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A cantiga de amigo é um género cujas origens parecem remontar a uma vasta e arcaica
tradição da canção em voz feminina, que os trovadores e jograis galego-portugueses adotaram.
Muitos especialistas consideram que as cantigas de amigo são autóctones desta região,
isto é, são textos literários criados por trovadores da Península Ibérica. O sujeito poético é
5 uma voz feminina – a donzela – que expressa os seus próprios lamentos. Esta voz feminina
revela uma rapariga aparentemente ingénua, ora apaixonada ora ressentida, vulnerável,
perante um amigo ausente.
A cantiga de amigo é um género cujas origens parecem remontar a uma vasta e arcaica
tradição da canção em voz feminina, que os trovadores e jograis galego-portugueses adotaram.
Muitos especialistas consideram que as cantigas de amigo são autóctones desta região,
isto é, são textos literários criados por trovadores da Península Ibérica. O sujeito poético é uma
5 voz feminina – a donzela – que expressa os seus próprios lamentos. Esta voz feminina revela
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uma rapariga aparentemente ingénua, ora apaixonada ora ressentida, vulnerável, perante um
amigo ausente. […]
1. Apresenta duas características das cantigas de amigo que as diferenciem das cantigas de amor.
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Lê a afirmação de Pedro Calafate sobre o pensamento político de Fernão Lopes.
“Outro tema de inegável relevo nas crónicas de Fernão Lopes, mais explorado na Crónica
de D. João I, é a tese da soberania inicial do povo, expressa no direito que lhe assiste de
avocar a soberania uma vez quebrada a linha de sucessão direta, como veio a suceder com a
morte do rei D. Fernando e com a eleição do mestre de Avis”.
in http://cvc.instituto-camoes.pt/filosofia/m8.html (consultado a 13/9/2020)
1. Partindo da opinião de Pedro Calafate, escreve uma breve exposição sobre a importância do papel do
povo durante o cerco de Lisboa.
A tua exposição deve respeitar a estrutura seguinte:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois traços caracterizadores do povo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
“Outro tema de inegável relevo nas crónicas de Fernão Lopes, mais explorado na Crónica
de D. João I, é a tese da soberania inicial do povo, expressa no direito que lhe assiste de
avocar a soberania uma vez quebrada a linha de sucessão direta, como veio a suceder com a
morte do rei D. Fernando e com a eleição do mestre de Avis”.
in http://cvc.instituto-camoes.pt/filosofia/m8.html (consultado a 13/9/2020)
1. Partindo da opinião de Pedro Calafate, escreve uma breve exposição na qual explicites esta afirmação
com base na tua experiência de leitura da Crónica de D. João I.
A tua exposição deve respeitar a estrutura seguinte:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois traços caracterizadores do povo, fundamentando cada um
deles com referência a situações descritas na Crónica de D. João I, de Fernão Lopes;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
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3
lousas – placas de pedra.
1090 Olhai que lousas3 aquelas, 4
poer – pôr.
pera poer4 as talhas nelas! 5
cuco – enganado.
6
Sempre fostes percebido – Sempre tiveste inclinação.
Pêro Quereis que as leve? 7
cervo – o cervo, ou o gamo, é como o cuco: um símbolo do marido
Inês Si: uma aqui e outra aqui. traído.
Oh, como folgo com elas!
1095 Cantemos?
1. Seleciona duas das palavras do esquema abaixo e traça o perfil psicológico de Pêro Marques.
3. Explica de que modo a resposta de Pêro Marques a Inês – “Pois assi se fazem as cousas” (versos 1101
e 1108) – contribui para o cómico de situação.
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Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta as notas.
3
lousas – placas de pedra.
1090 Olhai que lousas3 aquelas, 4
poer – pôr.
pera poer4 as talhas nelas! 5
cuco – enganado.
6
Sempre fostes percebido – Sempre tiveste inclinação.
Pêro Quereis que as leve? 7
cervo – o cervo, ou o gamo, é como o cuco: um símbolo do marido
Inês Si: uma aqui e outra aqui. traído.
Oh, como folgo com elas!
1095 Cantemos?
1. Apresenta dois traços caracterizadores de Inês, tendo em conta os pedidos que dirige ao marido.
2. Com base no excerto apresentado e no teu conhecimento integral da obra, traça o perfil psicológico de
Pêro Marques.
3. Explica de que modo a resposta de Pêro Marques à cantiga de Inês contribui para o efeito de cómico.
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O céu, a terra, o vento sossegado… – Ondas (dezia), antes que Amor me mate,
As ondas, que se estendem pela areia… 10 torna-me a minha Ninfa, que tão cedo
Os peixes, que no mar o sono enfreia… me fizestes à morte estar sujeita.
O noturno silêncio repousado…
Ninguém lhe fala; o mar de longe bate,
5 O pescador Aónio, que, deitado move-se brandamente o arvoredo;
onde co vento a água se meneia, leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.
chorando, o nome amado em vão nomeia, Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado por
que não pode ser mais que nomeado: Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Almedina, 1994, p. 169
a) b) c)
Lê o texto.
O céu, a terra, o vento sossegado… – Ondas (dezia), antes que Amor me mate,
As ondas, que se estendem pela areia… 10 torna-me a minha Ninfa, que tão cedo
Os peixes, que no mar o sono enfreia… me fizestes à morte estar sujeita.
O noturno silêncio repousado…
Ninguém lhe fala; o mar de longe bate,
5 O pescador Aónio, que, deitado move-se brandamente o arvoredo;
onde co vento a água se meneia, leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.
