LICENCIATURA EM QUÍMICA
CROMATOGRAFIA
VILA VELHA
2020
1. INTRODUÇÃO
A cromatografia, em todas as suas formas e variações, constitui hoje um dos mais
importantes métodos de separação de misturas, se não o mais importante. A palavra
cromatografia é de origem grega (kromatos – cor; graphos – escrita) e foi usada pela 1º vez
em 1906, pelo botânico russo Michael Tswett, para descrever a separação de pigmentos de
plantas em zonas de cores distintas. A partir de 1906 o uso da cromatografia se tornou
popular como um método de identificação e de separação de substâncias. Apesar deste estudo
e de outros anteriores, que também poderiam ser considerados precursores do uso dessa
técnica, a cromatografia foi praticamente ignorada até a década de 30, quando foi
redescoberta. Atualmente, o método aplica-se também a substâncias incolores, porém o nome
original foi mantido. (SARAN, 2015).
Essa técnica é definida como a separação de uma mistura de dois ou mais diferente
compostos ou íons pela distribuição entre duas fases, uma das quais é a fase estacionária, e a
outra é a fase móvel. A cromatografia funciona, em grande parte, com base no mesmo
princípio que a extração com solventes. O método depende da solubilidade ou capacidade de
adsorção diferenciais das substâncias a serem separadas com relação às duas fases entre as
quais elas têm de ser particionadas. A interação dos componentes da mistura com estas duas
fases é influenciado por diferentes forças intermoleculares, incluindo iônica, polar, apolar, e
específicos efeitos de afinidade e solubilidade (ENGEL, 2012).
No processo de adsorção líquido-sólido, a separação se dá pela diferença de afinidade
dos componentes de uma mistura através da migração sobre uma camada adsorvente retida
sobre uma superfície plana, essa é a cromatografia em camada delgada (CCD),
representada na (Figura 1). Por ser um método simples, rápido, visual e econômico, a CCD é
predominantemente escolhida para o acompanhamento das reações orgânicas. Mas, conforme
explica Collins et al. (2010), ao usar fases estacionárias tratadas pode ocorrer também a
cromatografia por partição ou troca iônica, permitindo ser usada na separação de substâncias
hidrofóbicas e hidrófilas.
Figura 1. Esquematização de um cromatograma obtido por CCD.
Esse valor pode ser usado na identificação de um composto desconhecido, mas por ser
uma única fonte de dados, a confirmação se dá através de mais alguns dados adicionais. Para
calcular esse valor, basta medir a distância que o composto percorreu desde o ponto em que a
mancha foi aplicada. Levando em conta o que foi dito por Engel (2012), se as manchas não
forem muito grandes, basta que meça até o seu centro, mas se forem grandes, a medição deve
ser repetida em uma nova placa, utilizando menos material. Em casos de manchas que têm
caudas, a medição é feita até o "centro de gravidade" dela. Essa primeira medição de
distância é dividida pela distância que a frente de solvente percorreu a partir da mesma
mancha original.
A cromatografia em coluna é comumente utilizada para purificação de substâncias
orgânica ou, para remover o material de partida ou isolar o produto desejado de uma reação.
Os adsorventes usados nessa técnica podem servir simplesmente como suporte para uma fase
estacionária líquida, os mais utilizados são sílica-gel SiO2.H2O também chamada de ácido
silícico, e a alumina, Al2O3.H2O. Esses compostos são utilizados em pó, ou finamente
divididos (geralmente 200-400 mesh ) (ENGEL, 2012).
O princípio de separação na coluna cromatográfica é pelo equilíbrio dinâmico em que
as moléculas são constantemente adsorvidas a partir da solução e simultaneamente
dessorvidas de volta à solução. Nesse método, a mistura de compostos a serem separados é
introduzida na parte de cima de uma coluna de vidro cilíndrica (Figura 2), empacotada ou
preenchida com finas partículas (fase estacionária). O adsorvente é continuamente lavado por
um fluxo (fase móvel) passando através da coluna. O fluxo contínuo do solvente elui, ou
extrai os solutos, transportando-os para baixo. À medida que os compostos da mistura são
separados, há formação de bandas. Quando cada uma dessas bandas passa pelo fundo da
coluna, ela é recolhida. O líquido que lava através da coluna é filtrado, e a afinidade entre a
fase estacionária e as substâncias adsorvidas é denominada de Atividade. Quanto mais ativa a
fase estacionária mais fortemente é a substância adsorvida mantida. A separação mecânica na
coluna é o método clássico de cromatografia (ENGEL, 2012).
Figura 2. Uma coluna cromatográfica.
Na Tabela 2, são enumerados vários tipos de adsorventes (fase sólida) utilizadas na
cromatografia em coluna. A alumina é o adsorvente mais amplamente usado e é obtido na
forma ácida, básica e neutra. Também é dada a intensidade aproximada dos vários
adsorventes enumerados.
