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Abstract: João Lopes de Camargo, Pioneer from São Paulo; one of the discoverers
of OURO PRETO – MINAS GERAIS and one of the founders of CAMARGOS - MI-
NAS GERAIS, his roots and ancestors, his hole as pioneer, miner and farmer, his life
in the backwood of Minas Gerais and his genealogy.
foi chefe em conjunto com Luiz Dias Leme da Expedição Batedora da Região do
TAPÉ, em 1635, denominada “Bandeira de Aracambi”, que saiu de Santos, com
numerosos barcos em março de 1635 e regressou meses depois com grande
quantidade de índios escravizados e foi a precursora das invasões das reduções
do Rio Grande do Sul, pelos paulistas. Fernando de Camargo faleceu já idoso em
29-DEZ-1678, em São Paulo, conforme afirmação do Cônego Roque Luiz. Sua
mulher Mariana do Prado, faleceu em 1668, também em São Paulo. O casal teve
os 14 seguintes filhos: Fernando de Camargo Ortiz – O Moço, casado com Joana
Lopes da Silva, filha de Gonçalo Lopes e Catarina da Silva; Francisco de Ca-
margo Santa Maria, casado com Maria de Siqueira e Albuquerque, filha do Capi-
tão Duarte Pacheco de Albuquerque e Simôa de Siqueira; José Ortiz de Camar-
go, casado com Maria das Neves Pires, filha de Antônio das Neves e Mécia Pires
Rodrigues; João Ortiz de Camargo, casado com Mécia Rodrigues, filha de João
Pires e Maria Rodrigues; Manoel Ortiz de Camargo, casado com Maria Bueno
de Siqueira, filha de Lourenço de Siqueira de Mendonça e Maria Bueno; Lucas
de Camargo Ortiz, casado com Isabel Rodrigues, filha de Baltazar de Godoy e
Antônia Preto; padre Domingos de Camargo; Ana Maria de Camargo, casada
com o Capitão Manoel da Costa Duarte; Gabriela Ortiz de Camargo, “Silva Le-
me” não descobriu com quem se casou; Maria de Camargo, casada com Manoel
das Neves Gil; Leonor Domingues de Camargo, casada com Matheus de Leão;
Pedro Ortiz de Camargo; Mariana de Camargo; e Fellipa de Camargo.
São Paulo e foi sepultado na Capela dos Terceiros de São Francisco. Seu testa-
mento é datado de 3-MAIO-1685. Joana Lopes da Silva, faleceu em 23-JAN-
1692, com testamento datado de 18-SET-1691, e foi sepultada no Convento de
São Francisco. O casal teve os 12 seguintes filhos: Coronel Estevão Lopes de
Camargo, casado com Isabel Paes de Siqueira, filha de Matheus Siqueira de
Mendonça e Antônia Pires de Queiroz; Maria de Camargo, casada com Bartolo-
meu Bueno de Siqueira, filho de Lourenço de Siqueira de Mendonça e Maria
Bueno, neto paterno de Lourenço de Siqueira Mendonça e Maria Rodrigues, neto
materno do bandeirante Jerônimo Bueno; Mariana de Camargo, casada com o
capitão Antônio Rodrigues de Arzão, filho do capitão Manoel Rodrigues Arzão e
Maria Affonso de Azevedo, neto paterno de Cornélio de Arzan e Elvira Rodri-
gues, neto materno de João Peres de Calamares e Margarida Fernandes; Cathari-
na de Camargo, casada com José Gonçalves de Carvalho, filho de Domingos
Gonçalves e Isabel da Costa; Victória de Camargo, casada com Fernando Mu-
nhoz, filho de André Lopes Maciel e Catharina Paes; Joana Lopes de Camargo,
casada com José Pereira da Rosa, filho de Luiz Pereira da Rosa e Magdalena
Fernandes; Ana Maria de Camargo, casada com Antônio da Silva Costa; Isabel
de Camargo; Capitão Fernando Lopes de Camargo, casado com Maria Lima
Siqueira, filha de Luiz Dias Barroso e Maria Lima do Prado; Pedro Lopes de
Camargo; Coronel Thomaz Lopes de Camargo, um dos fundadores de Ouro
Preto, casado com Paula da Costa Paes, filha do capitão Martinho Paes de Linha-
res e Isabel da Silva, neta paterna de Manoel Pacheco Gatto e Ana Veiga; Capi-
tão Gonçalo Lopes de Camargo, um dos fundadores de Ouro Preto, casado com
Rosa Maria da Silveira, filha de Ignácio Lopes Munhoz e Maria Cardoso de
Almeida ou da Silveira; João Lopes de Camargo, um dos fundadores de Ouro
Preto, foi morador em Minas Gerais, casado com Isabel Cardoso de Almeida,
filha de Ignácio Lopes Munhoz e Maria Cardoso de Almeida ou da Silveira.
