mesma dotação da água de irrigação em

Humberto Rollemberg Fontes


relação ao cultivo solteiro (Fig. 2).

Leguminosas de cobertura
Em regiões com estação seca definida,
como o Nordeste do Brasil, recomenda-se Legenda: Coqueiro Planta consorciada Microaspersor
o plantio de espécies de ciclo curto, como
por exemplo o feijão-de-porco (Canavalia Figura 2 - Ilustração dos diferentes arranjos de plantio testados
ensiformis), realizado no início do período
chuvoso, procedendo-se ao manejo da
bilidade a produtos de origem hormonal, tais à coleta de amostras para análise foliar, a
massa verde no final das chuvas com a
como, 2,4 D e Picloram, os quais são consi- orientação de Sobral (2003) é que esta seja
ajuda de roçadeira mecânica ou rolo faca.
derados imunes a outras monocotiledôneas realizada selecionando-se as folhas 4, 9 e
O feijão-caupi (Vigna unguiculata), também
(FONTES; FERREIRA; SIQUEIRA, 2007). 14, a depender da idade e do desenvolvi-
conhecido como feijão-de-corda, constitui
mento das plantas.
alternativa bastante viável, uma vez que,
ADUBAÇÃO As recomendações de adubação para
além de planta melhoradora, pode ser
a cultura do coqueiro-Anão irrigado,
utilizada na alimentação ou como fonte de A cultura do coqueiro apresenta produ-
durante as fases de formação e produção,
receita. Em regiões chuvosas ou em plantios ção contínua durante todo o ano. Portanto,
encontram-se disponíveis na forma de
irrigados, podem ser utilizadas leguminosas necessita de adubação equilibrada, para
tabelas, propostas por Sobral (2007b), as
perenes tais como Puerária phaseoloides, que possa alcançar níveis elevados de
quais consideram os teores de nutrientes
Centrosema pubescens, entre outras (FON- produtividade (Fig. 3), principalmente
no solo e nas folhas de acordo com seus
TES; FERREIRA; SIQUEIRA, 2007). tratando-se da variedade de coqueiro-
respectivos níveis críticos e expectativa de
Anão, a qual se caracteriza pelas maiores
Controle químico de plantas produção do coqueiral.
exigências hídricas e nutricionais em re-
daninhas lação à variedade Gigante e às cultivares
IRRIGAÇÃO
Embora não haja registro de herbicidas híbridas. A determinação das necessidades
para controle de plantas infestantes no cul- de adubação pode ser realizada por meio da A ocorrência de precipitações anuais
tivo do coqueiro, é comum a utilização de análise de fertilidade de solo como também abaixo das necessidades hídricas da cultura
produtos de ação pós-emergente, em fun- das folhas. De acordo com Sobral ( 2007a), ou mal distribuídas é uma das principiais
ção do menor custo e maior eficiência. As as amostras de solo devem ser coletadas na causas de redução da produtividade do
aplicações são realizadas principalmente na projeção da copa dos coqueiros, tomadas coqueiro-Anão (NOGUEIRA; NOGUEIRA;
zona do coroamento ou nas faixas de plantio, entre 0 a 20 e 20 a 40 cm de profundidade, MIRANDA, 1998). Embora o coqueiro
utilizando-se produtos à base de glyphosate, onde se concentra grande parte das raízes. possa sobreviver a longos períodos de seca,
pela sua baixa toxidez ao coqueiro e maior Recomenda-se ainda que, para avaliação o déficit hídrico pode provocar redução no
eficiência no controle de uma ampla faixa da necessidade de calagem, sejam cole- crescimento da planta pela diminuição na
de espécies de plantas daninhas. Convém tadas amostras de solo nas entrelinhas à emissão de folhas e do tamanho destas; a
ressaltar que o coqueiro apresenta alta sensi- profundidade de 0 a 20 cm. Com relação queda prematura de folhas; retardamento do
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6 Cultivo tropical de fruteiras

