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Projeto Arquitetônico para

Engenharia Civil
.
Profa. Esp. Arq. e Urb. Nairama Barriga

C u rso d e Arq u itetu ra e Ur b an ismo


CONFORTO ACÚSTICO

Som e Ruído

Fonte: ProAcústica (2013)


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Perfil
Compreender processos e tomar decisões com visão integrada nas diversas áreas

Competência
O entendimento das condições climáticas, de eficiência acústica, lumínica e energética, e o
domínio das técnicas apropriadas a elas associadas e à busca da sustentabilidade para a
aplicação em projetos.

Objeto de conhecimento
Compreensão de som e ruído

DA COSTA, Ennio C. Acústica Técnica. Sâo Paulo: Blucher, 2003. (cap. 3).

SALIBA, T. M. Manual prático de avaliação e controle do ruído. São Paulo: LTr, 2001. (parte 1).
SOM X RUÍDO
O SOM

CONCEITO:

“A ACÚSTICA só se torna um dado de projeto a partir do


momento em que se entende o que é o fenômeno chamado
SOM e como ele se propaga, pois este é um conhecimento
elementar para promover a qualidade acústica” (SOUZA,
2012).
O SOM

CONCEITO:

É uma onda mecânica, longitudinal e tridimensional que


se propaga em um meio (gasoso, líquido ou sólido).
O SOM

CONCEITO:

Essas variações se dão em torno da pressão atmosférica e


se propagam longitudinalmente à velocidade de 340 m/s
para 20 º C.
O SOM

Para a construção civil:

Meio

Ar Materiais de construção
O SOM
CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS SONORAS:
Amplitude – É o deslocamento
máximo da partícula em relação
ao seu centro de equilíbrio, ou, a Fonte: Souza (2012)
altura da onda medida a partir do
ponto médio.
Comprimento () – É a distância
que a onda percorre para cada
ciclo completo de vibração.
Período (T) – É intervalo de tempo
necessário para a fonte produzir
uma oscilação cíclica de
pressão/depressão (onda)
completa.
O SOM
CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS SONORAS:

Frequência (f) – É o número de ondas em uma fração de tempo.


A frequência é então o número de oscilações (ou ciclos) por
unidade de tempo (período) - 1 Hertz = 1 ciclo por segundo.
O SOM
CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS SONORAS:
Frequência (f) – É o número de ondas em uma fração de tempo.

Frequência expressa em
ciclos por segundo
ou
Hertz
e é inversamente
proporcional ao
período
O SOM
CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS SONORAS:
Classificação das ondas sonoras quanto a frequência

Não perceptíveis ao
Infrassons Abaixo de 20Hz
ouvido humano
Baixas frequências De 20Hz a 200Hz Sons graves
Médias frequências De 200Hz a 2.000Hz Sons médios
Altas frequências De 2.000Hz a 20.000Hz Sons agudos
Não perceptíveis ao
Ultrassons Acima de 20.000Hz
ouvido humano
Fonte: Carvalho (2010)
O SOM
PROPAGAÇÃO DO SOM:

Via direta
Via indireta
Via sólida
O SOM
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DO SOM:

Proporcional a densidade do meio.


O SOM
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DO SOM:
AR 340m/s
Velocidade de propagação do som
ÁGUA 1460m/s
de acordo com o meio
BORRACHA 40 a 150m/s

MADEIRA 1.000 a 5.000m/s

CHUMBO 1.320m/s

CONCRETO 4.000m/s

AÇO 4.700 a 5.100m/s

VIDRO 5.000 a 6.000m/s


O SOM
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DO SOM:

No caso do ar (temperatura média = 20°C), as frequências


audíveis (entre 20 e 20.000Hz) tem seus comprimentos de
onda entre 17m e 17mm:

Fonte: Souza (2012)


O SOM
INTENSIDADE DO SOM (VOLUME DO SOM)

Quanto maior a amplitude, mais intenso é o som.


O SOM
INTENSIDADE DO SOM (VOLUME DO SOM)

Quanto maior a amplitude, mais intenso é o som.