Lopes de Camargo, que com sua irmã o batizou na Igreja da Sé. Os padrinhos
moravam no fim da rua, então Rua da Freira, na esquina da Rua da Casa Santa,
atual Cristóvão Colombo, caminho da senzala do Convento São Francisco. Na-
quele canto histórico do centro, onde estão hoje a loja Suelles e o Banco Real,
Feijó foi do nascimento à morte, em 1843. Diz o historiador J.J. Ribeiro: “finou-
se obscuro, pobre e desconhecido em sua modesta casa da Rua da Freira. A
geografia política de Feijó, no entanto deu uma grande volta. Ordenado sacer-
dote, foi vereador em Itu, deputado às Côrtes de Lisboa, em 1822, deputado
geral, senador do Império, ministro da Justiça. De 1832 a 1835, morou no Sítio
do Capão, no bairro da Água Rasa, onde é hoje a Unicsul. Foi Regente do Im-
pério na minoridade de D. Pedro II. Eleito bispo de Mariana/MG, engavetou a
nomeação e recusou a mitra.”. O Padre Feijó defendia a abolição da escravatura
e do celibato clerical e era contra a designação de bispos pelo Estado. Faleceu
com 59 anos, em 10-NOV-1843 e foi levado em um enterro dos mais pomposos
de São Paulo em 14 de novembro para ser sepultado na Igreja dos Terceiros de
Nossa Senhora do Carmo, depois seus parentes o transladaram para a Igreja da
Ordem Terceira de São Francisco. De acordo com o colunista do jornal Estado
de São Paulo, José de Souza Martins; em 1918 o arcebispo de São Paulo, Dom
Duarte Leopoldo e Silva deu-lhe túmulo de honra ao lado do Cacique Tibiriçá,
ambos circundados pelos bispos sepultados na cripta da Catedral de Nossa Se-
nhora da Assunção da cidade de São Paulo.
São João Acima, atual Itaúna/MG. Pela contribuição que deram, quando de nos-
sas pesquisas na CÚRIA DE MARIANA, fornecendo dados reais importantes
para a genealogia da família Camargos em seus processos “DE GENERE MO-
RIBUS ET PATRIMONIAIS”, relacionaremos a seguir os padres da família
Camargos, ordenados em Mariana e em outros locais:
1)- Padre Domingos de Camargo, batizado em São Paulo em 22-DEZ-1647.
Filho de Fernando Ortiz de Camargo e Mariana do Prado, neto paterno de José
Ortiz de Camargo e Leonor Domingues Carvoeiro. Declarou em seu processo
“De Genere” que seu avô paterno era Jusepe de Camargo, “Castelhano de Na-
ção”.
2)- Padre Matheus Laharia Leão, clérigo do hábito de São Pedro e capelão
do Arraial de Cotia. Filho de Matheus de Leão e Leonor Domingues de Camar-
go, neto materno de Fernando de Camargo – o Tigre e Mariana do Prado, bisneto
materno de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues Carvoeiro.
3)- Padre Felix Nabor de Camargo, habilitado em 1683, foi vigário de Itu
por mais de 20 anos e faleceu em 1732. Filho de José Ortiz de Camargo e Isabel
da Ribeira, neto paterno de Cláudio Furquim Francez e sua 3ª mulher Ana Maria
de Camargo, bisneto materno de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues
Carvoeiro.
4)- Padre Bartolomeu Bueno Cacunda – o Moço. Habilitado em 1683, pela
Ordem de São Bento. Filho de Bartolomeu Bueno Cacunda e Isabel de Freitas,
neto paterno de Bartolomeu Bueno da Ribeira e Mariana Camargo, bisneto ma-
terno de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues Carvoeiro.
5)- Padre João Lopes de Camargo, batizado em São Paulo em 29-JUN-
1713.Ordenado em 1749. Filho de João Lopes de Camargo e Isabel Cardoso de
Almeida, neto paterno de Fernando de Camargo Ortiz e Joana Lopes da Silva,
bisneto paterno de Fernando de Camargo – o Tigre e Mariana do Prado, trineto
paterno de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues Carvoeiro.