Fotos: Joana Maria Santos Ferreira


Figura 3 - Plantação de coqueiro-Anão-verde com elevado nível de produtividade

início da fase de produção; diminuição do


número de flores femininas; queda de flores e 4 anos em diante
frutos imaturos e redução de tamanho daque- 2 a 3 anos
les que chegam a amadurecer (NAIR, 1989).
Até 2 anos
Métodos de irrigação
4m 5a6m
2m
O coqueiro-Anão pode ser irrigado
satisfatoriamente utilizando-se siste-
mas de irrigação por superfície (sulcos,
faixas, etc.) ou pressurizados (aspersão
convencional ou subcopa, microaspersão
e gotejamento). A preferência é pelos
sistemas de microaspersão e goteja- Figura 4 - Recomendação de diâmetro molhado na irrigação em função da idade do
mento, em virtude da redução de custos coqueiro-Anão
com mão de obra, da maior eficiência na FONTE: Miranda et al. (2003).
aplicação de água e fertilizantes (fertir-
rigação) e da facilidade de automação,
Necessidades hídricas por microaspersão ou gotejamento podem
que possibilita a irrigação noturna, com
ser utilizados os valores de coeficiente
tarifas de energia reduzidas. Na micro- As variedades de coqueiro-Anão apre-
de cultura (Kc), relação entre a ETc e a
aspersão, normalmente, utiliza-se de um sentam maior taxa de transpiração e, con-
evapotranspiração de referência (ETo), do
a dois microaspersores por planta, com sequentemente, maior exigência hídrica em
Quadro 1, os quais foram ajustados para a
vazão, que varia de 40 a 70 L/h e no relação às variedades de coqueiro-Gigante
região litorânea do Ceará.
gotejamento, quatro a oito gotejadores (IRHO-CIRAD, 1992). As necessidades No Quadro 2, são apresentadas reco-
por planta adulta, dispostos em faixa hídricas do coqueiro-Anão variam com o mendações de volumes de água aplicados
continua ou em círculo ao redor da clima, a área foliar e a altura da planta, a na irrigação do coqueiro-Anão para a
planta. Em cultivos não consorciados, a área molhada pelo sistema de irrigação, o região litorânea do Ceará, considerando-
área molhada deve ser ajustada de acor- tipo de solo, o teor de umidade do solo, a fre- se os diâmetros molhados dos emissores
do com o desenvolvimento do sistema quência das irrigações, o estado nutricional apresentados na Fig. 2. Para outras regiões
radicular do coqueiro, visando aumentar e fitossanitário da planta, etc. Para o cálculo e condições de cultivo, devem ser calcu-
a eficiência de uso da água na irrigação, da evapotranspiração de cultura (ETc) do lados valores de ETc (ETc = ETo x Kc)
conforme a Figura 4. coqueiro-Anão em áreas sob irrigação específicos para o local.
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Cultivo tropical de fruteiras 7