Tabela 2. Sólidos adsorventes para cromatografias em coluna.
2. OBJETIVOS
● Cromatografia em Coluna
Separar a clorofila e os carotenóides do espinafre, através da técnica de cromatografia
em coluna.
3. MATERIAIS E REAGENTES
a. Cromatografia em camada delgada.
b. Cromatografica em coluna.
● Tesoura; ● Proveta;
● Gral e pistilo; ● Béquer;
● Espátula; ● Planta para extração da clorofila e
● Haste; betacaroteno;
● Coluna cromatográfica; ● Hexano;
● Garra; ● Acetona;
● Pipeta pasteur; ● Metanol;
● Sílica-gel.
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
b. Cromatografia em Coluna.
Cortou-se pedaços de uma planta numa cápsula de porcelana, juntamente com 100 mL
de uma mistura (80:20) de hexano e acetona. Para garantir uma boa extração as folhas devem
ser amassadas até que o solvente adquira uma coloração esverdeada.
Preparou-se uma coluna para cromatografia utilizando sílica como fase fixa, da
seguinte maneira: agitou-se com um bastão em um béquer, 10 g de sílica em hexano, até
obter uma pasta fluida, homogênea e sem bolhas de ar incluídas. Encheu-se a terça parte da
coluna cromatográfica com hexano e derramou-se, então, a pasta fluida de sílica, de modo
que ela sedimente aos poucos e de forma homogênea. Controlou-se o nível do solvente
abrindo ocasionalmente a torneira da coluna. Terminada a preparação, o nível de hexano deve
estar 1 cm acima do topo da coluna de sílica.
Distribuiu-se homogeneamente sobre o topo da coluna de sílica, com auxílio de uma
pipeta de Pasteur, 3 mL de uma solução do extrato do espinafre. Após a adsorção pela coluna,
procedeu-se a eluição com hexano, vertendo cuidadosamente o solvente pelas paredes
internas da coluna, tomando cuidado para não causar distúrbios ou agitação na coluna. Ao
mesmo tempo, abriu-se a torneira para escoar o solvente. Após a separação dos carotenóides,
adicionou-se metanol, para eluição da clorofila.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
a. Cromatografia em camada delgada
Nessa prática, utilizou-se o ácido acetilsalicílico (AAS) P.A. e o mesmo composto
referente a um comprimido analgésico, para que fosse comparado o fator de retardo (Rf), para
isso escolheu-se a realização de uma cromatografia em camada delgada (CCD), essa técnica
consiste em separar os componentes de uma mistura sólido-líquido, onde a fase móvel
(líquida) se desloca sobre a fase estacionária (sólida), também chamada de camada delgada,
onde existe um adsorvente retido em uma superfície plana.
Para a preparação da CCD, o ASS foi macerado e ambos foram colocados sobre uma
placa de petri, para que fossem diluídos, a substância usada para isso foi o metanol, que é um
solvente volátil e apresenta boa solubilidade. Com a micropipeta capilar que fora preparada
anteriormente, as amostras foram aplicadas sobre as placas de sílica e segundo Engel (2012),
nesse momento deve-se assoprar a placa enquanto aplica-se a amostra, para que ajude a
manter a mancha pequena quando o solvente evaporar, a separação é obtida de maneira
satisfatória quando a mancha é menor.
O processo de separação está fundamentado no fenômeno de adsorção, os
componentes da mistura absorvem-se com as partículas de sólido devido a interação de
diversas forças intermoleculares. Na orgânica, as interações mais importantes são as de
compostos polares, sendo do tipo dipolo-dipolo ou as que envolvem alguma interação direta,
como por exemplo, ligação de hidrogênio, coordenação ou formação de sal (ENGEL, 2012).
A amostra ocupa as duas fases, móvel e estacionária, a medida que o solvente avança sobre a
placa de sílica. Dessa forma, a escolha do eluente deve ser feita com cuidado, considerando
que a separação se dará por diferentes polaridades, é necessário analisar suas características
químicas. Para esse experimento, misturou-se o hexano e o acetato de etila em concentrações
diferentes, 8:2 e 6:4, com o intuito de comparar como o ASS se comportaria em contato com
eluentes de polaridades distintas. Conforme descrito por Engel (2012), a característica
principal dos eluentes escolhidos é a polaridade, do hexano por ser um hidrocarboneto e do
acetato de metila por possuir uma carbonila em sua estrutura. Esse atributo influencia na
velocidade de movimento do componente na placa, na grande maioria das vezes, as fases
estacionárias apresentam afinidade por substâncias polares, que são retidas pelo caminho.
Desse modo, podemos afirmar que, quanto mais distante estiver a mancha, menor é a
polaridade da substância.