6)- Frei Ignácio do Santíssimo Coração de Maria, batizado em São Sebasti-
ão/MG, em outubro de 1717 com o nome de Ignácio Lopes de Camargo. Filho
de João Lopes de Camargo e Isabel Cardoso de Almeida, trineto paterno de José
Ortiz de Camargo e Leonor Domingues Carvoeiro.
7)- Padre Antônio Teixeira de Camargo, nascido em São Sebastião/MG.
Ordenado em 28-FEV-1758. Filho de Antônio Teixeira Álvares e Maria Cardoso
de Camargo, neto materno de João Lopes de Camargo e Isabel Cardoso de Al-
meida, tetraneto de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues Carvoeiro.
8)- Padre José Teixeira de Camargo, nascido em Congonhas do Cam-
po/MG, em 1740, batizado em 12-MAIO-1740. Ordenado em 23-ABR-1766. Foi
o primeiro capelão de Itaúna/MG. Filho de Thomaz Teixeira e Ana Maria Car-
doso de Camargo, neto materno de João Lopes de Camargo e Isabel Cardoso de
338 O bandeirante João Lopes de Camargo
17)- Padre Antônio das Neves Camargo.. Filho do Capitão Fernando Lopes
de Camargo e Maria de Lima Siqueira, trineto paterno de José Ortiz de Camargo
e Leonor Domingues Carvoeiro.
18)- Padre Fernando Lopes de Camargo, nascido em Cotia/SP, batizado em
28-JUN-1756. Filho do Capitão Ignácio Soares de Barros e Marta Camargo de
Lima, neto materno do capitão Fernando Lopes de Camargo e Maria de Lima
Siqueira, tetraneto materno de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues Car-
voeiro.
19)- Frei Francisco de Jesus Camargo. Religioso franciscano que batizou o
Padre Fernando Lopes de Camargo em Cotia em 28-JUN-1756.
20)- Padre Inácio de Assunção Feijó. Filho de Miguel João Feijó e Maria
Gertrudes Soares de Camargo, neto materno de Fernando Lopes de Camargo e
Maria de Lima Siqueira, tetraneto materno de José Ortiz de Camargo e Leonor
Domingues Carvoeiro.
21)- Padre Salvador de Camargo Lima. Filho do Capitão Fernando Lopes de
Camargo e Maria Lima Siqueira, neto paterno de Fernando de Camargo Ortiz e
Joana Lopes da Silva, bisneto paterno de Fernando de Camargo – o Tigre e Ma-
riana do Prado, trineto paterno de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues
Carvoeiro.
22- Frei Fernando de Santa Gertrudes Cardoso. Filho de Luiz Manoel Car-
doso e Catarina da Silva Camargo, neto materno de Fernando Lopes de Camargo
e Maria Lima Siqueira, bisneto paterno de Fernando Camargo Ortiz e Joana
Lopes da Silva, trineto paterno de Fernando de Camargo – o Tigre e Mariana do
Prado, tetraneto de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues Carvoeiro
23)- Cônego Joaquim Cardoso de Camargo. Filho de Luiz Manoel Cardoso e
Catarina da Silva Camargo, neto materno de Fernando Lopes de Camargo e
Maria Lima Siqueira, tetraneto de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues
Carvoeiro.
24)- Padre Haroldo de Tracy Camargo do Prado. Filho de Ricardo Gumble-
ton Daunt e Ana Francelina de Camargo, neto materno de Joaquim José dos
Santos Camargo e Francisca Assis, bisneto materno de Ignácio Soares de Barros
e Marta Camargo Lima, trineto materno do capitão Fernando Lopes de Camargo
e Maria Lima Siqueira, tetraneto materno de Fernando Camargo Ortiz e Joana
Lopes da Silva, pentaneto materno de Fernando de Camargo- o Tigre e Mariana
do Prado, hexaneto materno de José Ortiz de Camargo e Leonor Domingues
Carvoeiro.
