Você está na página 1de 3

Sono e vigília

Sono  É mais difícil de acordar por estímulos


sensoriais, geralmente desperta
 É o estado de inconsciência do qual a pessoa espontaneamente durante um episódio de sono
pode ser despertada por estímulos. Existes REM.
múltiplos estágios, do sono muito leve ao  Ocorre alto consumo de oxigênio pelo encéfalo.
profundo.  Tônus muscular excessivamente reduzidos,
 Estado facilmente reversível de reduzida indicando forte inibição das áreas de controle da
responsividade e interação com o meio medula atonia.
ambiente.  Frequência cardíaca e respiratória ficam
 Existe dois tipos de sonos que possuem irregulares os sistemas fisiológicos de controle
qualidades distintas. são dominados pelo sistema simpático.
 Durante a noite a pessoa percorre por dois tipos  Pode ocorrer movimentos musculares irregulares
de sono que se alternam. e rápidos movimentos oculares.
1. Sono de ondas lentas: as ondas cerebrais  Encéfalo fica muito ativo, e o metabolismo
possuem grande amplitude e baixa frequência. encefálico global fica aumentado por 20%. A
2. Sono com movimentos rápidos dos olhos resposta cerebral não é canalizada para a
(sono REM): os olhos realizam movimentos direção apropriada, por isso a pessoa não
rápidos. acorda.
 A maior parte do sono durante a noite é da
Ciclo do sono
modalidade ondas lentas.
 O sono REM ocorre em episódio que ocupam  A noite de sono inclui ciclos irregulares de
25% do sono, ocorrem em intervalos de 90min e movimento dos olhos, funções fisiológicas e
não são sonos restauradores. ereções penianas entre os sonos REM e não
 Esses estados são produzidos estados distintos REM.
de função cerebral acompanhado de mudanças  A distribuição durante uma noite fica 75% no
na função corporal. sono não REM, e 25% no sono REM.
Sono ondas lentas: parece ser um período de  O sono não REM é dividido em 4 estágios:
repouso, a tensão muscular é reduzida em todo o 1. É um sono de transição onde os ritmos do
corpo e o movimento é mínimo. EEG da vigília ficam relaxados e desvanecem,
 Ocorre diminuição de 10% a 30% da pressão e olhos fazem movimentos lentos circulares,
arterial, frequência respiratória, metabolismo dura apenas alguns minutos e é o sono mais
basal e aceleração dos processos digestórios leve.
devido a aumento na atividade do sistema 2. É mais profundo e pode durar de 5 a 15min,
parassimpático. incluem oscilações no EEG chamada de fuso
 A atividade do córtex e os processos mentais do sono gerada por marca-passo talâmico. Os
atingem os níveis mais baixos. movimentos oculares quase cessam.
 A maioria dos sinais sensoriais aferentes não 3. O EEG inicia ritmos lentos e de grande
alcançam o encéfalo. amplitude. Poucos movimentos corporais e
 A maioria dos sonhos que ocorrem não são oculares.
lembrados pois não ocorre consolidação na 4. Estagio de sono mais profundo, com ritmos do
memória. EEG de grande amplitude. Pode durar de 20 a
Sono REM: aparecem a cada 90min e durando entre 40min.
5 e 30min. Quando a pessoa está extremamente  Após o 4º estagio o sono se torna mais leve e
sonolenta os episódios são curtos ou não regride entre os estágios 3 e 2 por 10 a 15min e
aparecem, à medida que a pessoa vai ficando mais entra subitamente em um breve período de sono
descansada o episódio fica mais longo. REM.
Características importantes:  A medida que a noite progride ocorre diminuição
na duração do sono não REM, principalmente
 É a forma ativa, associada a sonhos e nos estágios 3 e 4 e aumento nos períodos
movimento musculares ativos. REM.
 Metade do sono REM ocorre no terço final da neurônios, aumento da excitabilidade e
noite, onde os ciclos podem durar 30 a 50min. supressão das formas rítmicas de disparo.
