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As novas faces da Igreja Protestante e sua influência na representação e produção arquitetônica dos templos
religiosos atuais no Brasil dezembro/2014

As novas faces da Igreja Protestante e sua influência na representação


e produção arquitetônica dos templos religiosos atuais no Brasil
Nicolle Priscilla Lopes Suda - nicolle.suda@gmail.com
Master em Arquitetura
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Campo Grande, MS, 16/03/2014

Resumo
Atualmente, observa-se que o número de evangélicos e consequentemente de suas igrejas,
vêm crescendo gradativamente no Brasil e em algumas partes do mundo, desenvolvendo
assim, a necessidade de um espaço maior e mais adequado para a realização de cultos e de
várias outras funções que vêm sendo agregadas por esta parcela do cristianismo. O objeto de
estudo são as novas faces da Igreja Protestante, comunidade, e as igrejas protestantes,
espaço físico, contemporâneas. O objetivo desta análise é compreender as interferências que
as novas atividades desenvolvidas pela Igreja Protestante e seu crescimento acelerado
produzem no espaço arquitetônico religioso cristão atual, deste segmento, no Brasil. Esta
pesquisa foi desenvolvida através de dados obtidos em órgãos institucionais, livros,
periódicos, conteúdos presentes na rede mundial de computadores (INTERNET), fontes
estatísticas e pesquisas de campo. Os resultados encontrados indicam que o espaço religioso
protestante evoluiu consideravelmente da Reforma até os dias atuais, produzindo construções
de caráter contemporâneo multifuncional, livre de repressentacionismo e iconoclastia.
Concluiu-se que as dinâmicas assimiladas pela Igreja em análise tiveram grande influência
na modificação do templo. Outro fator que pode ser considerado indutor desta
transformação, é o aumento do número de seguidores.

Palavras-chave: Igreja. Templo. Espaço Religioso. Arquitetura Religiosa. Protestante.

1. Introdução
As Igrejas Protestantes brasileiras, de modo geral vêm crescendo, desenvolvendo novas
funções sócio-espaciais e culturais, resultando na necessidade de espaços maiores para abrigar
o grande contingente de fiéis, e mais adequados para a realização de seus cultos e das
diversificadas funções sociais ou internas, que a instituição religiosa atual vem agregando.
Dentre estas funções estão o atendimento pastoral, assistência social, atividades esportivas,
teatro, dança, música, e as ocupações administrativas.
Esta realidade tem levado as instituições protestantes à buscarem uma concepção e visão
inovadoras sobre templos e igrejas. O desenvolvimento de características contemporâneas, da
multifuncionalidade, a preocupação com a sutentabilidade, a utilização de tecnologias, a
iconoclastia e a liberdade representativa se tornam elementos definidores destes espaços.
Segundo o relatório "Global Christianity: A report on the size and distribution of the worls´s
christian population" produzido, em dezembro de 2011, pelo Pew Research Center´s Forum
on Religion end Public Life, os 801 milhões de Protestantes compõem 37% da população
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
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cristã global. Apesar de a Europa ser o berço do protestantismo, apenas dois dos dez países
com maior população protestante se encontra neste continente. Os EUA encontra-se em
primeiro lugar seguido pela Nigéria, com aproximadamente 60 milhões de protestantes; em
terceiro lugar encontra-se a China, com 58 milhões e, em quarto, o Brasil com 40,5 milhões.

Figura 1 – Distribuição estimada da população protestante por país e territórios em 2010


Fonte: Pew Research Center´s Forum on Religion & Public Life - Global Christianity, Dezembro 2011

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a


porcentagem de pessoas que se declaram protestantes, vêm crescendo a cada ano no Brasil.
No início dos anos 2000, o Brasil passou por um fenômeno que os especialistas chamam de
trânsito religioso, ou seja, a passagem de fiéis de uma religião para outra. O país perdeu
católicos na mesma proporção que ganhou evangélicos. As pesquisas apontaram que, em
2000, o número de católicos era de 74% da população e em 2007 já era de 64% apenas.
A mesma instituição revela que, no início da década, o número de evangélicos crescia 1% ao
ano, e também que, o número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo
dados do Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
em 2012. Em 1970, constatou-se uma população evangélica de 4,8 milhões, em 1980 de 7,9
milhões, em 1991 de 13,7 milhões e em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos,
ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros.

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Figura 2 – Porcentagem de variação dos


evangélicos no Brasil 2000-2010
Fonte: http://confins.revues.org/7785 Acesso em:
12/03/2014

Figura 3 – Porcentagem de evangélicos no Brasil


por região
Fonte: http://confins.revues.org/7785 Acesso em:
12/03/2014

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O interesse pelo tema surgiu a partir de estudos anteriores, sobre a história da arquitetura no
Brasil e no mundo, e como a religião e os contextos histórico, político, geográfico e social
influenciaram as expressões estéticas, formais e funcionais das igrejas cristãs nos períodos
Paleocristão, Bizantino, Românico, Gótico, Renascentista, Maneirista, Barroco, Moderno e
Contemporâneo.
Para Fujiki (1997), a história da arquitetura religiosa pode ser dita, sem nenhum exagero,
como a história da arquitetura. A arquitetura religiosa passa por várias etapas até chegar à era
moderna, na qual emerge a idéia da “morte” de Deus e da perda do centro.
[...] o espaço cristão de culto se desenvolve, sofrendo influências oriundas dos mais
diversos campos: da teologia, da cultura, da arte, das tecnologias e até da própria
liturgia. Embora haja mudanças consideráveis nesse espaço, creio que as mais
importantes transformações estão na visão mais essencial que a própria Igreja teve
sobre o significado do seu espaço de culto. (FRADE, 2007, p. 175)

O objetivo desta análise é compreender as interferências que as novas atividades


desenvolvidas pela Igreja Protestante e seu crescimento acelerado produzem no espaço
arquitetônico religioso cristão atual. Devido à complexidade e abrangência do tema, este
trabalho delimita-se ao estudo das novas faces da Igreja Protestante contemporânea e os
espaços de culto protestantes atuais contruídos no Brasil e nos Estados Unidos, em virtude
deste país excercer grande influência sobre as representações e atividades das igrejas
brasileiras atuais.
A questão apresenta-se relevante, pois observa-se hoje, que a procura ampliada por
instituições religiosas se intensificou no decorrer do tempo e que espaços religiosos
protestantes, dotados de um caráter contemporâneo singular, começam a surgir devido ao
grande contingente de evangélicos no Brasil e no mundo. E também, devido ao
desenvolvimento de uma visão diferenciada sobre o papel da igreja, que passa a agregar cada
vez mais funções, buscando suprir deficiências da sociedade atual; resultando no aumento de
atividades de interesse social, socio-educativas, assim como, ações comunitárias de esporte e
lazer, que são desenvolvidas por diversas instituições religiosas. Esta evolução, gera uma
demanda na produção de espaços de culto multifuncionais, que deverão ser projetados
pensando-se não somente em uma atividade, mas em várias a serem realizadas nesses locais,
buscando também empregar o conforto ambiental, o sustentável e o tecnológico.

