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UNIVERSIDADE ROVUMA
FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS, MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA
Campus Universitário de Napipine, C. Postal: 544, Email: fcnme@unirovuma.ac.mz - Nampula - Moçambique

INTEGRAIS INDEFINIDOS E DEFINIDOS

Competência
 Calcular áreas sob uma curva.
Objetivos
 Reconhecer uma função integrável e sua forma de integração.
 Diferenciar integral indefinida de integral definida.
Aula 01

A integral representa um dos conceitos mais importantes da Matemática. Ela segue duas linhas
com interpretações distintas: tem um procedimento inverso à diferenciação e é um método
eficaz no cálculo de áreas sob uma curva. Devemos destacar que o cálculo de áreas de figuras
planas, cujos contornos são segmentos de reta, para nós, é bastante familiar. A integração
surgiu historicamente da necessidade de se calcular áreas de figuras cujos contornos são não
retilíneos. Porém, vale realçar que o cálculo integral, não se restringe apenas à determinação
dessas áreas. São inúmeras as aplicações da Integral. Como operação, a integração é a
inversa da diferenciação. Neste contexto, devemos considerar que a integral é um processo
para se achar uma função a partir do conhecimento de sua derivada.

Primitiva de uma função

Dada a função f, definida num intervalo real, chamamos de primitiva de f à função g, tal que
g’(x) = f(x).
Assim, se f(x) = 2x então as funções:
g(x) = x²; g(x) = 2x + 4; g(x) = 2x – 10, são algumas das primitivas de f.
Devemos considerar que as diversas primitivas de uma função f, diferenciam-se por uma
constante real. Assim, podemos estabelecer a família de primitivas de f como sendo g(x) = x² +
c, onde c é um número real.
2

Exemplo
Calcule a primitiva das funções abaixo:
a) f(x) = 3x²  g(x) = x³ + c
b) f(x) = senx  g(x ) = cosx + c
1
c) f(x) =  g(x) = n x + c
x
Integral Indefinida

O processo pelo qual se determina a primitiva de uma função dada denominamos de Integral,
assim, dada à primitiva f(x) + c de uma função F(x) a relação entre f e F é expressa por:

 F ( x)dx  f ( x)  C , que se lê na parte esquerda, integral de F(x) com relação à x, igual a

integral definida que é f(x) + C.


Fórmulas de Integração;

As principais funções têm suas integrais diretamente obtidas por meio das regras de derivação.
Assim:
u m 1
 u du =
m
1. +C
m 1
2.  cos udu = senx + C

3.  sen xdx = - cosx + C

du
4.  u
= n u + C

au
5.  a du =
u
+C
na

Exemplos:
x 3 1 x4
 x dx =
3
Questão 1. = +C
3 1 4
Questão 2.  cos xd = senx + c

2x
 2 dx =
x
Questão 3. +C
n 2
3

Propriedades da integral definida

Se f e g são funções contínuas e K um número real então:

1.  k. f ( x)dx = K.  f ( x)dx
2.  ( f  g )( x)dx =  f ( x)dx   g ( x)dx
3.   ( f  g )( x)dx =  f ( x)dx   g ( x)dx

Exemplos:

x3 3x 2
Questão 1.  ( x 2  3x  1)dx =  x dx  3 xdx  2 dx =
2
  2x  C
3 2
x3  5x 2  3 x2 3
Questão 2.  
2
2
dx = ( x  5  3 x ) =  5x   C
x 2 x
x
4 dx 5
Questão 3.  (5 x  )dx =  5 x dx  4 =  4nx  C
x x n5
Questão 4.  (5e x  3 cos x)dx = 5  e x dx  3 cos xdx = 5e x + 3 senx + C
3
1
x3 2 x 2
Questão 5.  ( x 2  x )dx =  x 2 dx -  x dx =  C 2
3 3

 (3 .n5)dx = n5 3 dx = 3 . n5  C


x x x
Questão 6.
Questão 7.  (3 x  4) dx =  (9 x  24 x  16)dx = 3x³ + 12x² + 16x + C
2 2

(1  x) 2 1  2x  x2 1 1 3
Questão 8.  dx =  1
dx =  ( x 2
 2x 2
 x 2 )dx =
x
x2
1 3 5
4 2 2
= 2x 2 + x + x2  C
3 5

O método de substituição no cálculo da integral

Em alguns casos para se encontrar a integral do tipo  f ( x)dx , torna-se conveniente, fazer uma
substituição de variável. Por exemplo: seja calcular
du
 2 x( x  1) 4 dx. Fazendo u = (x² + 1), teremos  2 x , onde du = 2xdx e.
2

dx
4

du du u5
 2 x.u .  u du =
4 4
dx = , substituindo-se na integral acima: = , fazendo a volta temos:
2x 2x 5
( x 2  1)5
 2 x( x  1)dx  C.
2

Exemplos:

Questão 1.  ( x  5)9 dx

du
Solução: fazendo u = x – 5 temos  1 ou du = dx, substituindo-se:
dx
u10 ( x  5)10
 u du  10 , então;  ( x  5) dx  10  C
9 9