 Ocorre intervalos de sono não REM com  O neurotransmissor hipocretina secretado pelos
duração de 30min entre os períodos de sono neurônios situados no hipotálamo lateral,
REM. promove a vigília e inibe o sono REM.
 A duração de um sono pode variar de 5 a 10h, a
Ato de adormecer
duração média aproximada é de 7,5h.
 Os adolescentes têm mais dificuldade de  Um conjunto de neurônios colinérgicos, que
dormir devido a mudanças no mecanismo que ficam silenciosos durante a vigília, aumentam a
imprimem o ritmo circadiano durante essa frequência de disparo com o início do sono não
fase. REM.
 Nos estágios iniciais do sono não REM incluem
Teóricas do sono
os fusos do sono do EEG gerados pela
 O sono é causado por processo inibitório ativo, ritmicidade intrínseca dos neurônios talâmicos.
centros localizados na parte media do tronco A medida que o sono não REM progride os
encefálico causam o sono pela inibição de fusos desaparecem e são substituídos por
outras partes do encéfalo. ritmos lentos.
 A estimulação de áreas especificas do encéfalo  A sincronização durante os ritmos e fusos se deve
podem produzir sono. as interconexões neurais no tálamo e entre o
 Núcleos da rafe possuem neurônios que tálamo e córtex.
liberam serotonina, substancia associada a  Devido as conexões excitatórias a atividade
produção do sono. rítmica do córtex ou tálamo se sobrepõem sobre
 Estimulação do hipotálamo, principalmente a o outo.
área supraquiasmática e área ocasional nos Mecanismos do sono REM
núcleos talâmicos de projeção difusa.
 Estimulação de áreas no núcleo do trato  Muitas áreas corticais ficam mais ativas do que
solitário. na vigília, um exemplo é o córtex motor, que
 Os neurônios mais críticos para o controle do dispara rapidamente e geram padrões motores
sono e vigília fazem parte dos sistemas organizados.
moduladores difusos.  Tentam comandar o corpo todo, mas só
 Neurônios moduladores do tronco encefálico consegue movimentar os músculos dos olhos,
que secretam adrenalina, serotonina e ouvido interno e músculos essenciais para
neurônios colinérgicos são ativos na vigília. E respiração.
neurônios que secretam acetilcolina acentuam  Provavelmente é a ação da acetilcolina de
eventos críticos do sono REM. neurônios colinérgicos que faz o cérebro se
 Os sistemas moduladores difusos controlam comportar que igual ao estado de vigília no
os comportamentos rítmicos do tálamo, e o sono REM.
tálamo controla do EEG do córtex, dessa forma,  Durante o sono REM ocorre uma explosão de
ritmos lentos do tálamo bloqueiam o fluxo de atividade extraestriatal durante os sonhos, não
informação sensorial para o córtex. ocorre aumento na atividade do córtex visual
 Lesões no núcleo da rafe e área primário e lobo frontal, sugerindo que não
suprequiasmatica causam insônia, pois os ocorre integração ou interação da informação
núcleos reticulares excitatórios do mesencéfalo visual. Ocorre aumento na atividade do sistema
e parte superior da ponte não são inibidos, límbico formando o componente emocional dos
causando vigília intensa. sonhos.
 O controle do sono REM ocorre por sistema
Sistema ativador reticular ascendente moduladores difusos na porção central do
 Conjuntos de neurônios aumentam a taxa de tronco encefálico, principalmente a ponte.
disparo antes de acordar ou no estado alerta,  Os mesmos neurônios do tronco encefálico que
entre os neurônios estão células do núcleo da controlam os processos do sono REM, inibem os
rafe e células que usam acetilcolina no tronco neurônios motores espinhais.
encefálico.  Isso ocorre para que as pessoas não realizem a
 Estabelecem sinapses diretamente com o encenação dos sonhos. Causa atonia dos
tálamo e em outras regiões do encéfalo, os músculos, ficando incapaz de realizar