2. Referencial Teórico
Os marcos históricos que servirão de referencial para o desenvolvimento deste estudo são a
Reforma Protestante, as modificações ocorridas nas funções e atividades das Igrejas
Protestantes, a evolução da religião protestante no Brasil e, por fim, as manifestações
arquitetônicas cristãs ao longo dos anos e na atualidade, dando ênfase nas produções norte-
americanas e brasileiras. Destaca-se também a importância da religião na vida do ser humano
e as questões sociais, culturais e éticas que a mesma envolve.

2.1 Reforma Protestante e protestantismo no Brasil


A Reforma Protestante inicia-se na Alemanha, sob o comando de Martinho Lutero, no dia 31
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de outubro de 1517, Lutero afixou na porta da Catedral de Wittenberg, o pergaminho com


suas noventa e cinco teses. " Enquanto a Reforma estava ainda em início na Alemanha, eis
que o mesmo espírito despontou também em muitos países da Europa." (HURBULT, 2002, p.
180). Na Inglaterra, a Reforma teve altos e baixos, iniciando- se no reinado de Henrique VIII.
Os Estados Unidos teve uma formação protestante desde o início de sua colonização,
justificando o fato de ser o país que possui maior número de protestantes no mundo até os
dias de hoje, com aproximadamente 160 milhões de fiéis, representando 51% da população
local e 20% da população mundial. Segundo Neto (2009), a descoberta da América trouxe
para as Treze Colônias Inglesas os alemães, ingleses, franceses, escoceses e irlandeses, sendo
estes reformadores anglicanos, calvinistas e puritanos que buscavam liberdade religiosa.
O primeiro movimento para cristianizar o mundo pagão foi realizado pelos católicos através
dos jesuítas. Foi assim que o cristianismo se espalhou pelo resto do mundo, chegando
inclusive ao Brasil, junto com os colonizadores. "Sob o jugo da coroa portuguesa, o
catolicismo foi imposto no Brasil, desde os primórdios da colonização, como religião oficial
do Império e a única com permissão para realizar cultos públicos ou domésticos."(NEGRÃO,
2008, p. 2) Somente alguns anos depois, com a vinda da coroa portuguesa e da abertura da
comercialização com outros países, foi que o protestantismo entrou no Brasil, no entanto,
ainda com algumas restrições. Somente no ano de 1889, com a proclamação da República e
com a criação de uma constituição que estabelecia uma sociedade pluralista e laica, é que se
desenvolveria, ao longo do século XX, o princípio da liberdade religiosa e a separação do
Estado Republicano da Igreja Católica.
Após a vinda da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, fugindo das tropas
napoleônicas e da abertura dos portos ao comércio com os ingleses, permitiu o
monarca D. João VI que o culto protestante fosse realizado em terras brasileiras,
desde que não em templos e desde que não houvesse proselitismo a favor dele e
contra a religião oficial. Esse fato e mesmo a simpatia que os imperadores
brasileiros D. Pedro I e D. Pedro II tiveram em relação a grupos protestantes,
permitindo a liberdade de culto para brasileiros natos, a formação de colônias
protestantes e a livre atuação de missionários norte-americanos, pouco alteraram o
panorama religioso no período. (NEGRÃO, 2008, p.5)

Na passagem para o século XXI, intensifica-se a formação e consolidação de um campo


religioso pluralista no Brasil. Estas tendências já haviam sido notadas ao longo do século
passado. O catolicismo decrescia ligeiramente, na medida em que o número de protestantes
crescia, lentamente, mas de forma contínua, através de missões estrangeiras e outros grupos
religiosos.
Somente nessa década (entre 1991 e 2000), o catolicismo perde quase 10% de seus
adeptos, restringindo-se a 73,6% o total de católicos. Já os protestantes crescem
pouco mais que 6%, alcançando 15,4% no total de suas diferentes “eclesialidades”.
Já os espíritas, os adeptos de cultos afro-brasileiros e de outros cultos crescem muito
pouco nesse período (apenas 0,5%), estabilizando-se em 3,4%, praticamente.
Por esses dados, pode-se concluir que o grupo que mais cresceu ao longo da segunda
metade do século XX foi o protestante, o qual, de apenas 1,4% do total de religiosos
em 1940, multiplicou por 11 vezes seu contingente, atingindo o patamar de 15,4%,
em 2000. (NEGRÃO, 2008, p. 7 - 8)
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Conclui-se que o cristianismo no Brasil ainda é, em sua grande parte, representado por
católicos, mas, o protestantismo tem crescido gradativamente, ganhando forças e um vasto
campo de atuação.

2.2 As novas faces da Igreja (o papel da igreja)


Nas duas últimas décadas, nota-se que as manifestações religiosas estão cada vez mais
presentes nos diferentes segmentos da sociedade brasileira. A Igreja Protestante, além de
prestar culto a Deus, vem agregando diversificadas funções que antes não eram consideradas
religiosas, como o teatro, a dança, a música e assistência social.
Templos e prédios de educação religiosa costumavam ficar fechados durante a semana, nos
períodos em que não havia realização de cultos ou eventos, sem a menor utilidade para a
comunidade que os cerca. Então, a Igreja começou a perceber que é preciso aprender a dividir
os recursos, que não se limitam necessariamente ao dinheiro, mas podem estar ligados à
estrutura, aos imóveis, ao tempo, aos profissionais (médicos, professores, assistentes sociais,
empresários), que poderiam usar sua profissão e seu potencial para minimizar o sofrimento e a
diferença social.
“Os edifícios antigos e suas dependências simples para adoração e ensinamento bíblico
estavam fora de moda. Novos edifícios multifuncionais eram necessários, uma vez que a
igreja objetivava ministrar para o “homem por inteiro”. (SUNDAY, 2010) Lester Macllister,
citado por Sunday (2010), escreve:
A idéia de fazer a congregação o centro dos serviços da comunidade veio do
movimento do evangelho social [...] entre as características enfatizadas por uma
igreja institucional estavam livrarias, refeições para aqueles que precisavam,
ginásios e outras dependências para recreação para os jovens. Algumas igrejas
patrocinaram uma “troca de trabalhos” para ajudar a encontrar empregos para os
desempregados (Journey in Faith, pp 287-88).