QUADRO 1 - Valores de coeficientes de cultura (Kc) do coqueiro-Anão para a região litorânea PRAGAS E DOENÇAS
do Ceará
Idade da planta Fase da cultura Kc
A ocorrência dos insetos-pragas e de
doenças na plantação está relacionada
1 ano Desenvolvimento vegetativo 0,65 com as questões ambientais específicas de
2 anos Desenvolvimento vegetativo 0,85 cada região produtora e com os manejos
cultural e fitossanitário empregados na
3 anos em diante Florescimento e frutificação 1,00 propriedade. A presença de uma dessas
FONTE: Miranda et al. (2007). espécies pode ser tolerada na plantação
até determinado nível de dano sem que
cause prejuízos econômicos. Por isso, no
QUADRO 2 - Recomendação de irrigação (L/planta/dia) para o coqueiro-Anão
manejo de uma plantação de coqueiro,
Idade da é importante a prática de inspecionar
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
planta regularmente a plantação para detectar e
1 ano 16 17 15 14 14 14 16 18 20 20 20 19 identificar problemas de pragas e doenças,
2 anos 54 55 48 46 46 46 51 59 66 66 65 61 tão logo apareçam na área, avaliar o grau
3 anos 126 129 112 109 109 109 121 138 155 155 152 144 de infestação/infecção nas plantas ou na
4 anos 189 194 168 164 164 164 181 207 233 233 228 215 plantação e a importância econômica dos
> 4 anos 202 207 180 175 175 175 193 220 248 248 243 230 danos causados. O coqueiro, em todas as
FONTE: Miranda e Gomes (2006). fases de seu desenvolvimento, sofre a ação
NOTA: Dados obtidos na região de Paraipaba-CE. de inúmeros insetos-pragas e doenças que
danificam órgãos vitais da planta como,
folhas, flores, frutos e estipes, causando
O turno de rega dependerá da capacida- e cujos detalhes de funcionamento e abortamento, queda prematura, atraso no
de de retenção de água do solo, da porcen- instalação são descritos por Silveira e desenvolvimento, retardo na entrada de
tagem de área molhada pelos emissores e Stone (1994). No caso do coqueiro-Anão, produção, baixa produtividade/produção
da Etc. Para cultivos de coqueiro irrigados os tensiômetros devem ser instalados em ou a sua morte. A abundância e a distri-
por microaspersão e gotejamento, o turno pelo menos três locais diferentes dentro do buição dos insetos e dos fitopatógenos
de rega pode variar de um dia para solos plantio e em duas profundidades em cada na natureza estão condicionadas, além
arenosos a três dias para solos argilosos. local, conforme o Quadro 3. As leituras dos dos fatores abióticos, à atividade de seus
tensiômetros devem ser realizadas prefe- inimigos naturais (predadores, parasitoides
Monitoramento da umidade rencialmente pela manhã. A tensão da água e patógenos). Em geral, nos agroecossis-
do solo
do solo entre as irrigações deve ser mantida temas estas interações benéficas tendem a
O monitoramento da umidade ou da entre 8 e 25 kPa em solos arenosos, e entre ser muito mais reduzidas do que nos ecos-
tensão da água do solo é recomendável 25 e 50 kPa em solos argilosos. Leituras sistemas naturais (FERREIRA; ARAÚJO;
como forma de ajuste do manejo de irri- mais baixas que os valores mínimos citados SARRO, 2002; FERREIRA, 2006).
gação do coqueiro-Anão às condições do indicam a necessidade de diminuir a quan-
local de cultivo. Para o monitoramento da tidade de água aplicada. Leituras acima da Principais pragas
tensão da água do solo podem ser usados faixa ideal indicam que a quantidade de Dentre as principais pragas, os ácaros,
tensiômetros que apresentam bons resul- água da irrigação deve ser aumentada e/ou as brocas, os desfolhadores, a traça, os
tados, quando utilizados corretamente, as irrigações devem ser mais frequentes. sugadores, além dos fitopatógenos (fun-
gos, nematoides e fitoplasmas) têm papel
de relevada importância pelos prejuízos
QUADRO 3 - Localização de tensiômetros para plantios de coqueiro-Anão
causados à lavoura de coco, por perdas na
Profundidade Distância em relação
(m) produção, produtividade e qualidade do
Idade da planta ao tronco
Sensor 1 Sensor 2 (m) produto. Todos são de fácil disseminação,
alguns de difícil localização na planta e
1 ano e meio 0,2 - 0,4 0,6 0,3 - 0,5
outros com grande capacidade de reprodu-
2 anos e meio 0,2 - 0,4 0,6 0,5 - 0,9 ção/sobrevivência, o que dificulta, muitas
4 anos 0,2 - 0,4 0,6 0,6 - 1,0 vezes, a utilização de medidas eficientes de
5 anos 0,2 - 0,4 0,6 0,7 - 1,1 controle (FERREIRA; ARAÚJO; SARRO,
FONTE: Miranda et al. (2003). 2002; FERREIRA, 2006).
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8 Cultivo tropical de fruteiras

Ácaros a) b r o c a - d o - p e d ú n c u l o - f l o r a l - rão. A larva desenvolve-se dentro da