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chorando, o nome amado em vão nomeia, Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado por
que não pode ser mais que nomeado: Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Almedina, 1994, p. 169
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Lê as reflexões do Poeta do canto VI, em que ele se refere ao valor da fama e da glória num
mundo que se deixa vencer pelos valores de ordem material e no qual se descura o mérito e se
renuncia à capacidade de realizar ações com o objetivo de engrandecer o reino.
VI, 95 VI, 98
Por meio destes hórridos perigos, 25 E com forçar o rosto, que se enfia,
Destes trabalhos graves e temores, A parecer seguro, ledo, inteiro,
Alcançam os que são de fama amigos Pera o pilouro4 ardente que assovia
As honras imortais e graus maiores: E leva a perna ou braço ao companheiro.
5 Não encostados sempre nos antigos Destarte o peito um calo honroso cria,
Troncos nobres de seus antecessores; 30 Desprezador das honras e dinheiro,
Não nos leitos dourados, entre os finos Das honras e dinheiro que a ventura5
Animais de Moscóvia zebellinos1; Forjou, e não vertude justa e dura.
VI, 96 VI, 99
Não cos manjares novos e esquisitos, Destarte se esclarece o entendimento,
10 Não cos passeios moles e ouciosos, Que experiências fazem repousado,
Não cos vários deleites e infinitos, 35 E fica vendo, como de alto assento,
Que afeminam os peitos generosos, O baxo trato humano embaraçado.
Não cos nunca vencidos appetitos, Este, onde tiver força o regimento
Que a Fortuna tem sempre tão mimosos, Direito e não de affeitos ocupado,
15 Que não sofre a nenhum que o passo mude Subirá (como deve) a ilustre mando,
Pera algũa obra heroica de virtude; 40 Contra vontade sua, e não rogando.
Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de Emanuel Paulo
VI, 97 Ramos, Porto, Porto Editora, 2014, pp. 236-237
Mas com buscar, co seu forçoso braço,
NOTAS
As honras que ele chame próprias suas; 1
zebellinos – peles caras de animais de regiões frias.
Vigiando e vestindo o forjado aço, 2
torpes – que entorpecem, que enfraquecem.
3
corrupto – apodrecido.
20 Sofrendo tempestades e ondas cruas, 4
pilouro – bala de metal para arma de fogo.
Vencendo os torpes2 frios no regaço 5
ventura – sorte.
Do Sul, e regiões de abrigo nuas,
Engolindo o corrupto3 mantimento
Temperado com um árduo sofrimento;
1. Apresenta a crítica feita pelo Poeta nas estâncias 95 e 96, que é acentuada pelo advérbio de negação:
“Não”.
2. Partindo das estâncias 97 e 98, indica três qualidades que são necessárias para atingir “As honras
imortais” (v. 4).
3. Identifica o recurso expressivo presente no verso 39: “Subirá (como deve) a ilustre mando”.
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4. No final do canto I d’Os Lusíadas, o Poeta reflete sobre a fragilidade da vida humana.
4.1. Relaciona a reflexão do Poeta no canto I com o conteúdo dos quatro primeiros versos da estância 97.
Unidade 5 | Os Lusíadas, de Luís de Camões ««
VI, 95 VI, 98
Por meio destes hórridos perigos, 25 E com forçar o rosto, que se enfia,
Destes trabalhos graves e temores, A parecer seguro, ledo, inteiro,
Alcançam os que são de fama amigos Pera o pilouro4 ardente que assovia
As honras imortais e graus maiores: E leva a perna ou braço ao companheiro.
5 Não encostados sempre nos antigos Destarte o peito um calo honroso cria,
Troncos nobres de seus antecessores; 30 Desprezador das honras e dinheiro,
Não nos leitos dourados, entre os finos Das honras e dinheiro que a ventura5
Animais de Moscóvia zebellinos1; Forjou, e não vertude justa e dura.
VI, 96 VI, 99
Não cos manjares novos e esquisitos, Destarte se esclarece o entendimento,
10 Não cos passeios moles e ouciosos, Que experiências fazem repousado,
Não cos vários deleites e infinitos, 35 E fica vendo, como de alto assento,
Que afeminam os peitos generosos, O baxo trato humano embaraçado.
Não cos nunca vencidos appetitos, Este, onde tiver força o regimento
Que a Fortuna tem sempre tão mimosos, Direito e não de affeitos ocupado,
15 Que não sofre a nenhum que o passo mude Subirá (como deve) a ilustre mando,
Pera algũa obra heroica de virtude; 40 Contra vontade sua, e não rogando.
Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de Emanuel Paulo
VI, 97 Ramos, Porto, Porto Editora, 2014, pp. 236-237
Mas com buscar, co seu forçoso braço,
NOTAS
As honras que ele chame próprias suas; 1
zebellinos – peles caras de animais de regiões frias.
Vigiando e vestindo o forjado aço, 2
torpes – que entorpecem, que enfraquecem.
3
corrupto – apodrecido.
20 Sofrendo tempestades e ondas cruas, 4
pilouro – bala de metal para arma de fogo.
Vencendo os torpes2 frios no regaço 5
ventura – sorte.
Do Sul, e regiões de abrigo nuas,
Engolindo o corrupto3 mantimento
Temperado com um árduo sofrimento;
1. Explicita a crítica feita pelo Poeta nas estâncias 95 e 96, que é acentuada pelo uso da anáfora.
2. Indica três qualidades que são necessárias para atingir “As honras imortais” (v. 4), justificando a tua
resposta com transcrições textuais.
3. Identifica o recurso expressivo presente no verso 39: “Subirá (como deve) a ilustre mando”, comentando
o seu efeito de sentido.
4. Relaciona a reflexão do Poeta no canto I com o conteúdo dos quatro primeiros versos da estância 97.