A partir desse período a igreja passou a ser projetada em função de suas inúmeras atividades
que serão listadas nos tópicos a seguir:

2.2.1 Assistência social


A origem histórica da assistência social, no Brasil e no mundo, tem suas raízes na caridade,
filantropia e solidariedade religiosa.
A assistência social no Brasil carrega as marcas da nossa cultura política, fincada em
ações caritativas, filantrópicas, de troca de favor e clientelismo. Com isso a
assistência vai sendo prestada como um dever moral por meio de ações
emergenciais, pontuais e fragmentadas assumidas por entidades religiosas ou
instituições assistenciais privadas. Mesmo colocada na Constituição de 1988 como
direito, a assistência enfrenta uma série de desafios para sua consolidação conforme
preconiza a lei. (ASSIS, p. 5)

A Igreja como forma de assistência social presta: assistência jurídica, providenciando ou


legalizando documentos; assistência médica, utilizando-se dos médicos, dentistas e
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enfermeiros da comunidade, podendo criar projetos de saúde; assistência educacional, com


trabalhos pedagógicos e de alfabetização para crianças carentes. E ainda, existem projetos
direcionados a moradores de rua e demais pessoas que enfrentam problemas como
dependência química e alcoólica, com objetivo de recuperação, mudando conceitos, criando
novos hábitos, para um viver de maneira mais digna. "A igreja é a única entidade social que
não existe primariamente para seus associados. A igreja existe para alcançar e servir os que
ainda não foram alcançados. Sua missão transcende a ela mesma no plano local, regional,
nacional e mundial." (PAES,2014)

Atividade sócio-religiosa
A ação sócio-religiosa busca, através da efetivação do compromisso religioso espiritual, ser a
fonte de socialização das pessoas desfavorecidas, sejam elas crianças, jovens, adultos ou
idosos.
Desde seu início, a igreja cristã se preocupou com as questões de auxílio às viúvas, órfãos,
estrangeiros e pobres. Como fala em Atos dos apóstolos, à medida que a igreja investia na
assistência social e cuidava dos necessitados crescia a palavra de Deus e crescia o número de
seguidores. (BARBOSA, 2011)
Muito cedo a igreja sentiu a necessidade de estruturar as suas atividades caritativas
através da eleição de homens especialmente voltados para esse mister, aqueles que a
tradição considera como os primeiros diáconos (Atos 6.1-6). A instituição do
diaconato passou a ser um eloqüente testemunho da preocupação da igreja com a
assistência aos necessitados. (MATOS)

Martinho Lutero e João Calvino, na Reforma Protestante, discutem e defendem a atuação da


igreja na questão social. Calvino afirmava que a Igreja devia voltar suas atenções para os
temas sociais e políticos. Três aspectos resumem sua visão sobre a responsabilidade social da
Igreja: os ministérios, didático, político e social.
O outro aspecto da responsabilidade social da Igreja era a assistência social. A
Igreja, segundo a teologia social de Calvino, deveria envolver-se ela mesma no
cuidado dos pobres, dos órfãos e das viúvas — enfim, dos necessitados [...] O órgão
encarregado do ministério social da Igreja, diz Calvino, é o diaconato. (LOPES,
1997)

No período pós-reforma, a Igreja continua sua ação, tratando de assuntos sociais que eram tão
importantes naqueles dias. Destacam-se nesse período William Wilberforce e John Wesley,
que desempenharam papéis relevantes na sociedade.
O despertamento espiritual do século XVII revelou-se, de um modo maravilhoso, no
desenvolvimento das obras sociais de caráter cristão. O amor de Deus, sentido e
experimentado com o novo poder que procedeu do reavivamento anunciado por toda
parte, constrangia os homens ao amor e ao serviço em favor do próximo. (ROCHA,
2010)

De acordo com Ed Harrel, em seu livro Gospel Guardian vol. XII, p. 225, citado por Sunday
(2010), a revolução industrial fez surgir problemas nos negócios e éticas políticas, nos
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relacionamentos empregador-empregados, competição econômica e a pobreza. Não menos


sérios eram os ajustamentos sociais conectados com o crescimento desordenado das cidades.
Favelas, alcoolismo, prostituição, crime organizado, delinqüência juvenil, desprezível
pobreza, e todos os problemas das cidades esparramadas e sujas eram realidades convincentes
que mostravam que algo deveria ser feito. Esta necessidade foi respondida com o evangelho
social.
No Brasil, a partir da segunda metade do século XX, teólogos e intelectuais dessas Igrejas
voltaram seus olhos para os problemas sociais, fato que exigiu a elaboração de uma teologia
que avaliasse e compreendesse as condições materiais e espirituais da sociedade, dando
origem à denominada Teologia da Missão Integral da Igreja, cujo propósito era a atenção à
evangelização e à ação social. Surgiram então, instituições sócio-assistenciais voltadas para o
atendimento à criança e à população carente, muitas vezes agregadas ao espaço da igreja.
A ação social é um instrumento, um meio para a evangelização, podendo ser um mecanismo
facilitador. A igreja cristã não pode erradicar a pobreza que campeia na sociedade através das
ações sociais, mas pode orientar os desfavorecidos a uma formação profissional e contribuir
com práticas que diminuam a desigualdade social.

Atividade sócio-educativa
As ações sócio-educativas realizadas nos programas e serviços propostos pelo Sistema Único
da Assistência Social, visam garantir direitos às pessoas em situação de vulnerabilidade
social. Estas ações conjugam educação e proteção social, duas faces da proteção integral à
infância e juventude, atendendo crianças, adolescentes e jovens no período alternado ao
escolar. (CARVALHO, 2011, s/p)
As ações de Apoio sócio-educativo envolvem atividades de capacitação de
profissionais para atuação na área; estímulo ao debate sobre as dimensões sociais
relativas à questão; promoção da articulação com instituições de proteção aos
direitos da criança e do adolescente; assim como o atendimento às conseqüências
físicas e psicológicas de situação de vulnerabilidade social, fornecendo
acompanhamento psicossocial e atividades psicopedagógicas que facilitem o
processo de inserção familiar e social. (CARVALHO, p. 2)

Na América Latina, a partir de 1985, a educação social passou a ser adotada por órgãos
governamentais e não governamentais, proporcionando espaços educativos para crianças e
adolescentes em situação de risco social, com conteúdos que complementavam o currículo
escolar. No Brasil, as atividades sócio-educacionais foram adotadas pela Assistência Social,
Educação e Saúde.
As ações sócio-educativas surgiram de múltiplas iniciativas, estão instaladas no
micro-território, são promovidas por organizações não-governamentais que, em
parceria com a prefeitura, a igreja, empresas e membros da comunidade oferecem
um serviço de atenção à infância e à juventude. O micro-território em que estão
instaladas, em sua maioria, tem poucas oportunidades e serviços destinados à
proteção, educação e lazer de crianças, adolescentes e jovens. Estas ações
apresentam-se com propostas, oferecendo atividades lúdicas, artísticas e esportivas
que contribuem para o desenvolvimento de competências e habilidades, ampliação

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do universo cultural e convivência em grupo na perspectiva de inclusão social.