Homalinotus coriaceus (Coleoptera: ráquis foliar. Os principais danos são
Existem cinco espécies de ácaros fi-
Curculionidae): o adulto tem cor amarelecimento, enfraquecimento e
tófagos em coqueiros no Brasil e, destas,
preta, hábito noturno e passa o dia quebra das folhas atacadas, provo-
apenas Aceria guerreronis e Amrineus
abrigado nas axilas foliares. A larva cando atraso no desenvolvimento
cocofolius são relatadas, causando danos
alimenta-se das laterais do pedún- da planta e redução na produção. O
em frutos:
culo floral danificando os vasos de ataque de A. ynca pode comprome-
a) ácaro-da-necrose-do-fruto - Aceria condução da seiva. Na preparação ter mais de 50% da coroa foliar da
(Eriophyes) guerreronis do seu casulo, deixa sulcos super- planta, o que afeta seu metabolismo
(Acari:Eriophyidae): causa queda ficiais no estipe que denunciam a e, consequentemente, sua produção.
prematura de frutos e deformações presença da praga e indicam a se-
que se refletem no peso dos albu- veridade da infestação. O coqueiro Desfolhadores
mens sólido (amêndoa) e líquido torna-se suscetível à ação da praga Os mais importantes insetos desfo-
(água), além de causar depreciação com a emissão de suas primeiras lhadores do coqueiro-Anão são a lagarta
no valor do fruto destinado ao mer- inflorescências. Os principais danos Brassolis sophorae na planta safreira e a
cado de água-de-coco in natura. são abortamento e queda de flores barata-do-coqueiro Coraliomela brunnea
Danifica a epiderme do fruto cau- femininas, queda de frutos imaturos na planta jovem (FERREIRA; ARAÚJO;
sando necroses marrom-escuras, de e até a perda total do cacho maduro; SARRO, 2002; FERREIRA, 2006):
aspecto áspero. Os principais danos b) broca-do-olho-do-coqueiro - a) lagarta-das-folhas ou lagarta-das-
são redução do fruto em tamanho Rhynchophorus palmarum palmeiras - Brassolis sophorae
e peso, deformação, depreciação e (Coleoptera: Curculionidae): o (Lepidoptera: Nymphalidae): o
queda prematura. No Brasil, além adulto tem cor preto-opaca, com adulto tem 6,0 a 10,0 cm de enver-
dos frutos, causa necrose e defor- bico (rostro) recurvado e forte. Os gadura e as asas anteriores e poste-
mação da folha central e morte em machos diferem das fêmeas por riores marrons atravessadas por uma
plantas jovens; apresentarem pelos rígidos em faixa laranja, que, na fêmea, se apre-
b) ácaro-da-mancha-anelar-do-coquei- forma de escova na parte superior senta mais larga na asa anterior e em
ro - Amrineus cocofolius (Acari: do rostro. Possui hábito gregário, forma de Y. A lagarta tem cabeça
Eriophyidae): ataca, principalmente, atividade diurna, são atraídos pelo castanho-avermelhada e corpo com
os frutos dos cachos 5 e 6, a partir da odor de fermentação liberado por listras longitudinais marrom-escuras
inflorescência aberta, mas pode ata- palmeiras com ferimentos/doentes, e claras, vive em grupo dentro de um
car frutos mais novos, em caso de alta e encontrados na plantação em ninho (saco), construído pela junção
qualquer época do ano. As larvas de vários folíolos, onde permanece
infestação. Os frutos perdem o brilho
desenvolvem-se na região apical abrigada durante o dia. Os principais
e tornam-se opacos e acinzentados e,
da planta. Os danos são causados danos são desfolhamento parcial ou
à medida que se desenvolvem, apa-
tanto pelas larvas, que se alimentam total da planta, queda prematura dos
recem necroses superficiais no seu
dos tecidos tenros da planta, quanto frutos e atraso da produção por um
diâmetro equatorial, as quais podem
pelos adultos, que são transmissores período de 12 a 18 meses;
circundar ou não o fruto, formando
do nematoide causador da doença b) barata-do-coqueiro - Coraliomela
uma cinta ou anel, sintoma que origi-
conhecida por anel vermelho e do b r u n n ea o u f a ls a - b a r ata - d o -
nou a denominação mancha-anelar-
fungo causador da doença resino- coqueiro - Mecistomela marginata
do-fruto-do-coqueiro. O principal
se. O coqueiro torna-se suscetível (Coleoptera: Chrisomelidae): o
dano é a depreciação do fruto no
ao ataque desta praga a partir do adulto da espécie C. brunnea tem o
mercado de água-de-coco in natura.
terceiro ano de plantio; corpo de cor vermelha e as patas e
c) b r o c a - d a - r á q u i s - f o l i a r - antenas pretas e ocorre nas Regiões
Brocas
Amerrhinus ynca (Coleoptera: Norte e Nordeste do Brasil. O adul-
As brocas causam danos às plantas, Curculionidae): o adulto tem colo- to da espécie M. marginata tem o
geralmente, na fase larval. Algumas, na sua ração amarelada com matiz acinzen- corpo de cor preto-esverdeado com
fase adulta, são consideradas como principais tada e inúmeros pontos pretos espa- as bordas das asas e do pronoto
vetores de doenças (FERREIRA; ARAÚJO; lhados no corpo, hábito diurno, e é amarelo-castanho. As demais partes
SARRO, 2002; FERREIRA, 2006): visto com maior frequência no ve- do corpo são pretas. Ocorre na Re-
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Cultivo tropical de fruteiras 9