Questão 2.  2 x x 2  3dx

du
Solução: fazendo u = x² - 3, temos du = 2x dx  dx = então
2x
3
du 1 u 2 2 ( x 2  1)3
 2 x x  3 dx =  2 x u . 2 x =  u du  2. 3 = C
2 2
3
x2
Questão 3.  3 dx
x 1

du
Solução : u = x³ - 1  du = 3x² dx  dx =
3x 2

x 2 du 1 du 1 1
 u . 3x 2 = 3  u = 3 nu = 3 n( x  1)  C
3

sen x
Questão 4.  tgxdx  cos x dx
du
Solução: u = cosx  du = -senx dx  dx = -
sen x

sen x du du
 u
(
sen x
) = -  u
= - nu = - n(cos x)  C

Questão 5. x x 2  4dx
5

du
Solução : u = x² + 4  du = 2x dx  dx =
2x

x2  4
1
du 1 1 u 2
u3
 x u . 2 x = 2  u du = 2 . 3 2
=
3
=
3
C

1
x
e
Questão 6. x 2
dx

1 1
Solução : u =  du = - 2 dx  dx = - x² du
x x

1
eu
 x 2 ( x du) = -  e du = - e = - e x + C
2 u u

ex
Questão 7.  (e x  1)3 dx

du
Solução : u = e x 1  du = e x dx  dx =
ex

e x du 1 1
 u3 . ex = u
3
du = - = - C
2u 2
2(e  1) 2
x

Aula 02

Integração por partes

Se duas funções u e v são diferenciáveis então:


d (uv) = u dv + v du ou u dv = d (uv) – v (du), onde :

 udv = uv -  vdu
 Como foi mostrada a integração por partes se aplica no geral em funções expressas como
produto de duas funções dadas. Assim, torna-se necessário à escolha minuciosa das partes
u e dv, de modo a tornar a integral dada mais simples possível.

Exemplos:
6

Questão 1.  x.sen x.dx


Solução:
Fazendo u = x, temos du = dx e

dv = senx dx têm-se v =  sen xdx  v = - cosx

Substituindo na fórmula  udv = uv -  vdu , temos :


 x sen x.dx = x.(-cosx) -  ( cos x)dx = -x cosx +  cos xdx então:

 x.sen x.dx = -x cosx + senx + C

Vale salientar que as escolhas de u e v foi bastante feliz, visto que recaímos em uma
integral de solução simples.
Para comprovar o fato, vejamos o caso em que a escolha fosse feita de outra forma:
Fazendo u = senx temos du = cosx dx

x2
dv = x dx  v =  x.dx  v=
2

Substituindo na fórmula  udv = uv -  vdu , temos:


x2 x2
 x.sen x.dx = senx. ( 2
)-  cos x.( 2
)dx o que torna o cálculo da integral muito mais complexo.

 x.e .dx
x
Questão 2.

Solução:

Fazendo u = x  du = dx

dv = e x dx  v =  e dx  v = e x , substituindo na fórmula:
x

 x.e .dx  e .dx = x.e x - e x = e x ( x – 1) + C


x x
= x.e x -

Aula 03

Integral definida

Se f(x) é uma função tal que g(x) é uma primitiva então:  f ( x)dx  g ( x)  C .
A integral definida de f(x) num intervalo de limites a e b é a diferença
7

g(b) – g(a) a qual indicamos por:

 f ( x)dx =
a
g(b) – g(a)

Propriedades da integral definida

Se f(x) e g(x) são funções contínuas no intervalo de integração [a , b] e c é uma


constante qualquer, então:

b b
P1.  cf ( x)dx  c f ( x)dx
a a

b b b
P2.  [ f ( x)  g ( x)]dx   f ( x)dx   g ( x)dx
a a a

b c b
P3.  f ( x)dx   f ( x)dx   f ( x)dx
a a c
para a < c < b

b a
P4.  f ( x)dx   f ( x)dx
a b

Teorema Fundamental do Cálculo

Se f(x) é uma função contínua no intervalo de integração [a, b] e se g(x) é uma primitiva
dessa função, então:
b

 f ( x)dx  g ( x)]  g (b)  g (a)


b
a
a
Exemplos:

 x .dx
2
Questão 1.
1

Solução:

1
x3 1 1 3 1 3 2
1 x dx = 3 ] 1 = ( 3 )  ( 3 ) = 27
2
8

1
2x
Questão 2. x
0
2
1
dx

Solução:

Calculando a integral:
du
Fazendo u = x² + 1  du = 2x dx  dx =
2x
1 1
2 x du du
0 u 2 x = u
0
= nu = n( x 2  1) ] 10 = n(2)  n1 = n2

 (2 x  x 3 )dx
2
Questão 3.
1

Solução:

2 1 2 1
1
2 x3 x 4 1 4
 (2 x  x )dx = [  ] 1 =        =
2 3

1 3 4 3 4  3 4 3

Cálculo de Áreas

Dada à função f contínua em [ a , b ] e não negativa, a área A da figura abaixo é dada por A =
b

 f ( x)dx
a
f(x)

a b

A área A pode ser interpretada como a área limitada pela curva contínua y = f(x) , pelo eixo X e
pelas retas x = a e x = b .