25)- Padre Ignácio Ortiz de Camargo. Filho de José Ortiz de Camargo Lima
e Teresa de Jesus Cardoso, neto paterno do capitão Fernando Lopes de Camargo
e Maria Lima Siqueira, bisneto paterno de Fernando Camargo Ortiz e Joana
Lopes da Silva, trineto paterno de Fernando de Camargo – o Tigre e Mariana do
340 O bandeirante João Lopes de Camargo
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§ 2º
II- PADRE JOÃO LOPES DE CAMARGO (filho de João Lopes de Camargo,
do § 1º nº I), batizado em 29-JUN-1713, em São Paulo, na Catedral da Sé, pe-
lo padre Gregório de Souza, tendo por padrinhos; Antônio da Silva Costa e
Maria Cardosa. Ordenou-se padre, processo „DE GENERE‟ de 1749. For-
mou-se em Cânones em 3-JUN-1749, na primeira turma de padres ordenados
em Mariana. Faleceu em São Paulo.
§ 3º
II- G.M. JOSÉ CARDOSO OU LOPES DE CAMARGO ( filho de João Lopes
de Camargo, do § 1º nº I). Nascido em 1726, na freguesia de Nossa Senhora
da Conceição, em São Sebastião, Minas Gerais e falecido com 81 anos, em
13-ABR-1807, em Meia Ponte/Goiás (atual Pirenópolis). Casado em 1768
com MÉCIA BUENO DA FONSECA (viúva do capitão Francisco Xavier de
Barros, nascido em Guaratinguetá- SP, falecido em 1765, filho de Gaspar
Correia Leite e Maria Leite de Barros), nascida em São Sebastião/MG, em
1726 e falecida em 15-FEV-1815, filha de Salvador Jorge Bueno e Jacinta de
Araújo Ferraz, neta paterna de Francisco Bueno Luiz da Fonseca e Maria Jor-
ge Velho, neta materna de Antônio Ferraz de Araújo e Maria Bicudo de Brito,
bisneta paterna de (Francisco Bueno) Diogo Bueno e Maria de Oliveira, e de
(Maria Jorge Velho) Salvador Jorge Velho e Margarida da Silva e tetraneta de
Bartolomeu Bueno da Ribeira. Pirenópolis, antiga Meia Ponte, local de GOI-
ÁS, onde foi residir José Cardoso de Camargo, à procura de ouro naquela re-
gião de Goiás, no Rio das Almas. Pirenópolis situa-se aos pés da Serra dos Pi-
rineus, nas margens e próximo as nascentes do Rio das Almas, tributário de
Rio Tocantins e era a região habitada pelos índios Caiapós. O arraial das Mi-
nas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, foi fundado em 1727, pelo
paulista Urbano do Couto Menezes e seus companheiros e em 1853, a Vila de
Meia Ponte, foi elevada a Cidade. Em 1890, a cidade passou a se chamar Pi-
renópolis.
Revista da ASBRAP nº 20 343
IV- MARIA DAS DÔRES FLEURY, nascida em 1800 e falecida em 1866. Casa-
da em 1818, em Meia Ponte, com o sargento mor JOSÉ DE MELO SOUZA
LOBO, nascido em 1783 em Santa Cruz de Goiás, filho do capitão Bernardo
Lobo de Souza e Maria Espíndola ou Pereira de Assunção.
§4
II- FREI IGNÁCIO DO SANTÍSSIMO CORAÇÃO DE MARIA (filho de João
Lopes de Camargo, do § 1º nº I). Batizado na freguesia de São Sebastião (atu-
al Bandeirantes, distrito de Mariana) em outubro de 1717, com o nome de
IGNÁCIO LOPES DE CAMARGO.
§ 5º
II- FLORÊNCIA CARDOSO DE CAMARGO (filha de João Lopes de Camar-
go, do § 1º nº I). Nascida em 1719, na Fazenda Ribeirão do Gama, freguesia
de São Sebastião (Paróquia por carta Régia de 16-FEV-1724). São Sebastião
é o atual distrito Bandeirantes da cidade de Mariana.O arraial de São Sebasti-
ão foi distrito suprimido pela Lei 45 de 17-MAR-1836, Paróquia restabeleci-
da pela Lei 209 de 17-ABR-1841, Paróquia e distrito, suprimidos pela Lei
288 de 12-MAR-1846, incorporado o território respectivamente à paróquia da
Catedral e aos distrito da sede.Paróquia restabelecida pela Lei 472 de 31-
Revista da ASBRAP nº 20 347
ros povoadores de Minas Gerais, em uma Expedição formada pelos seus con-
terrâneos portugueses Antônio Rodrigues da Rocha, Domingos Gonçalves
Viana, Antônio Dias Nogueira, Luiz da Silva e composta de escravos e guias.