gião Sudeste do Brasil. As larvas de Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), como Caracteriza-se por pequenos pontos
ambas as espécies são encontradas Aleurodicus pseudugesii. Outras oito es- negros, também conhecidos como
entre os folíolos fechados da folha pécies já foram também identificadas. O verrugas, que se agrupam em forma
flecha, enquanto os adultos, de hábi- coqueiro atacado fica com a face inferior dos de diamante e distribuem-se nos fo-
to diurno, ficam nas folhas abertas, folíolos coberta por uma camada branca e líolos, na ráquis e frutos do coqueiro;
onde se acasalam. Os principais serosa e inúmeros fios alongados translúcidos b) lixa-grande: causada pelo fungo as-
danos são perfurações simétricas e açucarados que se dissolvem ao ser tocados.
comiceto Coccostromopsis palmi-
nos folíolos e consequente redução A face superior dos folíolos fica coberta pela
cola. Caracteriza-se por estromas
da área foliar; provocam atraso fumagina. Tanto a camada branca e serosa
marrons, rugosos e circulares que
no desenvolvimento, retardo na quanto a fumagina são barreiras físicas que
se distribuem na parte superior e
precocidade e até a morte da planta interferem nos processos de fotossíntese e
inferior dos folíolos e na ráquis
(FERREIRA; ARAÚJO; SARRO, respiração da planta, causando, consequente-
foliar isolados, em linhas ou coa-
2002; FERREIRA, 2006). mente, redução da produção. Todas as folhas
lescentes;
do coqueiro são colonizadas e o ataque pode
Traça atingir todas as plantas. Até o momento, não c) queima-das-folhas: causada pelo
foram observadas evidências da associação fungo ascomiceto Botryosphaeria
Praga responsável pelo abortamento cocogena Subileau. Caracteriza-se
da mosca-branca com doenças viróticas, em
de flores e queda prematura de frutos em por uma lesão em forma de “V”,
coqueiro. Uma perda de 35,9% foi registrada
desenvolvimento. O adulto da espécie que se desenvolve a partir da extre-
em um plantio de coqueiro-Anão-verde no
Atheloca subrufella (Hyalospila ptychis) midade da folha e é sempre prece-
município de Paracuru, CE. Acredita-se
(Lepidoptera: Phycitidae) é uma mari- dida pelo ataque das lixas, pequena
que essa perda possa chegar a índices bem
posa pequena com asas de cor parda. A e grande. As lixas têm habilidade
maiores, em caso de o ataque da praga não
lagarta desenvolve-se nas inflorescências ser debelado (FERREIRA et al., 2010). de parasitar o tecido vegetal sem
recém-abertas do coqueiro, danificando as Para o controle de plantios ainda jovens ferimento e, em seguida, propor-
flores femininas, perfurando as brácteas e e de mudas, usar uma mistura de óleo de al- cionar uma abertura nos tecidos
penetrando nos frutos novos. Os principais godão bruto a 2% + detergente neutro a 1% vegetais para a invasão posterior
danos são abortamento de flores femi- ou óleos vegetais emulsionáveis a 2% em do B. cocogena;
ninas, queda prematura de frutos novos, pulverizações quinzenais para eliminação
deformações de frutos que perdem peso e d) mancha-foliar ou helmintosporio-
dos adultos emergentes. As pulverizações
valor comercial. A infestação é notada pelo se: doença comum em viveiro e
devem ser realizadas sempre nas horas
acúmulo de dejeções presas a fios de seda em plantas jovens. É causada pelo
mais amenas, com menos vento e dirigidas
na superfície da flor ou do fruto pequeno fungo Bipolaris incurvata Dreschs.
para a face ventral dos folíolos das folhas
(FERREIRA; ARAÚJO; SARRO, 2002; (Drechslera incurvata). Caracteriza-
infestadas. Não há definição de controle
FERREIRA, 2006). se por manchas ovais, alongadas no
da mosca-branca para plantios adultos por
Recomendações de controle das sentido da nervura dos folíolos, de
causa, principalmente, da falta de produtos
espécies-praga mencionadas são propostas cor marrom-claro no centro e mais
químicos registrados no Ministério da Agri-
por Ferreira (2006), com base no uso de escuro na periferia e são envolvidas
cultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
medidas profiláticas, culturais, compor- para uso em coqueiro, e de equipamentos por um halo amarelo. A doença
tamentais, químicas e biológicas, bem adequados ao porte das plantas. pode, em casos mais severos, causar
como a ocorrência de pragas que causam a morte das plantas.
menores prejuízos à cultura do coqueiro e Principais doenças Esse conjunto de doenças foliares,
seus métodos de controle. com exceção da mancha-foliar, de acordo
As características, a distribuição, a des-
crição e o ciclo de vida dos agentes causais com Warwick (1989), Warwick e Talamini
Nova ocorrência
das principais doenças do coqueiro foram (2009), provoca a morte prematura das
Recentemente, grandes ataques de descritos por Warwick (1989) e Warwick folhas basais do coqueiro diminuindo em
mosca-branca têm sido registrados em e Talamini (2009) e serão aqui transcritas até 50% a área fotossintética da planta. Na
coqueiro-Anão e híbridos, que causam parcialmente para informação do produtor. ausência dessas folhas, os cachos perdem
grandes prejuízos à produção da planta. A seu apoio e ficam pendurados, o fluxo da
espécie mais comum foi identificada pelos Doenças foliares seiva é interrompido e, em consequência,
professores Aurino Florêncio de Lima e a) lixa-pequena: causada pelo fungo os frutos caem antes de completarem a
Francisco Racca, da Universidade Federal ascomiceto Camarotella torrendiella. maturação.
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10 Cultivo tropical de fruteiras

