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PRINCIPAIS TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICOS

PARA ARTROSE DE JOELHO


Gabriele Hauenstein1, Edney Kohler2, Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho3,
Dinara Hansen Costa4

Palavras-chave: Osteoartrite. Terapia. Reabilitação. Qualidade de vida.

1 INTRODUÇÃO
A artrose, também conhecida como osteoartrite (OA), é a doença considerada mais
prevalente no grupo das patologias musculoesqueléticas (PEREIRA et al. 2011), principal causa
de incapacidade funcional no idoso e a quarta causa mais frequente de problemas da saúde da
mulher idosa (CAMANHO et al., 2011). O aumento da incidência dessa patologia tem relação
com a idade, sendo resultado da exposição cumulativa aos fatores de risco e mudanças
biológicas associadas ao envelhecimento osteoarticular (ZHANG, 2008).
Os principais sintomas da OA são dor, rigidez matinal transitória e crepitação com
movimento articular, que repercutem negativamente na qualidade de vida diária, levando ao
aumento da morbidade e mortalidade (MARTEL-PELLETIER et al., 2016; JOHNSON et al.,
2014). A principal articulação acometida pela OA é o joelho (Gonartrose), no qual é perceptível
a degradação focal da cartilagem, alterações de origem bioquímica no líquido sinovial,
remodelação do osso subcondral com formação de osteófitos nas margens da articulação
(OLIVEIRA, et al, 2018).
A Fisioterapia é muito importante no tratamento da gonartrose, pois fortalece e alonga
os grupos musculares afetados e adjacentes, diminui a dor e a rigidez nas articulações, melhora
a postura, reduzindo, portanto, a progressão da doença (CUNHA et al., 2020). Logo, o intuito
desse trabalho, é verificar, através de uma revisão de literatura, as principais técnicas
fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da artrose de joelho em pacientes idoso

1
Discente do curso de Fisioterapia, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. Email:
gabriele9840hauenstei@gmail.com
2
Discente do curso de Fisioterapia, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. Email:
edneykohler@gmail.com
3
Pesquisadora do Grupo Núcleo de Pesquisa em Saúde Coletiva da UNICRUZ, Docente da Universidade de Cruz
Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail: tgoretti@unicruz.edu.br; carvalhothemis@gmail.com
4
Pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Envelhecimento Humano da UNICRUZ, Docente da
Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail dhansen@unicruz.edu.br

1
PRÓ-REITORIA DE PÓS- GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
FONE: (55) 3321.1606 I 3321.1545 | EMAIL: pesquisa@unicruz.edu.br ; extensao@unicruz.edu.br
Campus Universitário Dr. Ulysses Guimarães - Rodovia Municipal Jacob Della Méa, km 5.6 –
Parada Benito. CRUZ ALTA/RS - CEP- 98005-972 I UNICRUZ.EDU.BR
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente estudo caracteriza-se como uma revisão de literatura narrativa, do tipo
descritiva. A pesquisa foi realizada nas bases de dados SCIELO e BVS buscando
publicações datadas entre o período dos anos de 2010 a 2020 tendo como descritores: artrose;
osteoartrite; osteoartrite de joelho; gonartrose, fisioterapia e tratamento.
Foram incluídos artigos escritos em português e inglês, previamente traduzidos e que
estavam disponibilizados integralmente, abordando a temática de condutas fisioterapêuticas
com pacientes e ratos de gonartrose, publicados nos últimos 10 anos. Foram excluídos artigos
com mais de 10 anos de publicação e que não se encaixavam com a temática abordada, sendo
que o período de coleta de dados ocorreu durante o mês de outubro de 2020.
Os artigos foram selecionados a partir da leitura de seus respectivos resumos e/ou
abstracts, partindo de uma leitura integral dos seus conteúdos, seguida pela análise crítica dos
estudos incluídos, interpretação, discussão dos resultados e apresentação da revisão.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram identificados 20 artigos na busca primária e após a leitura minuciosa dos artigos
na íntegra, foram incluídos para discussão 4 artigos, os quais respondiam ao objetivo deste
estudo, os quais são apresentados no quadro 1:

Quadro 1 – Dados referentes aos artigos utilizados na revisão de literatura

Autor e Objetivo Método resultados


Ano
Comparar a eficácia da Participaram da pesquisa Foi observada melhora da força
Dadalto et eletroestimulação pacientes com diagnóstico de OA muscular extensora de membro
al., 2013 neuromuscular (EENM) e primária do joelho segundo os inferior ,diminuição da dor e
de exercícios contra critérios clínicos e radiológicos. aumento da função motora.
resistência (ECR) no Foram 24 sessões, realizadas três
ganho de força extensora vezes por semana. frequência de
de joelho, na diminuição 2500 Hz com frequência de
da dor e na recuperação da tratamento de 100 Hz, modulada
função motora em a 50% ,modo sincronizado e com
pacientes com OA intensidade máxima suportada
primária do joelho pelo paciente por 20 minutos

Analisar de forma Foram aplicados questionários no Foi obtido resultado


Silva, comparativa os efeitos da pré e pós tratamento significativo na melhora da dor,
2018. Crioterapia, do TENS e da fisioterapêutico para xx pacientes qualidade funcional, grau de
Cinesioterapia mostrando Uilizou-se o goniômetro para flexão passiva, ganho de forma
qual dos recursos ADM, a escala de dor, muscular em MMII, aumento da
utilizados é o mais eficaz dinamômetro devidamente amplitude de movimento.
no controle da dor de calibrado para avaliação da força
idosos com Artrose de muscular. A aplicação do
joelho. tratamento foi realizado uso de
lençóis para alongamento,
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bicicleta ergométrica e almofada
para treino proprioceptivo, gelo
triturado e o aparelho de Ondas
curtas. Foram xx sessões.
Investigar os possíveis O estudo identificaou que o
Vasilceac, efeitos de um protocolo de Foi tilizado protocolo de exercício de construção
2014. fortalecimento muscular fortalecimente durante 8 semanas muscular passou apresentar
nas principais , progredindo a carga do exercício evolução de doença mais lenta,
manifestações da no decorres das semanas. em menor grau de degeneração
osteoartrite de joelho em e dano à cartilagem
ratos
Observar quais os efeitos As pacientes foram submetidas a O protocolo de hidroterapia
Geremias, da hidroterapia no uma avaliação fisioterapêutica proposto possibilitou melhora
2010. paciente portador de consistindo em anamnese, na qualidade de vida
artrose, observando avaliação da qualidade de vida. relacionada à saúde, redução
variáveis como Cada sessão foi composta por dos sintomas de dor e rigidez
flexibilidade do joelho, aquecimento, condicionamento, matinal, além de melhora da
frequências cardíacas e alongamento e relaxamento , à qualidade do sono de
respiratórias, pressão utilização de flutuadores portadoras de AR.
arterial sistólica e específico associada à respiração
diastólica diafragmática, ocupava os 10
minutos finais da sessão.

De acordo com os temas abordados pelos estudos incluídos na pesquisa, percebe-se


uma pequena variação entre as terapias selecionadas, sendo utilizados os métodos de
cinesioterapia, crioterapia, TENS, EENM, exercícios resistidos e hidroterapia. Observou-
se, após a análise dos estudos, que a utilização de exercícios de fortalecimento, marcha e
equilíbrio são capazes de reduzir a dor, melhorar a amplitude de movimento, equilíbrio,
funcionalidade e também melhorar a qualidade de vida de pacientes com osteoartrite de joelho.
A seleção de um programa terapêutico deve ser absolutamente individualizada e seus objetivos
podem ser sumarizados em vários pontos: diminuir a dor, o grau de inflamação, a degradação
da cartilagem, e como a osteoartrose cursa com grave limitação, o objetivo é também
centralizado na capacidade funcional e não apenas nos sintomas, visando também normalização
e otimização das atividades de vida diária, além do aumento no nível de atividade física diária
e a melhora do condicionamento físico. (MÜHLEN, 2002).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica evidenciado que as abordagens fisioterapêuticas envolvendo indivíduos
acometidos por artrose de joelho são eficazes na minimização dos sintomas e melhora da
qualidade de vida desses indivíduos, principalmente quando relacionados à melhora da dor.
Além disso, é notória a importância da atuação do fisioterapeuta nos tratamentos associados às
patologias musculoesqueléticas.

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REFERÊNCIAS
CAMANHO GL, IMAMURA M, ARENDT-NIELSEN L. Gênese da dor na artrose. Rev
bras ortop. V.46, n.1, p14-17, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-
36162011000100002 Acesso em 05 de outubro de 2020.
CUNHA MHM, LEITE LL. Intervenção educativa com idosos portadores de artrose
assistidos na unidade básica de saúde da comunidade de Tucus-Piauí. Disponível em:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/14791 Acesso em 04 de outubro de 2020.
DADALTO TV, SOUZA CP, SILVA EB. Eletroestimulação neuromuscular, exercícios
contra resistência, força muscular, dor e função motora em pacientes com OA primária de
joelho. Fisioter. mov, v. 26, n. 4, p. 777-789, 2013 . Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
51502013000400007&lng=en&nrm=iso Acesso em 05 de outubro de 2020.
GEREMIAS VC. Hydrotherapy of Knee arthrosis. Curso de Fisioterapia da Universidade do
Sul de Santa Catarina (Monografia), 2010. Disponível em: http://docplayer.com.br/15105251-
Hydrotherapy-of-knee-arthrosis.html Acesso em 04 de outubro de 2020.
JOHNSON VL, HUNTER DJ. The epidemiology of osteoarthritis. Best Pract Res Clin
Rheumatol. v.28,n.1, p5-15 2014. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24792942/ Acesso em 04 de outubro de 2020.
MARTEL-PELLETIER J, et al. Osteoarthritis. Nat Rev Dis Primers. v.13,n.2,p130-72 2016
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27734845/ Acesso em 05 de outubro de
2020.
OLIVEIRA MZ, et al. Viscossuplementação intra-articular de ácidos hialurônico em modelo
experimental de osteoartrite. Rev Bras Ortopedia, v. 53, n. 3, 2018. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
36162018000300293&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Acesso em 04 de outubro de 2020.
PEREIRA D, et al. The effect of osteoarthritis definition on prevalence and incidence
estimates: a systematic review. Osteoarthritis Cartilage. v.19, p11270–85, 2011. Disponível
em: https://www.oarsijournal.com/article/S1063-4584(11)00245-7/fulltext Acesso em 04 de
outubro de 2020.
SILVA AR, PIMENTEL SSSA. Estudo comparativo do uso da crioterapia, tens e
cinesioterapia no tratamento da artrose de joelho em idosos. Health Research Journal, [S.l.],
v.1,n.3,p.170-190,2018.Disponíve lem:
http://www.healthresearchjournals.com/hrj/index.php/hrj/article/view/56 Acesso em 04 de
outubro de 2020.
VASILCEAC FA. Fortalecimento muscular na osteoartrite de joelho de ratos:
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ZHANG Y, JORDAN JM. Epidemiology of osteoarthritis. Rheum Dis Clin North Am.
v.34,n.3, p515-29,2008. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18687270/ Acesso
em 05 de outubro de 2020.
MÜHLEN, C. A. Osteoartrose: como diagnosticar e tratar. Rev Bras Medicina. V.59, n.12,
2002. Disponivel em: https://www.portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/141 Acesso em
06 de Outubro de 2020.

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