Os integrantes desta expedição combateram os quilombolas, do rio Lambari
até o rio São Francisco, ocuparam as terras e requereram Sesmarias como re-
compensa pela limpeza que fizeram na região, que pôde ser ocupada por mi-
neradores, fazendeiros e lavradores, e se desenvolver. A título de informação
transcrevemos a seguir um trecho do livro “História de Espírito Santo de Ita-
pecerica (Divinópolis)” escrito por Flávio Flora: “As primeiras famílias –
com o extermínio dos Quilombos, um novo fluxo se fez ao antigo caminho dos
goiases, vindos de São João del Rey, do Tamanduá, de São José, do Broma-
do, de toda parte, e a Paragem de Thomaz Teixeira, ficou agitada com os via-
jantes que iam ter nos descobertos do sertão de Bambuí e Piuí, à procura de
ouro e diamantes. A fim de conter as demandas e disputas naturais que ocor-
riam entre Pitangui e São João del Rey e São José(Tiradentes), Thomaz Tei-
xeira, achou por bem convidar um morador do Tamanduá(Itapecerica) a se
estabelecer nesta Paragem. O Juiz de Vintena JOAQUIM PEREIRA, interes-
sando pelo lugar, enviou para lá, seu filho, o Sargento Mor GABRIEL DA
SILVA PEREIRA e mais alguns camaradas dispostos; Vicente Pinto Cardoso,
Manoel Álvares e João Pinto Caldeira. Da parte de Pitanguí, enviou o Capi-
tão Francisco de Araújo Sá, outro tanto de camaradas: João Borges, João
Soares Meira e Estevão de Arantes. Estas, as primeiras famílias a se fixarem
no Espírito Santo de Itapecerica (atual Divinópolis/MG), que contava em
1754, com mais de 20 pessoas. O crescimento do povoado do Espírito Santo
de Itapecerica, em função dos viajantes e exploradores, obrigou os morado-
res a levantar um marco civilizado naquela Paragem, a Capelinha dedicada
a São Francisco de Paula em 1763, cuja imagem só foi conseguida em Ouro
Preto, pelo Sargento Mor GABRIEL DA SILVA PEREIRA, quando de sua vi-
agem a São José(Tiradentes), para registrar sua Sesmaria. A missão do abri-
dor de caminhos Thomaz Teixeira, terminou com sua morte em 1769, rodea-
do de amigos e admiradores, quando se retirou também o gentio de Candité,
que tinha nele um amigo protetor. Morreu naturalmente o solitário batedor,
viúvo e sem ter encontrado seu filho Manuel Fernandes Teixeira, que só foi
para lá pouco depois, convencido pelo Sargento Mor GABRIEL DA SILVA
PEREIRA, a progredir o lugar e transformá-lo oficialmente num Arraial. De
Thomaz Teixeira só restou o apelido “Canditeá”, que seus primeiros compa-
nheiros lhe deram, e que acabou servindo para identificar o Gentio Caiapó –
habitantes dos Buritis, dos quais ainda hoje se encontra restos de um cemité-
rio.” (Buritis é atualmente uma comunidade rural, pertencente a Divinópolis,
com capela, cemitério, escola, pequeno comércio e algumas casas).
O casal teve os seguintes 7 filhos:
1(III)- JOÃO DA SILVA CAMARGO, que segue.
2(III)- IGNÁCIO DA SILVA CAMARGO, que segue.
3(III)- ANA MARIA DE JESUS CAMARGO, que segue.
Revista da ASBRAP nº 20 351
com 18 anos, João com 15 anos, Umbelina com 14 anos, Antônio com 6 anos
e Cândida com 4 anos, pais; Manoel da Silva Camargo e Maria Rosa de Jesus,
tutor Antônio Ferreira da Silva. Pela data, esta MARIA ROSA DE JESUS,
deve ter sido a 1ª mulher de Manoel da Silva Camargo e MARIANO, JOÃO,
UMBELINA, ANTÔNIO E CÂNDIDA, são seus filhos.
dido de viajar, deu-se por satisfeito com o dote recebido e desistiu da herança.