Podridão-seca infecção do patógeno progride de fora para extremidade para cortar o pedúnculo do ca-
dentro da planta. Retirando-se a porção do cho, e um gancho de alumínio para sustentá-
Doença bastante comum em viveiro e
estipe na área lesionada, com o auxílio de lo e evitar seu impacto sobre o solo, o que
em plantas jovens. A podridão-seca, cuja
um facão, são encontrados tecidos de cor provoca rachadura nos frutos. Para plantas
ocorrência também tem sido registrada
marrom-escuros, marrom-claros a ama- mais altas, utiliza-se escada, sendo o cacho
em plantas adultas no Brasil (WARWICK;
relados, de textura macia e úmida. Essas preso por uma corda para ser trazido ao solo.
TALAMINI, 2009), é uma doença letal de
lesões ocorrem em geral na base da planta Uma vez colhido, o fruto é transporta-
etiologia indefinida, contudo com sinto-
e progridem de forma ascendente, mas do, embalado e armazenado, conforme as
mas similares aos causados por um grupo
podem aparecer em qualquer altura do es- exigências dos mercados a que se destina.
de fitoplasmas. Apresenta como sintoma
tipe, atingindo e estendendo-se nos feixes Pode ser transportado a granel no próprio
externo a paralisação do crescimento e o
centrais da planta. Como sintoma reflexo, cacho, tendo-se o cuidado de cortar a ponta
secamento da folha central (flecha), seca-
as plantas apresentam afinamento do tron- dos ramos florais para evitar ferimentos; a
mento de folhas novas e, como sintoma
co na região próxima à copa, redução na granel por unidade, retirando-se cada fruto
interno, lesões marrom, com aparência de
emissão e tamanho de folhas, folhas mais do cacho com o auxílio de uma tesoura de
cortiça que são observadas ao se fazer um
velhas tornam-se empardecidas e quebram poda, deixando intacto o cálice e um peda-
corte longitudinal no coleto da planta. A
na base, inflorescências, cachos e frutos ço do ramo floral para prevenir a entrada
doença é transmitida por homópteros da
ficam enegrecidos, comprometendo a e o desenvolvimento de microrganismos e
família Delphacidae: Sogatella cubana e S.
produção. A resinose é uma doença letal ao consequentes perdas; em sacos trançados
kolophon, que vivem em diversas espécies
coqueiro. A transmissão entre plantas nes- de polipropileno de 20 kg; e, para atender
de gramíneas (WARWICK, 1989).
ses locais ocorre pelas raízes, entretanto a alguns nichos de mercado, pode ser envol-
Anel-vermelho transmissão a longas distâncias pode ocor- vido com filme PVC de 0,015 mm e em-
rer via insetos. Foi detectada a presença balado em caixas de papelão. Caminhões
Doença causada pelo nematoide de T. paradoxa no corpo de R. palmarum, fechados (tipo baú) são utilizados para o
Bursaphelenchus cocophilus (Nemata, R. barbirostris, Metamasius hemipterus transporte a longas distâncias, devendo-se
Aphelenchida: Aphelenchoides) e carac- e Homalinotus depressus (WARWICK; evitar paradas longas ao sol, como forma
terizada externamente pelo aparecimento FERREIRA; PASSOS, 2004). Solos con- de prevenir perdas e garantir a qualidade
de uma coloração amarelo-ouro nas taminados, respingos de água no estipe do fruto no ponto de entrega. O ideal é