Após o eluente percorrer por toda placa de sílica, o sistema é desmontado e colocado
sobre uma placa de petri aberta, deixando o solvente evaporar. Nessa etapa pode ocorrer algo
indesejado, segundo Constantino (2011), quando o solvente não evapora de modo correto,
pode ocorrer uma cromatografia por partição, que é quando a fase estacionária se apresenta
como um sólido recoberto, com uma fina camada do solvente que não evaporou. Visto que a
mancha não é tão perceptível, é preciso usar um método de revelação. Para isso, usou-se o
vapor de iodo em um béquer fechado, esse vapor provém de cristais de iodo. Ao posicionar a
placa dentro do béquer aguardamos por alguns minutos. Ao reagir com as substâncias
presentes na placa, o iodo forma complexos na tonalidade do marrom, ficando mais claro o
caminho percorrido pelos compostos. A marcação e a medição de distância da mancha deve
ser feitas com agilidade, pois a coloração que o iodo apresenta sobre a placa não é
permanente, ela desaparece conforme a sublimação desse elemento. Essa marcação é
essencial para o cálculo de Rf.
Ao compararmos as manchas, temos que, na primeira cujo a concentração do eluente
foi de 8:2, a distância que o solvente arrastou a substância e entre elas foi pequena. Na
primeira marcação temos o AAS P.A, que subiu 0,4 cm, enquanto o AAS analgésico 0,55 cm.
Desse modo, ao calcularmos, obtivemos diferentes valores para Rf, sendo respectivamente,
01 e 0,1373. Na placa em que utilizamos a proporção de 6:4 de solventes, observamos que a
distância que o solvente arrastou a substância foi maior, mas a distância entre as substâncias
foi ainda menor, podendo ser desconsiderada.
A diferença na distância percorrida nas placas pode ser explicada por Engel (2012), ao
afirmar que se em uma mistura os componentes se movem pouco, pode-se utilizar um
solvente mais polar. De fato, ao utilizarmos uma proporção cujo a presença do acetato de
etila, composto mais polar da mistura, é maior, é possível observar que a distância de arraste
cresce expressivamente.
b. Cromatografia em coluna
A cromatografia em coluna é comumente utilizada para purificação de substâncias
orgânica ou, para remover o material de partida ou isolar o produto desejado de uma reação.
Trata-se de uma técnica de partição entre duas fases, sólida e líquida, baseada na capacidade
de adsorção e solubilidade. (ENGEL, 2012). O sólido utilizado na prática em questão foi a
sílica-gel (SiO2), composto polar, recomendado na maioria dos casos, sendo que a mesma
não se dissolve na fase líquida associada. Este adsorvente é levemente ácido, retendo com
maior intensidade compostos básicos. Vale ressaltar que, o tamanho das partículas do
adsorvente afeta o fluxo do solvente através da coluna. Tanto sílica quanto alumina estão
disponíveis em vários tamanhos. O tamanho é dado através do valor de mesh. Quanto maior o
valor de mesh menor o tamanho da partícula.
No preparo da coluna cromatográfica adicionou-se uma certa quantidade de hexano
em 10 g de sílica-gel, até obter uma pasta fluida, homogênea e sem bolhas de ar incluídas.
Em seguida, encheu-se a terça parte da coluna cromatográfica com hexano e a pasta fluida de
sílica gel, de modo que a mesma se sedimente aos poucos e de forma homogênea, batendo-se
suavemente ao longo da coluna para que todo o ar seja expulso, de modo a se obter uma
compactação uniforme. A existência de ar entre as partículas leva à formação de canais na
coluna, os quais alargam as bandas eluídas. Vale ressaltar que, algumas colunas possuem uma
retenção de vidro para prevenir que o adsorvente da fase estacionária passe através da
torneira. A coluna utilizada na prática em questão, não possui esta barreira e precisou utilizar
um chumaço de algodão na sua extremidade inferior. O tipo de barreira ou a quantidade de
algodão podem fazer a velocidade de eluição variar, como mostra na (Figura 3).
Figura 3. Colocação do pedaço de algodão.
6. CONCLUSÃO
ANEXOS
Aluno 1
ANTES DEPOIS
Aluno 2
ANTES DEPOIS
Para que o experimento seja satisfatório é importante lembrar que o eluente não pode
entrar em contato direto com a marca da amostra e por estar usando um solvente volátil, é
indicado que o sistema fique fechado. Assim como deve-se desenhar com uma distância
significativa, pois com o decorrer do arraste as manchas podem se encontrar, como visto no
experimento do primeiro aluno, e isso poderia causar interferências na visualização dessa
técnica.
Observamos com esse experimento o funcionamento da cromatografia em papel. O
álcool faz sua trajetória pelo papel devido a capilaridade e ao encontrar com as amostras,
nesse caso, manchas de canetas coloridas, as cores são arrastadas juntamente com o eluente
que continua subindo pela placa utilizada. Desse modo, os corantes que são misturadas para
formar as tintas das canetas são identificadas. Isso ocorre porque alguns corantes interagem
mais fortemente com o solvente e se movimentam com ele e já outros interagem melhor com
o papel, permanecendo parados.
REFERÊNCIAS