O SOM
INTENSIDADE E ALCANCE DO SOM:

Propagação do som esférica: a medida que se dobra a


distância (raio) entre a fonte e o receptor, a queda de
intensidade corresponde a um nível sonoro de 6dB.
INTENSIDADE

DISTRIBUIÇÃO
DISTÂNCIA

ÁREA DE

SONORA
O SOM
INTENSIDADE DO SOM – O
DECIBEL:

Homenagem a Alexander Graham


Bell.

Valor de referência: 10 W/m² - se


aproxima da intensidade mínima
audível à 1.000Hz
(0 dB na escala de decibéis).
O SOM
MASCARAMENTO DO SOM:

Sobreposição de sons.

• O som de maior intensidade sobrepõe o de menor


intensidade.
• Na presença de um ruído de fundo muito elevado, o som
de interesse precisa ter mais energia para ser percebido.

Fonte: Carvalho (2010)


O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

As formas e os materiais adotados influenciam o


comportamento do som e o desempenho acústico dos
ambientes.
O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

• Difusão, Difração e Ressonância.


O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

REFLEXÃO
As superfícies côncavas tenderão a convergir os raios, assim
como as convexas os difundirão.

Fonte: Carvalho (2010)


O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

REFLEXÃO
Ondas estacionárias:

Defeito acústico -
Produz distorção no
som e sensação de
desconforto
Auditivo.

Fonte: Souza (2012)


O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

ABSORÇÃO
• A absorção ocorre na superfície incidente e é responsável
pelo decaimento da energia sonora.
• A energia absorvida pode ser transformada em outros tipos
de energia:
- energia térmica,
- energia transmitida.

Som absorvido por uma


superfície é a quantidade de
som dissipado (transformado
em calor) mais a quantidade de
som transmitido.
O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

REFRAÇÃO
É a mudança de direção de um onda sonora, que sofre ao
passar por um meio de propagação para outro. Essa alteração
de direção é causada pela brusca variação da velocidade da
propagação que a onda sofre.
O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

DIFUSÃO

Espalhamento dos raios sonoros: área de abrangência dos


raios refletidos se torna maior que aquela promovida por uma
superfície plana.
O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

DIFUSÃO

Estratégia arquitetônica

Espelhos acústicos difusores


(superfícies convexas)

Fonte: Souza (2012)


O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

DIFRAÇÃO

Capacidade de uma onda sonora transpor obstáculos entre


a fonte sonora e o receptor.
Pode mudar a direção ou reduzir a intensidade da onda.

Fonte: Carvalho (2010)


O SOM
PROPRIEDADES DO SOM

DIFRAÇÃO

Se H <  – não existe sombra acústica.


Se H =  – sombra acústica muito fraca.
Se H >  – existe sombra acústica.

Onde:
 - Comprimento
da onda
H - Altura do
obstáculo

Fonte: Carvalho (2010)


O SOM
INTELIGIBILIDADE

Péssima inteligibilidade da linguagem: paredes com muita


reflexão sonora.

Evitar a aparição de ecos e focalizações do som.

Evitar o uso de grandes paredes paralelas reflexivas.


O SOM
REVERBERAÇÃO

Sobreposição e confusão do som direto e refletido –impressão


de uma audição mais prolongada - REVERBERAÇÃO.

Fonte: Carvalho (2010)


RUÍDO

Fontes sonoras decorrentes do crescimento urbano e da


industrialização geralmente tidas como geradoras de
ruídos:

- transportes rodoviários e aéreos;

- indústrias;

- algumas atividades
de recreação (quadras,
ginásios de esporte).

Fonte: Souza (2012)


RUÍDO
Valores de alguns ruídos comuns nos grandes centros urbanos:

Fonte: Souza (2012)


RUÍDO

Fonte: Costa (2003)


RUÍDO

TIPOS DE RUÍDO:

Depende do meio de propagação.


Para a construção civil:

Meio

Ar Materiais de construção
Ruídos aéreos Ruídos de impacto
RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:

Desde 1980, o desempenho acústico das edificações,


acabou se tornando exigência de leis e códigos de obras,
tendo em vista seu impacto sobre a saúde humana.

A racionalização, traduzida
em redução de espessuras
de paredes, pisos, ausência
de algumas soluções
construtivas resultou numa
perda do desempenho
acústico.
RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:

Normatização:

A NBR 10152 (ABNT, 1987) - Níveis de ruído para conforto


acústico, estabelece os níveis de ruído máximos
admissíveis nos ambientes segundo o tipo de uso.