folhas mais velhas, começando na ponta da planta, restos culturais contaminados transportar sempre a carga de coco verde
dos folíolos e avançando em direção à e ferramentas utilizadas na colheita ou na em horários de temperaturas mais amenas
ráquis e destas folhas para as mais novas, erradicação das plantas doentes também ou em caminhões refrigerados para a me-
e internamente, por uma faixa averme- são importantes disseminadores da doença. lhor preservação da qualidade sensorial da
lhada de 2 a 4 cm de largura no estipe As recomendações de controle das água-de-coco entre a colheita e o consumo
do coqueiro, o qual é típico da doença doenças de coqueiro são propostas por Wa- final. No ponto de distribuição deve ser
(WARWICK, 1989). Esse autor relata rwick (1989) e Warwick e Talamini (2009), armazenado em galpões bem arejados e
ser o nematoide transmitido pela broca R. com base no uso de medidas profiláticas e secos (ASSIS et al., 2000).
palmarum, no contato direto entre a raiz de de medidas curativas menos agressivas, de A durabilidade do coco verde é de 15
uma planta contaminada e a de uma planta acordo com a natureza de cada patógeno dias, quando armazenado em temperatura
sadia, pelas ferramentas usadas na colheita, envolvido e a presença dos insetos-vetores. ambiente acima de 20 oC. Esta durabilidade
ou pelo corte de raízes durante a operação pode ser prolongada por mais oito dias, se o
de gradagem. COLHEITA E PÓS-COLHEITA
coco for armazenado em câmara fria a 12 oC.
A colheita do coqueiro-Anão inicia-se Também, poderá alcançar 30 dias, mantendo
Resinose a partir de três a quatro anos do plantio, perfeita a aparência externa do fruto e a qua-
Os primeiros relatos da doença surgi- podendo ser realizada a cada 20 a 35 dias, lidade da água, se envolvido com filme PVC
ram em 2004 e, desde então, a doença tem- de acordo com os respectivos sistemas de e armazenado a 12 oC (ASSIS et al., 2000).
se disseminado gradualmente aumentando produção, condições climáticas e mercado. O Na colheita do coco ‘Anão’ seco, des-
o número de propriedades, de focos e de fruto, quando destinado ao consumo in natura tinado para a indústria ou para semente, o
coqueiros infectados a cada ano. O agente ou ao envasamento, deve ser colhido verde cacho é derrubado com o auxílio da vara de
causal é o fungo Thielaviopsis paradoxa. com seis a oito meses de idade, fase em que colheita, quando os frutos alcançam 11 a 12
O principal sintoma da resinose é a exsu- se obtém maior volume de água e concen- meses de idade. Em seguida, é descascado
dação de um líquido marrom-avermelhado tração de açúcares. Na colheita, utiliza-se, no campo e transportado em caminhões
que escorre pelas rachaduras no estipe. A comumente, uma vara com pequena foice na truck para a indústria de beneficiamento
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Cultivo tropical de fruteiras 11

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NAIR, R. R. Summer irrigation requirement
Observa-se aceitação pela indústria, Aleurodicus pseudugesii Martin (Hemip-
of the coconut palm. Indian Coconut Jour-
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FRUTICULTURA, 21., 2010, Natal. Resumo
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