(CARVALHO, p. 1)

Estas ações sócio-educativas têm sido utilizadas pelas Igrejas como forma de auxiliar as
comunidades desprovidas de certos benefícios sociais e de promover o evangelho integral.

2.2.2 Atividades de integração


Para proclamar o Evangelho dentro de culturas distintas, respeitando-as, a Igreja precisa
desenvolver estratégias que requerem metodologia nova e criativa. A Igreja contemporânea
passou a desenvolver atividades como esporte, dança, música e teatro, com o intuito de se
aproximar das pessoas, promover benefícios para melhorar a vida da sociedade, pregar o
evangelho e envolver crianças, jovens, adultos e idosos da comunidade. Cada uma destas
atividades possui um papel específico e especial nas programações dos cultos, na vida da
Igreja e, principalmente, nas atividades sociais realizadas pela mesma.

Esporte
O esporte é utilizado pela Igreja em suas atividades de evangelização, nos projetos de
assistência social, visto que traz vários benefícios na área das emoções, saúde,
desenvolvimento intelectual, qualidade de vida, promovendo a socialização, inclusão e
integração social. O esporte é praticado através do futebol, basquete, vôlei, skate, atividades
recreativas e atividades lúdicas, entre outras. Dentre os trabalhos realizados pela Igreja por
meio do esporte, destacam-se as atividades com crianças e adolescentes desfavorecidos, que
se integram à sociedade a partir de sua participação em projetos sociais. Esses trabalhos têm
como objetivo a transformação do comportamento, a socialização, a melhora do desempenho
escolar e a evangelização. Ao desenvolver seu caráter e comportamento, ao mesmo tempo, as
crianças e adolescentes precisam de atividade física, pretendendo com isso, preparar um
adulto perfeitamente equilibrado física, psicológica e intelectualmente falando.
A educação física infantil é de uma importância fundamental para o
desenvolvimento integral da criança e que se deve levar em consideração a prática
esportiva como um meio de socialização (GALATTI e PAES, 2006). O esporte é
como um instrumento fundamental no auxílio ao processo de desenvolvimento
integral das crianças, dos adolescentes e dos jovens; respeitando as experiências e
expectativas individuais. (BOER, 2010, p. 2)

O esporte enquanto atividade social desenvolve princípios, valores morais e éticos, ensinando
às pessoas o espírito coletivo, a disciplina, o respeito ao próximo e a regras, ajudando na
formação do cidadão e de seu caráter. Outros benefícios da prática de esportes também podem
ser elencados: integração, lazer, amizade, saúde, auto-estima e superação de limites. O esporte
é pedagógico e, por conseguinte, educativo, tendo em vista a sua possibilidade de
proporcionar obstáculos e desafios, fazendo com que o aluno experimente as regras e aprenda
a lidar com o próximo. (CAVALCANTI s/p)

Teatro

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O teatro surge na igreja durante a Era Medieval com a função de representar a história da
ressurreição de Cristo. Atualmente, na igreja, o teatro pode ser apresentado em uma
dramatização da Bíblia ou de alguma história, com bonecos, máscaras ou animação; junto
com cantatas, peças, enquetes, pantomimas e coreografia teatral e é utilizado para evangelizar,
edificar as pessoas, ministrar a palavra através de encenações, favorecendo a integração do
grupo, o aprendizado bíblico, recreação, equilíbrio emocional, canalização de tensões
emocionais, desenvolvimento psicofísico e intelectual.
O teatro é uma importante ferramenta que ajuda a despertar e/ou manter vivo o interesse das
pessoas em conhecer a Cristo e tem sido largamente utilizado nos projetos sociais abarcados
pela igreja.

Música
Hoje, a música na Igreja possui grande importância, sendo usada para motivar o crescimento
espiritual dos membros e também como forma de louvar e adorar a Deus, além de servir como
ferramenta de ensino, evangelização e para criar uma atmosfera mais apropriada ao
“recebimento” da palavra de Deus.
...a função mais importante da música em qualquer cultura (sociedade) é de servir
de apoio ao seu sistema de valores, sejam eles políticos, sociais ou religiosos. Em
nosso caso, não podemos ignorar o poder da música na transmissão e consolidação
de mensagens durante os cultos, encontros, acampamentos, etc., pois, ela reforça e
facilita a memorização das mensagens. Além do mais, a música torna muito
agradável a maneira de expressarmos o nosso louvor e a nossa adoração a Deus. 1

A música se expressa na Igreja através de corais, adulto e infantil, de quartetos, quintetos ou


sextetos, equipes de louvor de adultos, jovens ou adolescentes, cantores solos, bandas de rock,
ou mesmo de pagode ou reggae. A estrutura musical da Igreja evolui a cada dia, pois os
músicos e técnicos de som têm buscado o aprimoramento, utilizando-se de tecnologias de
última geração para atingir a perfeição em sonoplastia e música. E toda a estrutura
arquitetônica tem sido pensada para acompanhar e incentivar essa evolução.
Em seus projetos sociais, a igreja utiliza-se da música com o objetivo de melhorar o
comportamento, o desenvolvimento intelectual, a coordenação motora e a percepção, e, de
integrar socialmente as pessoas atendidas pela Igreja. Neste âmbito, a musicalização abrange
o ensino de instrumentos de sopro, cordas, rítmicos e do canto.

Dança
A dança é uma forma de expressão corporal, utilizada na igreja com a finalidade de adorar e
glorificar a Deus, bem como, para evangelizar. A dança acontece nos momentos de louvor,
durante os cultos, em projetos evangelísticos e nos projetos de ação social nas escolas, nos
bairros, asilos e orfanatos. Os estilos de coreografia são diversos, entre eles o ballet, o street
dance, a dança contemporânea, hip hop e o jazz.