A NBR 15575 (ABNT, 2013) veio definir, a partir desses níveis


admissíveis, os níveis de desempenho que os sistemas
construtivos devem ter para atenuar a transmissão dos
ruídos gerados externa e internamente nas edificações
habitacionais.
RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:

Limite de tolerância: concentração ou intensidade máxima ou


mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição, que não
causará dano à saúde.

Para ruídos aéreos: há risco grave a 115 dB.

Para ruídos de impacto: há risco grave a sons superiores a 130 dB.


RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:

Segundo a NR-15 – a partir de 85 dB aconselhável o uso de


protetores auriculares.

Porém, a partir de 65 dB
(conversação normal) pode
ocorrer irritação e fadiga
mental e física.
RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:
NBR 10152 (ABNT, 1987): Nível de Ruído para Conforto Acústico
• Relaxamento total durante o sono com ruídos
inferiores a 39 dB.

• OMS estabelece 55 dB como nível médio de ruído


diário para uma pessoa viver bem.

• Acima de 75 dB acontece a perda da


inteligibilidade, comunicação prejudicada, passando
a ocorrer distrações, irritabilidade e diminuição da
produtividade no trabalho.

• Perda de audição para níveis acima de 85 dB.


RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:
Níveis de som para o conforto:
NBR 10152 X Curvas NCB:
RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:
NBR 15575 (ABNT, 2013):
Define os níveis de desempenho que os sistemas
construtivos devem ter para atenuar a transmissão
dos ruídos gerados nas edificações habitacionais.

Regulam-se os níveis de desempenho acústico:


- das paredes externas;
- das esquadrias;
- das paredes internas que separam duas
unidades e as unidades das áreas comuns;
- do conjunto de paredes e portas que separam
duas unidades;
- dos sistemas de pisos com relação ao ruído
aéreo e de impacto.
RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:
NBR 15575 (ABNT, 2013):

Ruído de impacto aceitáveis em edifícios: 55dB a 80dB.


RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:
Outras normas, regulamentações e leis:

Resolução CONAMA N.º 001 - Resolução do Conselho


Nacional do Meio Ambiente que visa controlar a poluição
sonora. Determina que os níveis de ruído superiores aos
estabelecidos na norma NBR 10152 são prejudiciais à
saúde e ao sossego público.

NBR 7731:1983 - Guia para execução de serviços de


medição de ruído aéreo e avaliação dos seus efeitos sobre
o homem.

NBR 10.151: 2000 - Avaliação do ruído em áreas


habitadas, visando o conforto da comunidade.
RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:
Outras normas, regulamentações e leis:

Período diurno – de 7 às 22 horas.


Período Noturno – de 22 às 7 horas.
Pode variar conforme a legislação municipal.
RUÍDO

NÍVEIS DE RUÍDO:
Quando os níveis de ruído medidos são muito altos, devem ser
tomadas algumas providências:

Tratamento acústico
-Redução de ruído na fonte; em máquinas ou
ambientes.
-Reduzindo a transmissão do som;
Troca de
-Excluir fontes ruidosas; equipamentos

-Fornecer EPIs para as pessoas expostas.

Deve ser a última medida.


A prioridade deve ser sempre
eliminar / reduzir o nível de
ruído da fonte.
RUÍDO

CONSIDERAÇÕES:
A qualidade acústica do projeto:

- identificar e localizar as fontes de ruído existentes no


entorno do edifício (vias de tráfego, indústrias, atividades de
lazer);

- verificar as fontes que serão criadas pelo próprio projeto


(casas de máquinas, equipamentos, salões de festa, prismas
de ventilação);

- classificar as fontes como de ruído aéreo ou de impacto;


RUÍDO

CONSIDERAÇÕES:

- Checar o nível de ruído de fundo recomendado para os


espaços projetados.

-Propor uma setorização dos espaços, a partir da


hierarquização, estabelecendo uma “escala” de sensibilidade
ao ruído.
Ex: Um quarto é mais sensível ao ruído que a sala, que é mais
sensível que o banheiro e assim por diante.

- Se necessário, propor algum tipo de tratamento acústico


adequado à função do ambiente.
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