Exemplos:

Questão 1. Achar a área limitada pela curva y = x³ + 3x², pelo eixo X e pelas retas
x = 0 e x = 2.

2
Solução: A =  ( x3  3x 2 )dx
0
9

x4
A=[  x 3 ] 02 = 12
4
0 2

Questão 2. Achar a área limitada pela curva y = 6x + x² - x³, pelo eixo X no primeiro quadrante.

3
3
 x3 x 4 
Solução: A =  (6 x  x  x )dx = 3x 2   
2 3
0 3
0  3 4 0

63
A=
4

Questão 3. Calcular a área limitada pela curva y = - x² + 3x - 6, pelo eixo X, no intervalo [ 1 , 3].
1 3
3
3
  x3 3x 2 
Solução: A =  ( x 2  3x  6)dx =    6 x
1  3 2 1

26
A=-
3
 Na definição de área ficou estabelecido que f(x) era uma função contínua e não negativa em
[a, b]. Se f(x) é negativa em [a , b] , ou seja , se a curva está abaixo do eixo X, então, o valor
b
de A =  f ( x)dx é negativo. Essas áreas são denominadas de áreas negativas. De um modo
a

geral, se f(x) < 0 em [a , b]


b
26 26
Então, 
a
f ( x)   A. . Dessa forma, a área do exemplo é A = - ( -
3
)=
3
.

Convém lembrar que para o cálculo de áreas sob curvas é necessário o conhecimento
do comportamento gráfico das funções, pois existem como nos exemplos 1 e 2, funções cujos
gráficos situam-se abaixo e acima do eixo X.
Assim, a área total absoluta entre uma curva, o eixo X em um intervalo [a, b] é: Área
total = (áreasposit ivas)  (áreasnegativas)
De um modo geral se f(x)  0 em [ a , c] e f(x)  0 em [c , b],
b c b
Então, a área total absoluta é A =  f ( x)dx =  f ( x)dx   f ( x)dx = A 1 - A 2
a a c
10

A1
a c b
A2

Questão 4. Achar a área limitada pela curva y = senx , o eixo X em [0 , 2  ]

Solução:
Tomando como base o gráfico da função:

0  2

2  2

 sen xdx =  sen xdx   sen xdx =  cos x   cos x


  2
Temos: A = 0
0 0

A = - (cos  - cos0) +(cos 2  - cos  ) = 2 + 2 = 4

Questão 5. Achar a área limitada pela curva y = 2x + x² - x³ , pelo eixo X e pela retas

x = - 1 e x = 1.

Solução:

Gráfico ao lado

-1 0 1

0 1
A = -  (2 x  x 2  x 3 )dx +  (2 x  x
2
 x3 )dx
1 0

0 1
 x3 x 4   x3 x 4 
A = -  x2    +  x2   
 3 4  1  3 4 0

13 5 3
A=  ( ) =
12 12 2
11

Áreas compreendidas entre curvas

Sejam f(x) e g(x) duas funções contínuas no intervalo [a , b], tais que

0  g ( x)  f ( x) para todo x do intervalo, então a área A da região compreendida entre os

gráficos de f(x) e g(x) de x = a a x = b é dada por:

b
A =  [ f ( x)  g ( x)]dx
a

Exemplos:

Questão 6. Achar a área limitada pelas curvas: y = x² e y = x.

Solução:

Achando os pontos de interseção das curvas:

x² = x  x² - x = 0  x’= 1 ou x’’ = 0

1
1
 x 2 x3  1
Então : A =  ( x  x )dx =    =
2
0 1
0  2 3 0 6

SINTESE DA UNIDADE

As integrais foram desenvolvidas em estudos realizados ainda no século XVII e o seu

principal objetivo é centrado no cálculo de somas muito grandes, isto é, somatórias de áreas

infinitesimais. É possível também calcular áreas de figuras planas limitadas por funções

curvilíneas, bem como resolver vários tipos de equações diferenciais.

REFERÊNCIA

AVILA, Geraldo. Cálculo. Rio de Janeiro: LTC, 1988.


GUIDORIZZI, Hamilton Luis. Um Curso de Cálculo. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemática Elementar. Vol. 8. São Paulo: Atual Editora.
1999.
MEDEIROS, Matemática Básica Para Cursos Superiores. São Paulo: Atlas. 2002.
MORETTIN, Pedro A. Hazzan, Samuel & BUSSAB, Wilton de O. Cálculo de funções de uma e
várias variáveis. São Paulo: Saraiva, 2003.
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WHIPKEY, Kenneth & WHIPKEY, Mary Nell. Cálculo e suas múltiplas aplicações. Rio de
Janeiro: Campus, 1982.

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