1
Texto retirado do site da Igreja Assembléia de Deus Bom Retiro, http://searanet.org/blog/louvor/, do Ministério
Seara Orlando, pesquisado em 05/05/11.
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O Ministério de Dança pretende adorar a Deus e proclamar sua palavra por meio do
movimento. A dança, assim como qualquer tipo de arte, é um poderoso meio de
levar o evangelho de forma criativa. A palavra falada entra pelos ouvidos, mas a
palavra encenada entra pelos ouvidos, olhos e emoções. A dança é um ministério
visual. (MELLO)

Nos projetos sociais a igreja utiliza-se da dança em forma de apresentação, para promover o
ensino da Bíblia e o evangelismo, mas, também, como atividade socializadora, com crianças,
adolescentes e jovens, promovendo desenvolvimento cognitivo, coordenação, alegria,
tranqüilidade, entre outros benefícios.

2.3 Evolução da Igreja Protestante (espaço físico)


A arquitetura religiosa sempre adaptou-se aos estilos de determinada época e local,
produzindo diversas manifestações. Do período Bizantino ao Barroco as igrejas cristãs
refletem o pensamento vigente, transmitindo plasticamente aquilo que acontece no tempo e
espaço em que estão inseridas, seguindo dogmas e cânones. Somente no período Moderno o
adorno e as representações dão lugar ao funcional.
A arquitetura funcionalista que dominou o século XX trouxe um novo repertório tecnológico
construtivo, este funcionalismo tinha um caráter abstrato e intelectual, rompendo com toda e
qualquer referência à história da arquitetura e aos estilos passados. As construções
transmitiam a racionalidade humana da época e a idéia do edifício máquina. No modernismo
projetos deveriam ter como principal finalidade abrigar a assembléia de fiéis e suas
necessidades contemporâneas e não mais a de converter o visitante num devoto, com a criação
de atmosfera mística. (ANSON, 1969) As igrejas evitam os símbolos, sua fachada é sem
rosto, não ensina nem evangeliza, confundindo-se com a dos demais prédios, possui uma
estética agnóstica, que não reflete nem a tradição católica nem a História. (ROSE, 2004)
No início, o protestantismo não foi capaz de gerar um estilo arquitetônico próprio, algumas
igrejas católicas “usurpadas” até chegaram a ser utilizadas pela congregação, por isso, no
Brasil, construíram-se alguns templos de inspiração neo-gótica. No entanto, como a igreja
protestante chega ao Brasil somente no início do século XX, em grande parte, sua arquitetura
acompanha o modernismo vigente no restante do mundo.
Rose (2004), diz que em meados do século XIX, um movimento interno no protestantismo
reivindicou prédios mais adequados ao seu espírito. Esses templos foram construídos
focalizando leitura e reunião, e não o sacrifício do altar. Eles imitam anfiteatros e auditórios.
Surgiu assim uma arquitetura deliberadamente não-eclesiástica, sem altar, sem tabernáculo e
sem presbitério.“No modernismo, progressivamente, o espaço da igreja passava a ser
multifuncional, diluindo todas as barreiras para melhor cumprir a sua função de pólo
dinamizador da vida da comunidade.” (CARMO, 2010)
Na maioria das igrejas do nosso tempo, como herança do Modernismo, falta o simbólico, que
não é somente um signo aplicado, se não em geral, uma manifestação indispensável, que deve
ser inerente a todo o edifício. “Na atualidade a igreja aparece como um edifício que deve
cumprir algumas funções. É um lugar erigido para a liturgia, para os atos religiosos, mas
primordialmente é uma construção na qual se congrega a coletividade.” (PETERS, 1970, p. 5)

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religiosos atuais no Brasil dezembro/2014

Os edifícios religiosos devem satisfazer algumas especificações concretas de tipo


funcional: materiais, acústica, espaço para a celebração das diferentes liturgias, etc.
[...] Mas todas são espaços para o culto e para a reflexão, que também contribuem
para fortalecer os conceitos de comunidade e de grupo. (BENÍTEZ, 2009, p. 7)

As construções permanecem em certo anonimato e unicamente a liturgia, solenemente


executada, interpreta o edifício como igreja. Símbolos tradicionais do cristianismo são
obscuros e ausentes, a arquitetura religiosa não carrega mais um sentido ou representações em
suas estruturas. As formas que se podem dar às igrejas são numerosas, havendo um
pluralismo. Para Peters (1970), as igrejas hoje são semelhantes a naves anônimas e, como
construção devem manter-se compreensíveis e úteis. A utilização criativa de novos materiais e
de novos métodos de construção, dão vida, permitindo experimentações e flexibilidade para
planejar. Assim,
No passado a arquitetura religiosa era guiada por um programa arquitetural baseado
em cultura, normas e formas. Agora, no entanto, a arquitetura religiosa como um
tipo de construção está se tornando cada vez mais diversa e pode de fato forçar
mudanças nos programas das atividades religiosas. (FUJIKI, 1997, p. 5)

Mais recentemente, como resultado das novas faces adquiridas pela Igreja, da evolução
tecnológica, da busca pela excelência, da preocupação com a estética arquitetônica, conforto
termo-acústico e sustentabilidade, surge um novo modo de pensar e organizar a igreja-
edifício. A construção de enormes complexos torna-se necessária para agregar todas as
atividades e funções e absorver cada uma de suas particularidades. O foco não está somente
no templo, lugar de adoração, mas também na qualidade das demais estruturas que se fazem
essenciais, tais como salas de ensino, estúdios de gravação e transmissão e ensaios, áreas de
recreação e lazer, setores administrativo, de marketing, financeiro, entre outras, convertendo a
construção em um ambiente multifuncional e atraente aos freqüentadores.