Maria Josefa de Camargo, posteriormente contestou esta decisão do marido e
pediu a revisão do inventário, alegando, junto com sua irmã Ana Maria de
Camargo, que era ignorante e rústica, que seu marido já havia falecido e sen-
do assim as duas irmãs estavam em dificuldades, e queriam receber a parte
que tinham direito. Este casal é tronco de quase todos descendentes de Gabri-
el da Silva Pereira e Florência Cardoso de Camargo de Itaúna/MG.
Ana Rosa, que residia no termo de Pitangui, foi notificado para assinar termo
de tutela dos órfãos de Manoel, e rejeitou em 2-OUT-1827. Em 1-NOV-1827
foi nomeado tutor dos órfãos de Manoel Rodrigues de Macedo o Alferes Sil-
viano da Silva Pimenta, que assinou o termo de tutela em 6-NOV-1827. No
Mapa de população de Santana de São João Acima (Itaúna), de 1831, consta:
Ana Josefa (Rosa) de Camargos, branca, 41 anos, casada, lavradora, e dois fi-
lhos; Antônio, com 23 anos e Camilo, com 18 anos. Encontramos nos Autos
do Inventário de Francisco Alves de Carvalho, pai de Ana Rosa de Camargos,
uma petição datada de 15-JAN-1824: de Francisco de Paula Camargos, Antô-
nio José Alves de Carvalho, Miguel Fernandes do Rego(viúvo de Maria Rosa
de Camargos) e Ana Rosa de Camargos, dizendo que queriam aceitar a he-
rança do pai, falecido em 1802. Encontramos também um documento de 4-
DEZ-1827, de autoria do Capitão Quintiliano Lopes Cançado, casado com
Isabel Rosa de Camargos, irmã de Ana Rosa, dizendo que foi notificado para
assinar termo de tutela dos órfãos de seu falecido sogro, Francisco Alves de
Carvalho, e alega que está incomodado de doenças e privado de montar a ca-
valo para ir a Vila de Pitangui, além de que, não há órfãos nessa herança, por
serem maiores e casados, tanto assim que a órfã caçula, dona Ana, já se casou
duas vezes. Lendo este documento, comprova-se que Ana Rosa de Camargos,
já havia casado duas vezes em 1827, pois no Mapa de população de Itaúna,
consta como casada com 2 filhos do 1º casamento, mas não encontramos o
nome de seu 2º marido
O casal teve os seguintes filhos:
1(IV)- ANTÔNIO, nascido em 1808(mapa de população de 1831) ou
1811(inventário do avô paterno de 1826).
2(IV)- CAMILO DE LELIS RODRIGUES, que segue.
Filhos do 1º casamento:
1(VI)- MARIA LAURINDA NOGUEIRA, que segue.
2(VI)- ARMINDA NOGUEIRA DE CAMARGOS, batizada em 8-FEV-
1881.
3(VI)- PROCÓPIA NOGUEIRA DE CAMARGOS, que segue.
Filhos do 2º casamento:
4(VI)- MARIA, batizada em 30-AGO-1884, tendo por padrinhos Camilo
José de Oliveira e a avó paterna Clara Nogueira Duarte.
Revista da ASBRAP nº 20 391
1(VII- CLARINDO.
2(VII)-JOSÉ.
3(VII)-MARIA.
V- MARIA DAS DÔRES NOGUEIRA DUARTE. Casada com seu primo ma-
terno EUGÊNIO RIBEIRO DE CAMARGOS, filho natural de Zacarias Ri-
beiro de Camargos.
13(VI)- FRANCISCA.
14(VI)- JOSÉ.
IV- MARIA DOS SANTOS CAMARGO. Casada com BENTO RIBEIRO COE-
LHO.
O casal teve os seguintes filhos:
1(V)- MARIA.
2(V)- JOÃO ANTÔNIO COELHO.
414 O bandeirante João Lopes de Camargo
§ 6º
II- ANA MARIA CARDOSO DE CAMARGO (filha de João Lopes de Camar-
go, do § 1º nº I). Nascida em 1821, na fazenda Ribeirão do Gama, em São
Sebastião (Mariana/MG). Casada 1ª vez na Capela de São Francisco Xavier,
Congonhas do Campo, em 12-AGO-1839, com THOMAZ TEIXEIRA, nas-
cido mais ou menos em 1705, na freguesia de Nossa Senhora dos Mártires,
Patriarcado de Lisboa, filho de João Teixeira e Antônia Maria. Thomaz Tei-
xeira, chegou ao Brasil no 3º quartel do século XVIII, indo para Minas Ge-
rais, instalou na região da Jacuba (Itaúna/MG), com faisqueiras de ouro no ri-
beirão da Lavrinha. Em 12-ABR-1751, recebeu carta de Data, no córrego da
Jacuba, no São João Acima e provisão de água, junto ao ribeirão da Jacuba e
foi um dos primeiros moradores da região. Em 12-ABR-1769, foi concedida
Sesmaria de meia légua em quadra a seu filho Thomaz Teixeira de Camargo,
na Paragem denominada Forquilha, no ribeiro Diamante, Vila de Pitangui.