efeitos gerais são a despolarização de movimentos.
Fatores promotores do sono  Quando o núcleo supraquiasmático (NSQ) é
estimulado eletricamente, ciclos circadianos
 Uma das substancias promotoras do sono é a
podem ser alterados de maneira previsível.
adenosina, é liberada pela glia e atua como
 A eliminação do núcleo retira a ritmicidade
neuromodulador em sinapses. A administração
circadiana da atividade física, sono e vigília, ato
de adenosina ou seus agonistas aumentam o
de comer e beber.
sono, promovem o sono não REM.
 Os ritmos encefálicos internos nunca voltam sem
 Inibe os sistemas moduladores difusos de
o NSQ.
acetilcolina, noradrenalina e serotonina que
 Lesões no NSQ não prejudica o sono, o sono e
promovem a vigília.
vigília fica sendo controlado por ciclos claro-
 Após iniciar o sono os níveis de adenosina
escuro.
caem lentamente e a atividade nos sistemas
 O NSQ realiza o acoplamento de mecanismos
moduladores vão aumentando até acordar.
fotossensíveis pela via trato retino-
 Outro promotor é o oxido nítrico, que funciona
hipotalâmico.
como mensageiro retrogrado entre neurônios.
 Axônio das células ganglionares da retina
Neurônios colinérgicos do tronco encefálico
fazem conexão com detritos dos neurônios do
capazes de promover a vigília possuem enzimas
NSQ ajuda a ajustar o relógio circadiano.
produtoras de NO.
 O NO promove a liberação de adenosina.  As células ganglionares fotossensíveis
secretam melanopsina.
 Os níveis de NO aumentam significativamente
durante a vigília e privação de sono. Mecanismos do NSQ
 A interleucina -1 é uma citosina envolvida no
sistema imune e no sono. É sintetizada na glia e  As células do NSQ comunicam a mensagem
por macrófagos. Ocorre um pico da interleucina rítmica para o encéfalo pelos neurônios aferentes,
no início do sono. por potenciais de ação, e a frequência de disparo
 Promove o sono não REM. das células do NSQ variam com o ritmo
circadiano.
 Outra substancia promotora é a melatonina,
secretada pela glândula pineal em ambiente  Os potenciais de ação não são necessários
escuro (a luz inibe a liberação). Os níveis de para manter o ritmo dos neurônios do NSQ.
melatonina aumentam quando ficamos Mantem o ritmo por comunicações célula a
sonolentos, apresenta um pico pela manhã e célula e por sinais de retroalimentação.
começa a voltar para os níveis basais quando  O NSQ tem influência circadiano sobre o
acordamos. sistema nervoso visceral, temperatura,
 A melatonina ajuda a iniciar e manter o sono. hormônios das glândulas suprarrenais e
circuitos neuronais que controlam o
Ritmos circadianos comportamento alimentar, movimento e
metabolismo.
 Os ritmos circadianos são os ciclos diários de  Quase todos os neurônios do NSQ usam
claridade e escuridão que resultam da GABBA como principal neurotransmissor,
movimentação da terra. possivelmente quando fazem conexão causa
 Mesmo se não ocorre os ciclos diários os ritmos inibição dos neurônios.
circadianos mantêm a mesma relação pois
dependem de relógios biológicos.
 Os estímulos externos como luz e escuro ou
alterações diárias de temperatura, auxiliam a
ajustar os relógios biológicos para manter a
sincronização com o final da luz do sol.
Relógios biológicos

 Zeitgebers são informações do tempo oriundas


do ambiente (luz, temperatura), na presença Sono e vigília
desses os animais têm seus ritmos arrastados  Está sob controle do NSQ do hipotálamo, o NSQ
pelo ritmo dia-noite, mantendo um ciclo de é influenciado pela luz e pela melatonina.
atividade de 24h.  Essa influência da luz é repassada para o
 O zeitgebers básico é o ciclo claro-escuro. sistema ativado reticular e núcleo dorsomedial
Núcleo supraquiasmático que participam da regulação do
comportamento circadiano do sono.

Você também pode gostar