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https://novaescola.org.br/conteudo/20196/4-dicas-para-contar-as-historias-dos-
personagens-da-regiao-norte-aos-alunos
Boto, Buopé, Cainamé, Caruara, Cobra-Norato, Erem, Guariba, Maria Caninana, Matinta-Pereira, Mãe
da Mata, Mapinguari, Motucu, Onça-Boi, Poronominare, Rudá, Uaiuara e Vitória-Régia. Sabe o que
esses personagens do folclore brasileiro têm em comum? Todos são, predominantemente, da Região
Norte. Segundo Januária Cristina Alves, pesquisadora e autora do livro Abecedário de Personagens do
Folclore Brasileiro, embora seja difícil afirmar a localidade exata onde esses personagens nasceram, é
na cultura nortista que suas trajetórias ganharam força e atravessaram os anos na boca do povo.
Para ampliar o repertório cultural sobre a região, especialistas consultadas por NOVA ESCOLA deram
dicas de como incluir as peripécias dessas criaturas e seres fantásticos na rotina de leitura das crianças
do Fundamental 1, mais especificamente através da contação de histórias. As sugestões das
especialistas podem ser usadas para trabalhar com os alunos o e-book 5 personagens folclóricos da
Região Norte (baixe aqui).
Confira algumas dicas de especialistas para organizar momentos de contação de histórias com os
alunos desta etapa.
Construa seu repertório
Busque referências de contação de histórias disponíveis em canais como o YouTube (confira algumas
sugestões aqui). Mostre para as crianças não apenas as histórias em si, mas também todos os
elementos que envolvem o enredo, tais como roupas, objetos, cenários e expressões, por exemplo.
Segundo Maria José de Nóbrega, professora de pós-graduação no Instituto Vera Cruz e assessora
pedagógica dos planos de aula NOVA ESCOLA de Língua Portuguesa, é crucial que o educador organize
seu repertório para que a criança não só tenha conhecimento das histórias, mas também, de como o
contador se apresenta, quais vestimentas e objetos usa, quais expressões utiliza etc.
No entanto, ela observa que, muitas vezes, abordar alguns desses enredos significa “operar em um
lugar de provocar certo medo, que é uma emoção também provocada pelo cinema, por exemplo”.
“Às vezes, os subgêneros ligados ao sobrenatural podem ser perturbadores para crianças pequenas,
mas muito da literatura direcionada às crianças alivia esse conteúdo mais assustador com humor. Eu
diria que esses contos são os mais indicados para as crianças pequenas, os que temperam o
sobrenatural com um lado mais divertido”, destaca.
Januária Cristina Alves recomenda que a professora ou professor avaliem sua turma e tentem perceber
quais histórias podem ser bem acolhidas pelos alunos e quais dialogam mais com a realidade daquela
comunidade. Na prática, vale refletir se, com aquele grupo de crianças, é mais interessante trabalhar
com monstros ou princesas guerreiras, com seres fantásticos ou lendas urbanas, por exemplo.
“O professor precisa, sobretudo, conhecer sua turma e perceber o que desperta o interesse dos alunos
em um momento ou em outro e, também, avaliar suas próprias preferências e se colocar no processo
como leitor”, acrescenta.