Os edifícios religiosos são muitas vezes vistos como lugares fechados e presos no
passado, mas quando eles se distanciam das estruturas dogmáticas tradicionais,
oferecendo espaços livres para a interpretação do espiritual, se convertem em
espaços atuais e abertos que promovem o diálogo e a compreensão entre os crentes.
[...] Mas a verdade é que os números falam em um aumento de práticas religiosas e
em países como China e Rússia, o fato religioso é inegável. Isso força os arquitetos a
repensar os usos e funções que os novos templos devem realizar, e considerar as
mudanças sociais relacionados aos diferentes cultos. (BENÍTEZ, 2009, p. 7)

Os templos protestantes norte americanos adquiriram ao longo dos anos, um caráter


contemporâneo multifuncional, livre de representacionismo e iconoclastia, tornando-se mais
flexíveis, utilizando tecnologias e tendências atuais. São geralmente construções de grande
porte dotadas de alta tecnologia, que buscam abranger todas as novas atividades realizadas
pela Igreja, com áreas moduláveis, de modo a adaptar-se às diferentes funções e número de
pessoas, onde são realizados cultos, shows, eventos da comunidade, projetos sociais, esportes
e lazer.
Em seu livro, Crosbie (2002), afirma que alguns projetos, como as mega igrejas, desafiam a
própria noção do que é espaço sagrado, e realmente o fazem com a intenção de mudar os
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modelos de adoração. Estas estruturas estão pontilhando o território americano, seguindo um


fenômeno cultural. Os espaços acomodam um grande número de pessoas, que são colocadas
em confortáveis cadeiras de teatro, em um grande anfiteatro moldado a santuário. O espaço da
tecnologia é muito importante nesses lugares. A atmosfera criada parece mais uma audiência
ou um entretenimento do que uma tradicional congregação. Pode-se citar como exemplos os
complexos religiosos a seguir:

Oak Hills Church of Christ

Figura 4 – Vista frontal da igreja Figura 5 – Foto do Auditório


Fonte: http://rvk-architects.com/ Acesso em: Fonte: http://rvk-architects.com/ Acesso em:
04/05/2013 04/05/2013

Oak Hills Church of Christ em San Antonio, Texas, mistura tecnologia e tradição para suprir
a experiência de um culto contemporâneo. Projeto do escritório de arquitetura RVK, o prédio
de aproximadamente 9500,00 m2, contém um santuário “multi-propósito”, um grande ginásio
com 2800 lugares e três alas educacionais, para crianças, jovens e adultos. Grande atenção é
dada para as propriedades acústicas, particularmente no espaço principal de adoração, que
incorpora várias tecnologias sonoras permitindo uma perfeição tanto na fala quanto no canto.
Como parte integral das atividades da juventude e dos programas de missões local, a igreja
inclui um ginásio de esportes. O ginásio possui cestas de basquete portáteis e provisões para o
pavilhão de vôlei.

Lakewood Church

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Figura 6 – Vista frontal Lakewood Church Figura 7 – Foto interna da igreja Lakewood
Fonte: http://swamplot.com/tag/lakewood-church/ Fonte:http://www.hollywire.com/tv-shows/joel
Acesso em: 04/05/2013 Acesso em: 04/05/2013

Lakewood Church em Houston, Texas, foi projetada pelos escritórios Morris Architects e Red
Studio. Num espaço de 55.741,80 m2, com 16 mil lugares. Ex-casa de NBA Houston e das
equipes da Houston Rockets, tornou-se uma das maiores igrejas do país. Além da grande
arena, existe um local com 5 mil lugares destinados ao ministério infantil, uma livraria,
instalações de serviços de alimentação, salas de reunião e espaço para jovens. Ao antigo
ginásio também se acrescentou um prédio de cinco andares, que inclui uma suíte para meios
de comunicação, para produção de transmissão, áudio e vídeo. No total, o complexo dispõe de
cerca de 700 mil metros quadrados. O projeto foi desenvolvido preocupando-se com a
sustentabilidade e o uso de tecnologias para economizar energia.

Willow Creek Community Church

Figura 8– Vista aérea do local de adoração Figura 9 – Foto interna Willow Creek
Fonte:http://www.gsb.stanford.edu/news/bmag/sbs Fonte:http://www.meyersound.com/news/2005/will
m0902/feature-marketingword.html Acesso em: ow_creek/ Acesso em: 04/05/2013
01/05/2013

Willow Creek Community Church é uma mega-igreja, localizada em Chicago – Illinois. Seu
auditório possui 7.400 lugares, o espaço configura-se em uma arena multiuso projetada pelo
escritório de arquitetura Goss/ Pasma. O cenário de assentos inclui um piso inclinado
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principal, um mezanino de conexão e uma varanda, e está distribuído 160° ao redor do palco.
Sentada de um lado, a pessoa pode ver a outra metade do salão, o que gera envolvimento e
senso de comunidade. O complexo, além do auditório, é formado por espaços verdes, capela,
áreas de integração e estar. A intenção era criar um espaço que celebrasse a coletividade e a
conexão entre as pessoas.

Figura 10 – Imagem palco e janelas laterais Figura 11 – Imagem do auditório


Fonte:http://www.acousticdimensions.com/projects/ Fonte: http://churchjuice.com/blog/juice-on-the-
worship/willowcreek.htm# Acesso em: 04/05/2013 loose-willow-creek-community-church/ Acesso em:
04/05/2013
Foi uma das primeiras Igrejas a introduzir a paixão pelas artes na cultura dos seus serviços.
Tem como filosofia utilizar-se de ferramentas modernas de comunicação e produção para
ministrar pessoas, seus cultos são caracterizados pela música, drama e ensino de ponta,
especialmente preparados para conectar-se com pessoas que não costumam ir à igreja. As
questões acústicas e visuais foram tomadas como prioridade ao elaborar o projeto. O palco e
proscênio possuem toda a estrutura de um teatro, possibilitando a montagem de cenários e
diferentes efeitos de iluminação. Salas de ensaios foram uma adição muito necessária para a
instalação de Willow Creek, criadas para pequenos conjuntos, como orquestras, vocais,
instrumentais, teatro e dança.

Gateway Church

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Figura 12 – Foto fachada Gateway Figura 13 – Foto interior Gateway


Fonte:http://gatewayworshipbrazil.wordpress.com Fonte:http://gatewayworshipbrazil.wordpress.com
/2013/03/26/historia-gateway-church/ Acesso em: /2013/03/26/historia-gateway-church/ Acesso em:
04/05/2013 04/05/2013

Gateway Church em Southlake, Texas, foi inaugurada em 2010, sendo considerada,


atualmente, o maior complexo construído com a finalidade de igreja nos Estados Unidos.
Elaborado pelo escritório de arquitetura Beck Group, em seu exterior o edifício não mostra
sinais evidentes que é um local de culto. Localizado em um terreno de 180 hectares, o campus
multifuncional de 250.000 m², possui 6 auditórios; o principal, com capacidade para 4000
pessoas, incorpora recursos visuais e tecnologia de iluminação e acústica com desempenho
comparável a um salão de artes performativas ou teatro. Os assentos são distribuídos em dois
níveis, semelhante a um estádio. A inter-conectividade e a flexibilidade foram a chave para o
design. O lobby, a livraria, café e salas de aula foram elaborados de modo a oportunizar a
interação entre as pessoas. Inclui-se no projeto um estúdio de televisão e sistemas de
transmissão completos para apoio de produção e um enorme auditório para as crianças.

Figura 14 – Foto palco Gateway Figura 15 – Foto platéia Gateway


Fonte:http://www.acousticdimensions.com/downloa Fonte:http://www.acousticdimensions.com/downloa
ds/pdf_pages/worship/gatewaychurch_southlake_te ds/pdf_pages/worship/gatewaychurch_southlake_te
ch.pdf Acesso em: 04/05/2013 ch.pdf Acesso em: 04/05/2013

Paralelas a estas mega-construções, a primeira resposta das Igrejas no Brasil, resultado do


aumento rápido no número de protestantes, e também das novas funções assimiladas, foi, e
por vezes ainda é, a instalação desses espaços de culto em barracões, grandes galpões, antigos
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ginásios e até mesmo tendas, sendo justificada, provavelmente pela urgência em acomodar os
fiéis em um espaço maior e pela falta de recursos para novas construções. Como exemplos de
igrejas em tendas, tem-se a Igreja Batista Ministério Restauração- IBMR, em Dourados (MS)
com capacidade para 1500 pessoas e a Igreja Batista Central em Fortaleza (CE), com
capacidade para 4000 pessoas.

Figura 16 – Tenda IBMR Figura 17 – Igreja Batista Central em Fortaleza


Fonte:http://www.ibmrbrasil.com Fonte:http://www.formatto.ind.br/tensoestruturas
Acesso em: 22/08/2011 Acesso em: 23/08/2013

Apesar de assimilar algumas características na organização de suas estruturas, tendo um


funcionamento análogo ao das Igrejas nos Estados Unidos, na maioria das vezes, as
instituições brasileiras “improvisaram” espaços para acomodar o crescente contingente de
pessoas. A necessidade de ampliação do espaço de tempos em tempos, dificulta os
investimentos a longo prazo, cuja consequência é o surgimento de edificações religiosas
totalmente inadequadas à realização das inúmeras atividades propostas ou adequados apenas a
parte delas. Um exemplo é o templo, "Espaço Esperança", da Igreja Presbiteriana
Independente de Dourados (MS) - IPID, que transformou um antigo armazém de cereais,
adaptando-o às novas dinâmicas do culto e às suas atividades concomitantes, como os
projetos de cunho social e vários eventos. No entanto, o espaço para 1500 pessoas, possui
problemas de conforto termo-acústicos e precisa de constantes intervenções para ajustar-se
aos usos e ao crecimento dos membros, estando longe de ser ideal.

Figura 18 – Espaço Esperança


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Fonte:http://www.ipidourados.com.br/Acesso em: 22/08/2013

Figura 19 – Espaço Esperança


Fonte:http://www.ipidourados.com.br/Acesso em: 22/08/2013

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É evidente, o surgimento de novos templos sem indentidade contemporânea e preocupações


arquitetônicas, visto que, não possuem conforto térmico, tratamento acústico e luminotécnico,
além de não serem levados em consideração, a ergonometria, a acessibilidade, a
sustentabilidade, a própria estética arquitetônica e principalmente a adequação de cada função
da Igreja ao edifício. Por modelo desse fato, tem-se o Grande Templo, espaço da Igreja
Assembléia de Deus, em Cuiabá (MT). Esta edificação atendeu as necessidades da Igreja de
acomodar os seguidores, todavia, construída por engenheiros ainda no século XX, inaugurada
em 1996, não se preocupou em ser arquitetônicamente atraente no seu exterior, nem
contempla as questões arquitetônicas citadas anteriormente. É considerado o maior templo
evangélico coberto da América Latina, semelhante a um estádio, tem capacidade para abrigar
22 mil pessoas sentadas. Todo o complexo possui área construída de 28.500 m², seis andares e
200 salas diversas, se somados todos os espaços, o prédio tem capacidade para 75 mil
pessoas.

Figura 20 – Grande Templo Cuiabá Figura 21 – Grande Templo Cuiabá


Fonte:http://templosassembleianos.blogspot.com.br Fonte:http://umasemente.com.br/?conteudo=verNot
Acesso em: 23/02/2014 icia&idTexto=17&pag=1 Acesso em: 23/08/2013

Contudo, na última década, as Igrejas Protestantes brasileiras mostram uma nova reação,
ainda que, de modo inibido, os grandes complexos semelhantes as mega-igrejas
estadunidenses começam a aparecer. Preocupadas com a excelência de seus cultos, o avanço
das tecnologias, a busca da sociedade por um estilo de culto atraente e por auditórios
confortáveis, e também em acomodar o grande público e as novas funções de maneira mais
adequada, as comunidades começam a sonhar, projetar e investir nestes espaços. Como
exemplos apresentam-se:

Espaço Esperança

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Figura 22 – Maquete eletrônica da perspectiva externa


Fonte: Arquivo pessoal de projeto Arq. Nicolle Priscilla Lopes Suda

O novo Espaço Esperança, templo da Igreja Presbiteriana Independente de Dourados (MS),


foi pensado de modo a atender as novas demandas e dinâmicas impostas ao espaço pela
evolução da Igreja. Em um terreno de 42 mil metros quadrados, o complexo será construído
em quatro etapas, compreendendo: áreas de recreação e lazer, como quadras de futebol
society e vôlei, playground e quiosque; um o prédio de educação cristã que irá abrigar uma
escola, as salas de ensino de crianças, jovens e adultos e os projetos sociais; um prédio com
auditório para 7500 pessoas, praça de alimentação, livraria, salas de ensaio para teatro, dança,
coral e equipes de louvor, estúdios de gravação de áudio e vídeo, setores administrativos, alas
pastorais e 4 auditórios para 150 pessoas. O início das obras da igreja está previsto para 2015.

Igreja Batista da Lagoinha

Figura 23 – Foto vista externa Figura 24 – Foto perspectiva interna


Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas- Fonte:http://www.flickr.com/photos/lagoinhacom/7
noticias/2012/06/01/camara-de-belo-horizonte- 071439807/in/set-72157629801942129/
aprova-que-igreja-tome-posse-de-rua-na- Acesso em: 23/02/2014
cidade.htm Acesso em: 23/02/2014

Igreja Batista da Lagoinha, está em Belo Horizonte/MG, abriga em seu prédio 7000 pessoas,
mas em 2012 já possuía cerca de 50 mil membros. Tornou-se mundialmente conhecida
através do Diante do Trono, um dos ministérios da Igreja. O projeto precisou atentar para as
questões acústicas e cenográficas, em virtude do alto nível de apresentações musicais, teatrais
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e coreográficas que deveria suportar. O formato circular das arquibancadas, similar a um


ginásio, permite um bom contato visual com o palco de qualquer assento. O prédio abrange
uma complexa estrutura, porém, já não consegue abrigar o grande número de fiéis, nem todas
as funções desenvolvidas, sendo preciso realizar vários cultos e locar espaços para as
inúmeras atividades como assistência social e gravações.Um templo para 35.000 pessoas, com
novas áreas foi anunciado em 2011, mas a construção foi barrada por questões burocráticas.

Igreja Batista Central de Belo Horizonte (IBC-BH)

Figura 25 – Foto fachada igreja Figura 26 – Foto interior igreja


Fonte: http://ibcbh.com.br/conheca/horarios-de- Fonte: http://po.wsdg.com/portfolio.asp?id=IBC
culto/ Acesso em: 23/02/2014 Acesso em: 23/02/2014

Projetada para receber 2.500 pessoas sentadas confortavelmente no auditório principal, a


igreja é um prédio grande em concreto com formato de leque. Possui estacionamento, salões,
área administrativa, ala educacional, quartos e restaurantes. O formato em leque foi escolhido
para dar melhor visibilidade e integração de cada assento da platéia com as pessoas no palco,
o que por outro lado, representou um desafio para os tratamentos acústicos internos. Uma das
exigências do cliente era que o ambiente fosse acusticamente perfeito, pois realizam diversos
tipos de culto, concertos e eventos.

Estância Árvore da Vida

Figura 27 – Vista aérea do edifício Figura 28 – Foto vista aérea auditório


Fonte:http://www.marciometz.com/archives/estanci Fonte:http://www.dataaccess.com.br/case_arvoreda
a-arvore-da-vida/ Acesso em: 23/08/2011 vida2.aspl Acesso em: 23/08/2011
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O complexo Estância Árvore da Vida está localizado em Sumaré/ SP, projetada pelo arquiteto
curitibano Claudionor Beatrici, possui capacidade para 10.000 pessoas. Segundo o arquiteto, a
principal prerrogativa do projeto foi conciliar os aspectos visuais e acústicos do templo,
garantindo a proximidade entre o púlpito e o público com o objetivo de tornar a edificação
mais ampla e participativa. A estrutura baseada em formas orgânicas, copia o formato de uma
concha com vão médio entre apoios de 85 metros. Com 6.000 m² e altura máxima em relação
à platéia de 22 metros, a cobertura foi calculada para a obtenção da melhor propagação do
som. Dez por cento da área total da cobertura têm iluminação natural, o que dispensa a luz
artificial durante o dia.
Igreja Nova Aliança

Figura 29 – Foto vista externa da igreja Figura 30 – Foto vista interna da igreja
Fonte: http://shileonarquitetura.com.br/projetos/ Fonte: http://novalianca.org.br/fotos/
Acesso em: 23/08/2013 Acesso em: 23/08/2013

Igreja Nova Aliança situa-se em Londrina/PR, foi inaugurada em 2012, possui 4.400 m² e seu
auditório abriga 2400 pessoas. Projeto do escritório Shileon Arquitetura, especializado em
templos religiosos e acústica arquitetônica. O edifício é dividido em três pavimentos, inferior,
térreo e mezanino. No térreo se encontra o auditório, no piso inferior o salão social, cozinha e
livraria. O edifício emprega a tecnologia adequada para a variedade de atividades, a música,
dança e teatros durante os cultos são suportados pela ampla iluminação e sistemas de som.

3. Metodologia
Este trabalho foi desenvolvido com base em dados obtidos em órgãos institucionais; pesquisas
de fatos históricos do Cristianismo e da Reforma Protestante; análise das manifestações
arquitetônicas religiosas cristãs até os dias atuais. Foram realizadas algumas entrevistas
abertas com pastores e participantes de diversas comunidades evangélicas na cidade de
Dourados (MS). Várias outras informações foram colhidas através de visitas a Igrejas e
instituições como, o Projeto Esperança e a Casa Criança Feliz, todos na cidade de Dourados
(MS). Realizou-se um levantamento geral do programa de necessidades de uma instituição
religiosa protestante e de suas novas faces através de pesquisa em campo, em sites e em
livros. Os acervos da biblioteca central do Centro Universitário da Grande Dourados
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(UNIGRAN) e acervo próprio serviram como fonte física para a coleta de informações, além
de outros livros do acervo de pastores e de Igrejas locais, e também a internet.

4. Conclusão
Durante o período de pesquisa, constatou-se que o Brasil recebeu influência considerável do
protestantismo norte americano por conta dos missionários oriundos daquele país. Já na
arquitetura não está sendo diferente, de certa forma, o Brasil é influenciado por países
europeus e especialmente pelos Estados Unidos da América. Isto pode ser observado, por
exemplo, no uso de alta tecnologia e novos materiais e, na chegada das mega-igrejas,
iniciadas nesses países, modificando o modo de pensar e organizar a igreja brasileira.
Confirmou-se que, como nas igrejas norte americanas, as novas faces assumidas pela Igreja
Protestante tiveram grande interferência na produção do espaço de culto brasileiro atual.
Porém, outro fator pode ser considerado indutor desta transformação, o aumento do número
de seguidores.
De início, as instituições religiosas brasileiras instalaram-se em espaços inadequados às suas
atividades, sem qualidade e identidade arquitetônica e sem tecnologia. Pode-se considerar
como causa desta realidade: o trânsito religioso, que faz com que a quantidade de protestantes
cresça a cada dia no país, rapidamente, impossibilitando investimentos a longo prazo e a falta
de recursos, pois ao contrário das Igrejas norte americanas que possuem elevado número de
membros e contribuições, a Igreja brasileira depende de campanhas, ofertas e doações.
Entretanto, na última década, as Igrejas Protestantes brasileiras, preocupadas com a
excelência de seus cultos, o avanço das tecnologias, a busca da sociedade por um estilo de
culto atraente, por auditórios confortáveis e também em acomodar o grande público e as
novas funções de maneira mais adequada, começam, mesmo que de modo retraído, construir
seus grandes complexos, driblando a falta de capital com projetos planejados e executados em
etapas.

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