Antes de casar com Ana Maria, Thomaz teve 2 filhos com a preta forra Rosa
Rodrigues: João Teixeira e Genoveva de Jesus, que casou com João Bernardo
de Figueiredo. João Bernardo de Figueiredo e sua mulher Genoveva de Jesus,
em 2-OUT-1753, receberam carta de Sesmaria de meia légua em quadra de
terras devolutas no ribeirão do Barreiro (Carmo do Cajurú/MG). Thomaz
Revista da ASBRAP nº 20 415
VII- ARTUR FERREIRA SOARES. Casado com sua prima ALZIRA NOGUEI-
RA DE CAMARGOS, filha de Silvério Ribeiro de Camargos e Ana Nogueira
Duarte. O casal teve os seguintes filhos:
448 O bandeirante João Lopes de Camargo
VI- DIOLINDA NOGUEIRA DUARTE. Casada com seu primo VERSOL RI-
BEIRO DE CAMARGOS, filho de Tristão Ribeiro de Camargos e Placidina
Nogueira Duarte.
O casal teve os seguintes filhos:
1(VII)- SOCRATES RIBEIRO DE CAMARGOS. Casado com ANTÔNIA
LUIZA DUARTE, filha de ANTÔNIO JOSÉ DUARTE.
2(VII)- BELISÁRIO RIBEIRO DE CAMARGOS.
3(VII)- MARIA DA CONCEIÇÃO NOGUEIRA DUARTE. Casada com
seu primo MARTINHO JOSÉ DUARTE. Pais de LÚCIA NO-
GUEIRA GOMES MOREIRA, casada com ELTON MORAIS MO-
REIRA, estes pais de EVA MOREIRA.
§ 7º
§ 8º
§ 9º
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454 O bandeirante João Lopes de Camargo
FONTES:
Primárias:
1- Arquivo Público de Minas Gerais
2- Museu Regional de São João del Rei/MG
3- Museu do Ouro de Sabará/MG – Casa de Borba Gato
4- Museu Histórico de Pitangui/MG
5- Museu de Pará de Minas/MG
6- Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira de Itaúna/MG
7- Casa de Cultura de Bonfim/MG
8- Arquivo da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte/MG
9- Arquivo da Cúria de Mariana/MG
10- Arquivo da Cúria de Divinópolis/MG
11- Arquivo Judicial de Itapecerica/MG
12- Livros Paroquiais de Pitangui/MG
13- Livros Paroquiais de Itaúna/MG
14- Livros Paroquiais de Pará de Minas/MG
15- Livros Paroquiais de Mateus Leme/MG
16- Cartório Registro Civil de Itaúna/MG
17- Mapas de População em 1831 e 1832 de Itaúna, Betim, Pará de Minas, Mateus
Leme, Contagem, Belo Horizonte, Bonfim, Itapecerica, Desterro (Marilândia), Divi-
nópolis, Itatiaiussú.
Livros e Revistas:
1- VASCONCELOS, Diogo de. História Antiga das Minas Gerais. Imprensa Nacional,
Rio de Janeiro – 1948, 1º volume
2- VASCONCELOS, Diogo de. História Média de Minas Gerais. Imprensa Oficial de
Minas Gerais – Belo Horizonte, 1918 - Volume I
3- VASCONCELOS, Salomão de. Bandeirismo. Biblioteca Mineira de Cultura, Belo
Horizonte, 1944
4- SILVA LEME, Luiz Gonzaga. Genealogia Paulistana. 9 volumes, Duprat & Comp. –
Rua Direita, nº 4 – São Paulo/SP - 1905
5- LEITE, Aureliano. O Cabo-Maior dos Paulistas na Guerra com os Emboabas. Livraria
Martins, São Paulo, 1942
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AGRADECIMENTOS:
HOMENAGEM ESPECIAL: